REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202504211612
Andressa Maciel Santos¹; Gabrielly Victoria Pereira de Sousa Almeida²; Izabel Cristina Pereira Guimarães Barbosa³; Juliana Barcelos Pereira⁴; Karoline Bezerra Oliveira Brito⁵; Letycia Vieira Santos⁶; Maria Deusa de Sousa⁷; Stephanie Silva Mendes⁸; Prof. Rubia Hiromi Guibo Guarizi.
RESUMO
Introdução: A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma mudança genética que sua característica é a degeneração irreversível e progressiva da musculatura esquelética. A fisioterapia é o tratamento essencial para retardar esse quadro e a hidroterapia aparece como o recurso fisioterapêutico que irá se utilizar das propriedades físicas da água aquecida pois facilita a movimentação. Observar os efeitos da hidroterapia no recurso fisioterapêutico de tratamento de crianças com Distrofia Muscular de Duchenne. Foram selecionadas 3 referências para esta pesquisa nos quais evidenciaram a eficácia da hidroterapia como umas das formas de tratamento em indivíduos com DMD.
Palavras-chave: Fisioterapia; Hidroterapia; Distrofia Muscular de Duchenne; Tratamento.
1. INTRODUÇÃO
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é a mais grave e a mais comum das distrofias, ela se inicia nos primeiros anos de vida com evolução progressiva de forma rápida. Sua incidência é de 3.500 nascidos vivos 1 irá possuir da DMD. Sendo uma doença genética recessiva ela é ligada ao sexo que afeta jovens do sexo masculino na proporção de 50% dos filhos e 50% das filhas portam a doença (SANTOS et al., 2006).
As manifestações normalmente começam na infância, aproximadamente do terceiro ano de vida. Essas alterações funcionais começam com uma fraqueza muscular, que ocorre gradualmente e ascendente, simétrica e bilateral, dando início na cintura pélvica e os membros inferiores havendo progressão para a musculatura de tronco e para a musculatura responsável pela postura bípede, cintura escapular, membros superiores, pescoço e músculos respiratórios. A fraqueza muscular torna-se evidente por volta dos cinco anos de idade, quando as crianças apresentam sintomas os primeiros sintomas, tais como dificuldade de pular e correr, além de quedas frequentes (GOMES et al., 2011).
Quanto ao diagnóstico, este pode ser estabelecido na maioria dos casos, a partir do reconhecimento dos sintomas, solicitações do teste de triagem e encaminhamento para especialistas. Em relação ao tratamento fisioterapêutico, visa capacitar a criança a adquirir domínio sobre seus movimentos, equilíbrio e coordenação geral, retardar a fraqueza da musculatura da cintura pélvica e escapular, corrigir o alinhamento postural, equilibrar o trabalho muscular, evitar fadiga, desenvolver a força contrátil dos músculos respiratórios e o controle da respiração e prevenir o encurtamento muscular precoce. O tratamento físico da DMD visa preservar de modo geral, a mobilidade e motilidade, por meio da cinesioterapia, hidroterapia, exercícios resistidos, equoterapia e fisioterapia respiratória (FREZZA, et al, 2005)
O tratamento da DMD é extremamente limitado, não existindo até o momento uma terapia efetiva em bloquear ou reverter o processo. A fisioterapia aquática é um dos recursos de reabilitação interdisciplinar, que tem sido um forte aliado para o tratamento dos pacientes com Distrofia Muscular, tanto a Distrofia Muscular de Duchenne, quanto para a Distrofia de Becker, uma vez que é um exercício de baixo impacto, e por possuir diversos benefícios, pois se utiliza das propriedades da água, entre elas: empuxo, pressão hidrostática, tensão superficial, viscosidade, densidade e a capacidade térmica, podendo tanto resistir, quanto facilitar as condutas fisioterapêuticas. Até o momento não existe uma padronização nos atendimentos ou mesmo uma indicação de condutas aquáticas (SILVA, et al. 2017).
