IMPACTO DA OBESIDADE NA SAÚDE PUBLICA: REVISÃO NARRATIVA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412021825


Caroliny Macedo Dos Reis ¹
Thauany Mendes Ferreira ²
Caroliny Medeiros De Souza ³


RESUMO

Objetivo: descrever os impactos na saúde ocasionados pela obesidade , apresentar os impactos da obesidade nos apesctos fisicos , sociais e psicologicos e demonstrar atuação das pesquisas narrativa e qualitativa. Os dados foram coletados através de duas etapas 1 etapa : trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, desenvolvida de acordo com o protocolo internacional para pesquisas qualitativas a 2 etapa :artigos cientificos sobre tematica foram acessados na base de dados do Scielo , Medline,Google Academico.Resultado: Obesidade passa a se tornar uma característica negativa, não por conta de sua aparência mas quando afeta sua capacidade psicológica e funcional influenciando diretamente na qualidade de vida. Resultado: A obesidade é uma das patologias nutricionais que mais tem apresentado níveis de prevalência, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, assumindo proporções epidêmicas, o que inclui o Brasil.

Palavraschaves: Obesidade , Saúde Publica , Impacto, Social .

Objective: to describe the health impacts caused by obesity, present the impacts of obesity on physical, social and psychological aspects and demonstrate the performance of narrative and qualitative ED. The data was collected through two stages 1st stage: this is a descriptive research, developed in accordance with the international protocol for qualitative research 2nd stage: scientific articles on the topic were accessed in the Scielo, Medline, Google Scholar. Result: Obesity becomes a negative characteristic, not because of its appearance but when it affects its psychological and functional capacity, directly influencing quality of life. Result: Obesity is one of the nutritional pathologies that has shown the highest prevalence levels, both in developed and developing countries, assuming epidemic proportions, which includes Brazil.

Keywords: Obesity, Public Health, Social Impact.

INTRODUÇÃO

A obesidade é uma doença crônica multifatorial, caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo no organismo, sendo fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e problemas respiratórios, além disso, traz um risco para a sociedade, sendo um problema de saúde pública (TADDEI. et al. 2012; ENES E SLATER, 2010).

Segundo Enes e Slater (2010), o aumento da obesidade tem acontecido cada vez mais em idades precoces ocasionando uma grande preocupação para profissionais e pesquisadores de saúde. Na qual, sua principal causa se da por fatores genéticos, metabólicos, ambiental e comportamental (OLIVEIRA, et al. 2009).

O aumento do Índice De Massa Corporal (IMC), tem um efeito negativo em muitos aspectos da qualidade de vida, podendo levar à diminuição do bem estar psíquico, dificuldades de integração social e baixa autoestima, levando a uma a redução da capacidade funcional, que pode impactar na produtividade profissinal negativamente (NAHAS. et al., 2008).

As Políticas Públicas em saúde são capazes de mudar a vida de uma sociedade ou parte dela por meio de sistemas bem implantados, contudo, o tratamento relacionado à obesidade pode ser classificado como: complexo e multidisciplinar, pois não existe tratamento em longo prazo que não envolva a mudança do estilo de vida (DIRETRIZES DA OBESIDADE 2009-2010).

É de suma importância verificar além de causas e tratamento a importância do impacto da obesidade na sociedade, o que realmente vem sendo feito para mudar a saúde das pessoas que possui obesidade. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar os impactos na saúde ocasionados pela obesidade, analisando os estudos sobre prevalência, causas, tratamento, consequências e politicas públicas e com isso apresentar os impactos na saúde ocasionados pela obesidade, impactos da obesidade nos aspectos físicos, sociais e psicológicos e demonstrar atuação das políticas públicas no manejo da obesidade.

OBJETIVOS

Apresentar os impactos na saúde ocasionados pela obesidade, descrever os impactos da obesidade nos aspectos físicos, sociais e psicológicos e demonstrar atuação das políticas públicas no manejo da obesidade.

