HEPATOPATIAS EM CÃES – REVISÃO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249181106


Juliana Paganotto1
Maurício Orlando Wilmsen2


RESUMO

A hepatopatia, ou doença hepática, refere-se a qualquer condição patológica que afeta o fígado dos cães, um órgão essencial para a metabolização de nutrientes, desintoxicação de substâncias e produção de proteínas vitais. O fígado desempenha um papel crucial na manutenção da saúde geral do animal, e qualquer comprometimento de sua função pode levar a uma ampla gama de problemas clínicos. as hepatopatias em cães podem variar amplamente em termos de causas, manifestações clínicas e prognóstico. Entre as causas mais comuns estão infecções virais e bacterianas, intoxicações, doenças autoimunes, e condições metabólicas como hepatite crônica e cirrose. O fígado também pode ser afetado por neoplasias, tanto primárias quanto secundárias, e por condições genéticas, como a hepatopatia por deposição de cobre. Os principais sinais clínicos de hepatopatia em cães são diversos e podem incluir icterícia, vômito, diarreia, perda de apetite, letargia e alterações comportamentais. Assim, diagnosticar uma hepatopatia envolve uma combinação de exame físico, testes laboratoriais, ultrassonografia abdominal e, em alguns casos, biópsia hepática. Portanto, essa revisão tem como objetivo revisar conceitos sobre as principais alterações hepáticas de cães.

Palavras-chave: Coagulação; Funções vitais; Hepatite aguda; Hepatite crônica; Cirrose

ABSTRACT

Hepatopathy, or liver disease, refers to any pathological condition affecting the liver of dogs, an organ essential for metabolizing nutrients, detoxifying substances, and producing vital proteins. The liver plays a crucial role in maintaining the overall health of the animal, and any impairment of its function can lead to a wide range of clinical problems. Liver diseases in dogs can vary widely in terms of causes, clinical manifestations, and prognosis. Among the most common causes are viral and bacterial infections, poisoning, autoimmune diseases, and metabolic conditions such as chronic hepatitis and cirrhosis. The liver can also be affected by tumor, both primary and secondary, and by genetic conditions, such as copper deposition hepatopathy. The main clinical signs of liver disease in dogs are diverse and can include jaundice, vomiting, diarrhea, loss of appetite, lethargy, and behavioral changes. Therefore, diagnosing liver disease involves a combination of physical examination, laboratory tests, abdominal ultrasound, and, in some cases, liver biopsy. Therefore, this review aims to review concepts about the main liver alterations in dogs.

Keywords: Coagulation; Specific functions; Acute hepatitis; Chronic hepatitis; Cirrhosis.

1.     INTRODUÇÃO

O fígado é um órgão que desempenha funções vitais para a fisiologia de todos os animais. Além de possuir capacidade de regeneração, o fígado realiza tarefas fundamentais no organismo, tais como a produção e armazenamento de substâncias necessárias para a manutenção da saúde dos animais e o controle da homeostase, garantindo as funções fisiológicas normais (Cocker e Richter, 2017).

Segundo Kealy, McAllister e Graham (2012), o fígado está localizado na região intratorácica do abdome. Além disso, o órgão possui contornos convexos, fazendo com que, anatomicamente, grande parte dele entre em contato com o diafragma – na parte cranial – e com o rim direito, estômago e flexura cranial do duodeno – na parte caudal. Os autores ainda afirmam que, nos cães, o fígado é composto por seis lobos: medial direito, lateral direito, medial esquerdo, lateral esquerdo, caudado e quadrado.

Oliveira (2011) assegura que são necessárias grandes investigações para estabelecer um diagnóstico, visto que existem diversas etiologias responsáveis por causar doenças hepáticas em cães. Sendo assim, o animal pode adquirir insuficiência hepática aguda ou crônica, dependendo do grau de comprometimento hepático e da associação à doença. Desse modo, a doença compromete o organismo do animal conforme avança, manifestando-se clinicamente (Oliveira, 2011).

Os exames radiológico, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ressonância nuclear magnética são métodos de imagem que contribuem para a avaliação hepática dos animais (Lopes et al., 2011). Nesse contexto, o ultrassom é o principal e mais eficiente exame de imagem para o diagnóstico de animais com suspeita de doença hepática, sendo amplamente utilizado em clínicas veterinárias, pois permite observar a hemodinâmica do órgão e sua conformação (Sartor, 2012).

