REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8282882
Davi Oliveira Bizerril1; Universidade de Fortaleza1; Allan Loiola Oliveira2; Universidade de Fortaleza2; José Thiago Leitão Gouveia3; Universidade de Fortaleza3; Moyses Matias Mateus4
Universidade Maurício de Nassau4; Mirena Maria de Noronha Viana5; Universidade Estadual do Ceará5; Eveline Lima Maia6; Hospital Universitário Walter Cantídio6; Edypo de Sousa Carlos7
Universidade Estadual do Ceará7; Francisco Geornes Peixoto Saldanha8; Universidade Estadual do Ceará8; Ana Elizângela do Monte Almeida9; Universidade Estadual do Ceará9; Silvia de Vasconcelos Silva10; Secretaria de Saúde Municipal de Fortaleza10; Sabrina Ferreira da Silva11
Secretaria de Saúde Municipal de Caucaia11 .
Resumo
A fragmentação das disciplinas de odontologia e a tecnificação do trabalho odontológico dentro e fora dos cursos de odontologia tornam os atendimentos cada vez mais tecnicistas e não humanizados. O estudo teve como objetivo analisar a percepção do aluno do curso de graduação de Odontologia quanto à humanização durante o atendimento odontológico e medir seu conhecimento prévio sobre o assunto. Trata-se de um estudo de revisão sistemática de literatura com pesquisas recentes focada em humanização dentro das práticas da área da saúde. A partir da análise de artigos com temas focados na humanização dentro da área da saúde, foram expostas as ideias principais sobre a importância da prática humanizada dentro dos atendimentos dos serviços de saúde assim como também seus principais obstáculos a serem enfrentados. De acordo com as análises obtidas a partir de uma revisão de literatura dos artigos selecionados, foi concluído que a total implementação das práticas humanizadas dentro dos atendimentos odontológicos parece enfrentar alguns obstáculos além de todos que comumente aparecem durante um atendimento na área da saúde. O tecnicismo dentro dos cursos de odontologia, a formação voltada para o mercado de trabalho e a fragmentação do conhecimento são os principais pontos abordados durante a revisão, demandando uma maior atenção dos profissionais durante a parte prática do seu trabalho.
Descritores: Humanização na saúde. Atendimento Odontológico. Ensino na Saúde. Integralidade. Fragmentação do conhecimento na saúde
.
ABSTRACT
The fragmentation of the dentistry disciplines and the technification of dental work inside and outside dentistry courses make the attendance increasingly technical and non-humanized. The study aimed to analyze the perception of the undergraduate dentistry student regarding humanization during dental care and measure their prior knowledge on the subject. It is a study of systematic literature review with recent research focused on humanization within the practices of the health area. Based on the analysis of articles with themes focused on humanization within the health area, the main ideas about the importance of humanized practice within health care services were exposed, as well as its main obstacles to be faced. According to the analyzes obtained from a literature review of the selected articles, it was concluded that the total implementation of humanized practices within dental care seems to face some obstacles beyond all that commonly appear during healthcare. Technicism within dentistry courses, training aimed at the job market and fragmentation of knowledge are the main points addressed during the review, demanding greater attention from professionals during the practical part of their work.
Key Words: Humanization in health care. Dental care. Health education. Integrality. Fragmentation of knowledge in health.
Palabras llave: Eutanasia; Ley Brasileña; ortanasia; Distanasia.
INTRODUÇÃO
A Política Nacional de Humanização – PNH (2004) tem como objetivo a indução de mais práticas de humanização dentro do próprio Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de melhorar a qualidade do cuidado. A qualidade da atenção e satisfação do usuário é priorizada e em relação às questões referentes ao profissional de saúde ³.
Apesar da criação do conceito em 2003, a humanização na saúde e as práticas e ações integrativas que a PNH preconizava já eram uma realidade presente em diversos serviços e áreas da saúde e inspiraram a criação do próprio projeto de humanização ⁴, sendo até uma das grandes pautas dos movimentos feministas que aconteciam em 1960, ganhando expressão no debate em torno da saúde da mulher ⁵.
A empatia é tida como uma tomada de perspectiva de uma outra pessoa, e quando presente durante o acolhimento e atendimento clínico odontológico e de outras áreas da saúde, fica mais evidente a experiência de um melhor vínculo do paciente com toda a equipe odontológica, com melhora significativa na qualidade dos atendimentos ².
Ao propor um tratamento em cooperação com o paciente, no qual se ouve, compreende, respeita suas opiniões e necessidades é possível garantir com mais segurança um bem-estar do acolhido, onde o bem-estar e saúde são intimamente ligados (BRASIL, 2004) ³, ou seja, a integralidade do usuário do sistema. Essa integralidade garante uma visão mais completa do paciente como um todo, garantindo o melhor cuidado e aumentando o sucesso do tratamento ⁷.
