IMPACTO DA COVID-19 NOS SETORES DE ENGENHARIA: UMA ANÁLISE INTEGRADA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10152792


Fábio Herrera Fernandes1; Gabriel Martins dos Santos2; Gabriela Azevedo Rabelo3; Juliano Souza Costa Fandinho Castro4; Avenilson Gomes da Trindade5; Tony Edgley Catão Tenório6; André de Souza França7; Uéverton Fraga de Paula8; Aurélio Marcos dos Santos Moitinho9; Almir dos Reis Borges10; Rafael Luis da Silva11


Resumo:

Em 2020, o Brasil e o mundo enfrentam um colapso sanitário devido à pandemia da COVID-19. Esta crise afetou profundamente todos os setores da sociedade, incluindo a construção civil. Em resposta a este novo contexto, as empresas do setor foram compelidas a revisar e adaptar seus procedimentos nos canteiros de obras, buscando conformidade com as medidas de controle do vírus. No entanto, além das mudanças operacionais, a pandemia resultou em significativos desafios econômicos para o mercado da construção civil brasileira. Este estudo analisa o impacto da COVID-19 no setor de engenharia, explorando tanto as alterações comportamentais quanto as consequências financeiras decorrentes deste período sem precedentes.

Palavras-chave: Construção Civil, Pandemia, Inovação, Mercado Imobiliário, Recuperação Econômica.

Abstract:

In 2020, Brazil and the world faced a sanitary collapse due to the COVID-19 pandemic. This crisis profoundly impacted all sectors of society, including civil engineering. In response to this new context, companies in the field were compelled to review and adapt their procedures on construction sites, ensuring compliance with virus control measures. However, beyond operational changes, the pandemic resulted in significant economic challenges for the Brazilian civil engineering market. This study examines the impact of COVID-19 on the engineering sector, exploring both behavioral changes and the financial consequences arising from this unprecedented period.

Keywords: Civil Construction, Pandemic, Innovation, Real Estate Market, Economic Recovery.

1. Introdução

Em face da globalização e avanços tecnológicos, o setor de construção civil sempre demonstrou resiliência e adaptabilidade diante de inúmeros desafios. No entanto, a irrupção da COVID-19 em 2019 apresentou desafios sem precedentes. A literatura existente indica que a pandemia afetou não apenas a saúde global, mas também desencadeou repercussões econômicas e sociais em quase todos os setores industriais (SOARES; VASCONCELOS, 2023).

Contudo, enquanto vários estudos têm se focado nos impactos diretos da pandemia em áreas como saúde, turismo e comércio, existe uma lacuna significativa no entendimento de como a construção civil, um pilar da infraestrutura e desenvolvimento econômico, tem enfrentado e respondido a estes tempos turbulentos. Especificamente, pouco foi explorado sobre os efeitos de médio a longo prazo da COVID-19 na construção civil brasileira e as estratégias adaptativas adotadas pelo setor.

Deste modo, o objetivo deste trabalho é investigar os impactos multifacetados da pandemia de COVID-19 no mercado da construção civil brasileira e identificar as abordagens inovadoras adotadas pelas empresas para navegar por este período desafiador. Para atingir este propósito, uma revisão bibliográfica abrangente será combinada com uma análise aprofundada de indicadores do mercado imobiliário e insights de especialistas do setor.

A abordagem metodológica adotada é vital, pois combina tanto perspectivas quantitativas quanto qualitativas, permitindo uma análise holística dos desafios e respostas do setor. Ao incorporar múltiplas fontes e métodos, este estudo busca apresentar uma compreensão robusta e detalhada dos efeitos da pandemia e das potenciais trajetórias de recuperação.

É imperativo reconhecer que a construção civil não apenas reflete, mas também molda a paisagem econômica de uma nação. Ao entender e abordar os impactos da COVID-19 neste setor, pode-se não apenas auxiliar na sua recuperação, mas também fortalecer a resiliência de toda a economia brasileira face a futuras adversidades.

2. Metodologia

Baseado nas orientações de Gil (2022), este estudo se fundamenta em uma pesquisa de revisão de literatura, uma abordagem qualitativa que analisa, sintetiza e interpreta estudos já publicados em uma área específica, neste caso, o impacto da COVID-19 no setor de engenharia, especificamente na construção civil. A revisão bibliográfica foi escolhida por permitir uma compreensão abrangente e crítica do que já foi estudado, identificando lacunas, consolidando informações e apresentando novas perspectivas sobre o tema.