Identificar e diagnosticar doenças hepáticas pode ser uma tarefa desafiadora. Portanto, se faz fundamental a utilização do diagnóstico por imagem, possibilitando o tratamento para cada caso (Cocker e Richter, 2017).

Este trabalho tem como objetivo apresentar e descrever as alterações hepáticas mais comuns, além de avaliar a função hepática por meio dos métodos de avaliação hemorrágica e do tempo de coagulação, contribuindo para o aprendizado de estudantes e profissionais acerca do tema.

2.     ANATOMIA E FUNÇÃO DO FÍGADO

O fígado é consiste em um tecido que possui coloração castanho avermelhado e dividir-se em lobos, variando de acordo com as espécies. Desse modo, os caninos apresentam seis lobos no fígado. Nesse sentido, o fígado conta com um parênquima, possuindo uma superfície lisa (Stalker, 2016). Além disso, o fígado apresenta a cápsula de Glisson que se caracteriza por ser o tecido conjuntivo recobrindo o fígado. Sua função é proporcionar formas a fim de que os ramos da veia porta, canais biliares, vasos linfáticos e artéria hepática possam transitar pelo órgão (Mendonça, 2017).

De acordo com Howes (2011), o padrão para nomear os lobos do fígado é lateral esquerdo, medial esquerdo, lateral direito, medial direito, quadrado e caudado, em que o último citado, é caracterizado por ser aumentado por conta dos processos papilar e caudado. Nesse sentido, o fígado está situado entre o sistema digestivo e o restante do organismo, ocupando uma posição ideal para desempenhar sua função essencial como protetor da homeostase. Já a consistência de um fígado saudável consiste em apresentar-se de forma firme, elástica, com capacidade de adaptar-se aos arredores e com certe flexibilidade (Mendonça, 2017).

O fígado recebe cerca de 25% do débito cardíaco, ou seja, o órgão possui rica vascularização. Dessa forma, o fornecimento do fluxo sanguíneo é entregue por uma dupla circulação eferente, entre elas: a veia porta e a artéria hepática. Nesse sentido, a veia porta possui responsabilidade de drenar o sistema digestivo, entre eles o pâncreas e o baço, além disso fornece aproximadamente 70-80% do sangue total levado ao fígado (Mendonça, 2017).

Os hepatócitos são as unidades funcionais do fígado, desse modo, constituem cerca de 80% da massa hepática. Dessa forma, essas células estão estruturadas em uma monocamada formando placas dispostas de maneira radial, com sinusóides (células endoteliais) localizados entre elas. Juntas, essas disposições formam uma estrutura hexagonal de 1 a 2 mm, chamada de lóbulo hepático, que é a unidade estrutural fundamental do fígado.

O lóbulo hepático é descrito como um hexágono, com uma veia central, conhecida como vênula hepática terminal, situada no seu centro. Esta veia drena o sangue dos sinusóides e o conduz para a veia cava caudal. Nos vértices do hexágono estão os tratos portais, ou tríade portal, que são áreas de tecido conjuntivo contendo vasos linfáticos, nervos, ductos biliares e ramos da veia porta e da artéria hepática. Nesse contexto, o sangue arterial e venoso se combina nos sinusóides, que fluem da periferia em direção à veia central. Assim, ocorre uma variação na distribuição do fluxo sanguíneo (Mendonça, 2017).

O fígado do canino possui uma forma ligeiramente cônica, com sua superfície superior aderindo à curvatura do diafragma, contra o qual exerce pressão. A superfície caudal é côncava e, à esquerda, apresenta uma grande cavidade para o estômago, que se estende sobre o plano mediano formando um estreito sulco duodenal. Desse modo, a borda dorsal se estende mais para baixo e alcança uma posição mais posterior no lado direito, onde se prolonga pelo processo caudado, que possui uma cavidade profunda para o polo cranial do rim direito. Em direção ao plano mediano, essa borda apresenta um sulco para a passagem da veia cava caudal e, à esquerda, uma incisura para o esôfago (Howes, 2011).

A vesícula biliar está localizada entre os lobos quadrado e medial direito, além disso, é parcialmente fixada e parcialmente móvel. Em alguns cães, ela está tão profundamente posicionada que atinge a superfície parietal, entrando em contato com o diafragma. Nesse contexto, uma camada fibrosa cobre o parênquima abaixo da serosa, penetrando até a veia porta e ramificando-se para conduzir os vasos sanguíneos para o interior. Essa camada se divide conforme os vasos se ramificam, com cada ramificação tornando-se progressivamente mais fina. Desse modo, as trabéculas mais finas se espalham por todo o órgão, subdividindo-o em muitas pequenas unidades, conhecidas como lóbulos hepáticos.

