IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM POLITRAUMATISMO: UM ENSAIO DA LITERATURA BRASILEIRA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202412310731


Raíssa da Conceição Salles1; Wanderson Alves Ribeiro2; Gabriel Nivaldo Brito Constantino3; Dayane da Cunha Prevost4; Giovanna Alhan de Oliveira5; Ricardo Melo Peres Sapucaia6; Raphael Barbosa Silva7; Keila do Carmo Neves8; Daniela Marcondes Gomes9; Bruna Porath Azevedo Fassarela10


RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar os principais diagnósticos de enfermagem em pacientes com politraumatismo, com base na literatura brasileira. A pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa utilizou bases de dados como BVS, LILACS, MEDLINE e Google Acadêmico, abrangendo artigos publicados entre 2019 e 2023. A análise temática identificou quatro categorias principais: protocolo de atendimento pré-hospitalar, protocolo de atendimento intra-hospitalar, aplicação do processo de enfermagem e principais diagnósticos, intervenções e resultados esperados. Protocolos específicos como XABCDE e SAMPLA foram destacados pela sua importância na avaliação e manejo inicial dos pacientes. Os principais diagnósticos de enfermagem incluíram risco de choque hipovolêmico, alteração na troca gasosa, dor aguda e risco de infecção, com intervenções específicas para cada um. A aplicação do processo de enfermagem mostrou-se crucial para a prestação de cuidados sistemáticos e individualizados. Este estudo contribui para a prática clínica ao fornecer um guia estruturado para a identificação e manejo das necessidades dos pacientes com politraumatismo, promovendo um cuidado de enfermagem mais eficiente e baseado em evidências.

Descritores: Diagnósticos de enfermagem; Emergência; Traumatismo múltiplo.

ABSTRACT

This study aimed to analyze the main nursing diagnoses in polytrauma patients based on Brazilian literature. The qualitative bibliographic research utilized databases such as BVS, LILACS, MEDLINE, and Google Scholar, covering articles published between 2019 and 2023. The thematic analysis identified four main categories: pre-hospital care protocol, in-hospital care protocol, application of the nursing process, and main diagnoses, interventions, and expected outcomes. Specific protocols such as XABCDE and SAMPLA were highlighted for their importance in the initial assessment and management of patients. The main nursing diagnoses included risk of hypovolemic shock, impaired gas exchange, acute pain, and risk of infection, with specific interventions for each. The application of the nursing process proved crucial for providing systematic and individualized care. This study contributes to clinical practice by providing a structured guide for identifying and managing the needs of polytrauma patients, promoting more efficient and evidence-based nursing care.

Descriptors: Nursing diagnoses; Emergency; Multiple trauma.

INTRODUÇÃO

A motivação para o desenvolvimento desta pesquisa surgiu da participação ativa em uma liga acadêmica com foco em emergência, especialmente em enfermagem. Essa experiência proporcionou uma visão aprofundada dos desafios e das complexidades envolvidas no cuidado de pacientes com politraumatismo, evidenciando a necessidade de um entendimento mais sistemático e fundamentado dos diagnósticos de enfermagem e das intervenções apropriadas. A interação com casos reais e a discussão de estratégias de manejo em situações críticas despertaram o interesse em explorar e documentar as melhores práticas e abordagens baseadas em evidências, visando aprimorar a qualidade do atendimento e a eficácia das intervenções de enfermagem.

Além disso, o envolvimento na liga acadêmica destacou lacunas significativas na literatura e na prática clínica relacionadas ao politraumatismo, o que motivou a pesquisa a buscar respostas e soluções concretas. A experiência prática e o contato direto com situações emergenciais evidenciaram a necessidade de um quadro organizado que consolidasse os diagnósticos, intervenções e resultados esperados, oferecendo um recurso valioso para os profissionais de enfermagem. Esse contexto acadêmico e prático serviu como um catalisador para a investigação, direcionando a pesquisa para a criação de um guia que facilite a tomada de decisões e a implementação de cuidados eficazes, melhorando, assim, a abordagem do atendimento a pacientes com politraumatismo.

Em uma primeira análise, define-se politraumatismo quando um indivíduo é acometido por múltiplas lesões que podem ocorrer em diversos órgãos e sistemas, ocorrendo uma troca de energia dos tecidos com o meio.O enfermeiro no atendimento pré-hospitalar tem como papel principal prestar os primeiros cuidados necessários a pessoa que necessita de cuidados, esses cuidados devem ser feitos de maneira eficaz, com objetivo principal de estabilizar o paciente bem como diminuir os agravos que podem acometer o paciente evitando uma piora do seu quadro (Ferreira et al., 2024; Matheus et al., 2024).

O trauma é considerado um sério problema de saúde pública no Brasil, exercendo um impacto significativo na morbimortalidade da população. Aproximadamente 1 milhão de acidentes são registrados anualmente no país, resultando em cerca de 40 mil óbitos e aproximadamente 370 mil pessoas feridas, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Os acidentes de trânsito, que envolvem condutores de motos, carros, bicicletas e pedestres, são identificados como a principal causa de trauma, com os jovens e saudáveis sendo o grupo mais afetado (Ferreira et al., 2024).

