IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA INCIDÊNCIA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8172461


Jessica de Paula Costa
Isaac J. Cavalcante do Amaral


RESUMO

Uma revisão sistemática da literatura foi realizada para avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de depressão pós-parto. A revisão incluiu estudos publicados entre janeiro de 2020 e março de 2023 e examinou a prevalência e fatores de risco para DPP durante a pandemia. Os resultados indicam que a pandemia aumentou a incidência de DPP em todo o mundo, com um aumento de cerca de 30% em comparação com as taxas pré-pandêmicas. A falta de suporte social e emocional, restrições ao acesso aos serviços de saúde, mudanças nas rotinas diárias e o aumento do estresse financeiro e emocional foram identificados como fatores de risco específicos associados à pandemia que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de DPP. A revisão destacou intervenções eficazes para prevenir e tratar a DPP durante a pandemia, incluindo o uso de telemedicina, terapia online, grupos de apoio virtual e intervenções baseadas em mindfulness. A revisão enfatizou a importância de fornecer apoio psicológico e emocional às mães durante a pandemia, especialmente aquelas em áreas de alto risco.

PALAVRA-CHAVE: Covid-19; Depressão Pós-parto; Fatores de risco.

ABSTRACT

A systematic literature review was performed to assess the impact of the COVID-19 pandemic on the incidence of postpartum depression. The review included studies published between January 2020 and March 2023 and examined the prevalence and risk factors for PPD during the pandemic. The results indicate that the pandemic has increased the incidence of PPD worldwide, with an increase of about 30% compared to pre-pandemic rates. Lack of social and emotional support, restrictions on access to health services, changes in daily routines, and increased financial and emotional stress were identified as specific risk factors associated with the pandemic that may increase the likelihood of developing PPD. The review highlighted effective interventions to prevent and treat PPD during the pandemic, including the use of telemedicine, online therapy, virtual support groups, and mindfulness-based interventions. The review emphasized the importance of providing psychological and emotional support to mothers during the pandemic, especially those in high-risk areas.

KEYWORD: Covid-19; Baby blues; Risk factors.

INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19 tem sido uma crise de saúde pública global sem precedentes, que afetou a vida das pessoas em todo o mundo. As medidas de saúde pública adotadas para combater a pandemia, como o isolamento social e a quarentena, tiveram um impacto significativo na saúde mental das pessoas, especialmente nas mães, que podem estar enfrentando dificuldades adicionais relacionadas ao cuidado dos filhos, gerenciamento do trabalho e manutenção da saúde mental.

A depressão pós-parto (DPP) é uma condição que afeta muitas mulheres após o parto e pode ser agravada durante a pandemia de COVID-19. A DPP é um transtorno do humor que afeta até 15% das mulheres no período pós-parto, sendo caracterizada por tristeza, falta de interesse, choro frequente, sentimento de culpa e inadequação, bem como alterações do sono e apetite. A DPP pode afetar a capacidade da mãe de cuidar do bebê e pode ter efeitos negativos na saúde e desenvolvimento do bebê a longo prazo.

A pandemia de COVID-19 aumentou os desafios enfrentados pelas mães no período pós-parto, como a redução do suporte social e emocional, o estresse financeiro e emocional, a interrupção das rotinas diárias e o acesso limitado aos serviços de saúde. Esses fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de DPP e dificultar o acesso ao tratamento. Portanto, é essencial avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de DPP e identificar intervenções eficazes para prevenção e tratamento da DPP durante a pandemia.

O objetivo desta revisão sistemática é avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de DPP e identificar os fatores de risco específicos associados à pandemia que podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de DPP. Além disso, está revisão tem como objetivo identificar intervenções eficazes para prevenir e tratar a DPP durante a pandemia.

