HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO EM ENFERMAGEM ÀS PESSOAS IDOSAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE 

HUMANIZATION OF NURSING CARE FOR ELDERLY PEOPLE IN BASIC HEALTH UNITS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7847560


José Vitor Almeida dos Santos1
Orientadora: Renata Barros Pereira Medeiros2


RESUMO: A humanização na geriatria vem alcançando espaço entre os colaboradores enfermeiros, por agregar valores no atendimento e na relação entre pessoas da terceira idade e profissional da saúde. Esse processo respeita a individualidade de cada usuário, promovendo a qualidade de vida e o bem estar. O objetivo do estudo foi analisar a humanização da assistência de enfermagem à pessoa idosa na atenção primária. Este estudo tratou-se de uma revisão integrativa. A busca na literatura foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS)  e Medical Literature Analysis and Retrieval System (MEDLINE). Para a seleção dos artigos foram considerados os seguintes descritores em saúde: Nursing Assistance” AND “Old man” AND “Humanization” AND “Primary Care” AND “Health and wellness”, podendo ser em português e inglês, onde após a identificação e triagem, 10 artigos foram incluídos para a amostra final. Os resultados apontaram que a atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde é de fundamental importância. Na articulação das políticas públicas de saúde e processo de humanização direcionado à pessoa idosa, para que tais ações promovam saúde e que a população pertencente a essa faixa etária possa desfrutar o envelhecimento com dignidade, mais autonomia e qualidade de vida. 

Palavras–Chave: Humanização. Atenção em Enfermagem. Idoso.

ABSTRACT: The structured abstract should concisely present the research field, objectives, methods, results and conclusions of the manuscript. The abstract should have a minimum of 100 and a maximum of 250 words with a sequence of running sentences and not just a simple list of topics; as well as, should not have citations. The text should be typed in 12 point font and single spacing between lines. The verb should be used in the active voice and in the first person singular / plural. Do not use abbreviations in the title or Abstract.

Keywords: Article Scientific. Normalization. NBR 6022

1 INTRODUÇÃO

A Política Nacional de Humanização surgiu com o fundamento de efetivação dos princípios estabelecimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a humanização na atenção à saúde pode ser entendida como uma qualificação das práticas de saúde, tais como o acolhimento, vínculo e valorização dos usuários do sistema (VERAS, 2021).

Para Vieira e Oliveira (2020) a humanização é a reavaliação e priorização das responsabilidades do paciente, além do cuidado e dedicação dos profissionais enfermeiros aos pacientes, pois estes devem superar a integridade da implementação de tecnologias assistivas.

Cunha, Nascimento, Lima e Leite (2019) ressaltam que a busca pela qualidade de vida no envelhecer tem sido palco de discussões sobre as problemáticas relacionadas a essa questão que tem sido vista por um viés diferente na área da saúde pública, uma vez que, acredita-se que o envelhecimento ativo tornar-se-á uma valiosa conquista para sociedade em questão. Segundo H.J (2019) o empenho pela busca da qualidade de vida vem crescendo, e essa ideia segundo Santos (2020) traz consigo um referencial antigo de promoção à saúde e emerge como um paradigma para a ampliação das políticas públicas com foco nas dimensões positivas em relação à saúde e ao controle de doenças dos idosos.

Nascimento (2019) aponta que a estimativa é de que em 2025 seremos o sexto país em números de idosos com aproximadamente 32 milhões de pessoas da terceira idade, este dado aumenta a necessidade de humanizar o serviço prestado à pessoa idosa (OLIVEIRA. NASCIMENTO, 2019).

Conforme Menezes (2020), o cuidado de enfermagem é indispensável na terceira idade, pois se trata de uma população que gera demanda de atenção em saúde maior que as demais faixas etárias, e o profissional da enfermagem é o principal responsável por promover ações de cuidado a este usuário, tendo assim papel fundamental em ofertar a assistência de forma humana. Em analogia aos cuidados de enfermagem ao paciente idoso, são imprescindíveis a melhoria do estado de saúde, seja quando a intervenção se dirige à manutenção ou a obtenção de estilos de vida saudáveis, quer quando em situação de doença se conduzem a aquisição do bem-estar ou à promoção da independência (VIEIRA, 2020).