O Processo de Enfermagem (PE)é uma metodologia de trabalho fundamental para nortear as ações do cuidado de enfermagem ao indivíduo no contexto saúde-doença tendo como objetivo reunir as atividades de enfermagem para que não sejam feitas de forma isolada e façam parte de um processo. Este processo é orientado pelo menos por uma teoria, sendo composto por etapas ordenadas, dinâmicas, interacionais e independentes, podendo ocorrer em qualquer cenário da atenção direta ao cliente (Matheus et al., 2024).

Em análogo ao supracitado, elenca-se que o PE é de suma importância para o diagnóstico do enfermeiro.  Deste modo, para prestar cuidados de forma eficaz, segura e com qualidade, o enfermeiro se utiliza dele como instrumento de cunho metodológico e científico, o qual é composto por cinco etapas que são interdependentes e inter-relacionadas. Assim, cabe a este profissional ter a liderança na execução e na avaliação do PE, exercendo privativamente o diagnóstico de enfermagem bem como a prescrição das intervenções de enfermagem a serem realizadas (De Oliveira et al., 2024)

A assistência do enfermeiro na emergência exige um conjunto de competências, como o trabalho em equipe, a liderança, a humanização, o relacionamento interpessoal, a tomada de decisão, a proatividade e ainda se ressalta o desempenho assistencial fundamentado em conhecimento científico, o qual garante a autonomia profissional do enfermeiro que reflete diretamente na tomada de decisão e cuidado de enfermagem (Albino et al., 2024). 

Deste modo, este profissional deve utilizar o Processo de Enfermagem como ferramenta para Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)para que se tenha uma assistência eficaz por meio da agilidade e habilidade da equipe de enfermagem, a qual, por meio desta organização, terá a capacidade de elencar prioridades e traçar os cuidados de forma abrangente, a fim de envolver não só os sinais e sintomas apresentados, mas também a subjetividade do ser humano (Albino et al., 2024; Ferreira et al., 2024)

Em   muitos   casos, o   paciente   vítima   de politrauma pode apresentar evolução clínica agravada e necessita de assistência em UTI. Sendo assim, o indivíduo acometido por traumatismo necessita de avaliação sistemática precoce permitindo identificar e tratar imediatamente as lesões que acarretem risco de vida ou complicações de seu estado geral. Logo, como o Enfermeiro é um dos principais profissionais responsáveis pelo atendimento inicial, pelo cuidado e manutenção da vida do paciente vítima de traumatismo, pode dificultar a implementação do PE de maneira eficaz devido à necessidade de agilidade acerca do atendimento (Pinheiro et al., 2024).

Outrossim, no que tange a assistência prestada, o enfermeiro proporciona assistência constante durante todo o processo de internação, fundamental na recuperação de pacientes politraumatizados. Logo, devido à situação de extrema fragilidade em que o paciente se encontra, desencadeia-se uma situação de vulnerabilidade emocional, o que faz necessário um olhar holístico por parte deste profissional para que se possa ter um cuidado individualizado e que contemple todas as demandas deste paciente, sejam elas físicas ou emocionais (Albino et al., 2024)

Diante do exposto, este artigo tem como objetivo analisar o processo de enfermagem em pacientes com politraumatismo. Os objetivos específicos incluem descrever as fases do processo de enfermagem e sua aplicação prática no cuidado de pacientes com politraumatismo; identificar os principais diagnósticos de enfermagem que emergem em tais casos; elencar as intervenções de enfermagem e os resultados esperados a partir dos diagnósticos estabelecidos; e, por fim, propor recomendações para a prática de enfermagem com base na análise dos resultados encontrados.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa. Cabe ressaltar que a pesquisa bibliográfica que é desenvolvida com auxílio de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Contudo em grande parte dos estudos seja exigido algum tipo de trabalho deste gênero, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (Gil, 2008).

Em relação ao método qualitativo, Minayo (2013), discorre que é o processo aplicado ao estudo da biografia, das representações e classificações que os seres humanos fazem a respeito de como vivem, edificam seus componentes e a si mesmos, sentem e pensam.

Os dados foram coletados em base de dados virtuais. Para tal utilizou-se a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na seguinte base de informação: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Google Acadêmico em Outubro e Novembro de 2024.

Optou-se pelos seguintes descritores: Diagnósticos de enfermagem; Emergência; Traumatismo múltiplos que constam como Descritores em Saúde (DECS). Após o cruzamento dos descritores, utilizando o operador booleano AND, foi verificado o quantitativo de textos que atendessem às demandas do estudo.

Para seleção da amostra, houve recorte temporal de 2016 a 2024, tendo como critérios de inclusão: ser artigo científico, estar disponível on-line, em português, na íntegra gratuitamente e versar sobre a temática pesquisada.