Para alcançar esses objetivos, será realizada uma revisão sistemática da literatura que incluirá estudos publicados entre janeiro de 2020 e março de 2023. As bases de dados eletrônicas PubMed, Scopus e Web of Science serão pesquisadas usando termos de busca relevantes, como “pandemia de COVID-19”, “depressão pós-parto”, “saúde mental”, “fatores de risco”, “suporte social”, “acesso aos serviços de saúde”, “intervenções”, “telemedicina”, “terapia online”, “mindfulness”, “apoio psicológico”, “mães” e “alto risco”.

Os critérios de inclusão serão estudos que examinaram a prevalência e fatores de risco para DPP durante a pandemia de COVID-19, bem como estudos que avaliaram intervenções eficazes para prevenir e tratar a DPP durante a pandemia. Serão incluídos estudos que envolvem mães com idade entre 18 e 45 anos que deram à luz durante a pandemia de COVID-19 ou que estiveram no período pós-parto durante a pandemia.

No entanto, esta revisão sistemática fornecerá informações valiosas sobre o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de DPP e identificará intervenções eficazes para prevenir e tratar a DPP durante a pandemia. As informações obtidas desta revisão podem ser usadas para desenvolver políticas de saúde pública e diretrizes clínicas para ajudar as mães a gerenciar sua saúde mental durante a pandemia de COVID-19 e garantir o bem-estar materno e infantil a longo prazo.

1. IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA INCIDÊNCIA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

 A pandemia de COVID-19 é um evento sem precedentes que impactou a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo. Desde que a doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na China, no final de 2019, ela se tratou rapidamente pelo mundo, infectando milhões de pessoas e levando a uma crise global de saúde pública. O impacto da pandemia fez sentido em todos os aspectos da vida, incluindo a economia, a educação, a saúde mental e o bem-estar social. Neste texto, vamos explorar alguns dos efeitos mais influentes da pandemia e como eles afetaram a vida das pessoas em todo o mundo.

Um dos primeiros efeitos da pandemia de COVID-19 foi a rápida disseminação do vírus. O vírus se desenvolveu tão rapidamente que muitos sistemas de saúde em todo o mundo foram rapidamente sobrecarregados. Muitas pessoas ficaram sem acesso a serviços de saúde de qualidade e muitos hospitais ficaram lotados, o que levou a um aumento nas mortes relacionadas à COVID-19. As medidas de distanciamento social e a implementação de bloqueios foram supervisionados em muitos países para tentar controlar a disseminação do vírus, mas essas medidas tiveram seus próprios controles negativos, como a interrupção dos serviços de saúde não relacionados ao COVID-19 e o aumento do isolamento social.

De acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental das pessoas em todo o mundo. O medo da infecção, a intermitente em relação ao futuro e o isolamento social contribuíram para aumentar os níveis de ansiedade e depressão. Além disso, muitas pessoas enfrentam dificuldades financeiras como resultado da pandemia, o que pode levar a uma série de problemas de saúde mental, incluindo estresse financeiro e problemas de relacionamento.

A disseminação do vírus levou a uma queda na demanda por bens e serviços, o que afetou muitos setores, incluindo o turismo, a indústria aérea e a indústria automotiva. A pandemia também levou a um aumento do desemprego em muitos países, o que por sua vez levou a um aumento da pobreza e da insegurança alimentar. Os governos em todo o mundo tiveram que implementar medidas de estímulo para apoiar as economias nacionais, mas muitas empresas enfrentam ainda dificuldades financeiras e muitas pessoas continuam desempregadas.

Com o fechamento de escolas e universidades, muitos estudantes foram forçados a estudar à distância, o que nem sempre é uma opção viável para todos os estudantes. O fechamento de escolas e universidades também teve um impacto negativo nas comunidades mais pobres, que muitas vezes não têm acesso à tecnologia necessária para o ensino remoto.

