IMPACTO DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NO COTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL: UMA REVISÃO DE ESTUDOS CLÍNICOS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501231909
Yvie Takayama ¹
Caio Fernandes Crepaldi ¹
Kaio César Queiroz Barreto ¹
Laura Santos Castro ¹
Welleson Feitosa Gazel ¹
Juliana de Araújo Santos ¹
André Lucas Dinis Carvalho ¹
Júlia Franzolin Stoco ¹
Tales Rossetto Baptista ²
Caroline Hernandes Ferreira Floriano ¹
Resumo
O presente estudo tem como objetivo avaliar o impacto da prática de exercícios físicos no controle da hipertensão arterial, por meio da análise de estudos clínicos disponíveis nas bases de dados PubMed e SciELO, bem como livros especializados. A hipertensão arterial é uma das condições crônicas mais prevalentes no mundo, com grande impacto na saúde pública. A revisão sistemática foi realizada utilizando critérios de inclusão de artigos e livros publicados nos últimos dez anos, com ênfase em ensaios clínicos randomizados que investigaram a relação entre atividades físicas e controle da pressão arterial. Através da análise de diversos estudos, foi possível observar que a prática regular de exercícios físicos, como atividades aeróbicas e de resistência, contribui significativamente para a redução dos níveis de pressão arterial em pacientes hipertensos. Conclui-se que a integração da prática de exercícios físicos no tratamento de hipertensão arterial é uma intervenção eficaz, com resultados positivos para a saúde cardiovascular, podendo ser recomendada como parte do tratamento clínico para pacientes com hipertensão.
Palavras-chave: Hipertensão arterial. Exercícios físicos. Controle da pressão arterial. Revisão sistemática. Ensaios clínicos.
1 INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial e é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral e insuficiência renal. Estima-se que cerca de 30% da população mundial sofra de hipertensão, o que torna a condição um problema de saúde pública global. O tratamento da hipertensão envolve diversas estratégias, incluindo o uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em particular, a prática regular de exercícios físicos. A literatura científica tem demonstrado que atividades físicas, como caminhadas, exercícios aeróbicos e treinamentos de resistência, podem desempenhar um papel importante no controle da pressão arterial em indivíduos hipertensos. No entanto, ainda existem incertezas quanto ao tipo, intensidade e duração do exercício mais eficaz. A justificativa para este estudo reside na necessidade de se esclarecer o impacto da prática de exercícios físicos no controle da hipertensão, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes para o tratamento e prevenção dessa condição. O objetivo desta pesquisa é realizar uma revisão sistemática de estudos clínicos, bem como de livros especializados, que investigaram o efeito do exercício físico sobre a pressão arterial em pacientes hipertensos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
A hipertensão arterial é definida como uma condição em que a pressão sanguínea nas artérias é persistentemente elevada, sendo um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Diversos estudos e livros especializados têm abordado a relação entre exercícios físicos e o controle da hipertensão, com resultados que indicam a eficácia de atividades físicas na redução da pressão arterial sistólica e diastólica. Estudos clínicos controlados e textos especializados evidenciam que a prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida e natação, é capaz de promover uma diminuição significativa nos níveis de pressão arterial em indivíduos hipertensos. Além disso, o treinamento de resistência também tem mostrado benefícios, embora com um impacto menor em comparação aos exercícios aeróbicos. A revisão da literatura, tanto de artigos como de livros especializados, indica que o efeito hipotensor do exercício físico pode ser influenciado por fatores como a intensidade e a duração da atividade, bem como a frequência semanal de exercício. Apesar dos avanços, ainda existe uma lacuna no entendimento sobre a combinação ideal de exercícios para otimizar os resultados no controle da hipertensão.
3 METODOLOGIA
Este estudo foi conduzido por meio de uma revisão sistemática da literatura, com a finalidade de avaliar os efeitos dos exercícios físicos no controle da hipertensão arterial. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed e SciELO, utilizando os seguintes critérios de inclusão: ensaios clínicos randomizados, estudos publicados entre 2010 e 2024, livros especializados sobre o tema, e que abordaram a relação entre exercícios físicos e controle da pressão arterial em pacientes hipertensos. Os artigos e livros selecionados foram avaliados quanto à metodologia, tipo de exercício utilizado, intensidade, duração e frequência das atividades, bem como os efeitos sobre os níveis de pressão arterial. A análise dos dados foi realizada com foco na redução da pressão arterial sistólica e diastólica. O levantamento das informações seguiu os padrões metodológicos para revisão sistemática, incluindo a avaliação de qualidade dos estudos e a análise dos resultados obtidos, também incorporando as diretrizes e recomendações presentes nos livros especializados na área.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
A análise dos estudos clínicos incluídos nesta revisão revelou que a prática regular de exercícios físicos teve um efeito positivo na redução da pressão arterial em pacientes hipertensos. A maioria dos estudos indicou que atividades aeróbicas moderadas a intensas, realizadas de forma regular, reduziram significativamente a pressão arterial tanto sistólica quanto diastólica. Entre os exercícios avaliados, a caminhada, corrida, ciclismo e natação mostraram-se mais eficazes, com redução significativa da pressão arterial. O treinamento de resistência também contribuiu para a redução da pressão arterial, mas com um impacto menor do que os exercícios aeróbicos. Além disso, a frequência de exercícios recomendada variou entre 3 a 5 vezes por semana, com duração de 30 a 60 minutos por sessão, como o protocolo mais eficaz. A discussão sugere que a combinação de exercícios aeróbicos e de resistência pode ser a estratégia mais indicada para pacientes hipertensos, promovendo não só o controle da pressão arterial, mas também benefícios adicionais à saúde cardiovascular.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados dos estudos revisados, pode-se concluir que a prática regular de exercícios físicos tem um impacto significativo no controle da hipertensão arterial, promovendo a redução dos níveis de pressão arterial. A recomendação de exercícios aeróbicos, como caminhada e corrida, bem como o treinamento de resistência, é eficaz para o tratamento da hipertensão. Além disso, a prática regular de exercícios pode ser uma intervenção importante na prevenção de complicações associadas à hipertensão, como doenças cardiovasculares. Recomenda-se a inclusão de programas de exercícios físicos supervisionados no manejo clínico da hipertensão arterial, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de comorbidades cardiovasculares. Futuros estudos podem explorar protocolos mais específicos e detalhados para maximizar os benefícios do exercício físico no controle da pressão arterial.
REFERÊNCIAS
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1 Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Nove de Julho, Campus Vergueiro
2 Discente do Curso Superior de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)