COMPREENDENDO A OBESIDADE NA ETIOLOGIA

Segundo Gahtan et al. (1997) o sobrepeso é referente ao aumento de peso corporal em relação a estatura de algum padrão de peso aceitável ou desejável,podendo assim, resultar no aumento de gordura corporal ou mesmo de massa magra no indivíduo. OBS: referencia muito antiga, tem q tirar Diferente a obesidade pode ser definida como acúmulo de todo tecido gorduroso que pode ser localizado ou generalizado provocando um desiquilíbrio nutricional associando ou não a distúrbios genéticos ou endócrinos metabólicos (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SINDROME METABOLICA, 2009).

Para Bouchard (2003) deve-se levar em conta uma importante diferença entre sobrepeso e obesidade, sendo a principal diferença a maior concentração de massa de gordura na obesidade, e o balanço energético positivo certamente é mais pronunciado nesta condição. É valido que para autores como Pollack e Wilmore(2000), Bouchard (2003) não há diferença clara entre sobrepeso e obesidade quando analisado em relação às respostas técnicas aos alimentos (BOUCHARD, 2003;POLLACK E WILMORE ,2000).

Considera-se que a obesidade é doença multifatorial sendo difícil identificar os determinantes específicos de ganho de peso. Os estudos de tendência temporal, associações ecológicas e estudos transversais revelam os possíveis responsáveis pelo desenvolvimento da obesidade como o consumo de gordura, açúcar, refrigerantes e bebidas acrescidas de açúcar, fast-food e grandes proporções de alimentos preparado fora do domicilio (TADDEI et al., 2012).

PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM NIVEL NACIONAL

O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade tem acontecido em idades cada vez mais precoces e vem ocasionando a preocupação de pesquisadores e profissionais de saúde, ocasionando danos e agravos à saúde provocada pelo excesso de peso, tais como hipertensão arterial, cardiopatia, diabete,hiperlipidemia, dentre outras (ENES E SLATER, 2010).

A Organização Mundial De Saúde (OMS) observou que neste século a obesidade tem uma prevalência igual ou superior a da desnutrição e das doenças infecciosas, se não houver medidas drásticas para prevenir e tratar a obesidade mais de 50% da população mundial será obesa em 2025 (OLIVEIRA et al., 2009).O estudo realizado pela Vigilância de Fatores de Risco e de Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) mostra que 52,5% dos Brasileiros estão acima do peso (sobrepeso), e 17,9% da população está obesa, sendo que o excesso de peso é maior no homem e a obesidade é maior na mulher,tendo em vista que no excesso de peso a faixa etária é entre 35 a 64 anos. Durante os últimos nove anos houve um aumento de 23% no excesso de peso, diferente da obesidade que não cresceu (MINISTÉRIO DA SAÚDE, VIGITEL, 2014).

Na infância também vêm-se observando importante aumento na prevalência da obesidade. No Brasil a prevalência de obesidade em menores de cinco anos está variando de 2,5% entre as crianças de menor categoria econômica de renda a 10,6% no grupo economicamente mais favorecido (MOONTEIRO et al., 1995).

Claramente nota-se a interferência socioeconômica na prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes devido a disponibilidade de alimentos e ao acesso à informação. Está evidente o aumento nas classes favorecidas quando se fala em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Já nos países desenvolvidos nos quais mesmo os indivíduos de baixa renda têm acesso ao alimento, pode-se encontrar uma menor prevalência de obesidade infantil, por conta do acesso a informação (SILVA et al., 2005).

Além das altas taxas, as figuras a seguir mostram a prevalência por excesso de peso e obesidade no Brasil .

Figura 1 : Percentual de adultos com excesso de peso nas capitais do Brasil

Fonte:Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde de 2019

Figura 2: Percentual de adultos com obesidade a nivel nacional.

Fonte:Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde de 2019.

DIAGNÓSTICO  E   CLASSIFICAÇÃO   DA   OBESIDADE

Hoje em dia não é difícil reconhecer a obesidade ou até mesmo o sobrepeso, existem vários tipos de diagnostico que determinam os níveis de risco (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SINDROME METABOLICA, 2009).

Avaliação do paciente com obesidade deve ser feita de maneira integral e pelo outro lado a avaliação clínica de um paciente obeso deve englobar itens específicos sendo necessária a elaboração de uma história clinica completa incluindo anamnese alimentar e um minucioso exame físico (BORGES, SANTOS, 2006).