Vale destacar que textos em língua estrangeira foram excluídos para garantir que o estudo se baseasse em dados específicos do panorama brasileiro. Além disso, textos incompletos foram desconsiderados para assegurar uma análise mais robusta e precisa, focando apenas em materiais disponíveis na íntegra. Essa abordagem permitiu uma compreensão mais aprofundada e completa do tema pesquisado.

Figura 01 – Fluxograma das referências selecionadas. Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. 2024.

Fonte: Produção dos autores (2024).

No processo de seleção dos artigos para a revisão, foram consultadas diversas bases de dados, resultando em um total de 120 artigos identificados. O Google Acadêmico contribuiu com 89 artigos, a base LILACS forneceu 11 artigos, MEDLINE forneceu 08 artigos e BDENF forneceu 12 artigos. Esta distribuição reflete a diversidade das fontes consultadas e a abrangência da pesquisa, garantindo uma análise abrangente e representativa do tema abordado.

Após a associação de todos os descritores foram encontrados 120 artigos, excluídos 112 e selecionados 08 artigos. 

No contexto do eixo temático voltado para o processo de enfermagem, é crucial ressaltar que, além da análise dos artigos selecionados, a utilização do livro Diagnósticos de Enfermagem da NANDA-I: Definições e Classificação – 2021-2023 desempenhou um papel fundamental. Este livro não apenas forneceu uma base teórica sólida e atualizada sobre diagnósticos de enfermagem, mas também foi essencial para uma compreensão mais profunda e precisa do processo de enfermagem aplicado a pacientes com politraumatismo.

A escolha do livro da NANDA-I se justifica pela sua abrangência e precisão na definição e classificação dos diagnósticos de enfermagem, que são fundamentais para a prática clínica. A obra oferece uma visão detalhada e sistemática dos diagnósticos e suas respectivas classificações, o que permite uma contextualização eficaz dos achados dos artigos selecionados. Essa integração é crucial para a prática clínica, pois proporciona um suporte teórico robusto que orienta não apenas a identificação e avaliação das necessidades dos pacientes, mas também o desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas.

O livro da NANDA-I é uma fonte amplamente reconhecida e respeitada na área de enfermagem, oferecendo diretrizes atualizadas que refletem as melhores práticas e os avanços recentes no campo. Ao combinar a literatura científica com as definições e orientações mais recentes da NANDA-I, foi possível identificar lacunas na pesquisa existente e propor recomendações práticas que visam aprimorar a aplicação do processo de enfermagem na gestão de pacientes com politraumatismo. A aplicação das diretrizes da NANDA-I permite um alinhamento preciso entre as necessidades identificadas e as intervenções planejadas, assegurando um cuidado mais estruturado e eficaz.

A integração das fontes bibliográficas com as definições da NANDA-I garantiu uma abordagem mais robusta e fundamentada para a análise e discussão dos resultados obtidos. Essa abordagem integrada possibilitou uma análise mais abrangente e contextualizada, alinhando os dados empíricos dos artigos com os princípios teóricos estabelecidos pelas diretrizes da NANDA-I. Dessa forma, a utilização do livro contribuiu significativamente para a construção de um quadro teórico e prático que orienta a prática clínica e promove melhorias no manejo de pacientes com politraumatismo, garantindo um cuidado mais efetivo e baseado em evidências

Quadro 01 – Distribuição dos estudos conforme o ano de publicação, título e principais considerações. Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. 2024. 

Fonte: Produção dos autores, 2024.

Quadro 02 – Distribuição dos estudos achados nos estudos selecionados. Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. 2024. 

Fonte: Produção dos autores, 2024.

ANÁLISE TEMÁTICA – Maria Cecília de Souza Minayo.

Para a interpretação dos resultados dos artigos relacionados às questões norteadoras, foi adotada a metodologia de análise temática descrita por Minayo (2010). Essa metodologia é amplamente reconhecida por sua eficácia na organização e interpretação de dados qualitativos e foi fundamental para a abordagem sistemática dos artigos selecionados. Segundo Minayo (2017), o processo de análise temática é dividido em três etapas principais, que são essenciais para garantir uma interpretação abrangente e precisa dos dados coletados.

A primeira etapa, Leitura de Artigos, envolveu uma leitura atenta e detalhada de cada artigo selecionado. Durante essa fase, o foco foi compreender o conteúdo e identificar os principais temas e padrões emergentes. A leitura inicial permitiu uma familiarização com o material e ajudou a identificar as questões-chave abordadas pelos autores. Foi essencial realizar anotações e destacar informações relevantes para facilitar a etapa subsequente de exploração.