Ao paciente com a distrofia que tem dificuldade ou ausência de movimentos fora da água, o meio aquático pode ser um agente facilitador ajudando na ativação dos músculos e prevenção da atrofia por desuso, pois aumenta a movimentação voluntária. Pode ser facilitada a adoção de diversas posturas e a realização de alongamentos podem ser exercidos com o alívio da dor. Além disso, os estímulos sensitivos, auditivos e visuais são proporcionados na água através de receptores da pele, em decorrência dos efeitos da turbulência, pressão hidrostática e calor (FREZZA, et al, 2005)).
O paciente com a Distrofia Muscular de Duchenne, necessita realizar um esforço maior para a execução da marcha, devido a um maior recrutamento de fibras musculares que se adaptam para compensar a fraqueza muscular, isto ocorre, pois são necessários ajustes constantes durante a deambulação, a terapia aquática irá diminuir a necessidade desse desgaste energético despendido para as atividades serem realizadas. Além disso, facilita os exercícios de alongamento muscular e mobilização articular (SILVA, et al. 2017).
2. JUSTIFICATIVA
Nesse contexto, o presente estudo teve como finalidade conhecer os benefícios do tratamento fisioterapêutico em crianças com DMD, caracterizar a distrofia, definir o tratamento para cada fase da doença, explicar suas condutas para um tratamento eficaz e listar os benefícios do tratamento fisioterapêutico.
A terapia aquática é aliada na manutenção da funcionalidade da criança com DMD, possibilitando-a a múltiplas experiências que em sua maioria estão impossibilitadas de exercerem no solo, proporcionando diversas descobertas. Porém ainda são necessários estudos e pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto. Levando em consideração que dentre as distrofias musculares a Distrofia muscular de Duchenne é a mais comum, um olhar mais criterioso para novas descobertas faz-se necessário.
Além disso, a terapia aquática é um importante integrante da equipe multidisciplinar de tratamento que o indivíduo com DMD necessita para retardar a progressão da doença, pois pode auxiliar na marcha, qualidade de vida, interação interpessoal dentre muitos outros benefícios apresentados neste estudo, porém ainda com muitas carências sobre o aprofundamento do seu efeito como aliado no tratamento da Distrofia Muscular de Duchenne.
Vale ressaltar, que nas pesquisas feitas sobre o efeito da terapia aquática no paciente com Distrofia Muscular de Duchenne, foram encontrados apenas estudos de casos, faltando protocolos clínicos randomizados o que influencia no nível da evidência científica, tornando-se necessário ampliar os estudos de protocolos de tratamento. Por fim, a terapia aquática, é benéfica, uma vez que pode afetar positivamente a funcionalidade do paciente com DMD, promovendo prevenção, promoção de saúde, interação social e a possibilidade da participação não só do paciente, mais também interação com amigos e familiares, o meio aquático traz qualidade de vida ao portador da DMD, trazendo perspectiva de uma vida mais leve para enfrentar a doença.
3. OBJETIVO
O objetivo para abordar esse tema é entender e saber da contribuição e enriquecimento que esse trabalho pode proporcionar no desempenho profissional daqueles que tiverem acesso a ele, esclarecendo dúvidas em relação à doença e ao tratamento e suas condutas.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a hidroterapia como uma alternativa viável e benéfica para pacientes com DMD. A água, por suas propriedades únicas, oferece um ambiente que pode ser menos desafiador para a realização de exercícios. A flutuação reduz o impacto nas articulações, permitindo que os pacientes realizem movimentos que poderiam ser dolorosos ou impossíveis em terra firme. Além disso, a resistência oferecida pela água pode contribuir para o fortalecimento muscular, fundamental em um quadro de fraqueza progressiva.
