HUMANIZATION AND ETHICS IN INTENSIVE CARE FOR ADULT PATIENTS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12740858
Alessandra Thalleessa Ramos Trindade1
Eliudes Dos Santos Barbosa2
Link Costa Leão3
Viviane Passos Da Costa Monteiro4
RESUMO
No âmbito dos cuidados intensivos, é fundamental dar prioridade à humanização e à ética, pois desempenham um papel vital não apenas na prestação de cuidados médicos de qualidade aos pacientes adultos, mas também na garantia de que sejam tratados com respeito e dignidade nos momentos mais vulneráveis da suas vidas. A pesquisa perpassa pela seguinte indagação. Como integrar princípios éticos e práticas humanizadas nos cuidados intensivos para garantir o bem-estar físico, emocional e dignidade dos pacientes adultos?. O objetivo deste estudo é descrever como a humanização e a ética podem ser integradas de maneira eficaz nos cuidados intensivos, proporcionando uma experiência de cuidado que honra tanto a ciência quanto a singularidade da pessoa idosa. O estudo se qualifica como uma revisão integrativa de análise abrangente da literatura existente. Dentro da seleção final, totalizaram sete estudos, sendo dois artigos empíricos, dois contendo conteúdo teórico e três específicos como pesquisa de revisão bibliográfica. Vale ressaltar que todos esses estudos foram publicados em língua portuguesa. Á luz disso, a pesquisa demonstrou a importância da humanização do cuidado prestado aos pacientes adultos em terapia intensiva não pode ser exagerada. Empatia, respeito e reconhecimento são enfatizados pelos profissionais de saúde como componentes essenciais. Além do tratamento médico, é fundamental envolver as famílias, adotar uma abordagem abrangente e priorizar o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes. A pesquisa “Humanização e Ética nos Cuidados Intensivos para Pacientes Adultos” atingiu seu objetivo primordial ao descrever com profundidade como a integração da humanização e da ética nos cuidados intensivos pode significativamente melhorar a experiência de cuidado aos pacientes adultos, especialmente aqueles de idade avançada. Este estudo demonstrou que é possível, e indispensável, honrar simultaneamente os imperativos científicos e a singularidade de cada paciente, assegurando que o tratamento oferecido vá além da mera resposta às necessidades físicas, abraçando também as dimensões psicológica, emocional e espiritual.
Palavras- Chave: Ética. Saúde Única. Humanização da assistência. Unidades de terapia intensiva.
ABSTRACT
In the realm of intensive care, it is crucial to prioritize humanization and ethics, as they play a vital role not only in providing quality medical care to adult patients but also in ensuring that they are treated with respect and dignity during the most vulnerable moments of their lives. The research revolves around the following question: How can ethical principles and humanized practices be integrated into intensive care to ensure the physical, emotional well-being, and dignity of adult patients? The aim of this study is to describe how humanization and ethics can be effectively integrated into intensive care, providing a care experience that honors both science and the uniqueness of the elderly person. The study qualifies as an integrative review with a comprehensive analysis of the existing literature. Within the final selection, there were seven studies, including two empirical articles, two containing theoretical content, and three specific as bibliographic review research. It is worth noting that all these studies were published in Portuguese. In light of this, the research demonstrated that the importance of humanizing the care provided to adult patients in intensive therapy cannot be overstated. Empathy, respect, and recognition are emphasized by healthcare professionals as essential components. Beyond medical treatment, it is crucial to involve families, adopt a comprehensive approach, and prioritize the emotional and psychological well-being of patients. The research “Humanization and Ethics in Intensive Care for Adult Patients” achieved its primary objective by describing in depth how the integration of humanization and ethics in intensive care can significantly improve the care experience for adult patients, especially those of advanced age. This study demonstrated that it is possible, and indispensable, to simultaneously honor scientific imperatives and the uniqueness of each patient, ensuring that the treatment offered goes beyond merely responding to physical needs, also embracing psychological, emotional, and spiritual dimensions.
Keywords: Ethics. One Health. Humanization of care. Intensive care units.
INTRODUÇÃO
No âmbito dos cuidados intensivos, é fundamental dar prioridade à humanização e à ética, pois desempenham um papel vital não apenas na prestação de cuidados médicos de qualidade aos pacientes adultos, mas também na garantia de que sejam tratados com respeito e dignidade nos momentos mais vulneráveis da suas vidas (Goulart & Chiari, 2010).