A seleção dos materiais ocorreu de forma criteriosa. Foram consultadas bases de dados acadêmicas, revistas especializadas e periódicos de renome para garantir a qualidade e relevância das fontes. Os critérios para a seleção das fontes incluíram: publicações que tratam especificamente dos efeitos da COVID-19 no setor da construção civil, publicações dos últimos três anos para garantir a atualidade dos dados, e trabalhos escritos por autores renomados no campo da engenharia e economia, como salientado por Lakatos e Marconi (2022).

Simultaneamente, conforme a abordagem de Almeida (2022), a coleta de dados foi realizada através da leitura atenta e anotada dos estudos selecionados. Ao analisar os dados coletados, houve a preocupação em identificar padrões, tendências, contradições e conclusões similares entre os diferentes autores. A intenção era, não apenas relatar as descobertas desses autores, mas interpretá-las dentro do contexto maior do impacto global da pandemia e suas consequências econômicas.

Dado que este trabalho não adota uma análise quantitativa, não houve necessidade de aplicação de ferramentas estatísticas. No entanto, foram utilizadas técnicas de síntese qualitativa para agrupar informações e fornecer uma visão consolidada das descobertas como recomendado por Junior e Batista (2023).

Para melhor visualização e compreensão da metodologia adotada, um fluxograma foi desenvolvido. Nele, é possível observar, de forma sequencial, os passos adotados: 

Figura 01: Fluxograma de desenvolvimento da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelo autor. 

A relevância deste método se justifica pela capacidade de oferecer uma visão holística dos impactos da COVID-19 na construção civil, utilizando-se de evidências previamente publicadas. Além disso, ao adotar uma metodologia de revisão bibliográfica, este trabalho está fundamentado em estudos rigorosos e, por consequência, contribui para a validade e credibilidade da pesquisa dentro do campo acadêmico e profissional.

3. Resultados e Discussão

3.1. Impacto Imediato da COVID-19 na Construção Civil

A pandemia de COVID-19, uma emergência de saúde sem precedentes no século XXI, desencadeou uma série de interrupções em vários setores em escala global. A construção civil, reconhecida pela sua fundamental importância econômica, não foi exceção (COLARES; GOUVÊA; COSTA, 2021)..

Estatísticas Globais e Brasileiras: Em nível global, o setor de construção sofreu uma retração significativa durante os primeiros meses da pandemia. De acordo com um relatório da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o PIB global da construção civil caiu 6,3% em 2020, o que representou a maior queda desde a década de 1980. No Brasil, esse impacto foi grande Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, apenas nos primeiros três meses após o anúncio da pandemia, houve uma queda de 2,4% nas atividades relacionadas à construção civil, perdendo 440 mil ocupações (CBIC, 2020).

Desafios Enfrentados pelo Setor: Um dos desafios mais evidentes enfrentados pela construção civil foi a interrupção abrupta de obras, seja por medidas de isolamento impostas ou pelo contágio de trabalhadores. Esta interrupção causou atrasos, custos adicionais e renegociações contratuais, trazendo incertezas para investidores e contratantes como mencionado no trabalho de Torres et al. (2022). Outro desafio significativo foi a escassez de materiais. Com as cadeias de abastecimento global interrompidas, tornou-se difícil para as construtoras obterem os recursos necessários, elevando os preços e estendendo os prazos de entrega. A logística também se mostrou problemática, com restrições de transporte e barreiras comerciais, dificultando ainda mais o fluxo regular do setor (NASCIMENTO et al., 2022).

Contextualizando o Impacto: A construção civil, além de seu valor intrínseco, desempenha um papel essencial na economia global e brasileira. O impacto imediato da COVID-19 nesse setor não se limita apenas aos números, mas repercute em empregos, investimentos e na capacidade do país de fornecer infraestrutura essencial. Esta perturbação, consequentemente, destaca a vulnerabilidade do setor a eventos globais inesperados e amplifica a necessidade de estratégias robustas de gestão de crises.

3.2. Respostas Governamentais e Institucionais

A velocidade e magnitude do impacto da COVID-19 na economia global levaram a uma reação imediata por parte dos governos e instituições. Na construção civil, setor de relevância estratégica dada sua capacidade de geração de empregos e contribuição ao PIB, essas respostas foram cruciais.