Antigamente o padrão ouro para avaliar o peso, era a pesagem dentro da água (peso submerso ou hidrostático recentemente) diferente de hoje que são usadas técnicas de imagens, tais como ressonância magnética, tomografia computadorizada e absorciometria com raio x de dupla energia tem sido alternativa, mais o custo e a falta dos equipamento necessário impedem o uso dessas técnicas na pratica clínica (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SINDROME METABOLICA, 2009).

Existem outros tipos de medidas alternativas, como medida de pregacutânea, ultrassonografia, análise de bioimpedância e espectroscopia. São meios disponíveis e são relativamente baratos (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SINDROME METABOLICA, 2009).

As pregas cutâneas são utilizadas como indicador de obesidade, pois existe relação entre gordura localizada e a gordura interna ou a densidade corporal. Sua reprodutibilidade, entretanto, é uma limitação como método diagnóstico(ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SINDROME METABÓLICA, 2009).

O IMC pode ser classificado como um indicador do diagnóstico de sobrepeso e obesidade, ele pode ser definido pela relação de peso/altura e é definido matematicamente pela equação peso (kg)/altura    (m)²     (RICARDO,     ARAUJO,            2002).

A bioimpedância se baseia na condução de uma corrente elétrica de baixa intensidade através do corpo. A impedância varia de acordo com o tecido que está sendo mensurado e, sendo a massa magra um bom condutor de energia por possuir alta concentração de água e eletrólitos e a massa gorda um mal condutor de energia, pode- se dizer que a impedância é diretamente proporcional ao percentual de gordura corporal (SANT’ANNA, PRIORE, FRANCESCHINI, 2009).

Na aérea da saúde é desejável que use um diagnostico simples e de baixo custo, reproduzível e confiável que tenha alta sensibilidade e especificidade,minimizando ocorrência de diagnósticos falsos positivos ou negativos (GIUGLIANO,MELO, 2004).

Considerando as características morfológicas, existem dois tipos de obesidade: andróide e ginóide. A andróide é quando a gordura se distribui no abdômen e está presente, sobretudo no sexo masculino (OLIVEIRA.et  al., 2009).

Diferente da obesidade andróide o tipo ginóide é quando a gordura se distribui principalmente na metade inferior do corpo, particularmente na região glútea e coxas característica do sexo feminino (NATIONAL TASK FORCE, 2005; OMS, 2004).Além da classificação de acordo com as características morfológicas o sobrepeso e obesidade podem ser classificados através do IMC. A tabela a seguir é classificada e adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ela se baseia em padrões internacionais desenvolvidas   para   pessoas          adultas  descendentes europeias.(ASSOCIÇÃO  BRASILEIRA   PARA   O ESTUDO DA OBESIDADE    E     DA  SINDROME                METABOLICA,    2009).

TRATAMENTO

O tratamento da obesidade pode ser classificado como complexo e multidisciplinar pois não existe tratamento nenhum em longo prazo que não envolva a mudança de estilo de vida (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABOLICA, 2009).

Existem várias opções de tratamento para obesidade e sobrepeso, quanto maior o grau de excesso de peso maior a gravidade da doença (ASSOCIÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABOLICA, 2009).

Certas promoções de regimes alimentares saudáveis e de atividades físicas contribuem para a diminuição da obesidade. No modo geral uma alimentaçãosaudável e a prática de exercício físico permitem melhora considerável da  qualidade

de vida (OLIVEIRA .et al. 2009). É necessário que no tratamento da obesidade o valor do gasto energético seja maior que o consumo energético diário, faz pensar que uma simples redução na quantidade de comida através da dieta alimentar seja suficiente. Tem sido mostrado que através de uma mudança no estilo de vida com aumento na quantidade de atividade física praticada e a reeducação alimentar é o melhor tratamento (CIOLAC, GUIMARÃES, 2004).

Segundo Foreyt, Goodrik (apud FRANCISCHI et al., Abril 2000) Os fatores cognitivos e emocionais estão associados ao aumento do consumo de alimentos. A mudança de comportamento é usada no tratamento da obesidade o auto monitoramento faz parte do programa de mudança comportamental e consiste em auto observação dos fatos, sentimentos e pensamentos e atitudes que ocorrem antes e durante e após as tentativas de se manter em comportamento prudente ao alimentar-se e na pratica de exercício físico.