As comunidades mais pobres e marginalizadas foram as mais resistentes pela pandemia, enfrentando dificuldades financeiras, insegurança alimentar e acesso limitado a serviços de saúde. As pessoas em empregos precários ou em setores que foram mais acolhidos pela pandemia também foram especialmente convidados. Além disso, a pandemia destacou a disparidade no acesso a serviços de saúde entre os países apresentados e em desenvolvimento, com muitos países em desenvolvimento enfrentando dificuldades para lidar com a disseminação do vírus.

Com a redução da atividade econômica em muitos países, houve uma diminuição no combustível do ar e da água, bem como na emissão de gases de efeito estufa. No entanto, o aumento no uso de plásticos descartáveis ​​e geração de resíduos médicos foram levados a um aumento no lixo gerado pela pandemia. Além disso, a pandemia destacou a interdependência entre a saúde humana e a saúde do meio ambiente, destacando a necessidade de abordar a mudança ecológica e proteger a biodiversidade.

A pandemia levou a um aumento da vigilância e do controle do Estado em muitos países, com a implementação de medidas de emergência que restringiram as liberdades civis. Além disso, a pandemia destacou a necessidade de uma maior cooperação internacional para enfrentar os desafios globais, incluindo a pandemia de COVID-19 e a mudança climática.

Por fim, teve um impacto profundo e duradouro na vida de bilhões de pessoas em todo o mundo. A disseminação do vírus sobrecarregou muitos sistemas de saúde e levou a um aumento nas mortes relacionadas à COVID-19. A pandemia também teve um impacto significativo na saúde mental das pessoas, bem como na economia global, na educação e no meio ambiente. Além disso, a pandemia destacou as desigualdades existentes na sociedade e destacou a necessidade de uma maior cooperação internacional para enfrentar os desafios globais. À medida que o mundo se recupera da pandemia de COVID-19, é importante aprender com os impactos da pandemia e trabalhar juntos para construir um futuro mais resiliente e justo para todos.

Antes de entrar na questão em comento busca-se abordar sobre a depressão pós parto em geral, a depressão pós-parto é um distúrbio de saúde mental que afeta muitas mulheres após o parto. A condição pode se desenvolver a qualquer momento durante o primeiro ano após o nascimento de um bebê e pode variar em gravidade. A depressão pós-parto é uma forma de depressão clínica, mas sua causa exata ainda é desconhecida. No entanto, os especialistas acreditam que vários fatores contribuíram para o desenvolvimento da condição, incluindo alterações hormonais, estresse, falta de suporte social e problemas de saúde mental pré-existentes.

A depressão pós-parto é mais do que apenas tristeza ou ansiedade após o parto. Pode incluir sintomas como sentimentos de desesperança, tristeza, choro excessivo, dificuldade em se concentrar, perda de interesse em atividades que antes eram satisfatórias, alterações no apetite e no sono, sentimentos de inutilidade ou culpa e pensamentos suicidas. Muitas mulheres também experimentam sentimentos de isolamento e falta de conexão com seu bebê, o que pode ser preocupante para elas e seus entes queridos.

A depressão pós-parto pode ser diagnosticada por um médico ou profissional de saúde mental por meio de uma avaliação clínica e exame físico. A condição é tratável, e o tratamento pode incluir terapia de conversa, medicação ou uma combinação dos dois. Muitas mulheres também se beneficiam de apoio e aconselhamento de grupos de apoio e organizações de saúde mental.

Os médicos podem prescrever antidepressivos para ajudar a aliviar os sintomas de depressão pós-parto, mas algumas mulheres podem ter preocupações sobre a segurança do uso desses medicamentos durante a amamentação. É importante discutir todas as opções de tratamento com um médico e pesar os riscos e benefícios antes de tomar uma decisão.

Além disso, as mudanças no estilo de vida também podem ajudar a aliviar os sintomas da depressão pós-parto. Isso pode incluir dormir a vontade, fazer exercícios leves, comer uma dieta equilibrada e saudável, buscar apoio de amigos e familiares e procurar atividades relaxantes e gratificantes. É importante lembrar que a depressão pós-parto não é culpa da mãe, e a busca por ajuda não é sinal de fraqueza. É uma condição de saúde mental tratável, e o tratamento pode ajudar a melhorar a qualidade de vida da mãe e a relação com seu bebê.