O padrão lobular é claramente visível no fígado do cão, onde os lóbulos se apresentam como áreas hexagonais tanto na superfície intacta quanto em cortes macroscópicos e histológicos (Howes, 2011).

3.     HEPATOPATIAS

As doenças hepáticas podem ter origem inflamatória, metabólica, tóxica, infecciosa, circulatória ou neoplásica, e todas podem comprometer o funcionamento normal do organismo animal. Sendo assim, é possível a ocorrência de insuficiência hepática crônica ou aguda em casos em que a doença não é precocemente descoberta e tratada (Oliveira, 2011).

Conforme Pereira et al. (2018), o fígado é um órgão crucial para o bom desempenho do metabolismo dos animais. Portanto, alterações no órgão comprometem a homeostase do sistema biológico. Nesse contexto, as alterações podem ser observadas nos exames de imagem, sendo, na maioria dos casos, caracterizadas como focais, multifocais ou difusas. Desse modo, ocorrem alterações anatômicas no órgão, além de ser possível observar radiodensidade por meio do exame radiológico, sendo crucial avaliar o contorno hepático, o tamanho do órgão, a ecotextura e a ecogenicidade (Costa et al., 2010; Oliveira, 2015).

3.1. HEPATITE AGUDA

Na hepatite aguda, as características das lesões no fígado são geralmente associadas ao tipo de agente causador, que pode possuir propriedades específicas que determinam o tipo de dano nas células hepáticas (Silva, 2017; Pereira, 2018). Nesse contexto, algumas das causas que podem levar ao desenvolvimento da doença incluem predisposições raciais, adenovírus canino tipo 1, medicamentos anticonvulsivantes, exposição frequente a toxinas, entre outras (Pereira, 2018).

A hepatite aguda pode apresentar sinais como áreas de necrose com células inflamatórias ao redor, sendo possível observar neutrófilos e, posteriormente, com o desenvolvimento do quadro clínico, linfócitos, plasmócitos e macrófagos (Silva, 2017). Sendo assim, é comum a evolução para um quadro crônico da doença após o aparecimento da necrose centrotubular hepática limitada focal (Piacesi, 2010).

A regeneração do tecido é definida pela remoção do tecido necrótico por meio dos fagócitos, sendo substituídos por tecido fibroso ou hepatócitos regenerados. Além disso, é comum visualizar características no fígado que podem ser confundidas com cirrose nos exames de imagem, especialmente em casos de restabelecimento de um quadro de injúria hepática aguda (Silva, 2017).

3.2. HEPATITE CRÔNICA

É mais comum observar processos inflamatórios crônicos em cães, os quais frequentemente resultam em inflamação hepática, seguida de necrose, fibrose e, por vezes, cirrose hepática (Sartor, 2012). Entretanto, é mais delicado definir os agentes causais das hepatopatias crônicas, pois é necessário acompanhar o paciente desde os primeiros sinais, realizando uma investigação detalhada para diagnosticar a condição e prescrever o tratamento adequado (Howes, 2011).

De acordo com Sartor (2012) e Menegat (2014), a doença hepática crônica é a mais comum e uma das que mais causam óbitos em cães idosos. Durante a fase inicial, é possível que o paciente apresente sinais clínicos inespecíficos; contudo, animais que exibem sinais mais evidentes geralmente possuem o parênquima hepático mais debilitado e comprometido (Sartor, 2012).

3.3. CIRROSE HEPÁTICA

A cirrose caracteriza-se como uma disfunção irreversível do fígado, desenvolvendo-se por meio de um quadro clínico de fibrose e regeneração, resultando em um desarranjo na anatomia hepática (Alves, Elias e Júnior, 2010). Nesse contexto, as causas de cirrose variam e podem estar relacionadas a qualquer injúria capaz de formar áreas de necrose, posteriormente impossibilitando a regeneração tecidual. Essas injúrias podem ocorrer desde uma inflamação crônica até uma obstrução hepática crônica.

Conforme citado por Andrade (2018), apenas em 10% dos casos é possível identificar a causa, devido à ampla variedade de causas prováveis para o diagnóstico. Dessa forma, alguns profissionais concluem que é necessário diferenciar microscopicamente a existência de fibrose, necrose, regeneração de hepatócitos, degeneração de hepatócitos e inflamação (Silva, 2017).