Na segunda etapa, Exploração do Material, foi realizada uma análise mais profunda do conteúdo dos artigos. Esta fase envolveu a categorização e organização dos dados de acordo com os temas identificados na leitura inicial. A exploração do material permitiu um exame minucioso dos detalhes dos estudos, incluindo a metodologia utilizada, os resultados encontrados e as conclusões dos autores. Foram realizadas comparações entre os artigos para identificar semelhanças e diferenças, bem como para compreender como cada estudo contribui para o entendimento das questões norteadoras.

A terceira e última etapa, Análise dos Dados, concentrou-se na interpretação dos dados explorados. Nesta fase, os dados foram analisados criticamente para extrair significados e padrões que respondem às questões de pesquisa. A análise envolveu a síntese das informações coletadas, a identificação de temas recorrentes e a formulação de conclusões baseadas na evidência disponível. Além disso, foi feita a triangulação dos dados para garantir a validade e a confiabilidade dos resultados obtidos.

O processo de análise temática, conforme descrito por Minayo (2010 e 2017), proporcionou uma estrutura sistemática para a interpretação dos artigos, permitindo uma compreensão detalhada e integrada das questões investigadas. A aplicação rigorosa dessas etapas assegurou que os resultados fossem analisados de forma coerente e fundamentada, contribuindo para uma visão mais clara e informada sobre os temas abordados nos estudos.

RESULTADOS 

A escolha da análise temática, conforme descrita por Maria Cecília de Souza Minayo, se justifica pela sua robustez metodológica e sua adequação para a exploração aprofundada dos diagnósticos de enfermagem em pacientes com politraumatismo. A análise temática permite uma organização sistemática dos dados qualitativos, facilitando a identificação e a interpretação de padrões e temas recorrentes nos artigos revisados. Em um campo complexo como o dos cuidados com politraumatismo, onde as necessidades dos pacientes podem variar significativamente e os diagnósticos de enfermagem devem ser adaptados a contextos diversos, essa metodologia oferece uma estrutura clara para sintetizar informações e extrair insights relevantes. 

Minayo (2010; 2017) destaca a importância da leitura atenta, exploração detalhada e análise crítica dos dados, etapas que são cruciais para entender a complexidade dos desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem e para propor intervenções eficazes. Assim, a aplicação da análise temática não só assegura uma interpretação rigorosa e fundamentada dos dados, mas também contribui para uma compreensão mais ampla e integrada dos diagnósticos de enfermagem no contexto do politraumatismo, alinhando-se com os objetivos do estudo e com a necessidade de uma prática clínica baseada em evidências.

A partir da aplicação da metodologia de análise de conteúdo temática e de uma leitura reflexiva dos dados, emergiram quatro categorias principais, que são apresentadas a seguir:

I – PROTOCOLO DE ATENDIMENTO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: Esta categoria explora as alterações biológicas causadas pelo politraumatismo e como essas alterações impactam as necessidades básicas dos pacientes, afetando sua saúde física, emocional e social. O foco está em entender as complexas demandas dos pacientes em situações emergenciais e como essas necessidades devem ser abordadas desde o atendimento inicial.

II – PROTOCOLO DE ATENDIMENTO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO NO ÂMBITO INTRA-HOSPITALAR: Esta categoria aborda o manejo e as práticas adotadas no ambiente hospitalar para pacientes com politraumatismo. Examina as estratégias de cuidado e os protocolos estabelecidos para a gestão eficaz de pacientes críticos, abrangendo desde a triagem até o tratamento intensivo e a recuperação dentro da instituição hospitalar.

III – O PROCESSO DE ENFERMAGEM E SUA APLICAÇÃO NO CUIDADO A PACIENTES COM POLITRAUMATISMO: Esta categoria discute a aplicação prática do processo de enfermagem no cuidado de pacientes com politraumatismo, destacando como as etapas do processo estruturam o atendimento de forma sistemática e integral. A ênfase está na importância de um cuidado organizado e adaptado às necessidades específicas de cada paciente, desde a avaliação inicial até o planejamento e a implementação de intervenções.

IV – PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM, INTERVENÇÕES E RESULTADOS ESPERADOS EM PACIENTES COM POLITRAUMATISMO: Esta categoria foca nos principais diagnósticos de enfermagem identificados em pacientes com politraumatismo e correlaciona as intervenções mais eficazes para cada situação clínica. A ênfase está no planejamento de cuidados individualizados para otimizar o controle dos sintomas, minimizar complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, aborda os resultados esperados, que incluem a estabilização do estado de saúde e a promoção do bem-estar físico e emocional.

DISCUSSÃO DOS DADOS

Categoria I – Protocolo de atendimento ao paciente politraumatizado no atendimento pré-hospitalar

O atendimento aos pacientes politraumatizados é um dos maiores desafios enfrentados pelas equipes de saúde, especialmente em ambientes de emergência.  O trauma, por definição, refere-se a qualquer lesão física causada por uma força externa, caracterizado como politraumatismo quando há múltiplas lesões em um paciente, as quais frequentemente afetam mais de uma região corporal (Oliveira, 2021). 