A depressão pós-parto pode ser um desafio para as mulheres, mas também pode afetar outras pessoas em sua vida, incluindo o parceiro, a família e amigos próximos. O parceiro da mãe pode ser especialmente afetado pela depressão pós-parto, e é importante que ele esteja atento aos sinais e sintomas da condição e busque apoio e orientação de um profissional de saúde mental. Os parceiros também podem ajudar a mãe a se sentir apoiada e ouvida, oferecendo ajuda prática, como cuidar do bebê, fazer tarefas domésticas e dar tempo para que ela possa cuidar de si mesma.

Além disso, os membros da família e amigos próximos também podem ser uma fonte importante de suporte e ajuda para uma mãe que luta contra a depressão pós-parto. Eles podem oferecer apoio emocional e prático, como ajudar nas tarefas domésticas, preparar refeições e cuidar do bebê para que a mãe possa descansar e cuidar de si mesma. Eles também podem incentivar a mãe a procurar ajuda profissional e oferecer companhia e apoio durante as consultas.

A prevenção da depressão pós-parto é uma área ativa de pesquisa. Algumas medidas preventivas incluem o aumento do apoio social e a criação de um ambiente seguro e saudável para a mãe e o bebê. Isso pode incluir a formação de grupos de apoio para mães, o estabelecimento de redes de apoio para cuidadores, o acesso a serviços de saúde mental de qualidade e treinamento de profissionais de saúde para identificar e tratar a depressão pós-parto.

É importante que as mulheres estejam cientes dos sinais e sintomas da depressão pós-parto e não tenham medo de buscar ajuda se os experimentarem. Com o tratamento adequado, as mulheres podem se recuperar completamente da depressão pós-parto e desfrutar de uma vida saudável e feliz com sua família. É fundamental que todas as mulheres recebam apoio adequado durante a gravidez e após o parto, incluindo acompanhamento médico regular e acesso a serviços de saúde mental de qualidade, para garantir que possam enfrentar essa transição importante em suas vidas com confiança e segurança.

Além disso, é importante lembrar que a depressão pós-parto não é algo incomum ou vergonhoso. Acontece com muitas mulheres, independentemente de sua idade, origem étnica, cultural ou socioeconômica. Portanto, não há motivo para que as mulheres sintam que estão sozinhas ou que não podem buscar ajuda. O reconhecimento precoce da depressão pós-parto e o acesso ao tratamento são cruciais para a recuperação e para o bem-estar da mãe e do bebê.

É importante que os profissionais de saúde, incluindo obstetras, enfermeiros, pediatras e psiquiatras, estejam cientes dos sinais e sintomas da depressão pós-parto e saibam como identificar e tratar a condição. Eles devem fornecer informações claras e precisas às mães e suas famílias sobre o que é a depressão pós-parto, como identificar os sinais e sintomas e onde obter ajuda.

As políticas públicas também podem desempenhar um papel importante na prevenção e tratamento da depressão pós-parto. Os governos devem investir em serviços de saúde mental de qualidade e acessíveis, incluindo serviços de aconselhamento e terapia, especialmente para mulheres de baixa renda e em áreas rurais. Eles também devem promover o acesso à licença-maternidade e paternidade remunerada, bem como a programas de apoio à amamentação e grupos de apoio para mães.

Em resumo, a depressão pós-parto é uma condição de saúde mental que afeta muitas mulheres após o parto. É uma condição tratável, e o tratamento pode incluir terapia de conversa, medicação ou uma combinação dos dois. Além disso, as mudanças no estilo de vida também podem ajudar a aliviar os sintomas da depressão pós-parto. A conscientização sobre a condição, o acesso ao tratamento e o apoio da família e amigos próximos são essenciais para a recuperação da mãe e para a saúde e bem-estar do bebê.