Medidas Governamentais (Nacionais e Locais): Em nível nacional, o governo brasileiro lançou uma série de medidas de alívio financeiro para sustentar a economia durante a crise, dentre elas, políticas específicas voltadas para a construção civil. Estas incluíram linhas de crédito especiais, postergação de impostos, e incentivos para manutenção de empregos. Em nível local, diversos governos estaduais e municipais implementaram programas de incentivo à retomada das obras públicas, visando impulsionar a atividade econômica regional (TONETTO 2021).

Análise da Eficácia das Políticas Adotadas: Enquanto algumas dessas medidas provaram ser benéficas ao oferecer um alívio imediato ao setor, sua eficácia no longo prazo ainda é objeto de debate. Por exemplo, a postergação de impostos, apesar de oferecer alívio imediato, poderia resultar em endividamento futuro para algumas empresas. As linhas de crédito, embora cruciais, também vieram com sua própria série de desafios, incluindo taxas de juros variáveis e critérios de elegibilidade rigorosos (COLARES et al., 2021).

Implicações de Longo Prazo para o Setor: A construção civil, embora resiliente, enfrenta um futuro incerto. As respostas governamentais, por mais bem-intencionadas que tenham sido, não podem ser vistas isoladamente. O setor requer uma visão holística que considere não apenas as necessidades imediatas, mas também os desafios futuros. A discussão sobre o equilíbrio entre auxílio imediato e sustentabilidade de longo prazo torna-se, assim, central.  (COLARES et al., 2021).

Iniciativas Institucionais: Além das respostas governamentais, é essencial destacar o papel das instituições setoriais, como sindicatos e associações de construção civil. Estas entidades têm sido fundamentais na mediação entre empresas, trabalhadores e governo, propondo soluções, diretrizes e protocolos de segurança para retomada das atividades. (DIAS, 2022)

3.3. O Mercado Imobiliário em meio à Pandemia

A pandemia da COVID-19 introduziu um cenário de incerteza e adaptação, e o mercado imobiliário não foi exceção. Tradicionalmente um dos setores mais resilientes da economia, o mercado imobiliário vivenciou mudanças significativas em resposta aos novos desafios e comportamentos da sociedade.

Demanda por Propriedades Durante a Pandemia: A demanda por propriedades sofreu oscilações durante os primeiros meses da pandemia. O cenário inicial de incerteza econômica e o isolamento social reduziram a busca por novos imóveis. Entretanto, à medida que a pandemia se estendeu, uma reavaliação das necessidades habitacionais da população desencadeou novas tendências de procura (FEITOZA; SIMÕES, 2021).

Fatores que Influenciaram a Demanda: Feitoza e Simões (2021) afirmam que diversos fatores moldaram essa nova demanda. O trabalho remoto, adotado amplamente, provocou uma reavaliação dos espaços residenciais. A necessidade de um home office adequado, espaços de lazer integrados e ambientes mais confortáveis tornou-se essencial para muitos. Além disso, a percepção de risco em áreas densamente povoadas levou à valorização de propriedades em regiões rurais com mais facilidade de acesso aos grandes centros urbanos.

Mudanças de Preferência no Mercado Imobiliário: A pandemia trouxe uma reflexão sobre o conceito de lar e suas funcionalidades. A busca por espaços mais amplos, com áreas verdes e mais próximas à natureza, aumentou. Apartamentos com varandas espaçosas, casas com quintais e propriedades em cidades menores ou zonas rurais passaram a ser mais valorizadas. Em contrapartida, os tradicionais centros urbanos, antes tão desejados por sua proximidade com o trabalho e serviços, começaram a ser vistos como menos atrativos para uma parcela da população. (FIDELIS, 2023).

Impactos Econômicos e Projeções Futuras: O mercado imobiliário, em resposta a essas mudanças de comportamento, precisou se adaptar. Enquanto alguns segmentos, como o de imóveis de luxo em áreas menos densas, viram um boom, outros, como o mercado de escritórios corporativos nos centros urbanos, enfrentam desafios. A longo prazo, é essencial analisar como essas tendências se solidificaram e quais serão os novos paradigmas do mercado imobiliário pós-pandemia (FIDELIS, 2023). 

3.4 Adaptações e Inovações no Setor

A pandemia da COVID-19 provocou uma reavaliação urgente dos métodos e práticas no setor de construção civil. A necessidade de operar em um ambiente de riscos à saúde, combinada com as restrições impostas pelas autoridades, levou a uma série de adaptações e inovações no setor. Estas mudanças, muitas das quais podem perdurar pós-pandemia, refletem a capacidade de resiliência e inovação da indústria.