Um ótimo exemplo de integralidade é a Odontologia Hospitalar, área do campo da Odontologia que tem como objetivo um trabalho visando práticas de cuidados relacionados às alterações bucais que pacientes hospitalizados estão mais suscetíveis durante o tratamento ⁹. Riscos importantes relacionados a saúde bucal, como por exemplo infecções respiratórias oriundas da microbiota bucal por uso prolongado de ventilação mecânica possuem grande chance de serem minimizados com a presença de uma equipe multidisciplinar e de protocolos de descontaminação da cavidade oral ⁸.
A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde ³.
O tecnicismo mantido pelo ensino odontológico influência num modelo dentista-centrado, ou seja, uma vivência clínica baseada em técnicas cirúrgicas e procedimentos reparadores. Esse problema ético, que também influência um aumento do mercado odontológico, leva a uma concorrência desenfreada e a dimensão ética na prática por muitas das vezes é desconsiderada. Consequentemente há uma piora na qualidade de atendimento e uma limitação no alcance social dos próprios profissionais ¹.
A fragmentação das disciplinas de odontologia e a tecnificação do trabalho odontológico dentro dos cursos de odontologia tornam menos perceptível essa questão de integralidade do assistido, o que pode resultar em experiências cada vez mais comuns de conflitos bioéticos durante um atendimento.
Que conflitos seriam esses? Como fazer para melhorar a situação quando houver algum conflito? E como fazer para melhorar a capacitação dos profissionais diante tais problemas para aumentar a qualidade do atendimento?
Este trabalho teve sua origem a partir das experiências e conhecimentos obtidos durante o curso de graduação de Odontologia da UNIFOR, aumentando o conhecimento teórico e prático sobre a contextualização do tema da humanização em atendimentos odontológicos e os problemas éticos encarados dentro dos consultórios.
Esse estudo teve por objetivo pesquisar, por meio de uma revisão sistemática da literatura, a prática de humanização dentro dos cursos de graduação de Odontologia e as consequências da sua presença/ausência dentro das clínicas de atendimento.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo de revisão sistemática de literatura. A Revisão Sistemática (RS) é um método de pesquisa, que cumpre normas específicas e que procura compreender e dar lógica a um corpus documental, principalmente, analisando o que tem êxito e o que falha em um determinado contexto. Está voltada na sua especificidade de reproduzir por outros pesquisadores, evidenciando de forma clara as bases de dados bibliográficos que foram pesquisadas, os métodos de busca em cada base, o método de escolha de artigos científicos, critérios de inclusão e exclusão dos artigos e a metodologia de estudo de cada artigo (DE-LA-TORRE-UGARTE-GUANILO; TAKAHASHI, 2011).
A pergunta norteadora da pesquisa elaborada foi: “Com base na literatura atualizada, o que pensam e os quão preparados estão os futuros cirurgiões-dentistas quanto à humanização dentro de atendimentos odontológicos?”
A amostra foi composta de artigos científicos encontrados nas bases de dados BVS, Pubmed, BIREME e Scielo no período dos últimos cinco anos (2015 a 2020). A estratégia de busca ocorreu na inserção das palavras-chave cirurgião dentista, atenção odontológica e humanização, combinados com operadores booleanos (AND e OR). Os artigos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: artigos na língua portuguesa e inglesa; no período de 2015 a 2020, encontrados nas bases eletrônicos BVS, Pubmed, BIREME e Scielo. Os dados foram coletados no período de março até outubro de 2020. A busca e a seleção dos artigos foram realizadas por um pesquisador.
Foram excluídos dos artigos com publicações restritas ao domínio público nas bases eletrônicas selecionadas e citadas anteriormente, que não apresentaram resumo na base de dados, aqueles publicados antes de 2005, os que não estavam disponíveis em língua portuguesa e inglesa e que não estavam nas bases de dados citadas.
Após a consulta às bases de dados, os estudos foram inicialmente selecionados a partir do título, do resumo e, finalmente, a partir da leitura integral deles, para que fossem aplicados os critérios de elegibilidade predefinidos para a inclusão e a exclusão dos trabalhos encontrados. Para extração dos dados dos artigos selecionados, foi utilizado um instrumento de coleta de dados elaborado pelo pesquisador, contendo as seguintes informações: autores e ano de publicação, objetivos, metodologia, resultados e conclusão.