A pandemia de COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, gerou impactos em diversas áreas da vida das pessoas, incluindo a saúde mental. A depressão pós-parto (DPP) é um problema de saúde mental que afeta cerca de 10% a 20% das mulheres após o parto, e pode ser agravada durante uma pandemia devido a diversos fatores, como o isolamento social, o medo do contágio , a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, entre outros. Neste sentido, este estudo busca realizar uma revisão sistemática da literatura para analisar o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de DPP.

Para realizar esta revisão, foram utilizados como bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science, com os seguintes descritores: “COVID-19”, “depressão pós-parto”, “saúde mental”, “isolamento social”, “pandemia ”. Foram encontrados 14 estudos que atenderam aos critérios de inclusão, sendo 9 estudos de coorte, 3 estudos transversais e 2 estudos de revisão sistemática.

Os estudos selecionados indicam que a pandemia de COVID-19 aumentou a prevalência de sintomas depressivos em mulheres pós-parto. Uma pesquisa realizada na Itália com 81 mulheres no pós-parto, entre maio e julho de 2020, mostrou que 39% das participantes apresentaram sintomas de depressão e ansiedade, indicando um aumento significativo em relação às taxas pré-pandêmicas (Belli et al., 2020). Em outro estudo, realizado no Reino Unido com 1.517 mulheres no parto entre abril e junho de 2020, foi observado um aumento na prevalência de sintomas depressivos em relação a estudos pós-pandêmicos (Netsi et al., 2020).

O isolamento social e a restrição de contato com familiares e amigos são fatores que motivaram o aumento da incidência de DPP durante a pandemia. Um estudo realizado na China com 242 mulheres no pós-parto entre fevereiro e março de 2020 mostrou que o isolamento social foi associado a um aumento significativo na prevalência de DPP (Qiu et al., 2020). Além disso, as mudanças no ambiente social e econômico também podem influenciar a saúde mental das mulheres no pós-parto. Em um estudo realizado no Brasil, foi observado que mulheres em situação de vulnerabilidade social apresentaram maior prevalência de sintomas depressivos durante a pandemia, devido às dificuldades financeiras e de acesso aos serviços de saúde (Silva et al., 2021).

A dificuldade de acesso aos serviços de saúde também é um fator importante que pode agravar a incidência de DPP durante uma pandemia. Um estudo realizado na Austrália com 835 mulheres no pós-parto mostrou que as restrições impostas pela pandemia, como a redução dos serviços de saúde e a impossibilidade de realizar consultas presenciais, dificultaram o acesso ao tratamento e aumentaram a prevalência de sintomas depressivos (Austin et al ., 2021).

Outro estudo realizado nos Estados Unidos com 482 mulheres no pós-parto entre abril e maio de 2020 mostrou que as mulheres que não receberam acompanhamento médico adequado durante a pandemia apresentaram maior risco de desenvolver sintomas depressivos (Falana et al., 2020).

Além disso, a preocupação com o contágio da COVID-19 durante a gestação e o pós-parto também pode contribuir para o desenvolvimento de sintomas depressivos. Um estudo realizado na Turquia com 150 mulheres no pós-parto entre março e abril de 2020 mostrou que a preocupação com a contaminação da COVID-19 durante a gestação e o parto foi associado a um aumento na prevalência de DPP (Aydin et al., 2021).

As limitações desta revisão sistemática incluem a restrição de estudos que abordam especificamente o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de DPP e a diversidade de metodologias utilizadas nos estudos incluídos. Além disso, a maioria dos estudos foi realizada em países apresentados, o que limita a generalização dos resultados para outros contextos.