Além dos fatores de controle alimentar, de atividade física e comportamental,ainda existe em alguns casos o uso de tratamento farmacológico. O tratamento farmacológico nem sempre é a primeira opção terapêutica para obesidade, antes desse deve compor o tratamento pautado numa abordagem multidisciplinar. Dietoterapia associada à psicoterapia, por serem modalidades não invasivas, devem ser sempre priorizadas. No entanto, quando transtornos psiquiátricos como os transtornos fóbico-ansiosos, depressão atípica, síndrome do comer noturno e/ou transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) estão presentes contribuindo para o ganho de peso, devemos considerar a fármaco terapia (ARONNE, 2003).

Os medicamentos utilizados para obesidade são classificados como simpaticomiméticos farmacologicamente associados a anfetaminas. Ambos suprimem o apetite estimulando o centro de saciedade localizado no hipotálamo, tendo como um dos principais efeitos colaterais o aumento da pressão arterial, além de constipação intestinal, boca seca, cefaleia, insônia, vertigem e nervosismo. Outras drogas também utilizadas: Phentermine (Ionamin), Sibutramine hydrochloridemonohydrate (MeridiaÆ), Orlistat (XenicalÆ) (COSTA. et al., 2009). Considerando o tratamento citado, acima vem sendo discutido o papel da cirurgia para o tratamento na obesidade pode ser considerado o último tratamento. São candidatos as cirurgias bariátricas obesos mórbidos resistentes ao tratamento clinico ou, grau III com doença concomitantes. As principais técnicas utilizadas são as cirurgias restritivas gástricas: gastroplastias ou bandas gástricas,disabsortivas e mistas (WAITZBERG, 2009).

A cirurgia bariátrica conhecida como gastroplastia ou cirurgia de redução do estômago, é indicada para pessoas com obesidade mórbida ou obesidade e grau III ou para pessoas que não consigam perder peso pelos métodos tradicionais. Ela também é utilizada para o tratamento de pessoas obesas que possui diabetes melitus tipo II, pelas doenças cardiovasculares e o IMC acima de 40 kg /m², ausência de causa endócrina e avaliação favorável das possibilidades psíquicas de o indivídu o suportar as transformações radicais de comportamento imposto pela cirurgia. Este procedimento pode resultar uma perda de 40% do peso em um ano a partir da realização (MARCELINO, PATRICIO, 2011).

O período após a cirurgia pode ser considerado o mais difícil para o operado é a fase que contem um desconforto de várias tentativas de adaptação a nova dieta associado há uma grande expectativa, ansiedade e insegurança em relação a situação (MARCELINO, PATRICIO, 2011).

O acompanhamento multidisciplinar no periódico pós-operatório da cirurgia bariátrica tem um impacto na perda de peso com acompanhamento clínico do paciente     e     apoio     psicológico     (CHARBEL.      et      al.,      2009      ) Meses depois de realizada a cirurgia com a perda substancial de peso, os indivíduos podem atingir uma melhoria nas morbidades como no caso de disfunçãohormonal, taxa de glicose alterada e hipertensão podendo retornar certas práticas, incluindo atividades de trabalho e encontro social. Podendo se dizer que a principal repercussão foi pela autoestima e a satisfação consigo próprio , por ter realizado uma cirurgia e perceber a perda de peso. Tudo isso reflete na qualidade de vida dopaciente, familiares e amigos (MARCELINO, PATRICIO, 2011).

Marcelino e Patricio, (2011), apontam que uma parcela de ex-obesos mórbidos, depois de emagrecer com a cirurgia bariátrica desenvolve depressão, bulimia, anorexia, dependência de álcool e outras drogas.

OBESIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS

No contexto da Saúde Pública, a obesidade além de figurar como uma doença integrante do grupo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), destaca-se como um dos principais determinantes para outras doenças desse grupo, a exemplo do diabetes mellitus (DM) e das doenças cardiovasculares (DCV), responsáveis por elevadas taxas de morbidade e de mortalidade em todo o mundo, atingindo populações cada vez mais jovens, com prejuízos sociais parcialmente mensuráveis (COSTA; BRITO;LESSA, 2014).