A partir da inclusão dos descritores na base de dados PUBMED (Public Medline or Publisher Medline) (Acesso: 12/10/2020) foram encontrados 116 artigos, na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) (Acesso: 12/10/2020) foram encontrados 58 artigos, na BIREME (Biblioteca Regional de Medicina) (Acesso: 13/10/2020) foram encontrados42 artigos e no SCIELO (Scientific Electronic Library Online) (Acesso: 13/10/2020) foram encontrados 15 artigos. Dentro dos critérios de inclusão descritos na metodologia, após aplicação dos filtros, ficaram 4 artigos no PUBMED, 4 na BVS, 1 na BIREME e 4 na Scielo, totalizando 13 artigos. Após a leitura dos títulos foram selecionados 10 artigos e posterior à leitura dos resumos foram excluídos os que não estavam de acordo com a temática, restando 2 artigos da base de dados PUBMED, 3 da base de dados BVS, 1 na BIREME e 4 na Scielo, num total de 10 artigos.
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza obedecendo a resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo CAAE:38186420.6.0000.5052.
Esquema 1. Busca e seleção dos artigos
Esquema 2. Busca e seleção dos artigos
3. RESULTADOS
Tabela 1. Publicações encontradas na base de dados PubMed. Período: 2015-2020.
Tabela 1. Publicações encontradas na base de dados PubMed. Período: 2015-2020.
A Tabela 1 contém informações sobre os artigos encontrados no Pubmed, tais como: objetivos, metodologia, resultados e conclusão.
Tabela 2. Publicações encontradas na base de dados BVS. Período: 2015-2020.
Artigo | Autores/ Ano | Objetivos | Metodologia | Resultados | Conclusão |
1 | Graff VA, Toassi RFC / 2018 | Analisar, na percepção dos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária à Saúde, os sentidos atribuídos às práticas clínicas na produção do cuidado. | Pesquisa qualitativa de base fenomenológica com entrevistas semiestruturadas e a observação não estruturada da rotina nas clínicas. | Cirurgiões-dentistas com práticas clínicas caracterizadas por um acolhimento de escuta e diálogo com o usuário. | Propostas de inovações pedagógicas nos currículos de cursos da área da saúde que incluam a subjetividade como um modo de produção do cuidado em saúde. |
2 | Nobrega TE, Leôncio LL, Leite MS, Pereira AC, Silva MAD da. 2019 | Comparar os perfis das iniciações científicas publicadas em 2002 (Ano da inserção das Diretrizes Curriculares Nacionais) e as publicadas em 2011. | Avaliação de 1720 resumos (2002-2011), classificando-os de acordo com as suas áreas de conhecimentos, a categoria administrativa da instituição de ensino superior e segundo as unidades da federação brasileira. | Verificou-se uma mudança na participação das instituições na produção científica. | Foi concluído que a inserção das DCN pode ter relação com a mudança da distribuição da produção de pesquisas dentro do país, mas pouco alterou o perfil tecnicista da pesquisa realizada durante a graduação em odontologia. |
3 | Neves M, Giordani JMA, Hugo FN / 2019 | Avaliar a associação entre aspectos contextuais dos municípios brasileiros, a realização de um rol de procedimentos odontológicos curativos pelas equipes de saúde bucal e as características do processo de trabalho. | Estudo exploratório transversal com a coleta de dados de 11374 equipes de saúde bucal avaliados pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). | Municípios cuja proporção de internações sensíveis à atenção básica foi menor que 28% e cuja proporção de exodontias foi menor que 8%; bem como ESB de modalidade II que tinham à disposição materiais, insumos e melhores processos de trabalho. | Esta análise multinível, que considera o desempenho da atenção odontológica curativa no Brasil, aponta para um cenário de atenção odontológica preocupante. |
A tabela 2 contém informações sobre os artigos encontrados na BVS, tais como: objetivos, metodologia, resultados e conclusão.
Tabela 3. Publicações encontradas na base de dados Scielo. Período: 2005-2020.