Torna-se necessário um atendimento humanizado, ao paciente idoso, visto que o mesmo apresenta inúmeras fragilidades decorrentes ao processo do envelhecimento, tais como, doenças no corpo enfermidades psicológicas, uma série de restrições com as quais este paciente idoso não estava acostumado (SOUZA; BRETAS, 2019).

Para Melo, Teixeira, Berbosa, Montoya e Silveira (2019), as visitas domiciliares realizadas pelo enfermeiro ao idoso merecem ser consideradas como uma estratégia de ação relevante, contribuição para o melhor desempenho da saúde possibilitando a promoção da qualidade de vida e estabelecendo melhora das relações condicionais de saúde da comunidade idosa assistida. 

Mesmo que a realidade de atenção básica domiciliar na área da saúde encontra-se em processo de progressão, essa prática ainda é considerada humanizada (VEIGA, 2020). Ressalta-se que para o processo de visita domiciliar tornar-se uma ação efetiva e com êxito diante de seus objetivos, seria fundamental o profissional entender a realidade social em que está inserido, capacitar diante das diferentes abordagens da visita e realizar a assistência de modo condizente com as necessidades que uma assistência domiciliar necessita (SANCHEZ, 2020). 

Para Oliveira, Concone e Sousa (2019), verifica-se que as visitas domiciliares não alteram apenas a maneira como os profissionais enfermeiros trabalham; elas proporcionam algumas virtudes que transcendem o atendimento básico em um consultório, sendo esse um atendimento humanizado. Elas são capazes de transformar a maneira como os profissionais enfermeiros lidam com algumas situações, proporcionando, aos mesmos, variados tipos de reflexões, promovendo um crescimento pessoal por meio da sensibilização diante do contexto da vida e aprimorando a sua maneira de cuidar e assistir o idoso de forma humanizada (ARAÙJO, 2019)

O objetivo do estudo foi analisar a humanização da assistência de enfermagem à pessoa idosa na atenção primária. 

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa trata-se de uma revisão integrativa, alusiva à produção científica sobre a humanização da assistência de enfermagem ao idoso no âmbito da Atenção Básica. Para Brevidelli e Domenico (2008) esse tipo de estudo é amplo, por sua vez, possibilita ao pesquisador um resumo e análise do conhecimento científico obtido sobre um assunto já pesquisado.

Para a seleção dos artigos, foram levados em consideração os seguintes critérios de inclusão artigos: publicados na íntegra; Escritos na língua portuguesa e inglesa;, no período de 2019 a 2022. Como critério de exclusão artigos: de revisão; duplicados, incompletos e Artigos que estiverem fora da temática em estudo e/ou por não atenderem aos critérios de elegibilidade.

A busca na literatura foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS)  e Medical Literature Analysis and Retrievel System (MEDLINE). Para a seleção dos artigos foram considerados os seguintes descritores em saúde: Nursing Assistance” AND “Old man” AND “Humanization” AND “Primary Care” AND “Health and wellness”, podendo ser em português e inglês.

A fim de minimizar dúvidas acerca da compreensão das estratégias utilizadas para a seleção dos artigos, o fluxograma PRISMA 2020 (PAGE et al., 2020) apresenta os resultados das buscas realizadas em cada base de dados (Figura 1), além de descrever os principais coeficientes que deram base para os critérios de inclusão e exclusão

Figura 1: Fluxograma de busca e seleção dos artigos

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Fonte: adaptado de PRISMA (2020).

Foram identificados um total de 282 artigos, dos quais 67 encontravam-se na base de dados LILACS, 153 na MEDLINE e 62 na base de dados SCIELO. Destes, 18 foram excluídos por duplicidade, 22 por estarem em outro idioma, 27 por estarem incompletos, 13 por serem de revisão. Para a triagem, 143 foram selecionados para leitura do título e resumo, sendo 112 excluídos por não atenderem a temática. Após essa etapa 74 foram selecionados para a leitura na íntegra, onde 64 foram excluídos por não atenderem a questão norteadora, e 10 estudos incluídos para compor a amostra final do estudo. 