A cirrose hepática também pode se manifestar de forma secundária, ocasionando quadros de inflamação crônica necrosante no tecido hepático (Howes, 2011). Nesse contexto, a forma secundária caracteriza-se por alterações laboratoriais constantes que duram no mínimo quatro meses, podendo ser identificada apenas através de critérios clínicos e histológicos. No entanto, não se exclui a possibilidade de ter origem idiopática (Howes, 2011).

4.     HIPERPLASIA HEPÁTICA BENIGNA

A hiperplasia benigna é comum em cães adultos e idosos, sendo frequentemente diagnosticada apenas durante necropsias. A causa da hiperplasia hepática benigna é desconhecida, e não há predisposição racial ou sexual (Howes, 2011). Nesse contexto, os pacientes que apresentam essa condição geralmente não exibem sinais clínicos, embora possam apresentar alterações nas enzimas hepáticas FA e ALT, especialmente em cães geriátricos. Contudo, a hiperplasia benigna não é considerada uma condição pré-neoplásica (Howes, 2011; Finisterbuch et al., 2018).

Os nódulos hiperplásicos são difíceis de interpretar, o que torna crucial a investigação detalhada desses casos. Nesse sentido, é possível confundir nódulos regenerativos relacionados à cirrose ou ao grau de malignidade, sendo necessária uma investigação minuciosa e a associação de fatores causais para um diagnóstico preciso (Howes, 2011). Dessa forma, os nódulos hiperplásicos se formam por meio da vacuolização dos hepatócitos, que comprimem o tecido adjacente, sem causar sinais clínicos no animal. Logo, a causa da hiperplasia ainda não é bem caracterizada pela literatura (Howes, 2011; Daleck e Nardi, 2016).

5.     NEOPLASIAS HEPÁTICAS

A ocorrência de neoplasias hepáticas é rara, mas elas representam uma porcentagem significativa entre as hepatopatias crônicas em cães, atingindo principalmente pacientes geriátricos (Howes, 2011). Alguns tumores originam-se primariamente em outros tecidos e órgãos abdominais, tendo o fígado como alvo para metástases – tornando-o o histológico mais comum identificado na rotina veterinária (Flores, 2013).

Os tumores hepáticos geralmente apresentam três morfologias: a forma maciça, caracterizada por uma massa solitária em um lobo hepático; a forma nodular, que se apresenta como doença multifocal em mais de um lobo hepático; e a forma difusa, caracterizada por ser uma doença multifocal com coalescentes disseminados, sendo a mais encontrada em quadros de tumores hepáticos avançados (Vasconcellos, 2013).

De acordo com Flores (2013), neoplasias hepáticas primárias podem originar-se de carcinoma hepatocelular, células neuroendócrinas, células do epitélio biliar e células do estroma, como sarcomas. Carcinomas hepatocelulares representam a maioria dos diagnósticos de tumores hepáticos na espécie canina, seguidos pelos carcinomas de ductos biliares, que são o segundo tumor hepatobiliar mais comum em cães (Flores, 2013; Daleck e Nardi, 2016). Já os sarcomas hepáticos primários não hematopoiéticos e os tumores neuroendócrinos são incomuns na espécie (Daleck e Nardi, 2016).

Conforme Silva (2017) e Alves (2019), neoplasias hepáticas secundárias ocorrem quando tumores em outros órgãos e tecidos geram metástases para o tecido hepático, sendo os de origem pancreática, gastrointestinal e esplênica os mais frequentes. As vias de disseminação das metástases ocorrem através dos vasos sanguíneos e linfáticos, apresentando sinais clínicos inespecíficos, que se tornam evidentes apenas em estágios mais avançados da doença (Howes, 2011; Silva, 2017).

6.     OUTRAS DESORDENS HEPÁTICAS

Os cistos hepáticos não são muito comuns na espécie canina (Kealy, McAllister e Graham, 2012). No entanto, raças como Cairn Terrier e West Highland White Terrier já apresentaram casos de doença policística congênita do fígado e dos rins, com grande desenvolvimento de cistos nos órgãos, podendo estar associada à doença biliar cística (Howes, 2011). O diagnóstico diferencial pode ser realizado por meio da observação de exames de imagem em casos em que os cistos comprimem ou afastam estruturas adjacentes, tendo como diferencial massas hepáticas cavitárias (Howes, 2011; Kealy, McAllister e Graham, 2012).

