FIBROUS HYPERPLASIA ON THE LOWER LIP: CASE REPORT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10049899
Fabiana dos Santos1;
Tatiane Neto de Souza.2;
Orientadora: Dra. Esp. Tamily dos Santos Rosa3;
RESUMO
A hiperplasia fibrosa inflamatória é uma das lesões da cavidade oral benigna, que ocorre em tecidos que possuem células capazes de se dividir, originada de uma reação hiperplásica do tecido conjuntivo fibroso, é um tipo de malformação oral. Trata-se de um crescimento tecidual que acomete os tecidos moles, devido ao aumento dos números de célula ocasionado por trauma crônico, agente irritativo ou fatores etiológicos. Pesquisas mostram maior prevalência em sexo feminino, seu acometimento mais comum é nos lábios, mucosa jugal, língua e palato. Estão também relacionados aos fatores como: uso inadequado de próteses dentárias, dentes fraturados, raízes residuais, má oclusão ou por traumas. Vários autores concordam que hiperplasia fibrosa são assintomáticas, comumente o portador procura consulta odontológica apenas em caso de distúrbios parafuncionais. As opções de tratamento variam de acordo ao planejamento de cada paciente e podem incluir remoção cirúrgia excisional, laser, incisão, micro abrasão ou crioterapia. O presente trabalho é um estudo descritivo que relata um caso clínico de hiperplasia fibrosa inflamatória na região intra-oral localizado no lábio inferior direito, em paciente do sexo masculino, 59 anos, brasileiro, cor parda, ASA I. Tem como objetivo a remoção cirúrgica juntamente com biopsia excisional, enfatizando sua importância para um correto diagnóstico e proservação para um prognóstico satisfatório.
Palavras-chaves: Biopsia; hiperplasia fibrosa; dentes fraturados; raízes residuais e Cirurgia.
ABSTRACT
An inflammatory fibrous hyperplasia is one of the benign lesions of the oral cavity that occurs in tissues that possess cells with the capacity to split. It originates from a hyperplastic response of the fibrous conjunctive tissue and is one type of oral malformation. This is a tissue growth that affects the soft tissues and it is due to the increase of the number of cells caused by a chronic trauma, an irritant agent or etiological factors. Studies show a larger prevalence in females and it is more common on the lips, in the jugal mucosa, on the tongue and in the palate. Other factors such as inadequate use of dental prosthesis, fractured teeth, residual roots, malocclusion or trauma can also be related. Many authors agree that fibrous hyperplasia is asymptomatic and patients usually seek a dental consultation only in case of parafunctional disorders. The options for treatment vary according to the planning of each patient and they can include excisional surgical removal, laser, incision, micro abrasion or cryotherapy. This paper is a descriptive study that relates a clinical case of inflammatory fibrous hyperplasia in the intra-oral region located on the right side of the lower lip in a male patient of 59 years of age, of mixed race, ASA I. The aim is the surgical removal together with an excisional biopsy highlighting its importance in order to obtain a correct diagnosis as well as the importance of a follow-up for a satisfactory prognosis.
Key words: Biopsy; Fibrous Hyperplasia; Fractured Teeth; Residual Roots; Surgery
INTRODUÇÃO
A hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) é uma das lesões que agridem a cavidade oral. Sua patologia ocorre através de traumas mecânicos frequentes e de baixa intensidade, seu surgimento é devido ao aumento de números de células do tecido conjuntivo fibroso, mais comum na região da mucosa jugal, língua, lábios e palato. Suas causas são relacionadas por uso inadequado de próteses dentárias, dentes fraturados, raízes residuais, higiene bucal inadequada e outros traumas.
É comumente indolor, assintomática resultante de reação hiperplásica do tecido conjuntivo fibroso em resolução a injúrias crônicas de baixa potência. (MARTORELLI, 2021).
Seu tamanho pode variar desde hiperplasias localizadas, a lesões grandes que envolvem a maior parte do comprimento do vestíbulo. Geralmente é localizada na área de vestíbulo do rebordo alveolar, porém algumas lesões são encontradas na superfície lingual. (FARIAS, 2021).
O tratamento do agente causador é a remoção através do bisturi convencional ou elétrico e cirurgia a laser, com margem de segurança em ambos. (BOTELHO, 2017).
O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de remoção cirúrgica excisional de uma HFI, com encaminhado ao exame anatomopatológico.
O exame de biópsia é importante para constatar o diagnóstico definitivo de hiperplasia fibrosa, considerando que essa lesão faz diagnóstico distinto com lipofibroma, neurofibroma e neoplasias de glândulas salivares.
RELATO DO CASO
Paciente do sexo masculino, 59 anos de idade, brasileiro, cor parda, ASA I, procurou atendimento na clínica odontológica da Faculdade Fimca Unicentro – Jaru/RO, com queixa principal “bolinha dura no lábio inferior” e incômodo ao mastigar.