Ressalta-se que pode haver a variação da complexidade e da gravidade das condições de um politraumatizado, o que faz com que seja necessária uma resposta rápida e eficiente da equipe de atendimento. Deste modo, este fato pode exigir uma abordagem integrada e multidisciplinar para que se possa garantir a sobrevivência e recuperação do paciente (Oliveira, 2021; Santos et al., 2023). 

Os serviços de urgência foram criados com o intuito de diminuir a morbimortalidade e as consequências incapacitantes decorrentes do atraso no tratamento. Cavalheiro et al. (2019) relata em seu estudo que desde o momento da sua criação até os dias atuais, o serviço de urgência apresentou melhoras exponenciais. Assim, devido ao aumento significativo no número de casos de violência e acidentes de trânsito no Brasil, bem como os agravos clínicos a saúde, este serviço se tornou de suma importância para população afetada por estas problemáticas (Azevedo et al., 2010). 

Acerca da eficácia do APH, constata-se que a mesma está diretamente ligada à rapidez da intervenção, sendo crucial para o prognóstico do paciente. Tal fato se deve ao Atendimento Pré-Hospitalar consistir em um treinamento realizado para atender de forma categórica as vítimas em tempo hábil (Cavalheiro et al., 2019; Santos et al., 2023). 

Além do que foi supracitado, é válido reforçar que no Brasil há uma alta taxa de mortalidade em acidentes de trânsito, o que destaca a importância de equipes qualificadas para o socorro imediato e contínuo, visando minimizar os danos e melhorar a sobrevida dos pacientes (Santos et al., 2023). Logo, a utilização do protocolo ABCDE pelo APH é essencial na avaliação primária, pois auxilia a identificar e tratar rapidamente lesões que ameacem a vida, como hemorragias graves e traumas cranioencefálicos. 

A história dos protocolos de resposta rápida remonta ao desenvolvimento do conceito de “hora de ouro”, que se refere ao período crítico imediatamente após o trauma, durante o qual a intervenção médica rápida e eficaz pode fazer a diferença entre a vida e a morte. A compreensão deste conceito levou à criação de guidelines específicas para o manejo de traumas, como o Advanced Trauma Life Support (ATLS), desenvolvido pelo American College of Surgeons (ACS). Desde então, várias instituições ao redor do mundo adaptaram e aperfeiçoaram esses protocolos para atender às necessidades específicas de seus pacientes e contextos locais (Franciscon et al., 2020). 

O manejo do paciente politraumatizado exige uma abordagem sistemática e integrada, com intervenções rápidas desde o atendimento pré-hospitalar até o tratamento definitivo no hospital. O protocolo XABCDE é essencial na avaliação inicial para tratar rapidamente condições fatais, enquanto a continuidade dos cuidados é garantida por uma comunicação eficaz entre as equipes e a aplicação de protocolos padronizados, como o ATLS.  A integração de uma equipe multidisciplinar e o uso de sistemas eletrônicos de registro são fundamentais para assegurar a qualidade do cuidado. O treinamento contínuo e a simulação de cenários são cruciais para manter a equipe atualizada, visando melhorar os desfechos clínicos e reduzir a mortalidade e morbidade associadas ao trauma (Vinhas et al., 2024). 

O protocolo PHTLS introduziu o mnemônico XABCDE para guiar os primeiros socorros, priorizando inicialmente:

Assim, como se pode verificar, o protocolo XABCDE, recomendado pelo ACS, deve ser aplicado em qualquer vítima de trauma, priorizando a segurança da cena, a avaliação das vias aéreas e a estabilização inicial do quadro clínico (Alves et al., 2020)

A imobilização da vítima, a monitoração dos sinais vitais e a administração de oxigênio corroboram para o aumento da chance de sobrevivência, especialmente em casos de gestantes, onde as alterações fisiológicas e metabólicas são fatores adicionais a serem considerados. Além disso, em casos de sangramentos intensos são necessárias intervenções imediatas como torniquetes e administração de ácido tranexâmico para prevenir a morte (Alves et al., 2020; Dos Santos, 2022).

Além do protocolo XABCDE, tem-se o protocolo SAMPLA, o qual foca na obtenção de informações essenciais para o tratamento contínuo. Após a aplicação do XABCDE e a estabilização do paciente, inicia-se a avaliação secundária com o protocolo SAMPLA, uma vez que este protocolo abrange a verificação de Sinais Vitais (SSVV), identificação de Alergias, uso de Medicamentos, histórico de Passado Médico, ingestão de Líquidos e o Ambiente do acidente.

Deste modo, pode-se concluir que a abordagem sistemática e organizada oferecida por esses protocolos é crucial para identificar e tratar lesões potenciais, assim como garantir um atendimento de alta qualidade e reduzir riscos de sequelas para a gestante e o feto (Dos Santos, 2022).