Os acordes entre as estratégias individuais podem ser complementadas por políticas públicas que são essenciais para influenciar fatores ambientais e sócio-culturais que afetam as escolhas individuais. Com isso existem muitas questões envolvidas no controle e na prevenção do ganho do peso indesejado. É importante criar soluções no sistema alimentar e no ambiente físico – por exemplo, estimular o consumo de frutas, verduras e produtos ricos em fibras e desestimular o consumo de doces e açúcar. Em relação ao ambiente físico, deve-se oferecer oportunidade para a prática de atividade física, como facilidades recreativas (praças, parques,centros recreativos) e opções de transportes (calçadas, ciclo vias, transportespúblicos) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Uma revisão sobre prevenção de obesidade concluiu que as estratégias baseadas em educação são muito menos eficientes do que aquelas baseadas em abordagens legislativas, mudanças ambientais ou instrumentos fiscais. Algumas práticas alimentares podem ser definidas como o hábito e o modo dos indivíduos consumirem alimentos, influenciados, sobretudo, pela cultura e pelas condições de vida. Ao se tornarem habituais, essas práticas resultam em comportamentos que tanto podem contribuir para manter a saúde e o bem-estar como para desencadear problemas de saúde (COSTA; BRITO; LESSA, 2014).

O Ministério da Saúde tem priorizado certas políticas públicas voltadas para a situação alimentar e nutricional da população Brasileira para evitar a obesidade.Uma delas foi a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que prevê outras ações, além da promoção de alimentação saudável com enfoque no resgate de hábitos e práticas alimentares regionais, contribuindo para o consumo de alimentos locais de baixo custo e elevado valor nutritivo. A PNAN também incentiva o consumo de alimentos variados, desde os primeiros anos de vida até a idade adulta e a velhice (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Diferente do programa nacional de alimentação e nutrição – PNAN o programa nacional de alimentação escolar – PNAE tem como um espaço propício para desenvolver atividades de promoção da saúde, produção de conhecimentos e de aprendizagem na escola. Atendendo aos requisitos expostos anteriormente, o programa nacional de alimentação escolar -PNAE poderia utilizar o espaço educativo em que se constitui no sentido de provocar o diálogo com a comunidade escolar sobre os fatores que influenciam suas práticas alimentares diárias, possibilitando questioná-las e modificá-las, por meio da discussão de temas como: fatores condicionantes e determinantes de práticas alimentares, crenças e tabus; cuidados de higiene pessoal e ambiental; fatores que influem na produção, na distribuição e acesso aos alimentos; cuidados no preparo e conservação de alimentos e propostas para uma dieta de melhor qualidade, tudo o que foi citado pode estar associado a pratica de atividade física, que é o que mostra o próximo programa(COSTA, RIBEIRO, OTERO, 2001).

A academia da Saúde é uma estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. A iniciativa prevê a implantação de pólos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer com o objetivo de contribuir para a promoção da saúde e produção do cuidado e de modos de vida saudáveis da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

As doenças cardiovasculares são um grave problema de saúde pública e representam a primeira causa de morte no País. Com base nos dados, o Ministério da Saúde está lançando o movimento pratique saúde, desenvolvido em módulos com temas prioritários para a saúde da população e informações sobre riscos e complicações de doenças crônicas, como evitá-las ou retardá-las. O desafio é incorporar na rotina dos serviços de saúde, nas comunidades e, sobretudo na vida de cada cidadão, a prática de hábitos saudáveis de vida que é um dos principais objetivos da próxima política (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

A publicação da Política Nacional de Promoção da Saúde estabelece um compromisso da atual gestão do Ministério da Saúde e na ampliação e qualificaçãodas ações de promoção da saúde nos serviços e na gestão do SUS. Isso  porque, cuidar da vida de modo a reduzir a vulnerabilidade ao adoecimento, incapacidade física, sofrimento crônico e morte prematura de indivíduos, tornou-se mais e mais importante nas últimas décadas. Com esta política o Ministério Da Saúde, assume o desafio de propor uma política transversal, integrada e inter setorial, que faça dialogar as diversas áreas do setor sanitário, os outros setores do governo, os setores privados e não governamental e a sociedade, compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos sejam partícipes no cuidado com a saúde (POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, 2006).