Na anamnese, descreveu que não possui doenças sistêmicas, paciente relatou que havia incômodo durante a alimentação, onde sua ocorrência foi há cinco anos, através de mordidas causadas por um trauma dentário.
No exame físico intraoral foi constatada uma lesão no lábio inferior, de coloração esbranquiçada, consistência fibrosa, formato nodular, indolor e inserção séssil.
Correlacionando-se com as características clínicas, aumento de volume, base pediculada, indolor, assintomática e sendo causada por distúrbios parafuncionais, a hipótese diagnóstica de hiperplasia fibrosa (Figura1).
Figura 1. Imagem inicial da lesão no lábio inferior.
Fonte: De autoria própria.
Para a remoção excisional da lesão, foi realizada a cirurgia em ambiente ambulatorial com antissepsia extraoral realizada com clorexidina aquosa 2% e intraoral com antisséptico bucal gluconato de clorexidina 0,12%. Anestesia local com lidocaina 2%, e incisão com lamina de bisturi a frio (figura 2).
Figura 2. Incisão para remoção excisional da lesão.
Fonte: De autoria própria.
Após a retirada da lesão, foram divulsionados os tecidos com a tesoura Metzembau, sob irrigação abundante de solução fisiológica 0,9% (figura 3).
Figura 3. Divulsionamento dos tecidos.
Fonte: De autoria própria.
A sutura foi executada com fio de nylon 6.0, com quatro suturas simples (figura 4).
Figura 4. Área cirúrgica suturada.
Fonte: De autoria própria.
A peça cirúrgica foi removida e fixada em uma solução de formol tamponado a 10%, e encaminhada para exames histopatológicos no Laboratório de Faculdade da São Leopoldo Mandic – Campinas/SP (Figura 5).
Figura 5. Medição da peça cirúrgica.
Fonte: De autoria própria.
A remoção dos pontos foi realizada após doze dias. Cicatrização satisfatória, evoluindo sem complicações pós-operatórias e ausência de sintomatologia (Figura 6).
Figura 6. Cicatrização pós-cirurgia.
Fonte: De autoria própria.
O exame anatomopatológico expôs epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado, exibindo áreas focais com discreta atrofia. A lâmina própria constituída por tecido conjuntivo denso, com intensa disposição de feixes de fibras colágenas organizadas aleatoriamente, observando vaso sanguíneo e feixes nervosos, fibras de tecido muscular estriado esquelético completam o diagnóstico definitivo de hiperplasia fibrosa. (Figura 7).
Figura 7. Resultado anatomopatológico.
Fonte: De autoria própria.
DISCUSSÃO
A extirpação cirúrgica será por modalidade terapêutica de escolha, inúmeros autores argumentam que a na fase inicial a irritação crônica sobre a lesão, se apresenta inflamada e avermelhada, conseguiria ser suficiente para resolução do caso (COSTA, 2004), ou mesmo, limitar parcialmente o tamanho da lesão (SILVA, 2004). A escolha terapêutica no caso descrito foi embasada nas características clínicas da lesão.
Normalmente a lesão está presente em pessoas que fazem uso extenso de prótese mal adaptada. Geralmente a longevidade dos indivíduos é uma realidade em nosso país, assim como as extrações múltiplas no mesmo indivíduo e também as adversidades na obtenção de próteses dentárias de boa qualidade, o tema torna-se um problema social importante. (BOTELHO, 2010), é mais acometida em indivíduos entre 40 e 50 anos, estando de acordo com os dados identificado neste estudo, apesar de (FALCÃO, 1986), encontrar uma predominância em faixa etária de 30 a 40 anos.
No entanto teve predileção em indivíduos com a faixa etária comum em adultos e idosos, sendo ocorrido pelo uso de prótese mal adaptadas ou má uso por um longo tempo. (CANALI, 2020).
Podendo ter acometimento da hiperplasia fibrosa em mulheres, onde se mostraram mais predominantes para o desenvolvimento de uma neoplasia na cavidade oral, tendo procura para realização de uma reabilitação oral, podendo devolver a estética e função mastigatória do paciente, com uso de próteses, sendo um dos principais agentes causador para a formação da hiperplasia fibrosa. O assunto abordado refere-se ao paciente discorrido no relato de caso clinico. (CANALI, 2020).
O tratamento da HFI consiste na remoção do agente causador, inibindo assim o uso desse agente, tendo a necessidade de espera que poderá variar entre 7 a 15 dias para que assim possa reavaliar a lesão. (SANTOS, 2021). O paciente deve realizar consultas periódicas a cada seis meses, afim do profissional executar avaliações para não ocorrer recidiva. (COSTA, 2004).