3 RESULTADOS 

Após realizar o levantamento dos dados e seleção dos artigos que atendiam a proposta do estudo, os mesmo foram analisados, organizados e categorizados. Dessa maneira, foi elaborada uma tabela para expor a organização de dados dos artigos escolhidos segundo: autor/ano, tipo de estudo, resultados e conclusão, como demonstra a Tabela 01.

Tabela 01: Caracterização dos artigos

Autor/anoTipo de estudoCuidados em enfermagemCapacitaçãoResultados
Rocha et al.,(2019).Estudo descritivo de natureza qualitativa/quantitativo, onde pesquisou 30 idosos que eram atendidos em uma Unidade Básica de saúde.Educação em saúde através de orientações sobre as principais patologias nessa faixa etária, bem como um maior contato com o idoso para se obter um laço de confiança entre Enfermeiro/usuário.Treinamentos, rodas de conversas, participação em congressos.Os resultados evidenciam a relevância da assistência do enfermeiro no acompanhamento ao idoso, pois sua presença durante o processo de cuidado torna o idoso mais confiante na equipe da Atenção Básica e absorve ainda mais as orientações prestadas.
Linck et al., (2021).Estudo exploratório de natureza qualitativa.Realizar através da consulta em Enfermagem uma anamnese sobre seus aspectos culturais e socioeconômicos para saber se as relações são patológicas ou psicológicas.Reuniões mensais com a gestão da Unidade Básica de Saúde para demonstrar os resultados obtidos na consulta em enfermagem.Pontua-se que o enfermeiro desempenha um papel ímpar no contexto da fragilidade, no desenvolvimento do cuidado individual e no suporte aos familiares e aos cuidadores dos idosos frágeis.
Campos et al., (2022).Trata-se de uma pesquisa-ação, realizada a partir de encontros semanais, definidos previamente, em espaço reservado com 20 idosos de uma comunidade de baixa renda no município de Volta Redonda-RJ.Realização de visitas domiciliares a fim de promover rodas de conversas sobre assuntos relacionados à saúde do idoso.Palestras com coordenadores da Atenção Básica para tratar de planejamento de visitas domiciliares.Evidenciou-se nessa pesquisa que as ações realizadas pelo enfermeiro nas visitas domiciliares, foram relevantes no sentido de levar orientação em saúde, conhecer as reais condições em que vive o idoso e levar mais afeto para um cuidado humanizado.
Sousa et al., Ribeiro (2019).Estudo exploratório analisa as experiências de enfermeiros nos cuidados a pessoas idosas e os impactos desses profissionais, envolvendo uma amostra de 47 enfermeiros.Educação em saúde, orientação às famílias sobre o ambiente em que o idoso vive, realização de consultas em enfermagem.Treinamentos com equipe de coordenação da Atenção Básica sobre assuntos que envolvem abusos e principais problemas de saúde mental que acometem esse público.Os principais resultados indicam: os enfermeiros experienciam situações de pessoas idosas vítimas de abusos, solitárias e/ou que enfrentam a aproximação da morte, cujos impactos são indignação e impotência.
Oliveira et al., (2021).Pesquisa com abordagem qualitativa e caráter descritivo, com 12 idosos dependentes de cuidados, acompanhados por um projeto de extensão na cidade de Maringá/PR.Orientações sobre qualidade de vida, conversas sobre o seu estado físico e emocional.Treinamentos e capacitações com a equipe de coordenação da Unidade Básica de Saúde.Emergiram as seguintes categorias temáticas: “Intervenção domiciliar de enfermagem: sinônimo de alegria, distração e formação de vínculos” e ‘Intervenção domiciliar de enfermagem: transformações da saúde e dos hábitos de vida’
Santos et al., (2020).Pesquisa descritiva de natureza qualitativa.Educação em saúde através de rodas de conversas com os idosos e familiares, consultas em enfermagem.Treinamentos e capacitações com a equipe de saúde da UBS.O resultado demonstrou que através da assistência em enfermagem o idoso fica mais confiante sobre a prevenção e tratamento de patologias bem como a eficaz orientação para se viver com qualidade de vida e bem estar.
Albert et al., (2019).Pesquisa de campo, descritiva de abordagem qualitativa. Os sujeitos foram 7 enfermeiros de uma UBS.Conversas individualizadas com os idosos, realizando uma anamnese de todos possíveis fatores patológicos.Reuniões com equipes do Ministério da Saúde para tratar assuntos que envolvem patologias em idosos e cuidado humanizado.A abordagem aconteceu por intermédio da participação dos idosos nos programas do Ministério da Saúde ou através da consulta de enfermagem, nenhum desses contemplando as particularidades existentes na velhice. A visita domiciliária não foi citada como instrumento de abordagem a  esses  sujeitos
Oliveira et al., (2020).Estudo descritivo, qualitativo e fenomenológico pautado em Martin Heidegger. Foram entrevistadas 11 enfermeiras da ESF de um município da BahiaRealização de consultas em enfermagem.Treinamentos e reuniões com coordenadores da ESF. Evidencia-se a necessidade de capacitação das enfermeiras da ESF para o cuidado à pessoa idosa de forma ampliada e não apenas curativa.
Silva et al., (2019).Estado descritivo de natureza qualitativoConsulta em enfermagem para atendimento psicoterápico.Capacitações envolvendo enfermeiros e psicólogos da saúde da Atenção primária à Saúde para tratar de assuntos voltados à saúde mental do idoso.As atividades que envolvem a Psicologia clínica vêm sendo ofertadas à Atenção Primária à Saúde oferecendo atendimento psicoterápico gratuito à população que a procura, fornecendo assim possibilidades de construção e intervenções diretas nas comunidades
Brito et al., (2019).Os dados foram coletados por meio da entrevista semiestruturada e submetidos à análise descritiva e temática. Os sujeitos foram compostos de 12 enfermeiros de uma UBS.Orientações para promover um estado de envelhecimento com qualidade de vida e bem estar.Treinamentos e palestras com coordenadores da Saúde da família realizadas em uma sala de reunião da UBS.Os resultados apontaram que atitudes como comunicação, diálogo, afeto familiar, confiança e empatia, criam assim melhores condições para a promoção da saúde e bem-estar dos idosos.