Já no Programa Peso Saudável, a Iniciativa pretende incentivar a adoção de hábitos saudáveis para evitar obesidade e sobrepeso entre os trabalhadores. O programa é realizado pela Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Departamento de Atenção Básica (CGAN/DAB) em parceria com a Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor (CAS). Entre os materiais a serem utilizados durante a campanha de mobilização estão: software interativo para o monitoramento do peso; balanças para pesagem no ambiente de trabalho; cartazes; cartão de peso; folder de divulgação do programa; e Guia Alimentar de bolso (MINISTÉRIO DASAÚDE, 2012).

Com relação à alimentação saudável tem-se o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) que tem como finalidade melhorar o estado nutricional da população, incentivando a disponibilidade física e econômica dos alimentos constituintes de um padrão alimentar e criar as condições para que a população os valorize, aprecie e consuma, integrando-os nas suas rotinas diárias.

Um consumo alimentar adequado e a consequente melhoria do estado nutricional dos cidadãos têm um impacto direto na prevenção e controle das doenças mais prevalentes a nível nacional (cardiovasculares, oncológicas, diabetes, obesidade), mas também deve permitir, simultaneamente, o crescimento e a competitividadeeconômica do país em outros setores como os ligados à agricultura, ambiente,turismo, emprego ou qualificação profissional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

O Programa ABESO foi criado com dois objetivos principais. Primeiro, levar as técnicas de educação para a prevenção da obesidade aos profissionais de saúde,não só aos endocrinologistas médicos em geral, como também aos psicólogos,nutricionistas e professores de Educação Física. O segundo objetivo é alertar a população sobre riscos e cuidados com a doença (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SINDROME METABOLICA, 2012).

Em âmbito estadual encontra-se a APOAC – Associação dos Portadores de Obesidade do Estado do Acre “APOAC” que foi fundada em 24 de agosto de 2002 devido às dificuldades no mau atendimento médico prestado as pessoas portadoras da doença. Atualmente contém cerca de pessoas obesas cadastradas podendo até o final do ano triplicar o número de sócios, daí o grande problema e a preocupação da diretoria é de dar suporte a esses sócios que 90% são obesos, ou seja, que estão acima do peso. O objetivo é dar assistência e tratamento as pessoas que já têm a obesidade generalizada até encaminhá-las à uma cirurgia de redução de estômago, trazer a cirurgia de obesidade para o nosso estado, diminuindo o auto custo da mesma, prestar esclarecimento à sociedade através de seminários, palestras educativas nas escolas, alertando os nossos jovens e adolescente sobre os males que causam a obesidade e doenças relacionadas.

METODOLOGIA

O presente artigo, trata-se de uma revisão de literatura do tipo narrativa. A revisão   da   literatura   é   o   processo   de   busca,   análise   e   descrição   de um corpo do conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica. “Literatura” cobre todo o material relevante que é escrito sobre um tema: livros, artigos de periódicos, artigos de jornais, registros históricos, relatórios   governamentais,   teses   e   dissertações   e    outros    tipos. (ROTHER, Edna: 2007).

Revisão narrativa não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura. A busca pelos estudos não precisa esgotar as fontes de informações. Não aplica estratégias de busca sofisticadas e exaustivas. A seleção dos estudos e a interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade dos autores. É adequadapara a fundamentação teórica de artigos, dissertações, teses, trabalhos de conclusão de cursos. (ROTHER, Edna: 2007)

4.2 ETAPAS DA BUSCA DE DADOS 1ª ETAPA- FONTES

OBS:     metodologia     é      em      sequencia,      não      divido      por      tópicos A seguir estão descritas as fontes que forneceram as resposta adequadas à solução            do        problema         proposto.

Foram utilizados livros divididos em: livros clínicos de nutrição,endocrinologia e saúde pública que abordaram a temática, em idioma português disponível na biblioteca        da        Universidade   federal do        Acre    – UFAC.

Artigos científicos sobre a temática foram acessados na base de dados do Scielo, Medline, Google Acadêmico. Além das bases de dados foi utilizadosite do Abeso, Portal de Saúde e Ministério da Saúde, foram utilizados vários artigos, disponíveis online em texto completo. Os seguintes descritores foram aplicados: obesidade, impactos       da       obesidade,       políticas           públicas   e    obesidade. Para a seleção das fontes, foram considerados como critério de inclusão as bibliografias que abordaram a obesidade e consequentemente a temática, e foram excluídas aquelas que não atenderam a temática.

