REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7855449
Ane Kássia de Carvalho Barbosa1
Ayana Rocha Porto Mousinho2
Francisca Cadidja Ribeiro de Almeida3
Hildnel Rodrigues Leal Silva4
Iara Beatriz de Carvalho Botelho5
Jamylla Santos Lonsdale6
Marcelle Fialho Oliveira Alencar da Silva7
Marcos Paulo Alves Ferreira8
Maria Eduarda Campos Bezerra9
Nauana Maria Rodrigues dos Santos10
Sabrina Carvalho Melo11
Thayna Peres Costa12
Thyago Layron Sampaio de Abreu13
Victoria Regia Ferreira da Silva Ribeiro14
Mariana Oliveira Reis15
INTRODUÇÃO: Os distúrbios hipertensivos da gravidez continuam a ser causa de morbilidade e mortalidade materna e fetal, não só na gravidez e periparto, mas também na vida futura da mãe e do bebé. É fundamental não só entender os mecanismos fisiopatológicos de base, mas também saber proceder ao diagnóstico com a metodologia adequada, avaliação de risco da mulher, e conhecer as opções terapêuticas particulares desta condição. A vigilância tem em conta os vários tipos de distúrbios hipertensivos, visto o risco de evolução para condições potencialmente graves e/ou fatais pode ter consequências catastróficas. OBJETIVO: Analisar estudos que descrevam a relação entre a hipertensão gestacional e a gravidez de alto risco. MÉTODOS: O presente estudo trata- se de uma revisão integrativa da literatura, foi realizado um levantamento bibliográfico de caráter descritivo e exploratório, através das bases de dados: SciELO e Lilacs, utilizando os descritores: “Gestante” AND “Hipertensão gestacional” OR “Gestante” AND “Gravidez de alto risco”, “Gravidez” AND “Eclampsia ” OR “Gravidez” AND “Pre eclampsia”. RESULTADOS: De acordo com os estudos analisados cabe salientar que 9 publicados foram vinculadas ao SciELO, ao passo que as outras 6 publicações foram encontradas no LILACS. Nessa perspectiva, quanto ao ano de publicação: 1 publicação (2019), 3 publicações (2020), 1 publicação (2021), 9 publicações (2022) e 1 publicação (2023). No que se relaciona ao nível de evidência dos estudos é possível apontar que: 2 publicações (Nível de evidência 1A), 6 publicações (Nível de evidência 2A) e 7 publicações (Nível de evidência 2B). Assim, quanto a publicação ser de cunho nacional ou internacional, cabe destacar que: 8 publicações foram realizadas em território nacional e 7 publicações foram lançadas em território internacional. CONCLUSÃO: Esta revisão pode contribuir para ampliar o conhecimento dos profissionais que atuam na área, bem como para orientar estudos mais avançados sobre o risco relacionado à gestante e seu recém-nascido, bem como a estratificação precoce do risco gestacional. Enquanto isso, o monitoramento de gestantes com alterações pressóricas é essencial, incluindo o acompanhamento pós-parto.
Palavras-chave: Hipertensão gestacional. Pré eclâmpsia. Eclampsia. Gestação de alto risco.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Hypertensive disorders of pregnancy continue to be a cause of maternal and fetal morbidity and mortality, not only during pregnancy and peripartum, but also in the future life of the mother and baby. It is essential not only to understand the underlying pathophysiological mechanisms, but also to know how to proceed with the diagnosis using the appropriate methodology, assess the woman’s risk, and know the particular therapeutic options for this condition. Surveillance takes into account the various types of hypertensive disorders, as the risk of progression to potentially serious and/or fatal conditions can have catastrophic consequences. OBJECTIVE: To analyze studies that describe the relationship between gestational hypertension and high-risk pregnancy. METHODS: The present study is an integrative literature review, a bibliographic survey of a descriptive and exploratory nature was carried out, through the databases: SciELO and Lilacs, using the descriptors: “Pregnant woman” AND “Gestational hypertension” OR “ Pregnant” AND “High-risk pregnancy”, “Pregnancy” AND “Eclampsia ” OR “Pregnancy” AND “Pre eclampsia”. RESULTS: According to the analyzed studies, it should be noted that 9 publications were linked to SciELO, while the other 6 publications were found in LILACS. From this perspective, regarding the year of publication: 1 publication (2019), 3 publications (2020), 1 publication (2021), 9 publications (2022) and 1 publication (2023). With regard to the level of evidence of the studies, it is possible to point out that: 2 publications (Level of evidence 1A), 6 publications (Level of evidence 2A) and 7 publications (Level of evidence 2B). Thus, regarding the publication being national or international, it should be noted that: 8 publications were carried out in national territory and 7 publications were launched in international territory. CONCLUSION: This review can contribute to expanding the knowledge of professionals working in the area, as well as to guide more advanced studies on the risk related to the pregnant woman and her newborn, as well as the early stratification of gestational risk. Meanwhile, monitoring pregnant women with blood pressure changes is essential, including postpartum follow-up.