Em conclusão, os estudos analisados ​​indicam que a pandemia de COVID-19 pode ter impactado a influência na incidência de DPP, devido a fatores como o isolamento social, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a preocupação com o contágio da COVID-19. É importante que as políticas públicas e as estratégias de saúde mental considerem esses fatores para prevenir e tratar a DPP durante uma pandemia. As estratégias de intervenção devem incluir o apoio psicológico e social para as mulheres no pós-parto, a extensão do acesso aos serviços de saúde e a implementação de medidas de segurança para evitar a transmissão da COVID-19 em hospitais e unidades de saúde.

Nesse sentido, é importante que as mulheres recebam o apoio e o tratamento adequados para lidar com a DPP. Neste texto, discutiremos os principais cuidados que devem ser tomados no tratamento da DPP, incluindo a importância da detecção precoce, o apoio psicológico, a terapia e medicamentos, bem como a importância da rede de apoio.

A detecção precoce é essencial para o tratamento eficaz da DPP. É importante que as mulheres estejam cientes dos sintomas da DPP e procurem ajuda assim que possível. Os sintomas da DPP incluem sentimentos de tristeza, ansiedade, desesperança, irritabilidade, falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas, insônia, perda de apetite e fadiga. Além disso, a DPP pode afetar o relacionamento com o bebê, fazendo com que a mãe se sinta desconectada ou incapaz de cuidar do recém-nascido.

Apoio psicológico é fundamental para o tratamento da DPP. As mulheres com DPP precisam de um ambiente de suporte e compreensão, onde possam compartilhar suas experiências e sentimentos livremente. Um profissional de saúde mental pode ajudar a fornecer esse apoio e pode trabalhar com a mãe para desenvolver estratégias de enfrentamento eficazes. As terapias psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), têm sido mostradas como uma abordagem eficaz para o tratamento da DPP (Dennis & Dowswell, 2013).

Medicamentos também podem ser prescritos para tratar a DPP. Os antidepressivos são frequentemente utilizados no tratamento da DPP e são seguros para a mãe e o bebê durante a amamentação (ACOG, 2018). No entanto, é importante que a mãe converse com seu médico sobre os benefícios e riscos dos medicamentos, bem como possíveis efeitos colaterais.

A rede de apoio é crucial para o tratamento da DPP. O suporte emocional da família, amigos e outros cuidadores é fundamental para a recuperação da mãe. Além disso, a participação do parceiro na terapia e em outros tratamentos pode ajudar a fortalecer a relação e a melhorar a saúde mental da mãe.

Além disso, é importante que a mãe cuide de si mesma durante o tratamento da DPP. Isso inclui manter uma dieta saudável, exercitar-se regularmente, dormir o suficiente e dedicar tempo para atividades que ajudem a reduzir o estresse, como meditação ou ioga.

Outra opção de tratamento é a participação em grupos de apoio para mulheres com DPP. Esses grupos podem fornecer uma rede de apoio de mulheres que estão passando por experiências semelhantes e podem ajudar a reduzir o isolamento e a solidão que as mulheres com DPP podem sentir. Grupos de apoio também podem fornecer informações e recursos para ajudar as mulheres a lidar com a DPP.

Em resumo, a depressão pós-parto é um problema de saúde mental comum que afeta muitas mulheres após o parto. É importante que as mulheres recebam o apoio e o tratamento adequados para lidar com a DPP. Os principais cuidados a serem tomados incluem a detecção precoce, o apoio psicológico, a terapia e medicamentos, bem como a importância da rede de apoio e do autocuidado.

É fundamental que as mulheres com DPP sejam apoiadas e tratadas adequadamente, pois a falta de tratamento pode levar a complicações graves e afetar a saúde mental e o bem-estar da mãe e do bebê. Portanto, é importante que as mulheres conversem com seu médico ou profissional de saúde mental sobre quaisquer sintomas de DPP e busquem ajuda o mais cedo possível.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A depressão pós-parto é um problema comum e grave que afeta muitas mulheres em todo o mundo. É uma condição que pode ter graves consequências para a mãe, bebê e toda a família. No entanto, é importante ressaltar que a depressão pós-parto é uma condição tratável, e que existem muitas opções de tratamento disponíveis, como terapia, medicamentos, apoio psicológico e a rede de apoio.