O estudo sobre a humanização e ética nos cuidados intensivos para pacientes adultos se justifica pela razão da discussão do imperativo de defesa de um tratamento holístico e empático dos indivíduos em ambientes de cuidados intensivos. A humanização abrange mais do que apenas garantir o bem-estar físico; envolve também ouvir ativamente, demonstrar empatia e defender a dignidade (Vila & Rossi, 2002). Da mesma forma, a ética fornece uma estrutura para navegar em dilemas intrincados, como recursos limitados, tomada de decisão colaborativa e apoio no fim da vida (Alcântara, 2020).
No ambiente de alto risco da medicina intensiva, a tomada de decisões rápida e precisa é crucial tanto para os pacientes como para as discussões sobre cuidados de saúde (Afonso, 2020). No entanto, no meio da intensidade e urgência, a importância da ligação humana torna-se um princípio fundamental, nomeadamente como um lembrete de que os pacientes não são apenas casos médicos, mas indivíduos com as suas próprias narrativas, ansiedades e aspirações únicas (Mesquita & Carvalho, 2014).
Diante disso, a pesquisa perpassa pela seguinte indagação. Como integrar princípios éticos e práticas humanizadas nos cuidados intensivos para garantir o bem-estar físico, emocional e dignidade dos pacientes adultos?. Este desafio envolve a adoção de uma abordagem holística no tratamento, que reconhece o paciente como um ser integral, com necessidades, desejos e direitos que transcendem a sua condição clínica (Hermes & Lamarca, 2013).
De acordo com Mendes (2012) a ética nos cuidados intensivos orienta os profissionais a equilibrarem a competência técnica com a sensibilidade humana. Ela impõe um olhar crítico sobre as práticas médicas, questionando não apenas o “como” tratamos, mas também o “porquê”, buscando sempre o melhor interesse do paciente.
Para tanto, é imperativo promover uma cultura de cuidado que valorize a comunicação efetiva, a empatia, o respeito às decisões e preferências do paciente, além de contemplar as dimensões psicossociais e espirituais inerentes ao processo de cura (INCA, 2022). Assim, ao ponderar sobre como pode-se efetivamente integrar estes princípios e práticas no contexto dos cuidados intensivos, nos deparamos com a necessidade de revisitar e redefinir os modelos de assistência, de modo a refletirem uma ética do cuidar que coloca o paciente e sua dignidade no centro das atenções (Carnut, 2017).
Os cuidados intensivos para pacientes adultos frequentemente envolvem dilemas éticos complexos, como decisões de fim de vida e alocação de recursos escassos (Pereira; Siqueira- Batista; Schramm, 2021). A ética ajuda a navegar por essas questões, fornecendo um quadro de referência para a tomada de decisões compassivas e justas (Nora, 2016).
Assim, o objetivo deste estudo é descrever como a humanização e a ética podem ser integradas de maneira eficaz nos cuidados intensivos, proporcionando uma experiência de cuidado que honra tanto a ciência quanto a singularidade da pessoa idosa.
METODOLOGIA
Ao utilizar a abordagem de revisão integrativa, o estudo se qualifica como uma análise abrangente da literatura existente, permitindo uma compreensão ampla do assunto (Cabral et al., 2023). A revisão se propôs fornecer uma análise abrangente de um determinado assunto, ao mesmo tempo que destacou áreas de conhecimento que requerem investigação mais aprofundada através de novas pesquisas.
Para aumentar o rigor da revisão, o estudo seguiu os seguintes procedimentos: identificação do problema, realização de uma pesquisa abrangente na literatura, avaliação dos estudos selecionados e análise e apresentação dos dados coletados.
Com o escopo de garantir uma pesquisa baseada em evidências, esta revisão procurou abordar a seguinte questão: Como integrar princípios éticos e práticas humanizadas nos cuidados intensivos para garantir o bem-estar físico, emocional e dignidade dos pacientes adultos? Para fornecer uma resposta, uma extensa pesquisa foi realizada usando diversas bases de dados, incluindo o Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE).
Para conduzir o estudo, os pesquisadores utilizaram uma combinação de descritores/termos MeSH e palavras-chave temáticas, incluindo “cuidados paliativos”, “humanização”, “ética em saúde”, “cuidados intensivos” e “pacientes idosos”. Foram realizadas as seguintes associações com o operador booleano “and” em inglês: “Palliative care”, “Humanization”, “Ethics in healthcare”, “Intensive care” end “Elderly patients”.