Implementação de Protocolos de Saúde e Segurança: O foco inicial foi garantir a saúde dos trabalhadores no canteiro de obras. As empresas adotaram protocolos rígidos, que incluíam medição de temperatura, uso obrigatório de máscaras, distanciamento social e sanitização regular dos equipamentos. Além disso, houve uma reorganização nos turnos de trabalho para reduzir o número de trabalhadores presentes simultaneamente, minimizando o risco de contágio (TONETTO et al., 2021).

Inovações Tecnológicas Aceleradas pela Pandemia: A pandemia serviu como catalisador para a adoção de novas tecnologias e a aceleração da digitalização em vários aspectos da construção civil. Uma dessas inovações foi a construção modular, onde os componentes são fabricados em um ambiente controlado e depois montados no local. Isso não só melhora a eficiência, mas também reduz a necessidade de mão-de-obra no local, minimizando a exposição ao vírus. Outra inovação significativa foi a digitalização de processos, desde a concepção do projeto até a gestão de canteiros de obras através de softwares integrados, plataformas de realidade virtual para visualização de projetos e sistemas de gerenciamento remoto (TONETTO et al., 2021).

Sustentabilidade e Eficiência Energética: Segundo Tonetto et al. (2021), em meio às adaptações, muitas empresas perceberam a necessidade de tornar seus processos mais sustentáveis. As práticas construtivas começaram a se inclinar mais fortemente para a sustentabilidade, considerando a eficiência energética, a minimização do desperdício e a adoção de materiais ecologicamente corretos (COLARES et al., 2021)..

Perspectivas Futuras: Enquanto muitas dessas adaptações foram respostas diretas à crise, elas têm o potencial de influenciar a direção futura da construção civil. É provável que vejamos um setor mais ágil, tecnologicamente avançado e sustentável no futuro.

3.5. Construção Civil: Um Setor Essencial em Tempos de Crise

A pandemia da COVID-19, além de um desafio de saúde, trouxe uma crise econômica e social sem precedentes para muitos países. Em meio a este cenário, o setor da construção civil emergiu não apenas como um pilar fundamental para a infraestrutura, mas também como um motor significativo para a recuperação econômica.

Resposta Imediata à Crise de Saúde: Quando a gravidade da pandemia se tornou aparente, houve uma necessidade urgente de ampliar a infraestrutura de saúde. A construção civil respondeu rapidamente a esta necessidade. Em vários países, vimos a rápida construção de hospitais de campanha e centros de isolamento, projetados especificamente para tratar pacientes com COVID-19. Estes estabelecimentos foram essenciais para evitar o colapso dos sistemas de saúde e demonstraram a capacidade do setor de responder a demandas urgentes e críticas (TONETTO et al., 2021).

Papel Econômico e Social Crucial: Com muitos setores enfrentando desaceleração ou até mesmo paralisação, a construção civil manteve-se ativa, fornecendo emprego e sustento para milhões. A continuidade dos projetos de construção não apenas ajudou a minimizar os impactos econômicos da pandemia, mas também desempenhou um papel crucial em preparar as cidades para uma recuperação mais rápida (SILVA, 2023).

Recuperação Pós-pandemia: À medida que os países começam a vislumbrar a recuperação, o setor da construção civil será central para reconstruir economias. A renovação de infraestruturas, a construção de novos empreendimentos e a requalificação de espaços urbanos serão essenciais para impulsionar o crescimento econômico, criar empregos e melhorar a qualidade de vida nas cidades (COLARES et al., 2021).

A Construção Civil como Símbolo de Resiliência: Além de seu papel tangível, o setor da construção civil tornou-se um símbolo de resistência e adaptabilidade. Em face da adversidade, as empresas de construção demonstraram uma capacidade notável de inovar, adaptar-se e superar desafios, reforçando a ideia de que a construção não é apenas um setor essencial, mas também um pilar da resiliência social e econômica (SILVA, 2023).

3.6. Perspectivas Futuras e Lições Aprendidas

O desafio sem precedentes imposto pela pandemia da COVID-19 não foi apenas uma tempestade a ser navegada pelo setor da construção civil, mas também uma oportunidade de introspecção, aprendizado e inovação. Enquanto a indústria lida com as repercussões imediatas, é fundamental olhar para o futuro, antecipando tendências emergentes e absorvendo lições cruciais (DIAS et al., 2018).