Fonte: Autor (2023).

4 DISCUSSÃO

A assistência humanizada da Enfermagem ao idoso é de fácil compreensão. Silva (2019) enfatiza que a enfermagem trabalha através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), uma prática que torna possível uma assistência humanizada, pois a mesma torna o processo de trabalho da enfermagem menos mecânico. Dessa forma, o profissional consegue agir de acordo com a priorização do cuidado prestado, individualizando o mesmo e estendendo-o para o idoso e família, e até mesmo para os cuidadores.

Para humanizar os cuidados na saúde da pessoa idosa, Oliveira et al., (2020) ressalta que é preciso estabelecer um vínculo de confiança e amizade com o idoso e muitas vezes com a família deste, conhecer as necessidades e limitações de cada paciente, ser afetivo, saber se comunicar, ter empatia e profissionalismo, ou seja, é saber falar e saber ouvir até mesmo os silêncios, é se doar de coração, assim, oferecer um atendimento ao idoso composto por ações éticas e respeitosas.

Segundo Santos et al. (2020), para se ofertar uma assistência humanizada à população idosa se faz necessário o fortalecimento do vínculo afetivo, assim como a criação de parcerias entre os envolvidos no cuidado, através da construção coletiva das intervenções terapêuticas tendo como foco as necessidades apresentadas. Em sua pesquisa os autores supracitados revelam ainda que, o vínculo verbalizado pode possibilitar uma melhor interação entre enfermeiros, familiares e idosos, proporcionando assim, o estabelecimento de forte aliança terapêutica, fato esse que colabora para as orientações individuais e pactuação do autocuidado entre a população idosa.