Categoria II – Protocolo de atendimento ao paciente politraumatizado no âmbito intra-hospitalar

Devido à alta possibilidade de óbito, os pacientes politraumatizados se caracterizam como um paciente emergente cujo atendimento é prioritário. Assim, deve ser atendido de forma rápida e necessita de um cuidado adequado na primeira hora após o ocorrido, momento este denominado de “hora de ouro”. Deste modo, por meio deste atendimento realizado rapidamente, diminui-se cerca de 85% dos números de óbitos causados pelo acidente (Oliveira et al., 2021).

Após a entrada em âmbito hospitalar, os profissionais devem estar aptos para realizar o atendimento inicial efetivo e lidar com possíveis intercorrências. O paciente no Serviço de Emergência (SE) requer cuidado com foco na determinação da extensão da lesão, estabelecendo prioridades para iniciar o tratamento com foco nas condições que podem vir a ameaçar a vida. Assim, o enfermeiro deve utilizar protocolos internacionalmente reconhecidos conforme os padrões do Advanced Trauma Life Support (ATLS), como o curso avançado de atendimento ao trauma desenvolvido pelo American College of Surgeons, o qual é destinado a aperfeiçoar as habilidades no atendimento ao traumatizado grave. “Sem exclusão de outros possíveis tratamentos necessários para casos particulares, inclui-se nesta etapa: oferta de oxigênio, imobilização da coluna cervical e procedimentos de assistência à via aérea, entre outras medidas assistenciais” (American College of Surgeons, 2018).

Existem ainda outros protocolos de atendimento, como o Trauma Life Support of Nurses (TLSN), Advanced Cardiology Life Support (ACLS) e Pediatric Advanced Life Support (PALS), a fim de padronizar os atendimentos primários e instituir protocolos em seus respectivos setores da área da saúde. Além disso, “a utilização da reposição volêmica com cristaloides, hemotransfusão, uso de ácido tranexâmico, analgesia, uso de manitol, sutura de ferimento e prevenção de hipotermia são necessários” (American College of Surgeons, 2018).

Segundo a American College of Surgeons (2018), na abordagem inicial ao paciente traumatizado, começa pela avaliação dos critérios ABCDE, devendo-se realizar:

Em análogo a isso, deve-se associar a monitorização multiparamétrica, inserção de catéteres gástrico e vesical e realização de exames diagnósticos, especialmente radiografia e tomografia computadorizada. 

Após estabilização hemodinâmica do paciente, a equipe de atendimento em   traumatologia realiza avaliação pormenorizada secundária de modo céfalo-caudal, utilizando-se a mnemônico “AMPLA”, em que o enfermeiro se baseia na anamnese detalhada da vítima do trauma, verificações de sinais vitais e a realização da Escala de Coma de Glasgow (ECG), mais história pregressa do paciente. (Martins, 2021.) 

A AMPLA é um mnemônico utilizado para avaliação da história e mecanismo da lesão, que deve ser coletada com o paciente que sofreu o trauma, caso possível, ou com o familiar do mesmo, devendo-se investigar (American College of Surgeons, 2018):

Em suma, o atendimento adequado e rápido ao paciente politraumatizado, principalmente na “hora de ouro”, é fundamental para a sobrevivência e recuperação desse indivíduo. A utilização de protocolos internacionais e a educação continuada dos profissionais de saúde, como enfermeiros e médicos, são essenciais para garantir a eficácia do tratamento nas primeiras horas após o trauma. 

Além disso, implementação de práticas baseadas em evidências, como a avaliação rápida e precisa dos critérios XABCDE, bem como o uso de mnemônicos como o AMPLA, protegem a organização do cuidado, priorizando o que é essencial para a estabilização do paciente. A adesão a esses protocolos, bem como as instruções específicas e o monitoramento contínuo são cruciais para reduzir a mortalidade e as sequelas decorrentes do trauma, promovendo assim a recuperação e a melhora dos pacientes.

Categoria III –O processo de enfermagem e sua aplicação no cuidado a pacientes com politraumatismo

O processo de enfermagem visa à prestação de cuidados humanizados, tendo as seguintes fases de implementação: Avaliação de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Planejamento de Enfermagem; Implementação de Enfermagem e Evolução de Enfermagem. (COREN, 2024). Ressalta-se que as etapas que o constitui são interdependentes e complementares e, quando realizadas, resultam em intervenções de enfermagem satisfatórias para os indivíduos, grupos ou comunidades. Logo, a utilização adequada deste instrumento conduz o trabalho da enfermagem na assistência em saúde, como também orienta suas ações, possibilitando a continuidade da assistência prestada (Will et al., 2020) 

Toda vítima de trauma necessita de uma avaliação rápida, correta e sistemática para que se identifique e trate imediatamente lesões que acarretem risco de vida.  O tratamento definitivo de um paciente traumatizado grave pode incluir transferência para um hospital especializado, intervenção cirúrgica emergencial e/ou suporte e monitorização em Unidade de Terapia Intensiva (Nogueira, 2015; Cestari, 2015; Cavalcanti, 2013) 