O ambiente aquático pode ser mais agradável e menos intimidante, o que facilita a adesão ao tratamento. Muitas vezes, a hidroterapia também se torna uma atividade social, promovendo interações e relações entre os participantes, o que é essencial para o desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes com DMD.
Além disso, estudos demonstram que a prática regular de hidroterapia pode melhorar a capacidade respiratória, um aspecto crítico em pacientes com DMD, uma vez que a fraqueza muscular pode afetar a função respiratória ao longo do tempo. A combinação de exercícios de fortalecimento, alongamento e técnicas de relaxamento realizadas na água pode resultar em melhorias significativas na saúde física geral dos indivíduos, contribuindo para uma maior independência nas atividades diárias.
É importante ressaltar que a implementação da hidroterapia deve ser realizada por profissionais capacitados e com experiência em reabilitação de pacientes com distrofias musculares. Cada protocolo deve ser individualizado, levando em consideração as necessidades e limitações específicas de cada paciente. Portanto, é fundamental que os familiares e cuidadores busquem profissionais qualificados para garantir que a hidroterapia seja feita de forma segura e eficaz.
Em suma, apesar dos desafios impostos pela Distrofia Muscular de Duchenne, a hidroterapia emerge como uma intervenção promissora, capaz de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Ao proporcionar benefícios físicos e emocionais, essa prática pode ser um aliado importante no manejo dessa condição delicada. O presente trabalho busca ressaltar a importância da hidroterapia como uma estratégia viável e efetiva, incentivando mais pesquisas e investigações sobre seu potencial na reabilitação de indivíduos com DM
4. METODOLOGIA
A Pesquisa foi realizada nas bases de dados como Scielo e LILACS com a finalidade de encontrar artigos/estudos originais que verificassem os principais efeitos da hidroterapia no sistema respiratório em portadores de distrofia muscular de Duchenne, publicados a partir de 2013, usando os seguintes descritores: (1) Distrofia Muscular, (2) hidroterapia; (3) Distrofia Muscular de Duchenne..
Os critérios amostrais de inclusão e exclusão foram os seguintes: Inclusão: artigos originais com texto integral feito por humanos; publicados a partir de 2013; escritos em língua portuguesa ou inglesa; definições de que os participantes tivessem distrofia muscular de Duchenne; intervenções descritas como fisioterapia; tratassem de tratamento fisioterápico e através da hidroterapia ou dessem ênfase ao método de forma mais acentuada à outras técnicas; Exclusão: ações que não sejam consideradas fisioterapia; ações de temas diferentes da hidroterapia na distrofia muscular; revisões sistemáticas; revisões de artigos; procedimentos que comparem a estabilização segmentar com terapia farmacológica.
Para determinar a inclusão e exclusão foi feita a leitura dos artigos pesquisados, e logo em seguida o filtro das informações necessárias, sendo avaliados. Foram coletadas informações quanto a população, distribuição grupal, metodologia aplicada, tempo de aplicação, resultados e conclusões finais dos autores.
5. REFERÊNCIAS
GOMES, A. L. O. et al. Desempenho motor e funcional na distrofia muscular de Duchenne: um estudo de caso. Revista do instituto de ciências da saúde, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 131-135, abr./jun. 2011. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2013.
FREZZA, R. M. et al. Atualização do tratamento fisioterapêutico das distrofias musculares de Duchenne e de Becker. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 18, n. 1, p. 41-49, jan./mar. 2005. Disponível em: . Acesso em: 16 ago. 2013
SANTOS, N. M. et al. Perfil clínico e funcional dos pacientes com Distrofia Muscular de assistidos na Associação Brasileira de Distrofia Muscular(ABDIM). Revista Neurociências, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 15-22, jan./mar. 2006. Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2013.
¹RGM: 27544605;
²RGM: 28292286;
³RGM: 32055803;
⁴RGM: 28489098;
⁵RGM: 23145145;
⁶RGM: 27929477;
⁷RGM: 28488547;
⁸RGM: 27991768.