Segundo Alberti et al., (2019) pr ser a Atenção Básica o primeiro contato do paciente aos serviços de saúde, torna-se um ambiente onde se pode ter uma melhor criação de vínculo entre profissionais e pacientes, principalmente os pacientes idosos, considerados o público que mais procura por serviços de saúde. Logo esse vínculo auxilia para a prestação de uma assistência humanizada, na qual deve consistir na integralidade, longitudinalidade, orientação familiar e comunitária.

No cotidiano profissional e assistencial dos enfermeiros dentro da Atenção Básica, se faz necessário um olhar diferenciado ao paciente idoso. É preciso dar prioridade ao idoso, assim como, atenção, ouvir suas principais queixas, e acima de tudo respeito. Assim sendo, no estudo de Campos et al. (2019) pode-se observar que, o acolhimento dos idosos nos seus ambientes domiciliares mostrou como elemento positivo frente a assistência prestada, evidenciando-se como uma forma de superação de deficiências e dificuldades existentes, sendo possível garantir certo grau de resolutividade e satisfação da população idosa. Os achados desse estudo também apontaram que a afetividade do enfermeiro em relação ao idoso foi outro modo de cuidado demonstrado e expresso de forma humanizada.

Oliveira et al., (2021), destacam em sua pesquisa que a assistência humanizada de enfermagem parte também da solicitude, forma de como os envolvidos se relacionam, forma de cuidar um do outro. Logo, isso só é possível mediante uma relação envolvente, a qual se caracteriza por meio da consideração de um para com o outro.

Na pesquisa de Rocha et al. (2019) os dados evidenciam a importância da assistência do enfermeiro no acompanhamento ao idoso, pois sua presença durante o processo de cuidado torna o idoso mais confiante na equipe da Atenção Básica, além de despertar sua curiosidade e interesse. Os dados dessa pesquisa também apontam que a aproximação pode trazer vantagens à assistência do enfermeiro, uma vez que, ao lhe oportunizar uma observação mais detalhada e continuada, ajudará na prevenção e identificação de patologias ou outro problema que os afligem a saúde e vida da pessoa idosa.

Silva et al. (2019) em sua pesquisa destacam que os profissionais enfermeiros ocupam papel fundamental na atenção à saúde da população idosa, e que dentro da Atenção Básica esses profissionais são os que tem o primeiro contato com esse público quando os mesmos apresentam algum problema de saúde. Os autores também destacam a importância de estabelecer o vínculo entre a família e a equipe, além da importância de prestar uma assistência em conformidade aos princípios do SUS destacando a longitudinalidade e a integralidade do cuidado.

No estudo de Oliveira et al. (2020) também pode-se identificar que no cotidiano da prática de enfermagem dentro da Atenção Básica, a integralidade do cuidado é de suma importância para que se tenha uma assistência mais humanizada ao idoso. Para Costa, Furtado e Girard (2019), a consulta de enfermagem ao idoso é uma ferramenta de assistência de suma importância, pois a mesma visa a prevenção, tratamento e o acompanhamento do estado de saúde desse público.

No estudo de Campos et al (2021), evidenciou-se que o profissional enfermeiro tem papel ímpar no cuidado individual do idoso, assim como no suporte aos familiares e aos cuidadores dos idosos, tem como destaque os idosos frágeis. Também apontam que para que se tenha uma assistência de qualidade e mais humanizada se faz necessária uma interação entre os profissionais, idoso e família. Destacam em sua pesquisa que os profissionais de enfermagem precisam munir-se de novos saberes para ofertar uma assistência mais qualificada às necessidades da população idosa.

Para que se tenha uma assistência de qualidade e humanizada ao paciente idoso, Leite et al. (2019) destacam a importância do desenvolvimento das consultas de enfermagem, pois as mesmas podem favorecer a identificação das principais necessidades dos pacientes, além de possibilitar a elaboração de um plano de cuidados eficaz para a promoção e prevenção da saúde. Os autores também destacam em sua pesquisa que as consultas de enfermagem além de serem benéficas aos pacientes, trazem também benefícios aos profissionais que as realizam por meio do aperfeiçoamento do pensamento crítico e reflexivo, da capacidade de comunicação e percepção da linguagem verbal ou não verbal, assim como através do desenvolvimento das habilidades relacionadas ao processo de enfermagem, da promoção de cuidados, do estabelecimento de vínculo, da relação de confiança entre profissional e paciente, dentre outros inúmeros benefícios.