CONCLUSÃO
Para um bom diagnóstico é necessário de ter o conhecimento prévio, uma anamnese criteriosa, ressaltando a importância do exame anatomopatológico para a obtenção de um diagnóstico preciso.
Um prognóstico satisfatório requer acompanhamento regular semestral para monitorar possíveis danos.
No caso relato o tratamento cirúrgico excisional proporciona o conforto imediato ao paciente, não necessitando de outra intervenção.
REFERÊNCIAS
BENTO, Victor Augusto Alves, et.al. Hiperplasia fibrosa de grandes dimensões: relato de caso. vol.5, n.1. Publicado em: Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), 2019.
BOTELHO, Gilberto Almeida; VIEIRA, Evanice Menezes Marçal; PEDRO, Fábio Luís Miranda. Prevalência dos casos de hiperplasia fibrosa inflamatória em mucosa bucal.vol.14, n.1. Publicado em: Uniciências, 2010.
CANALI, Luan Gabriel Marques et. Al. Comprometimento de papila parotídea em lesão de hiperplasia fibrosa inflamatória: relato de caso. Vol.1, pag. 2-7. Publicado em: Revista Acervo eletrônico odontológico, 2020.
CASSEB, Tamiris Faro, et al. Fibroma traumático na cavidade oral: Relato de dois casos.Vol. 4, p. 35–46. Publicado em: Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 2022.
COSTA, Wilson Rodrigo Muniz, et.al. Terapêutica cirúrgica da hiperplasia inflamatória- Relato de caso clinico. v.4, n.4, pag. 241 – 245. Publicado em: Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, 2004.
FARIAS, Alan Bruno Lira, et.al. Lesões da mucosa oral em pacientes portadores de prótese dentários: ilustração clinica e abordagem preventiva. Vol.16, pag. 31. Publicado em: Portal Metodista De Periódicos e Acadêmicos, 2008.
FALCÃO, Antônio Fernandes Pereira, et.al. Hiperplasia fibrosa inflamatória: relato de caso e revisão de literatura. Vol.8, n.2, pag. 230-236. Publicado em: R. Ci. Méd. biol., Salvador, 2009.
LIMA, Laís Fernanda Castilho de, et.al. Hiperplasia fibrosa inflamatória focal. Vol.5, pág.5. Publicado em: ANAIS da 19º jornada odontológica do Unifunec, 2018
MARTORELLI, Fernando de Oliveira, et.al. Hiperplasia fibrosa inflamatória por uso de prótese desadaptada: considerações terapêuticas e relato de caso. Vol.10, n.09. Publicado em: Research, SocietyandDevelopment, 2021.
PEDRON, Irineu Gregnanin, et.al. Hiperplasia fibrosa causa por prótese: remoçãocirurgia com laser. Pag.51-56. Publicado em: Rev. Clín. Pesq. Odontol, 2007.
PEIXOTO, Ana Paula; et.al. Relação entre o uso de prótese removível e úlcera traumática – revisão literatura. Vol.4, pág.26-32. Publicado em: Journal of oral investigations, 2015.
SANTOS, Danielly Porphirio da Mata et al. Hiperplasia fibrosa inflamatória em mucosa oral: relato de caso. 10(2), p. 292-295. Publicado em: Mineiros-GO, Arch Health Invest, 2021.
SANTOS, Marconi Eduardo Sousa Maciel. et.al. Terapêutica cirúrgica da hiperplasia fibrosa inflamatória-relato de caso. vol.4, n.4, pag. 204-257. Publicado em: Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, 2004.
SILVA, Jordanne C; et.al. Principais alterações na cavidade bucal do idoso. Vol.4, pág. 62-69.Publicado em: Cadernos de odontologia do Unifeso, 2022.
SOUZA, Diogo Henrique Vaz de, et.al. O dever do cirurgião-dentista na prevenção da hiperplasia fibrosa inflamatória-patogenia e tratamento. Ed.10, vol.08, pág. 138-156. Publicado em: núcleo do conhecimento, 2021.
SOUZA, Laís de Lima Barros, et.al. Hiperplasia fibrosa em palato mole: relato de caso. Vol 13(5), pag. 1-6. Publicado em: Centro Universitário Cesmac. Maceió-AL, 2021.
ZUZA, Elizângela Patatá; et.al. Terapêutica cirúrgica da hiperplasia fibrosa inflamatória gengival. Vol.12, pág.4-9. Publicado em: revista científica multidisciplinar do centro universitário da FEB, 2016.
1Acadêmico de Odontologia, Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA – Unicentro, fasantos_ro@hotmail.com;
2Acadêmico de Odontologia, Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA – Unicentro, tatyduarte16@hootmail.com.
3Orientadora, Docente no Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA- Unicentro, Cirurgiã-Dentista pela Faculdade Centro Universitário São Lucas Porto Velho em 2015, dratamilyrosa@hotmail.com;