Os abscessos hepáticos são incomuns em cães e variam em estágio de desenvolvimento conforme o tipo de lesão no órgão (Kealy, McAllister e Graham, 2012). A patologia está associada a alterações locais ou sistêmicas, como isquemia hepática, traumas e septicemia, ou infecções provenientes do trato gastrointestinal (Oliveira, 2011). A doença pode ocorrer em animais com fatores predisponentes, como infecção hepatobiliar ou pancreática, imunossupressão ou doenças endócrinas (Oliveira, 2011). Portanto, é necessário realizar exames complementares para o diagnóstico, descartando possibilidades como cistos parasitários, lesões nodulares focais ou neoplasias (Dadalto et al., 2017).

As doenças da árvore biliar podem ser causadas pelo fluxo anormal da bile pelos ductos, levando ao desenvolvimento de patologias em cães que frequentemente requerem cirurgia (Furtado et al., 2013; Gomes et al., 2018). A obstrução da árvore biliar pode envolver massas de detritos, colélitos, componentes biliares, parasitas e tumores, que causam compressão e estenose dos ductos biliares (Andrade, 2018).

Outras hepatopatias, como colelitíase, caracterizada pela formação de cálculos na vesícula biliar (Cipriano et al., 2016), e mucocele biliar, definida pelo acúmulo de bile espessada dentro da vesícula biliar (Kealy, McAllister e Graham, 2012), não são tão frequentes em cães. No entanto, podem causar danos hepáticos significativos, como ruptura da vesícula biliar e infecções secundárias (Andrade et al., 2020).

A colecistite ocorre devido à inflamação da vesícula biliar, sendo as infecções bacterianas intestinais, que ascendem pelo ducto biliar ou têm origem hematógena, as principais causas (Thrall, 2015; Bernicker et al., 2017). Os sinais clínicos são inespecíficos, incluindo espessamento da parede da vesícula biliar com aparência de camada dupla (Thrall, 2015). Em casos avançados, pode levar à formação de cálculos biliares, causando obstrução biliar (Andrade, 2018).

A colangite é uma reação inflamatória no trato biliar que pode afetar o fígado e se apresentar de forma aguda ou crônica (Kealy, McAllister e Graham, 2012). A colangite é mais comum em gatos e possuem três formas morfológicas: neutrofílica, linfocítica e esclerosante, muitas vezes resultando em insuficiência hepática. Uma das causas infecciosas pode ser a presença de fungos no estômago e, ocasionalmente, nas fezes dos cães (Furtado et al., 2013).

7.     SÍNTESE DE FATORES DE COAGULAÇÃO

A coagulação sanguínea consiste em uma série de interações nas quais o sangue perde sua característica de fluidez, convertendo-se em uma massa semi-sólida e formando um coágulo irreversível. Esse processo ocorre pela formação de tecido lesado, fibrinas e plaquetas (Banks, 1991). Nesse contexto, a coagulação baseia-se na conversão de uma proteína solúvel do plasma, o fibrinogênio em fibrina, por meio de uma enzima chamada trombina (Bozzini, 2004). Assim, a coagulação compreende diversas etapas de ativação, em que o substrato para cada enzima é uma pró-enzima, que é ativada para agir nas etapas subsequentes da reação, geralmente chamada de ‘’cascata’’ (Guyton e Hall, 2002; Kerr, 2003).

A coagulação resulta de diversas reações entre proteínas plasmáticas (Bozzini, 2004). Dessa forma, para designar a forma ativada de um fator de coagulação, adiciona-se a letra “a”, minúscula, a um algarismo romano (Guyton e Hall, 2002). Nesse contexto, os fatores de coagulação desempenham funções importantes tanto na via extrínseca quanto na via intrínseca. As formas inativas de enzimas proteolíticas são maioria e, quando são ativadas, desencadeiam reações consecutivas no processo de coagulação sanguínea (Guyton e Hall, 2002).

Os fatores de coagulação são divididos em grupos: fatores que se alteram durante o processo de coagulação (fatores I, V, VIII e XIII), fatores do grupo protrombina (fatores II, VII, IX e X) e fatores do grupo de contato (fatores XI e XII) (Guyton e Hall, 2002).

A via extrínseca de coagulação caracteriza-se por ser o método de produzir a substância ativadora da protombina, em consequência do contato do sangue com os tecidos extravasculares (Banks, 1991). A coagulação ocorre por conta da ativação do fator VII, pelo fator tecidual, o que, por sua vez, produz e ativa o fator X (Bozzini, 2004). Portanto, o tecido lesionado resulta em diversos fatores, entre eles, a tromboplastina tecidual ou fator tecidual (Guyton e Hall, 2002). O fator III, juntamente com o cálcio e o fator VII, formam um complexo que atua enzimaticamente na presença de fosfolipídeos, convertendo o fator X em fator Xa (Banks, 1991).