Linck et al. (2021 também apontam a importância que as consultas de enfermagem têm em relação a uma melhor assistência humanizada, uma vez que, no momento da consulta os profissionais podem além da prestação do cuidado, estabelecerem uma relação de confiança com os idosos, familiares e cuidadores, assim como, promover a orientação para o autocuidado. Sampaio et al. (2020) destacam que para se ter uma assistência humanizada no cuidado ao idoso é indispensável um olhar direcionado, integral e sistematizado. É importante também compreender que esta assistência envolve o ambiente em que se encontra o idoso e seus aspectos culturais e socioeconômicos.

Diante do exposto, Souza et al., (2019) em seus estudos com 47 enfermeiros, apontam que fica notória que a função do profissional da enfermagem em relação ao idoso tem sido a de promover práticas e ações voltadas para a saúde, objetivando a melhoria da autonomia, independência, bem-estar e qualidade de vida deste público específico. Dessa forma o enfermeiro juntamente com uma equipe interdisciplinar tem condições de buscar meios para trabalhar de uma forma humanizada e prestar uma assistência integral e de qualidade para o público senil.

Além disso, Braga et al., (2019) menciona a importância do papel da enfermagem em transmitir confiança, respeito e empatia ao prestar assistência ao paciente idoso. Também se sabe que para ofertar um cuidado humanizado, o profissional de enfermagem necessita compreender as necessidades e limitações de cada paciente e estabelecer um vínculo de confiança e amizade com o idoso, cuidadores e seus familiares.

Em um estudo realizado em uma UBS com 12 enfermeiros por Brito et al., (2019), pode propiciar uma assistência com resultado positivo, pois, essa oportunidade de orientações devido a recíproca confiança instalada é imprescindível para promover o envelhecimento ativo e saudável. A humanização da assistência de enfermagem ao idoso fundamenta-se na agregação de atitudes como comunicação, diálogo, afeto familiar, confiança e empatia, criando assim melhores condições para a promoção da saúde e bem-estar dos pacientes. O cuidado ao idoso deve ser consolidado por meio de ações éticas, profissionais, humanas e respeitosas.

5 CONCLUSÃO

Os problemas de saúde do idoso, além de serem de ampla durabilidade, necessitam de pessoal capacitado e equipes multidisciplinares. Preparar e qualificar profissionais de saúde para assistência aos idosos são fatores essenciais, e nenhum gestor pode negligenciar essa necessidade. Portanto, quantificar também é essencial, uma vez que há falta de profissionais nos serviços para esta atenção. 

Ficou claro que a atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde é de fundamental importância. Na articulação das políticas públicas de saúde e processo de humanização direcionado à pessoa idosa, para que tais ações promovam saúde e que a população pertencente a essa faixa etária possa desfrutar o envelhecimento com dignidade, mais autonomia e qualidade de vida. 

Por fim, evidencia-se que os fatores empregados na humanização do cuidado ao idoso estão diretamente ligados aos profissionais de saúde, pois cabe aos profissionais que constituem a atenção primária realizar um atendimento qualificado de forma mais humanizada e resolutiva, entendendo que o envelhecimento é um processo natural que ocorre com todos os seres vivos e que envolve mudanças físicas e psicológicas. Para isso, eles têm direito à qualificação continuada e devem estar sempre atentos à permanente necessidade de capacitação e formação de seus profissionais, visando fazer com que a atenção básica à saúde possa ser mais competente, mais humanizada e mais resolutiva. Esta é, sem dúvidas, a realidade possível e almejada por todos, sejam gestores, docentes, profissionais e, acima de tudo, pela própria população atendida.

REFERÊNCIAS

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Brito, R. F. S. L. V., et al. (2019). O idoso na estratégia saúde da família: atuação do enfermeiro durante o envelhecimento ativo. R. Interd, 8 (4), 99-108.


1Acadêmico do curso de Bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: pamelasantos240@icloud.com
2Orientadora e docente do curso de Bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: pamela.bussinguer@unisulma.com