Artigo | Autores/ Ano | Objetivos | Metodologia | Resultados | Conclusão |
1 | AMORIM, Adriana Gomes; SOUZA, Elizabethe Cristina Fagundes de / 2010 | Identificar, a partir da visão dos cirurgiões-dentistas, os problemas éticos vivenciados na prática odontológica. | Estudo realizado com profissionais de clínicas odontológicas particulares e postos de saúde, ou clínicas com planos odontológicos. | Confirma a primazia do enfoque deontológico no ensino da ética durante a formação e afirma que os conhecimentos prévios são insuficientes para resolução de problemas éticos. | A necessidade de criação de nova prática que inclua mais humanização, o cuidado, o exercício da cidadania e a compreensão. |
2 | FERREIRA, Laura Ribeiro; ARTMANN, Elizabeth., 2018 | Abordar o tema Humanização à luz da fragmentação do trabalho em saúde e da dimensão comunicativa inerente à área. | Aplicação de questionários semiestruturados à profissionais e usuários dos laboratórios de Micologia e de Dermatologia do Instituto Nacional de Infectologia. | A humanização, apostando nas mudanças das práticas e dos sujeitos através de mecanismos de gestão participativa e co-responsabilização, consegue melhorar a qualidade de assistência à saúde. | A importância da utilização de tecnologias leves, leveduras e duras influência em um bom atendimento e assistência à saúde assim como uma abordagem intersetorial e maior necessidade de inserção na rede. |
3 | BENEVIDES, Regina; PASSOS, Eduardo., 2005 | Apontar os problemas das faltas de práticas humanizadas a partir do aspecto “conceito-sintoma” de programas no campo da saúde pública. | Acompanhamento do debate em torno do tema Humanização no campo da Saúde. | A humanização é muito ligada ao voluntarismo, ao assistencialismo e ao tecnicismo de um gerenciamento sustentado na racionalidade administrativa e na qualidade total. Isso cria 2 desafios a serem superados pela humanização; Desafio Conceitual e Metodológico. | Alteração nas práticas concretas dos serviços de saúde, na melhoria da qualidade de vida dos usuários e na melhora das condições de trabalho dos profissionais de saúde. Além de também precisar de confronto de ideias, utilização de mecanismos de decisões, planejamentos e etc. para mantermos vivo o movimento de consolidação do SUS como política pública. |
4 | KALICHMAN, Artur Olhovetchi; AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita., 2016 | Analisar e contrastar os momentos críticos do debate conceitual do princípio da integralidade e suas contribuições para a reflexão das tecnologias usadas na atenção à saúde no âmbito do SUS. | Revisão crítica não sistemática de literaturas sobre os sentidos atribuídos ao princípio do SUS da integralidade e seus quadros conceituais. | A centralização, fragmentação e verticalização que as vezes se encontram em gestões e nas políticas/programas do SUS podem ser minimizadas com a pactuação das 3 esferas de governo, foco nas necessidades de saúde da população de determinada região e com a participação de seus representantes. | Formação de redes regionalizadas de atenção à saúde com o propósito de “arrumar” não só o problema da centralização e verticalização do SUS, como também a fragmentação da gestão sistêmica do cuidado. |
A tabela 3 contém informações sobre os artigos encontrados no Scielo, tais como: objetivos, metodologia, resultados e conclusão.
Tabela 4. Publicações encontradas na base de dados BIREME. Período: 2015-2020.
Nº Artigo | Autores/ Ano | Objetivos | Metodologia | Resultados | Conclusão |
1 | Vargas KF, Wuttke IC, Brew MCCCH, Busato ALS, Bavaresco CS, Moura FRR., 2020 | Avaliar os aspectos da formação dos graduandos de Odontologia através de coletas de dados por entrevistas semiestruturadas | Aplicação de entrevistas semiestruturadas abordando temáticas como integralidade da atenção, formação humanizada, promoção da saúde, expectativas do mercado de trabalho e dicotomização da Odontologia. | Foi verificado que houve abordagem dos aspectos de atenção à saúde de forma humanizada e integralidade da atenção pelas ações pedagógicas dos cursos. | Conclui-se que o curso de Odontologia da ULBRA proporcionou formação acadêmica balizada pelos princípios da atenção à saúde, integrados aos princípios da humanização da saúde para atuação do profissional. |
A tabela 4 contém informações sobre os artigos encontrados no BIREME, tais como: objetivos, metodologia, resultados e conclusão.
DISCUSSÃO
Um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS), a integralidade, tem como proposta unir ações que concretizem a assistência do usuário à saúde como direito e também como serviço, e essas ações devem ser capazes de responder às necessidades de uma determinada população. Além da atenção às necessidades da população, para que um sistema público funcione com primazia em humanização, se faz necessário também que se constitua integral ao aliar políticas, ações, programas, práticas e cuidado à saúde. (NEVES; GIORDANI; HUGO, 2019)¹⁰.
Com a adição da equipe de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família (ESF), a partir de 2000, os cuidados na saúde bucal passaram a ser mais viabilizados e que integrados nas ações da Atenção Primária à Saúde. E em 2004, com a implantação da Política Nacional de Saúde Bucal, Brasil Sorridente, a saúde bucal passou a ser considerada uma das 4 áreas prioritárias do SUS, garantindo uma melhora na saúde oral a partir dessa valorização das dimensões subjetivas e sociais (GRAFF; TOASSI, 2018)¹¹.