O  padrão  das  intervenções  de  enfermagem  realizadas  ao  paciente  politraumatizado  inclui: monitorização  e  controle;  investigações  laboratoriais;  medicação,  procedimentos  de  higiene;  cuidados com  drenos;  mobilização  e  posicionamento;  suporte  e  cuidado  aos  familiares  e  pacientes;  tarefas administrativas  e  gerenciais;  suporte  respiratório;  cuidado  com  vias  aéreas  artificiais;  tratamento  para melhora da função pulmonar; e medida quantitativa do débito urinário (Nogueira et al., 2015; Will et al., 2020) 

É fundamental que se busque individualizar o cuidado assistencial realizado pela equipe de enfermagem de acordo com a realidade vivenciada pelos pacientes e pela própria equipe, em virtude das mais variadas situações pelo qual o trauma se dá, além de sua complexidade e gravidade. Nesse momento, reconhece-se a importância do papel do enfermeiro na assistência ao indivíduo vítima de trauma, pois como líder da equipe de enfermagem, é atribuição do enfermeiro planejar e antepor a assistência prestada ao paciente traumatizado, além de definir métodos de prevenção, pois o espaço entre a vida e a morte é uma linha tênue para esses pacientes (Will et al., 2020; Santos, 2018; Cavalcanti et al., 2013; Sabino et al., 2020) 

As intervenções realizadas pela equipe de enfermagem nos pacientes vítimas de trauma são amplas e se justificam pela gama de procedimentos, além da complexidade do quadro clínico do paciente. As orientações devem ser realizadas de acordo com as necessidades de cada indivíduo, uma vez que cada trauma tem a sua complexidade e risco, sendo uns mais graves que outros, fatos estes que devem ser levados em consideração no cuidado prestado (Almeida, 2016; Santos, 2018). 

O enfermeiro é protagonista no atendimento desse serviço, pois este realiza o gerenciamento e cuidado ao paciente ao mesmo tempo, além de possuir autonomia para decisões com capacidade de avaliar, assim como cuida para que se tenha uma assistência integral livre de danos (Santana, et al., 2021). Como líder da equipe, este profissional enfrenta inúmeros desafios ao gerir a assistência no serviço de emergências, além do conhecimento técnico e científico, necessita ter habilidade de organizar o trabalho realizado para que possa funcionar de acordo com os recursos disponíveis à quantidade e ao nível de gravidade que requer cada caso (Ribeiro, et al., 2019).

Portanto, a atuação do enfermeiro em um local de urgência e emergência infere que a sua principal função é assegurar um atendimento ao paciente com segurança, eficiência e brevidade, livrando-o dos riscos. Assim, a preparação e a capacitação recorrente é o caminho para bons resultados. (Silva, et al., 2019).

Categoria IV – Principais diagnósticos de enfermagem, intervenções e resultados esperados em pacientes com politraumatismo

A construção de um quadro que apresente os principais diagnósticos, intervenções de enfermagem e resultados esperados em pacientes com politraumatismo é justificada pela necessidade de sistematizar e tornar mais acessível a aplicação prática do processo de enfermagem. Esse quadro oferece uma visão consolidada e rápida dos aspectos críticos relacionados ao cuidado com esses pacientes, facilitando a prática clínica e a tomada de decisões.

Além disso, a inclusão desse quadro promove a integração entre teoria e prática, auxiliando os enfermeiros a identificar e abordar as necessidades específicas dos pacientes com politraumatismo de forma mais eficiente. A categorização dos diagnósticos e intervenções de enfermagem, bem como a definição dos resultados esperados, proporcionam um guia claro e estruturado para a implementação das práticas de cuidado, melhorando a coordenação e a eficácia do atendimento (NANDA-I, 2021).

Quadro 03: Principais Diagnósticos, Intervenções e Resultados esperados em pacientes politraumatizados. Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil. 2024.

Fonte: Produção dos autores, a partir do NANDA International. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA-I: Definições e Classificação – 2021-2023. 11. ed. São Paulo: Editora Y, 2021.

A apresentação do quadro acima, que detalha os principais diagnósticos de enfermagem, intervenções e resultados esperados em pacientes com politraumatismo, é de grande importância para a prática clínica dos enfermeiros. Tal fato se deve a este oferecer uma visão organizada e acessível das estratégias de cuidado necessárias para pacientes que enfrentam múltiplas lesões. “Com a complexidade do politraumatismo, que pode envolver diversos sistemas corporais e exigir uma abordagem coordenada, o quadro facilita a identificação rápida dos diagnósticos críticos e das intervenções apropriadas” (NANDA-I, 2021). 

Com a complexidade do politraumatismo, que pode envolver diversos sistemas corporais e exigir uma abordagem coordenada, o quadro facilita a identificação rápida dos diagnósticos críticos e das intervenções apropriadas. Essa sistematização permite que os enfermeiros planejem e executem cuidados de forma mais eficaz, ajustando as intervenções conforme as necessidades específicas de cada paciente e monitorando os resultados de maneira clara e estruturada.