2ª  Etapa  –  Coleta  de   Dados A   coleta  de  dados  seguiu a          seguinte  premissa:

Leitura exploratória de todo o material selecionado (leitura rápida que objetiva  verificar  se  a  obra  consultada   é  de        interesse do  trabalho);

Leitura seletiva (leitura mais aprofundada das partes que realmente interessam).

3ª       Etapa       –       Análise       e       Interpretação        dos        Resultados Nesta etapa foi realizada uma leitura analítica com finalidade de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes de forma que estas possibilitassem a obtenção de resposta ao problema de pesquisa.

4ª Etapa- Coleta de dados quantitativos e documentação direta .

DISCUSSÃO

A obesidade é definida como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que apresenta risco a saúde do indivíduo, e seus índices populacionais crescem a cada ano de maneira global (MALLMANN, 2012). O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade tem acontecido em idades cada vez mais precoces e vem ocasionando a preocupação de pesquisadores e profissionais de saúde ocasionando danos e agravos à saúde provocada pelo excesso de peso (ENES E SLATER, 2010).

Nas últimas décadas a obesidade é considerada um problema de saúde pública, segundo a prevalência, nota-se um crescimento em quase todo o mundo,sendo considerada uma epidemia global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2005 havia aproximadamente 1,6 bilhões de adultos com sobrepeso e pelo menos 400 milhões de adultos eram obesos em todo o mundo. Portanto, é um problema complexo e exige estratégias preventivas na tentativa de controlar e tratar essa doença e suas complicações (SANTOS, NUNES, TAVARES, 2009).

De acordo com Enes e Slater (2010) a obesidade tem sido descrita como um importante problema de saúde pública da atualidade e vem ganhando destaque no cenário epidemiológico mundial, onde, sua prevalência teve um aumento significativo nas últimas décadas em todo o mundo, inclusive nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde anteriormente predominava os problemas relacionados à desnutrição.

A modernização é um fator que explica o crescimento acelerado da obesidade na população, onde tem provocado mais oferta de alimentos aliada à melhoria das formas de trabalho, devido à mecanização e à automação das atividades (OBS: confusa). O modo de viver foi alterado pela economia do gasto energético no trabalho e nas atividades de vida diária, associada à maior oferta de alimentos. Outros fatores que podem ser associados ao ganho excessivo de peso são as mudanças em alguns momentos da vida (ex.: casamento, viuvez, separação),determinadas situações de violência, fatores psicológicos (como o estresse, a ansiedade, a depressão e a compulsão alimentar), alguns tratamentosmedicamentosos (psicofármacos e corticoides), a suspensão do hábito de fumar, o consumo excessivo de álcool e a redução drástica de atividade física (SANTOS,NUNES, TAVARES, 2009).

Além de todas as implicações e impactos físicos, a obesidade influencia em outros aspectos do ser humano como, redução da qualidade de vida, alterações no convívio social, dificuldades em suas funcionalidades e atividades de vida diárias. Outro ponto que merece destaque é a alteração da imagem corporal provocada pelo aumento de peso, produzindo uma diminuição da autoimagem e desvalorização no seu autoconceito psicológico. Tendo como consequência, o surgimento de sintomas depressivos, ansiosos, diminuição da sensação de bem-estar e aumento da sensação de inadequação social relacionado com consequente degradação do desempenho. (BROWNE et al.,1997)

Os maiores problemas sociais encontrados pelos obesos são o preconceito e a discriminação, seja no trabalho e na sociedade geral, além dos impactos nos relacionamentos interpessoais (KOLOTKIN et al., 2006). Obesidade passa a se tornar uma característica negativa, não por conta de sua aparência, mas quando afeta sua capacidade psicológica e funcional influenciando diretamente na qualidade de vida. Entretanto, é no aspecto psicológico que se inicia um distúrbio, por meio de depressão, nervosismo, ansiedade e assim pode acarretar ao individuo um sedentarismo. Devido aos distúrbios, o indivíduo encontra no alimento uma forma de saciar suas ansiedades e desejos não realizados. Critica-se uma pessoa com obesidade por não tentar emagrecer, mas não se leva em consideração suas condições sociais, psicológicas e físicas.