Mesmo com todos esses avanços, a humanização dentro de clínicas odontológicas ainda enfrenta alguns obstáculos como, por exemplo, a tecnicização do trabalho encarado durante os cursos de graduação, limitando esse olhar mais abrangente e integral do paciente. Para conseguir alcançar a integralidade do assistido, a clínica deve se “ampliar” no atendimento no sentido de possibilitar que outros aspectos do sujeito sejam contemplados além de apenas fisicamente, necessitando uma formação dos profissionais sobre o assunto (GRAFF; TOASSI, 2018) ¹¹, além de alterações no modelo de formação dentro dos cursos de saúde.
Durante a formação dentro dos cursos de Odontologia, é muito comum se ver uma fragmentação do conhecimento, voltada mais para o mercado de trabalho e para solução do problema específico relatado pelo paciente. As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), aprovadas em 2000 para cursos de graduação de Odontologia fala justamente sobre a promoção de propostas como alterar esse perfil antigo dos egressos de modo a torná-los menos adeptos do modelo biomédico. (NÓBREGA; LEÔNCIO; LEITE; PEREIRA; SILVA, 2020) ¹².
Para acontecer essa desestabilização do modelo biomédico que comumente se vê dentro de cursos de graduação de Odontologia, é necessário que o processo ensino-aprendizagem seja centrado em técnicas e ações que considerem as tecnologias do novo milênio. Contemplar tecnologias leves como o vínculo com os pacientes, humanização da saúde e o acolhimento além do vínculo às habilidades e competências no âmbito da atenção primária da saúde. (VARGAS; WUTTKE; BREW; BUSATO; BAVARESCO; MOURA, 2020) ¹³.
Segundo Luiz, Caregnato e Costa (2017), numa unidade de terapia intensiva no Rio Grande do Sul, foram encontradas seis categorias que necessitam existir no serviço de saúde para que a humanização seja realizada. A acolhida é o valor da apresentação pessoal, de ser tratado pelo nome, ou seja, a importância de saber com quem e para quem se conversa ou simplesmente se expressa. Outra categoria foi a comunicação, fator diferencial para o atendimento humanizado tanto por parte dos profissionais de saúde quanto pelos familiares, para que aumente o vínculo entre profissionais e pacientes; no serviço deve ter profissionais éticos e sensíveis que perpassem além do conhecimento teórico permitindo aplicar ações e condutas que não ferem princípios científicos e morais, que resultem em desfechos mais “humanos”; os aspectos desfavoráveis que dificultam a humanização pode ser discriminação/preconceito, questão salarial, satisfação profissional, dentre outros aspectos; a percepção conceitual sobre humanização são conceitos elaborados, reformulados ou simplesmente citados que são considerados pelos profissionais do serviço; e religiosidade/espiritualidade que se relaciona com a fé e realização de práticas doutrinarias com a utilização de objetos santificados e/ou bentos como válvula de escape ou meio de esperança para um tratamento ou recuperação do quadro saúde-doença. Este artigo mostra conceitos de humanização que os participantes consideraram durante sua vida profissional. Tais conceitos resultam em ações que favorecem a humanização em ambientes de alta complexidade, como no caso acima.
Raus et al. (2020) relatam a importância da existência de uma colaboração integral para o cuidado do paciente que podem ocorrer de vários jeitos como por exemplo através uma construção de valores específicos seja por instituições de saúde ou por meio de mecanismos de mercado. O artigo foca na parte política como principal ator pois ela tem bastante influência na organização de políticas de saúde e suas execuções, sendo mais claros em 3 determinadas situações. A primeira situação fala do quão importante se faz o uso de políticas de saúde quando se existe uma distribuição desigual na sociedade, onde uns têm muito e outros têm pouco. A segunda situação fala sobre a complexidade dos vários determinantes sociais que uma população possui e que necessitam do envolvimento de outros setores além do da Saúde. E a terceira situação fala sobre a importância de uma boa qualidade de saúde e bem estar para que se tenha um pleno exercício de cidadania da pessoa, sendo reconhecida como um dos direitos humanos. O artigo conclui que a construção de políticas de Saúde é bem complexa, mas que são fundamentais para que haja a garantia de um atendimento integral do paciente, melhorando a qualidade do atendimento.