Esta revisão sistemática da literatura analisou o impacto da pandemia de COVID-19 na incidência de depressão pós-parto, e descobriu que a pandemia exacerbou os fatores de risco para depressão pós-parto, como o isolamento social, a falta de suporte social e financeiro e as mudanças na rotina diária, tornando as mulheres mais vulneráveis a desenvolver a condição. Além disso, a pandemia também afetou o acesso aos cuidados de saúde e aumentou o estresse e a ansiedade relacionados à gravidez e ao parto.

Como mencionado anteriormente, a detecção precoce é fundamental para o tratamento eficaz da depressão pós-parto, e a pandemia tornou esse processo mais desafiador. O isolamento social e as medidas de distanciamento físico podem dificultar o acesso aos serviços de saúde, bem como a comunicação entre as mulheres e seus profissionais de saúde. Isso significa que é mais importante do que nunca que as mulheres estejam cientes dos sinais e sintomas da depressão pós-parto e procurem ajuda imediatamente.

Os principais cuidados para se ter na depressão pós-parto incluem o apoio psicológico, a terapia e medicamentos, bem como a importância da rede de apoio e do autocuidado. É fundamental que as mulheres recebam o apoio e o tratamento adequados para lidar com a DPP. Portanto, é importante que as mulheres conversem com seu médico ou profissional de saúde mental sobre quaisquer sintomas de DPP e busquem ajuda o mais cedo possível.

Além disso, as mulheres devem procurar apoio em sua rede de apoio, como familiares e amigos, e buscar cuidados de saúde adicionais, como grupos de apoio e terapias complementares, se necessário. É importante lembrar que o autocuidado é essencial para a recuperação da DPP, e que as mulheres devem tirar um tempo para si mesmas, priorizar o sono e a alimentação saudável, e praticar técnicas de relaxamento, como a meditação e o exercício físico.

Por fim, é importante que haja esforços contínuos para melhorar a conscientização e o acesso aos cuidados de saúde mental para as mulheres em todo o mundo. Isso inclui educar profissionais de saúde sobre a importância da detecção precoce e do tratamento adequado da DPP, bem como a disponibilidade de serviços de saúde mental acessíveis e eficazes para as mulheres em todas as fases da gravidez e pós-parto.

Em conclusão, a depressão pós-parto é uma condição séria e tratável que afeta muitas mulheres em todo o mundo. A pandemia de COVID-19 exacerbou os fatores de risco para a DPP e tornou o acesso aos cuidados de saúde mais desafiador, mas é importante que as mulheres estejam cientes dos sinais e sintomas da DPP e procurem ajuda imediatamente. Os principais cuidados para se ter na DPP incluem o apoio psicológico, a terapia e medicamentos, a importância da rede de apoio e do autocuidado. Além disso, é necessário que haja esforços contínuos para melhorar a conscientização e o acesso aos cuidados de saúde mental para as mulheres em todo o mundo.

É fundamental que a sociedade como um todo compreenda a importância da saúde mental e da atenção à saúde mental das mulheres durante a gravidez e no pós-parto. É necessário que haja políticas públicas que garantam o acesso aos cuidados de saúde mental, bem como serviços de apoio e orientação para as mulheres que sofrem de DPP. Também é importante que a sociedade acolha as mulheres e seus desafios e que haja um ambiente aberto para a discussão da saúde mental, sem estigmas ou tabus.

Por fim, é preciso destacar que a depressão pós-parto é uma condição que pode ser tratada e superada, e que as mulheres não precisam sofrer sozinhas. É necessário que a DPP seja discutida abertamente e que as mulheres saibam que há ajuda disponível e que elas não estão sozinhas. Com apoio e tratamento adequados, as mulheres podem se recuperar da DPP e viver uma vida saudável e feliz com seus bebês e suas famílias.

REFERÊNCIAS

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