Tendências Emergentes: A pandemia ressaltou a necessidade de resiliência e adaptabilidade no setor da construção. Observa-se um crescente interesse em soluções de construção sustentável e eco-friendly, em resposta tanto à demanda do consumidor quanto às mudanças regulatórias. Além disso, a digitalização, que foi acelerada durante a pandemia, deve continuar a desempenhar um papel importante, com mais empresas adotando ferramentas de realidade aumentada, impressão 3D e gestão de projetos baseada em nuvem (RODRIGUES et al., 2023).

Lições de Resiliência e Adaptabilidade: A capacidade de adaptar-se rapidamente, seja por meio da implementação de novos protocolos de saúde ou pela adoção de tecnologias emergentes, provou ser crucial. Estas lições reforçam a ideia de que a adaptabilidade não é apenas desejável, mas essencial para a sobrevivência e prosperidade a longo prazo (COLARES et al., 2021)..

Políticas e Regulamentações Futuras: Os governos ao redor do mundo perceberam a importância crítica da construção civil para a economia e a infraestrutura. É provável que vejamos políticas mais favoráveis ao setor, incentivando a inovação e a sustentabilidade. As lições da pandemia também podem influenciar futuras regulamentações de segurança e saúde, garantindo que o setor esteja melhor preparado para enfrentar desafios semelhantes no futuro.

Um Setor mais Fortalecido: Em meio aos desafios, a pandemia também ofereceu ao setor da construção civil uma oportunidade única de introspecção e autoavaliação. O foco renovado na formação e desenvolvimento de habilidades, bem como a maior colaboração entre as partes interessadas, são indicativos de um setor que está não apenas se recuperando, mas se fortalecendo para o futuro.

4. Conclusão

A pandemia da COVID-19 trouxe à tona desafios sem precedentes em diversos setores, com a construção civil não sendo exceção. No entanto, em meio à crise, o setor demonstrou uma notável capacidade de adaptação e inovação, atuando como um pilar fundamental para a resposta global ao vírus e destacando sua relevância intrínseca para a infraestrutura e economia das nações.

Este estudo explorou a profundidade do impacto da pandemia no setor de construção civil, desde as perturbações imediatas até as respostas governamentais e institucionais. Foi evidenciada a forma dinâmica com que o mercado imobiliário respondeu às mudanças de demanda e as inovações adotadas pelas empresas para garantir a continuidade de suas operações.

A construção civil provou ser mais do que apenas um segmento econômico; foi um setor vital em tempos de crise, desde a rápida construção de instalações médicas até a promoção de uma recuperação econômica pós-pandemia. Olhando para o futuro, as lições aprendidas e as tendências emergentes sugerem um setor fortalecido, mais resiliente e preparado para enfrentar e superar adversidades futuras.

Em última análise, este estudo ressalta a natureza essencial da construção civil, seu caráter inovador e sua capacidade de se reinventar diante dos desafios. Estes insights não apenas destacam a importância do setor, mas também oferecem uma visão otimista de um futuro em que a construção civil, armada com as lições do passado, continua a desempenhar um papel central no desenvolvimento global.

Referências

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1Acadêmico de Engenharia Elétrica no Centro Universitário São Lucas. E-mail: fabio26012002@gmail.com
2Acadêmico de Engenharia Civil no Centro Universitário São Lucas. E-mail: zumarabelo224@gmail.com
3Acadêmico de Engenharia Civil no Centro Universitário São Lucas. E-mail: gabrielmartinssantos11@gmail.com
4Acadêmico de Engenharia Civil no Centro Universitário São Lucas. E-mail: fabio26012002@gmail.com
5Servidor Público no Governo do Estado de Rondônia; E-mail: avenilson@hotmail.com
6Acadêmico do Curso de Mestrado na Universidade Brasil: tony.tenorio@hotmail.com
7Acadêmico do Curso de Mestrado na Universidade Brasil: andrefranca_19@hotmail.com
8Acadêmico de Mestrado em Administração Pública em Rede Nacional – PROFIAP da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. . E-mail: fragosopvhro@gmail.com
9Acadêmico de Mestrado pela Universidade Brasil. E-mail: aureliomoitinho@gmail.com
10Acadêmico de Mestrado pela Universidade Brasil. E-mail: almir.idaron@gmail.com
11Professor Ms. no Centro Universitário São Lucas. E-mail: rafael.luis@saolucas.edu.br