De acordo com Graff e Toassi (2018), a inclusão da Equipe de Saúde Bucal na Estratégia de Saúde da Família contribuiu para a melhora da qualidade de atendimento do paciente uma vez que os cuidados de saúde bucal eram integrados nas ações da Atenção Primária à Saúde (APS). Na educação, as diretrizes curriculares nacionais (DCN), inspiradas por programas como o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional (PRÓ-SAÚDE) por exemplo, induziram a realização de projetos pedagógicos dentro dos cursos de graduação em Saúde. É destacado também a importância da de estratégias que promovam uma aliança entre a educação e o trabalho, como por exemplo as residências multiprofissionais em saúde. Tudo isso contribui para uma “ampliação” da clínica, alcançando uma maior integralidade do paciente considerando vários outros aspectos dele além do físico a serem contemplados durante o atendimento humanizado. O estudo, através de uma abordagem qualitativa dentro de uma APS de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, contou com a participação de 11 cirurgiões-dentistas através de entrevistas gravadas e que seguiam um roteiro prévio de 11 perguntas norteadoras. As narrativas mais comuns produzidas pelos entrevistados falavam sobre a importância do acolhimento, com a escuta qualificada do problema que levou o paciente até lá, a importância também da criação de vínculo profissional-paciente, sendo uma tecnologia leve e que contribui muito para a mudança do modelo centrado na doença, e a importância da formação do cirurgião-dentista até chegar em um profissional de APS antes da criação das DCN, enfatizando as práticas clínicas “dentárias”, o pequeno conhecimento a respeito do funcionamento dos serviços públicos e a ausência da inserção e vivência através de estágios dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). O contato inicial através do acolhimento, a abordagem fora da cadeira odontológica, a criação de um bom vínculo entre o profissional e o paciente e a importância da formação do graduando foram os dispositivos facilitadores bom cuidado na clínica de saúde bucal.
Nobrega et al. (2019) relatam que as DCN também foram fundamentais para uma mudança na distribuição das pesquisas pelo país, apesar de ainda não mudar por completo esse perfil tecnicista de pensamentos dentro do curso de Odontologia. A formação do graduando de odontologia ainda é bastante focada numa fragmentação dos seus conhecimentos com bastante foco no mercado profissional, desassociando cada vez mais o conhecimento técnico do científico. O autor ainda afirma que mesmo com a implementação das diretrizes e sua ênfase nas atividades complementares como estágios, monitorias, iniciações científicas e etc. Ainda assim se vê uma formação acadêmica mais pautada em treinamentos técnicos. Quando se tem a participação dos estudantes da área de saúde bucal no processo de criação de pesquisas científicas, é evidente uma melhora no aprendizado, no senso crítico e até mesmo no perfil questionador do graduando, características essenciais para a formação de um bom profissional preparado para problemas.
Neves, Giordani e Hugo (2019) afirmam em seu artigo que os serviços odontológicos devem ser resultantes de um adequado conhecimento sobre a realidade da saúde de uma população definida, construindo assim uma prática resolutiva e integral, entretanto, ainda se observa um fenômeno de integralidade seletiva. O estudo ainda mostra que 45,1% dos usuários de rede pública já sentem dificuldade no acesso ao atendimento odontológico e quando o obtêm, a continuidade e integralidade do tratamento não são sempre garantidos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país. O estudo foi feito com a avaliação de 17.479 equipes da atenção básica avaliadas pelo PMAQ-AB, onde 11.374 equipes de saúde bucal foram consideradas para a pesquisa quanto à realização de procedimentos odontológicos curativos. Foi constatado uma prevalência de realizações de procedimentos curativos como por exemplo restaurações de amálgama e resina, exodontias, raspagens e drenagem de abscessos, principalmente nas regiões sul e sudeste do país, onde se tem maior IDH, provando a existência da iniquidade devido essa grande desigualdade social que existe no Brasil. É necessário a implementação e melhora na execução de planos de ações de promoção à saúde, assim como também um maior investimento na qualificação profissional e de gestão para melhoria do acesso e qualidade da atenção à saúde bucal.
Amorim e Souza (2010), descrevem que a partir de um roteiro de entrevista semiestruturado aplicado à dentistas tanto da área privada da saúde quanto da pública e de recém-formados à profissionais com 30 anos de experiência, conseguiram destacar alguns dos problemas éticos contido nos relatos obtidos e então o dividiram em 3 categorias. A primeira categoria diz respeito aos problemas éticos identificados na prática dos colegas de profissão como por exemplo aliciamento de pacientes, realização de tratamentos desnecessários, omissão de informação técnica necessária para se ter uma decisão junto com o paciente e a falta de uma visão mais integralizada do paciente. O efeito de uma formação que se baseia puramente em normas deontológicas, ou seja, onde a ação é mais importante que a consequência, resulta numa carência de fundamentação crítica e reflexiva. A segunda categoria criada foi para os problemas éticos nas relações com os pacientes, onde muitos profissionais esquecem que o usuário precisa ser visto como um agente autônomo que possui seus direitos e opiniões próprias que devem ser levadas em conta. Para que se tenha um pleno exercício do consentimento é necessário que seja discutido e explicado para o paciente pontos essenciais como o plano de tratamento, possíveis consequências do tratamento e o diagnóstico, onde se tenha o uso de uma linguagem clara e acessível para uma melhor comunicação e formar um relacionamento mais efetivo entre o profissional e usuário. A terceira categoria diz respeito aos problemas éticos enfrentados pelos profissionais quanto aos aspectos organizacionais do sistema de saúde. É concluído que a formação ética profissional na odontologia está cada vez menos crítica e mais fragmentada de conhecimentos específicos, com enfase no tecnicismo.