Keywords: Gestational hypertension. Pre eclampsia. Eclampsia. High risk pregnancy.
1 INTRODUÇÃO
A assistência no período pré-natal é fundamental para uma experiência positiva na gestação e puerpério, por meio da promoção do cuidado materno respeitoso, individualizado e centrado na mulher a cada contato, com a implementação de práticas efetivas e informações relevantes em momento oportuno, bem como por meio do suporte emocional e psicossocial (SALVETTI et al., 2021).
A hipertensão arterial (HTA) é um problema médico comum na gravidez. Verifica-se, aliás, que ao contrário do que seria expectável, dada a evolução da ciência, a prevalência das complicações hipertensivas na gravidez tem aumentado em todo o mundo. As principais causas para este agravamento são o facto de as mulheres engravidarem cada vez mais tardiamente, e o grande aumento na prevalência da obesidade que se tem verificado em todo o mundo. Cerca de 15% das gravidezes são complicadas por HTA, sendo que 20% destas decorrem em mulheres previamente hipertensas; aproximadamente 5% a 6% das mulheres grávidas veem o seu estado clínico complicado por hipertensão gestacional, que, em 1% a 2% dos casos, evolui para pré-eclâmpsia (PE). No global, a HTA é responsável por cerca de um quarto dos internamentos e é a segunda causa de morte materna (CUNHA; SILVA, 2022).
As doenças hipertensivas da gravidez são habitualmente classificadas em 4 entidades: hipertensão crônica, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia/eclâmpsia e pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica. A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia ocorrem em 4,6% e 1,6% das gravidezes, respectivamente. Estas entidades clínicas associam-se a complicações graves, por vezes fatais (MONTEIRO-BRÁS, 2022).
A hipertensão crônica se relaciona com alta prevalência de pré-eclâmpsia, cesárea, prematuridade e complicações neonatais. Vigilância e cuidado multidisciplinar são importantes para o diagnóstico precoce das complicações (REZENDE et al., 2020).
Assim, faz-se necessário aprofundar estudos acerca da temática, no que envolve a hipertensão arterial no período gestacional, tendendo a desfechos desfavoráveis como pré-eclâmpsia e eclâmpsia e, sendo a gravidez estratificada como gestação de alto risco.
O cuidado da gestante de alto risco deve ser concebido como um processo singular, que envolve interações, reflexões e autoconhecimento, respeitando e aceitando as singularidades desta gestante enquanto participante ativa de todo o processo. E, para obter qualidade nesse cuidado, questiona-se: como acontece o cuidado da gestante de alto risco na rede de atenção à saúde?
2 METODOLOGIA
O presente estudo trata -se de uma revisão integrativa da literatura, que se utiliza de uma metodologia exploratória e descritiva (PEREIRA, et al., 2018).
Inicialmente, foram pesquisados estudos nas bases de dados eletrônicas: Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Inicialmente foram selecionados os seguintes descritores: “Gestante” AND “Hipertensão gestacional” OR “Gestante” AND “Gravidez de alto risco”, “Gravidez” AND “Eclampsia ” OR “Gravidez” AND “Pre eclampsia”. Utilizando o operador booleano “AND”. Os dados foram organizados durante a revisão de literatura de forma a elencar os estudos relacionados à temática em questão, a seleção dos artigos encontrados teve como critérios de inclusão: artigos nos últimos 5 anos (2018 a 2023), nos idiomas: inglês e espanhol, sendo os tipos de documentos: estudo observacional; fatores de risco; ensaio clínico controlado e estudo prognóstico; e como critério de exclusão artigos em outros idiomas, textos publicados antes de 2018. Após essa seleção foram identificados 95 artigos, sendo que após leitura dos títulos e resumos, foram selecionados 10 artigos que mais se encaixavam na proposta do estudo para compor a presente revisão, ademais foi realizado e excluído textos em duplicação. Para melhor compreensão, os métodos foram esquematizados na Figura 1. A distribuição dos dados da pesquisa por ano e base de dados estão apresentados no Quadro 1.
Figura 1 –Fluxograma esquematizando a metodologia do estudo. Parnaíba, 2023. Fonte: Autor.
Quadro 1-Distribuição dos dados da pesquisa em relação à base de dados e ano da publicação. Parnaíba, 2023. Fonte: Autor.