Além disso, este quadro possibilita a promoção da padronização e a consistência no atendimento ao fornecer uma referência unificada para todos os profissionais de saúde.  “A integração dos diagnósticos de enfermagem com as intervenções e resultados esperados assegura que as práticas de cuidado sejam baseadas em evidências e alinhadas com as melhores práticas clínicas” (NANDA-I, 2021).

Deste modo, melhora-se não só a comunicação entre os membros da equipe, mas também garante que os enfermeiros possam oferecer um atendimento mais coeso e ajustado às necessidades dos pacientes. Por fim, a utilização deste instrumento elaborado pelos autores há a contribuição para a eficácia do processo de enfermagem, auxiliando os enfermeiros na prevenção de complicações, otimização do manejo dos sintomas e promoção da recuperação dos pacientes de forma coordenada e sistemática.

CONCLUSÃO 

Este estudo proporcionou uma análise abrangente dos principais diagnósticos de enfermagem em pacientes com politraumatismo, destacando a importância de uma abordagem sistemática e baseada em evidências na prestação de cuidados. A revisão da literatura brasileira evidenciou a relevância de protocolos específicos, como XABCDE e SAMPLA, na avaliação e manejo inicial desses pacientes, tanto no contexto pré-hospitalar quanto intra-hospitalar.

A aplicação do Processo de Enfermagem mostrou-se fundamental para garantir um cuidado estruturado, integral e individualizado, permitindo que os enfermeiros atuem com maior precisão e segurança. Os principais diagnósticos de enfermagem identificados, como risco de choque hipovolêmico, alteração na troca gasosa, dor aguda e risco de infecção, ressaltam a complexidade e a multiplicidade das necessidades dos pacientes politraumatizados. As intervenções específicas propostas visam não apenas a estabilização clínica, mas também a promoção do bem-estar físico e emocional dos pacientes.

A humanização do cuidado é um aspecto central na prática de enfermagem, especialmente no atendimento a pacientes em situações de alta vulnerabilidade e risco. A abordagem holística, que considera não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais e sociais dos pacientes, é essencial para uma recuperação mais completa e digna. O enfermeiro, como líder da equipe de saúde, desempenha um papel crucial na implementação de cuidados que valorizam a individualidade e as necessidades específicas de cada paciente.

Apesar das contribuições significativas deste estudo, algumas limitações devem ser reconhecidas. A pesquisa foi baseada em uma revisão bibliográfica, o que pode limitar a generalização dos resultados para diferentes contextos clínicos. Além disso, a seleção de artigos apenas em português pode ter excluído estudos relevantes publicados em outras línguas.

Para estudos futuros, recomenda-se a realização de pesquisas empíricas que explorem a aplicação prática desses protocolos e intervenções em diferentes contextos e populações, bem como a avaliação dos resultados a longo prazo. Estudos que investigam a formação continuada dos profissionais de enfermagem e sua preparação para lidar com as complexidades do atendimento a pacientes politraumatizados também são necessários.

Em suma, a valorização do cuidado humanizado e a aplicação de uma abordagem sistemática e baseada em evidências são fundamentais para melhorar os desfechos clínicos e promover a recuperação integral dos pacientes com politraumatismo. A enfermagem, com seu compromisso com o cuidado e a promoção da saúde, tem um papel indispensável na construção de um sistema de saúde mais justo e eficiente.

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1Enfermeira graduada pela Universidade Iguaçu. Orcid: https://orcid.org/0009-0006-8348-7767;
2Enfermeiro. Mestre e Doutor pelo Programa Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da UFF; Docente do curso de enfermagem da Universidade Iguaçu (UNIG). Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8655-3789;
3Acadêmico de Enfermagem da Universidade Iguaçu. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9129-1776;
4Acadêmica de Enfermagem da Universidade Iguaçu. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2081-1842 Lattes: https://lattes.cnpq.br/3461292010636104;
5Enfermeira graduada pela Universidade Iguaçu. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2953-5730;
6Acadêmico de Enfermagem da Universidade Iguaçu;
7Enfermeiro. Especialista em Saúde do Trabalhador, Docente da preceptoria do curso de enfermagem da Universidade Iguaçu (UNIG);
8Enfermeira. Mestre e Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN-UFRJ). Docente da Universidade Iguaçu. Nova Iguaçu, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6164-1336;
9Enfermeira e Médica. Pós graduanda em Psiquiatria. Especializada em Enfermagem do Trabalho e Gestão de Organização Pública de Saúde. Mestre em Saúde Coletiva- UFF. Docente na Universidade Iguaçu- UNIG, nos cursos de Enfermagem e Medicina. Atua no CAPS III de Nova Iguaçu. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8182-1385;
10Enfermeira e Médica. Mestre em Urgência e Emergência pela Universidade Severino Sombra. Docente da Universidade Iguaçu. Nova Iguaçu, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1400-4147