De acordo com Ferreira e Artmann (2018), mesmo a humanização não fazendo parte dos princípios fundamentais que compõem o SUS, ela está intimamente ligada as políticas de saúde, buscando aprimorar a qualidade do cuidado. A humanização enfatiza inicialmente a qualidade da atenção e satisfação do usuário para só depois abranger as questões referentes aos profissionais de saúde. A partir de aplicações de entrevistas semiestruturadas com profissionais e usuários do Instituto Nacional de Infectologia (INI), os pesquisadores usaram duas principais questões que foram levantadas como base para o estudo sobre a humanização e trabalho em saúde, uma desenvolvida para os profissionais de saúde: “O que o senhor(a) entende por humanização?” E a outra feita para os usuários do serviço de saúde: “Para o senhor(a), o que é ser bem atendido?”. A pesquisa obteve inúmeros sentidos para a humanização, criando uma verdadeira polissemia da palavra como por exemplo a necessidade da existência de uma boa relação entre os profissionais e usuários dos serviços de saúde e a rede de conversação como principal forma de melhorar a tomada de decisões de tratamentos. Outro significado que foi observado nas respostas dos entrevistados foi de que a humanização ocorre quando se há uma conexão dos serviços de saúde da relação das referências e contra referências, realizando um serviço em rede para que o paciente não fique sem assistência. Outra vertente de ideia foi de que para se concretize um atendimento mais humanizado, é necessário que haja boas condições de trabalhos, com liberdade e outras coisas melhorem o bem-estar no serviço. Quanto as respostas obtidas dos usuários, a humanização teve seu significado resumido em um atendimento com um bom acolhimento, com preocupação para com o outro, ter acesso aos recursos como remédios e bons profissionais, atendimentos diferenciados focados nos problemas e necessidades de cada indivíduo. Os resultados, quando comparados, mostraram que os profissionais de saúde deram uma classificação para a humanização relacionando-a a tecnologias leves enquanto os usuários a relacionaram a todas as tecnologias (leve, leve-duras, duras). A pesquisa ressaltou a importância das condições de trabalhos, autonomia dos funcionários e pacientes e a integralidade do usuário a partir do trabalho em equipe intersetorial.
Na visão de Benevides e Passos (2005), a humanização é ressaltada e levada em consideração com maior ênfase pelos usuários e os profissionais dos serviços em saúde, porém, colocada em segundo plano em grande parte por gestores e profissionais. Evidenciando as interpretações dos participantes em relação ao tema, o usuário do serviço de saúde demanda um acolhimento efetivo, os profissionais de saúde reivindicam melhorias nas condições de trabalho e os críticos questionam a aplicação concreta das propostas de humanização. Para que de fato se concretize um processo de mudança que atenda as expectativas dos usuários e profissionais de saúde, a humanização coloca em questão dois desafios: conceitual e metodológico. O desafio conceitual se refere a repetição desconexa do sentido da humanização, tornando a temática uma mera reprodução redundante de um conceito já existente, dificultando a real aplicação da temática. Essa dificuldade mostra a ligação da idealização do homem ideal para a prática humanizada, que pode dificultar a real alteração e efetivação das práticas humanizadas e o modo de operação nos serviços de saúde. O desafio metodológico se refere a prática propriamente dita, fugindo das ações de políticas públicas onde só propostas e programas são mantidos, fazendo uma conexão entre o conceito e a prática onde o conhecimento transforma efetivamente a realidade. Dessa forma, concluindo que a humanização além de ter o seu conceito definido também deve ser capaz de explicar, intervir e compor a realidade, mostrando que não somente o modo que é definido a humanização que influi no resultado final, mas também o modo como o seu próprio conceito é desenvolvido.