ARTIGO | BASE DE DADOS | ANO DE PUBLICAÇÃO |
CUNHA, Vitória; MARQUES DA SILVA, Pedro. Hipertensão Arterial na Mulher Grávida. Medicina Interna , Lisboa, v. 29, n. 3, pág. 41-51, conjunto. 2022 . | SciELO | 2022 |
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A gravidez é um fenômeno fisiológico e biologicamente natural, evoluindo em sua maioria, sem grandes complicações. É um momento de mudanças físicas, sociais e emocionais que podem favorecer ou complicar a evolução da gestação. Um evento em geral, bastante esperado pela mulher na fase adulta. Representa um momento de transição que envolve reestruturação e reajustamento em várias dimensões, principalmente quanto a mudança de identidade e definição de papéis (WANDERLEY et al., 2022).
A gestação de risco representa para a mulher em muitos casos uma situação estressora desencadeando sentimentos negativos como culpa por não conseguir gestar de forma normal, incapacidade de controle sobre seu próprio corpo e medo da morte, seja do bebê ou dela mesmo. Neste momento, a atuação de uma equipe multidisciplinar, bem treinada e capacitada precisa repassar informações claras e concisas para que a mulher possa compreender quais são suas reais necessidades de saúde (WANDERLEY et al., 2022).
Em estudo realizado em Campinas (São Paulo), um total de 385 mulheres foram incluídas, e a maioria tinha idade > 35 anos, era multípara, majoritariamente brancas e obesas antes da gravidez. Um terço teve pré-eclâmpsia na gestação anterior, e 17% apresentavam lesão de órgão-alvo associada à hipertensão, majoritariamente disfunção renal. Um total de 85% das pacientes usaram ácido acetilsalicílico e carbonato de cálcio para a profilaxia de pré-eclâmpsia, sendo que a frequência de pré-eclâmpsia superajuntada foi de 40%, com um início prematuro. Destas, 40% apresentaram sinais de gravidade associados à pré-eclâmpsia, com 5 casos de síndrome HELLP; entretanto sem nenhum caso de eclampsia ou morte materna (REZENDE et al., 2020).
Em outro estudo, utilizando métodos de estudo observacional, transversal e quantitativo, realizado no ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco (PNAR) de uma maternidade terciária. Foram incluídas gestantes com idade entre de 18 e 40 anos; feto único e com idade gestacional (IG) até 38 semanas. O nível de atividade física e prática de exercício físico das participantes do estudo foram investigados usando o Questionário de Atividade Física na Gestação (QAFG). Para níveis de ansiedade, a versão curta do Inventário de Ansiedade Traço-Estado (STAI) foi aplicada. Das 109 gestantes incluídas no estudo, 82 (75,2%) foram classificadas como sedentárias/pouco ativa. Os maiores gastos energéticos foram em atividades domésticas, seguidas pelas atividades ocupacionais. Apenas 19.3% praticaram exercício físico durante a gravidez, sendo a caminhada lenta a atividade mais relatada. O maior grau de escolaridade foi o fator mais importante associado à gestante ser moderadamente ou vigorosamente ativa. Nuliparidade, baixos níveis de ansiedade e não trabalhar na gestação foram associados à prática de exercício físico durante a gestação. (MIRANDA et al., 2022).
Devido à falta de informações adequadas, a iminência das consequências advindas com a pandemia da COVID-19 e às limitações dos estudos, é necessário fornecer dados clínicos detalhados sobre as gestantes e sobre as repercussões materno-fetais (GODOI et al., 2021).
3 RESULTADOS
De acordo com os estudos analisados, cabe salientar que 9 publicados foram vinculadas ao SciELO, ao passo que as outras 6 publicações foram encontradas no LILACS. Nessa perspectiva, quanto ao ano de publicação: 1 publicação (2019), 3 publicações (2020), 1 publicação (2021), 9 publicações (2022) e 1 publicação (2023).
No que se relaciona ao nível de evidência dos estudos é possível apontar que: 2 publicações (Nível de evidência 1A), 6 publicações (Nível de evidência 2A) e 7 publicações (Nível de evidência 2B). Assim, quanto a publicação ser de cunho nacional ou internacional, cabe destacar que: 8 publicações foram realizadas em território nacional e 7 publicações foram lançadas em território internacional.