Para ampliar o escopo deste estudo, os descritores foram cruzados em inglês, português e espanhol. Além disso, as referências bibliográficas dos trabalhos incluídos foram minuciosamente examinadas para descobrir qualquer material adicional relevante.
Os critérios de inclusão especificados abrangem uma série de trabalhos acadêmicos, como artigos de pesquisa originais, estudos teóricos e estudos de caso, todos os quais deveriam ser escritos em inglês, espanhol ou português e envolver cuidados intensivos em pacientes adultos. Nenhum parâmetro temporal pré-determinado foi definido. Dado que a ética é um tema inerente à ciência desde o seu início, sem restrição de tempo na pesquisa.
Os critérios de exclusão desta pesquisa incluíram investigações que não se alinhavam ao tema proposto, estudos com objetivos vagos que não abordaram a questão norteadora desta pesquisa e resumos que não forneceram respostas relevantes.
Entre os meses de março e abril de 2024, dois pesquisadores realizaram coleta e análise de dados separadamente. Após comparação das pesquisas independentes realizadas nas diversas bases de dados, os pesquisadores examinaram cuidadosamente quaisquer discrepâncias nas suas conclusões para garantir a inclusão do maior número possível de estudos relevantes. A seleção das publicações para este estudo seguiu as diretrizes descritas no Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), conforme ilustrado na Figura 1 (Page MJ et al., 2021).
Para análise e interpretação dos dados, a revisão integrativa da literatura empregou um conjunto de procedimentos que abrangeu diversos aspectos. Estas incluíam observar padrões em estudos, avaliar a plausibilidade, fazer comparações, identificar padrões comuns e incomuns, resumir dados e construir uma cadeia lógica de evidências (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).
Os estudos foram analisados por meio de abordagem estruturada, possibilitando a identificação dos componentes-chave. Esta ferramenta facilitou a integração e análise de dados, incluindo avaliações numéricas básicas, para determinar o escopo, características e distribuição dos estudos incluídos. Em última análise, os resultados foram compilados e comunicados a fim de fornecer uma visão abrangente do assunto, utilizando uma abordagem temática que se alinha com os princípios e técnicas de tomada de decisão ética no campo da saúde e da enfermagem.
Figura 1: Fluxograma PRISMA 2020 para novas revisões sistemáticas que incluiu apenas buscas em bases de dados e registros.
Fonte: Elaborado pela autora, (2024). Adaptado de Page et al., (2021).
RESULTADOS
Para aprofundar a análise das informações obtidas nos artigos escolhidos, foi elaborado um resumo destes estudos. A Tabela 1 apresenta os detalhes dos artigos selecionados, incluindo fonte da base de dados, título, autores e ano de publicação, bem como o objetivo de cada estudo.
Base de dados | Título | Autores/ ano | Objetivo |
SciELO | Humanização em Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI): compreensões da equipe de enfermagem. | Costa; Figueiredo; Schaurich, 2009. | “Compreender como os profissionais da enfermagem (enfermeiros e técnicos) percebem a política de humanização no cenário de uma UTI e sua importância nesse processo” |
SciELO | Humanização do cuidado em Unidade de Terapia Intensiva: revisão integrativa da literatura. | Dias et al., 2022. | “Demonstrar a prática de humanização do cuidado em terapia intensiva com base na literatura científica”. |
SciELO | Humanização do cuidado em Unidade de Terapia Intensiva: potencialidades, desafios e estratégias. | Brill et al., 2021. | “Identificar as oportunidades, os desafios/fragilidades que a equipe de enfermagem vivencia no processo de humanização da UTI, e as estratégias que utiliza no processo”. |
LILACS | O cuidado de enfermagem com pacientes adultos em terapia intensiva: uma revisão integrativa. | Barros et al., 2012. | “Analisar publicações sobre cuidado de enfermagem a pacientes adultos em Unidades de Terapia Intensiva no período de 2005 a 2010”. |
LILACS | Humanização no cuidado na UTI adulto. | SANTOS et al., 2022. | “Identificar estratégias em prol da aplicabilidade do cuidado humanizado de Enfermagem na literatura científica analisando como é implementado na Unidade de Terapia Intensiva Adulto”. |
PUBMED | Percepções de pacientes adultos sobre a unidade de terapia intensiva. | Maciel et al., 2020. | “Analisar e descrever as percepções sobre a unidade de terapia intensiva de pacientes adultos que estiveram internados na UTI de um Hospital Universitário de Belém do Pará”. |
PUBMED | Perfil de pacientes de uma unidade de terapia intensiva de adultos de um município paraibano. | Castro et al., 2021. | “Investigar o perfil dos pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva de um hospital da Paraíba, Brasil”. |
Fonte: Elaborado pela autora, (2024).