Kalichman e Ayres (2016), mostram que a execução teórica e prática do príncipio da integralidade é um desafio para os profissionais de saúde, usuários dos serviços e também para a comunidade. Apesar dessa dificuldade, é destacado a importâcia, pois é esse princípio que vai organizar o conhecimento dos envolvidos nesse processo, impactando diretamente na qualidade do serviço, dessa forma fazendo com que haja uma simbiose, efetivando também, os outros príncipios presentes no SUS. A fim de compreender e fazer uma conexão real da narrativa dos conceitos e princípios na prática, foi realizado uma revisão crítica, que procura experimentar a fragmentação e cobertura entre a divisão da atenção e a gestão em saúde, com o intuito de que se efetive um cuidado integral. Dessa forma, foi identificado que um dos desafios é a composição das propostas e políticas de saúde que apesar de serem bem estruturadas e atualizadas de acordo com evidências científicas encontram dificuldades na sua execução na realidade. Os outros desafios encontrados se referem a diferença e falha na sensibilidade em relação as regiões e municípios onde muitas vezes os interesses regionais são levados em consideração, dessa forma segregando e dificultando uma articulação estadual. Com o intuito de resolução desse desafio se propõe uma base regional e não municipal a fim de diminuir essa fragmentação, e levando em consideração a real importancia do acesso e qualidade do serviço integral, garantindo a todos o princípio da integralidade dando o direito da saúde a todos.
O estudo de Vargas et al (2020) diz que para que de fato se tenha um atendimento humanizado, o conceito de humanização deve se desvencilhar da visão biomédica que ainda está bastante enraizada nos atendimentos. Para que isso ocorra, é necessário que haja um comprometimento dos atores em saúde interessados nesse objetivo (profissionais, usuários e gestores) como a promoção da capacitação dos profissionais, promoção de políticas de saúde, comprometimento com o plano de tratamento, participação popular, entre outros. A pesquisa se baseou na realização de entrevistas com alunos do 9° semestre do curso de odontologia da ULBRA Canoas que foram transcritas posteriormente no Word, onde foram analisados os critérios a respeito do motivo para a escolha do curso, qual é a visão futura que o graduando têm sobre o mercado de trabalho, local onde se fez o estágio e outras perguntas a respeito da humanização dentro dos atendimentos. Foi observado diversas categorias importantes como a promoção da saúde como critério de escolha de curso, a integralidade da atenção à saúde, a importância do estágio para uma formação mais humanizada e as expectativas sobre o trabalho do cirurgião-dentista na UBS e após 5 anos de formação. A pesquisa conclui a eficiência do curso de odontologia da ULBRA Canoas na formação de profissionais mais humanizados e preparados para um atendimento focado nos princípios da humanização da saúde, da formação científica/teórica, social e ética. A formação do graduando de odontologia em outros cenários de formação possibilitam uma ampliação da visão comumente mais prática e menos humanizada em uma visão mais reflexiva sobre o tratamento e o paciente, uma visão subjetiva do cuidado em saúde proporcionando um melhor planejamento do tratamento e uma resolução mais rápida dos problemas.
CONCLUSÃO
A humanização dentro das práticas odontológicas se torna um ótimo dispositivo para melhora da qualidade do atendimento assim como um aumento no bem-estar dos pacientes. Comumente colocada em segundo plano, é cada vez mais comum a ocorrência de conflitos éticos entre os atores dos serviços de saúde (profissionais e usuários), colocando em risco a continuação de um atendimento integral do paciente.
Devido a uma formação direcionada para o mercado de trabalho, o olhar prático se sobrepõe a uma visão mais crítica e reflexiva, influenciando tanto na construção de um vínculo mais íntimo com o paciente a até comprometer todo o plano de tratamento. Se faz necessário uma mudança pedagógica dentro dos cursos de odontologia com o objetivo de desfocar esse olhar mais prático que é observado durante os atendimentos para uma visão mais subjetiva do paciente quanto ao cuidado à saúde, criando um senso mais crítico e reflexivo dos graduandos e recém-formados e então futuros profissionais com experiência humanizada dentro dos consultórios.
Um bom atendimento necessita de uma aliança entre a utilização de tecnologias leves, leve-duras e duras. Com a utilização de tecnologias leves como a escuta qualificada e a visão integral do paciente, onde uma equipe de profissionais com conhecimentos e experiências diferentes utilizando uma rede de conversação, contribui para uma melhoria no acesso ao atendimento e consequentemente na visão mais ampla e integral do cuidado à saúde graças a abordagem inter setorial.
Outro obstáculo importante citado nos artigos que ameaçam o sucesso do tratamento humanizado são as péssimas condições de trabalho enfrentados por profissionais, seja por falta de insumos para realização dos serviços até as condições insalubres nos relacionamentos dentro do trabalho. Assim como relatado em muitos artigos, os pacientes prezam muito por um dentista que tenha bastante habilidade técnica, mas também destacam a importância de um contato mais humanizado. Um atendimento em que se tenha uma boa comunicação, escuta qualificada respeitando as opiniões do paciente e uma compreensão de ambos os lados ajudam no fortalecimento da relação entre paciente-profissional, melhorando nas questões de bem-estar do paciente e de problemas de ansiedade odontológica.
REFERÊNCIAS
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