O preconceito tem raízes profundas que vem da infancia, na qual, são vistas como preguiçosas, sujas, burras, mentirosas e feias, também, têm influencia em alguns tipos de trabalho, são descritos como menos qualificados gerando problemas emocionais e interpessoais, que impacta nas chances de serem admitidos em escolas de prestígio ou em profissões mais atraentes (SANTOS, NUNES,TAVARES, 2009).

A obesidade além de ter impactos físicos, sócio econômico e psicológico, há sobre a pessoa obesa a discriminação por conta da sua imagem corporal, o que os leva a ter sua autoestima abalada e pensar que não pode realizar certas atividades por conta de seu corpo. Hoje já são estudados métodos de prevenção, mas por faltade acesso ou por não ter como se locomover em casos extremos, não ter um apoio familiar, e por fim, ver que existem vários modos e programas implantados pelos órgãos de promoção a saúde que não dão resultado algum ou que não são acompanhados corretamente, essas pessoas acabam desistindo ou até    mesmo   nem   começam        tratamento  algum. Qual a importância realmente de um obeso pra sociedade? Qual é o impacto que um obeso causa na sociedade? Ou na verdade não seria o contrário? Qual o impacto que a sociedade causa na obesidade?

A   iniciativa   de   melhorar   de    vida  e   ter hábitos saudáveis com certeza deve partir da pessoa com obesidade, mas a sociedade tem um papel muito importante neste processo que seria incentivando o mesmo a cuidar da própria saúde, a fim de elevar sua autoestima e dar o retorno à sociedade através da melhora em termos físicos. Pois um adulto obeso pode construir uma família obesa, por conta de hábitos alimentares inadequados e transmitidos de geração a geração.

Nesta pesquisa podemos constatar a diversidade de artigos sobre obesidade de forma geral. Nota-se a dificuldade em encontrar artigos relacionados as políticaspúblicas voltadas para o assunto, a critério de regulação e avaliação dessas políticas, e seria de grande utilidade por ser uma questão de nível social e epidemiológico.Tendo em vista que poderia ter uma avaliação quanto aos programas, mostrando seus resultados, podendo até reduzir a taxa de sobrepeso e obesidade no país.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A obesidade é uma das patologias nutricionais que mais tem apresentado níveis de prevalência, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, assumindo proporções epidêmicas, o que inclui o Brasil.

A partir da análise dos artigos abordados nesse trabalho, pode-se observar que, para a prevenção do aumento da população obesa no Brasil, é fundamental que seja feito um acompanhamento nutricional rígido desde a infância, pois é através dessa fase que podemos começar a combater a obesidade. Os artigos mostram que a principal maneira de prevenir a obesidade é passar as instruções desde a infância, podendo assim evitar a obesidade no futuro, pois os hábitos alimentares adquiridos na infância tem a maior possibilidade de se manter na vida adulta.

O alto risco que a obesidade representa para a saúde, as medidas de prevenção e controle da obesidade devem ser consideradas como prioridade em relação à saúde pública e políticas públicas, com ênfase em alimentação saudável, atividade física regular, mudanças de hábitos e estilo de vida.

Entretanto, espera-se que a presente revisão, venha contribuir para profissionais de saúde e que sirva de subsídios para pesquisas futuras, com o intuito de identificar as causas dos problemas encontrados visando melhorar a proposta para prevenção na obesidade. Além dos programas que existem que se possam ter pesquisas e estudos para avaliar e regular os programas propostos pelo Ministério da Saúde e diretrizes, assim, fazendo uma promoção da saúde, digna de tantos programas citados nesta revisão. Amostra desta revisão de literatura teve como foco descrever, fazer uma narrativa sobre a obesidade, seus impactos e a relação das políticas públicas nessa temática .

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¹ Bacharel em Saúde Coletiva , Especialista em Saúde da Familia e Fisiologia Aplicada a Ciência da Saúde e Discente do Curso de Graduação em Enfermagem Universidade da Amazônia – UNAMA RIO BRANCO -AC

² Discente do Curso de Graduação em Enfermagem Universidade da Amazônia – UNAMA RIO BRANCO -AC

³ Enfermeira, Especialista em Atenção Primária com Ênfase na Estratégia de Saúde da Família, Docente do Curso de Graduação em Enfermagem ,Universidade da Amazônia – UNAMA RIO BRANCO -AC