Dentro da seleção final, totalizaram sete estudos, sendo dois artigos empíricos, dois contendo conteúdo teórico e três específicos como pesquisa de revisão bibliográfica. Vale ressaltar que todos esses estudos foram publicados em língua portuguesa.
DISCUSSÃO
A importância da humanização na assistência dos cuidados intensivos ao paciente adulto emergiram nos estudos de Costa; Figueiredo; Schaurich, (2009) ao enfatizarem aspectos relacionados a elementos e características que definem a humanização, bem como questões facilitadoras e dificultadoras presentes no processo. Os autores demonstram que os profissionais destacaram a empatia, o respeito e o reconhecimento como elementos fundamentais. Eles acreditam que podem fazer a diferença no processo de humanização, visando melhorar as práticas de cuidado baseadas na ética, diálogo e autonomia dos pacientes, suas famílias e da própria equipe
Nesta perspectiva, Dias et al., (2022) abordam a natureza complexa do ambiente da UTI e enfatizam a necessidade de fornecer cuidados humanizados a pacientes gravemente enfermos. Os autores ressaltam que a humanização abrange não apenas o cuidado direto ao paciente, mas também o envolvimento com a família do paciente e a colaboração dentro da equipe multidisciplinar. Identificam diversos desafios, incluindo jornadas de trabalho longas e cansativas, recursos limitados e preparo inadequado, que podem contribuir para a insatisfação profissional e comprometer a qualidade da assistência. O estudo enfatiza a importância da reestruturação dos modelos de gestão para promover uma abordagem mais empática e segura da saúde, alinhada aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao se tratar das questões de humanização no atendimento ao paciente, Brill et al. (2021) destacam a importância de ampliar o cuidado para além da mera assistência tecnológica. Eles enfatizam a importância de criar um ambiente que promova o respeito ético e cultural tanto para os pacientes como para as suas famílias. O estudo demonstra que a implementação de práticas de humanização pode melhorar muito a recuperação dos pacientes, mesmo diante de desafios como viagens longas e árduas e recursos limitados. Os autores propõem que a empatia, o respeito e o reconhecimento são componentes essenciais do processo de humanização, que deve levar em conta também a satisfação profissional e as condições de trabalho da equipe de saúde.
Em seu estudo, Barros et al., (2012) chamam a atenção para a natureza complexa dos cuidados de enfermagem prestados a pacientes adultos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), sublinhando a importância dos cuidados que vão além das meras exigências clínicas. Os autores enfatizam a importância de gerenciar o cuidado, fornecer apoio emocional e físico aos pacientes e envolver os familiares na jornada terapêutica. A pesquisa propõe que a prática de enfermagem adote uma abordagem holística e humanizada, levando em consideração todos os aspectos da experiência do paciente e familiares na UTI, com o objetivo de promover não apenas a recuperação física, mas também o bem-estar emocional e psicológico.
Santos et al. (2022) aprofundam a importância da implementação de uma política de humanização nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes adultos. A pesquisa enfatiza o papel crucial que a empatia, o respeito e a valorização desempenham no processo de humanização. Os profissionais de enfermagem, incluindo enfermeiros e técnicos, são reconhecidos como agentes essenciais na promoção do cuidado ético através da comunicação aberta e do empoderamento dos pacientes e suas famílias. Além disso, os autores abordam os diversos desafios que surgem na implementação dessa política, como as diversas interpretações do conceito de humanização, as condições de trabalho enfrentadas pelos profissionais de saúde e o ambiente único das UTIs.
No estudo qualitativo realizado por Marciel et al. (2020), procurou-se entender as percepções dos pacientes expressas antes e após a admissão na UTI, levando em consideração o potencial de mortalidade e a chance de recuperação. Além disso, os autores demonstraram alterações notáveis nos pacientes em seu ambiente e rotinas diárias durante a internação hospitalar, enfatizando as fontes de estresse. A discussão dos autores abrangeu aspectos positivos e negativos do cuidado recebido na UTI, com ênfase especial na humanização desse cuidado. Por fim, o estudo apontou que os pacientes compartilharam as memórias mais significativas que moldaram suas experiências após a internação na UTI. Este estudo ressaltou a importância de considerar as perspectivas dos pacientes para melhorar as práticas de saúde nas UTIs.