Nível de evidência | Tipo de estudo | Autor/Data | Resultados |
1 A | Revisão sistemática com meta-análise (com homogeneidade) de Ensaios clínicos controlados e randomizados | (DAMASCENO et al., 2020) | A maioria das gestantes participantes tinha média de idade de 24 anos (DP 6,3), 44,0% eram primigestas e 59,1% das gestantes apresentaram ganho de peso gestacional semanal excessivo. A ocorrência de hipertensão arterial foi de 0,7%. Os fatores associados positivamente aos níveis de pressão arterial sistólica foram: índice de massa corporal pré-gestacional (β = 0,984, IC95%: 0,768-1,200) e ganho de peso gestacional semanal (β = 6,816, IC95%: 3,368-10,264). Para os níveis de pressão arterial diastólica foram positivamente associados idade da gestante (β = 0,111, IC95%: 0,002-0,221), escolaridade (β = 2,194, IC95%: 0,779-3,609), índice de massa corporal pré-gestacional (β = 0,589, IC95%: 0,427- 0,751) e ganho de peso gestacional semanal (β = 3,066, IC95%: 0,483-5,650). Esses resultados reforçam a necessidade de maior atenção pré-natal no cuidado materno para prevenção de distúrbios hipertensivos no final da gravidez. |
1 A | Revisão sistemática com meta-análise (com homogeneidade) de Ensaios clínicos controlados e randomizados | (WANDERLEY et al., 2022) | Realizado com 74 gestantes em internamento hospitalar devido a gestação de alto risco. Foram utilizados questionário socioeconômico e demográfico , escala de modo de enfrentamento (EMEP) e consulta em prontuários. Foram categorizadas variáveis socioeconômicas, demográficas e obstétricas. Foi utilizado Teste de Correlação de Pearson para verificar a correlação das variáveis e o Teste T de Student para verificar se as variáveis foram estatisticamente iguais ou diferentes. Verificou-se que o enfrentamento focado nas práticas religiosas/pensamentos fantasiosos e no problema apresentaram maiores médias, sendo mais predominante entre elas. A Hipertensão arterial e o Diabetes mellitus fazem cada vez mais vítimas, sendo essas patologias, muitas vezes, fatores desencadeantes ou agravantes de outras comorbidades. Observou-se ainda a necessidade de pesquisas sobre essa temática e políticas públicas mais eficazes na prevenção de complicações que possam acometer as mulheres no período pré concepcional. |
4 CONCLUSÃO
Assim, faz-se necessário aprofundar ainda mais estudos acerca da temática, no que envolve a hipertensão arterial no período gestacional, tendendo a desfechos desfavoráveis como pré-eclâmpsia e eclâmpsia e, sendo a gravidez estratificada como gestação de alto risco. Nessa perspectiva, o cuidado da gestante de alto risco deve ser concebido como um processo singular, que envolve interações, reflexões e autoconhecimento, respeitando e aceitando as singularidades desta gestante enquanto participante ativa de todo o processo. Esta revisão pode contribuir para ampliar o conhecimento dos profissionais que atuam na área, bem como para orientar estudos mais avançados sobre o risco relacionado à gestante e seu recém-nascido, bem como a busca de estratégias que visem a estratificação precoce do risco gestacional. Enquanto isso, o monitoramento de gestantes com alterações pressóricas é essencial, incluindo o acompanhamento pós-parto.
REFERÊNCIAS
CUNHA, Vitória; MARQUES DA SILVA, Pedro. Hipertensão Arterial na Mulher Grávida. Medicina Interna , Lisboa, v. 29, n. 3, pág. 41-51, conjunto. 2022.
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MIRANDA, L. A. et al.. Exercise and Physical Activity Levels and Associated Factors Among High-Risk Pregnant Women. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 44, n. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 2022 44(4), p. 360–368, abr. 2022.
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NAGAI, Michelly Martins; et al. Gestação de alto risco: caracterização do perfil de utilização de medicamentos e associação com fatores clínicos e sociodemográficos. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. (Online) ; 22(3): 609-618, July-Sept. 2022.
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REZENDE, G. P. et al.. Maternal and Perinatal Outcomes of Pregnancies Complicated by Chronic Hypertension Followed at a Referral Hospital. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 42, n. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 2020 42(5), p. 248–254, maio de 2020.
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SILVA, Antonia Rita de Cássia da; et al. Rastreamento clínico e nutricional de gestantes de alto risco na estratégia de saúde da família de Santa Quitéria – CE. Arq. ciências saúde UNIPAR; 26(3): 809-819, set-dez. 2022.
WANDERLEY, Herydiane et al . O enfrentamento do internamento hospitalar pela gestante de alto risco. Psic., Saúde & Doenças, Lisboa , v. 23, n. 1, p. 345-352, abr. 2022.
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 Graduandos em Medicina pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí-FAHESP-Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba-IESVAP, Parnaíba-PI, Brasil
15Docente do curso de Medicina pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí-FAHESP-Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba-IESVAP, Parnaíba-PI, Brasil