Por fim, Castro et al. (2021) realizaram uma análise retrospectiva e quantitativa de pacientes internados em UTI de um hospital geral localizado na Paraíba. O estudo incluiu um total de 461 pacientes, com destaque para indivíduos com idade entre 71 e 80 anos, dos quais 50,8% eram do sexo feminino e 43,4% foram admitidos no pronto-socorro. O principal motivo de internação foram as doenças cardiovasculares, responsáveis por 28% de todos os casos. Em termos de resultados, 45,3% dos pacientes tiveram alta, enquanto 52% infelizmente faleceram. Além disso, 2% foram transferidos para outras unidades e 0,7% permaneceram na UTI. Os autores destacaram que a maioria das internações em UTI consistiu em pacientes idosos com condições de saúde subjacentes e houve uma representação equilibrada de ambos os sexos. Além disso, os autores ressaltaram a importância da humanização e da ética nesse contexto, enfatizando a importância de não apenas abordar os aspectos clínicos do atendimento ao paciente, mas também de priorizar seu bem-estar emocional, dignidade e autonomia. Esta abordagem promove uma abordagem mais abrangente e respeitosa aos cuidados de saúde.
Existem várias abordagens disponíveis para examinar os componentes da tomada de decisão ética, uma delas é a revisão integrativa e por meio dela é possível que métodos alternativos possam produzir resultados contrastantes diante da humanização (Souza, 2010). Consequentemente, é aconselhável explorar os processos éticos de tomada de decisão dos profissionais de saúde, particularmente dos enfermeiros, utilizando métodos alternativos e em diferentes contextos (Chaves e Massarollo, 2009).
Á luz disso, a pesquisa demonstrou a importância da humanização do cuidado prestado aos pacientes adultos em terapia intensiva não pode ser exagerada. Empatia, respeito e reconhecimento são enfatizados pelos profissionais de saúde como componentes essenciais. Além do tratamento médico, é fundamental envolver as famílias, adotar uma abordagem abrangente e priorizar o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes. Embora existam obstáculos à implementação de políticas de humanização, elas têm o potencial de melhorar significativamente a recuperação dos pacientes. A comunicação aberta, a capacitação dos pacientes e o reconhecimento dos esforços dos profissionais de saúde são indispensáveis para promover um ambiente humanizado nas UTIs.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa “Humanização e Ética nos Cuidados Intensivos para Pacientes Adultos” atingiu seu objetivo primordial ao descrever com profundidade como a integração da humanização e da ética nos cuidados intensivos pode significativamente melhorar a experiência de cuidado aos pacientes adultos, especialmente aqueles de idade avançada. Este estudo demonstrou que é possível, e indispensável, honrar simultaneamente os imperativos científicos e a singularidade de cada paciente, assegurando que o tratamento oferecido vá além da mera resposta às necessidades físicas, abraçando também as dimensões psicológica, emocional e espiritual.
Os resultados obtidos nesta pesquisa oferecem um caminho valioso tanto para a sociedade como para a academia, ao evidenciar a necessidade de uma prática de cuidados intensivos que seja eticamente fundamentada e humanizada. A implementação dessas práticas não só pode melhorar a qualidade do cuidado prestado, mas também promover uma cultura de respeito e dignidade dentro do ambiente hospitalar. Para os profissionais da saúde, este estudo serve como um lembrete da importância de se ver o paciente como um ser integral, com histórias, desejos e medos, e não apenas como um conjunto de sintomas a serem tratados. Para a academia, abre-se um leque de possibilidades para pesquisas futuras que possam continuar explorando e expandindo os conceitos de humanização e ética nos cuidados de saúde.
Contudo, é importante reconhecer as limitações desta pesquisa. Uma delas é a sua abrangência limitada a um contexto específico, o que pode não capturar a totalidade das experiências e perspectivas existentes dentro dessa temática tão vasta. Além disso, a metodologia empregada, embora rigorosa, pode beneficiar-se de abordagens complementares em estudos futuros. Assim, recomenda-se que pesquisas subsequentes busquem ampliar a diversidade de contextos e participantes, bem como explorar metodologias qualitativas que possam oferecer informações mais profundas sobre as experiências individuais de pacientes e profissionais de saúde. Desta forma, será possível continuar avançando no caminho da humanização e da ética nos cuidados intensivos, contribuindo para uma prática de saúde mais compassiva e integral.
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