A via intrínseca consiste no início do contato do sangue com uma superfície diferente das células sanguíneas e do endotélio (Bozzini, 2004). A sequência de reações enzimáticas contribui para a formação do coágulo sanguíneo nas seguintes etapas: fase de contato, ativação do fator X, formação de trombina e formação de fibrina insolúvel (Swenson, 1996). Desse modo, a fase de contato envolve quatro proteínas: fator XII, pré-calicreína, fator XI e cininogênio de alto peso molecular. Ou seja, na presença do cininogênio de alto peso molecular, o fator XI liga-se à superfície exposta e, consequentemente, é ativado pelo fator XIIa, que já está ligado à superfície (Swenson, 1996).

As perturbações sanguíneas causam a conversão do fator XIIa em uma enzima proteolítica; dessa forma, a calicreína e o cininogênio de alto peso podem então moldar a ativação do fator XII. A lesão resultará em uma liberação de fosfolipídeos plaquetários ou fator 3 plaquetário (Banks, 1991); já o fator XII, quando ativado, atuará enzimaticamente sobre o fator XI, ativando-o e iniciando a segunda etapa da via intrínseca. O fator XI, por sua vez, possui a função de atuar sobre o fator IX, ativando-o enzimaticamente. No entanto, quando o fator IXa atuar com o fator VIIIa, FP3 e fosfolipídeos plaquetários, ativará o fator X (Guyton e Hall, 2002).

A via comum caracteriza-se por iniciar com a ativação do fator X, que envolve a combinação de diversas substâncias: cálcio, fator III, fator VII e fosfolipídeos teciduais na via extrínseca, e FP3, fator VII e fator IX na via intrínseca (Banks, 1991). Quando ativado, o fator X associa-se com os fosfolipídeos, por meio das plaquetas, e ao fator V para formar o complexo conhecido como ativador de protrombina (Guyton e Hall, 2002).

A substância que ativa a protrombina inicia a ativação do fator II (protrombina) em fator IIa (trombina). A principal função da trombina é converter o fibrinogênio (fator I) em monômeros de fibrina, que serão interligados pelo fator XII já ativado, resultando na formação de polímeros insolúveis de fibrina (Banks, 1991). Sendo assim, a consolidação da fibrina solúvel em um coágulo de fibrina insolúvel é catalisada pelo fator XIII, na presença de cálcio. O fator XIII circula no plasma em forma de proenzima inativa, sendo convertido em sua forma ativa pela trombina (Swenson, 1996).

8.     TESTES DE HEMOSTASIA
8.1. TEMPO DE PROTROMBINA (TP) E TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPa)

Para que ocorra a hemostasia, é necessário que haja um processo de vasoconstrição reflexa local, reduzindo o fluxo sanguíneo no local da lesão. Em consequência, as plaquetas atuam na área lesionada, moldando o tampão plaquetário primário, configurando a fase primária da hemostasia. Inicialmente, o tampão é considerado ‘’frouxo’’, porém, eficaz para controlar a hemorragia em lesões pequenas.  Dessa forma, ocorre uma ativação da cascata da coagulação, que resulta na produção de fibrina, estabilizando o tampão plaquetário primário e formando o coágulo (Jain, 1993; Rand et al., 1996; Dodds, 1997; Green e Thomas, 1997; Troy, 1998; Guyton e Hall, 2002).

A cascata da coagulação atua nas vias intrínseca e extrínseca, convergindo em uma via comum, que resulta na formação do complexo ativador da protrombina. Nesse contexto, o ativado, em presença de uma quantidade suficiente de cálcio iônico, estimula a conversão de protrombina em trombina. Desse modo, a trombina converterá o fibrinogênio em monômeros de fibrina, que envolvem plaquetas, plasma e células sanguíneas para formar o coágulo, constituindo assim a fase secundária da hemostasia (Jain, 1993; Rand et al., 1996; Dodds, 1997; Green e Thomas, 1997; Troy, 1998; Guyton e Hall, 2002).

É comum a observação de coagulopatias hereditárias, coagulação intravascular disseminada (CID), anormalidades adquiridas da hemostasia secundária, hepatopatias e intoxicação por raticidas (Green, 1980; Green e Thomas, 1997; Tseng et al., 2001). Dessa forma, é de grande importância em manter a integridade da cascata de coagulação para garantir a hemostasia, pois defeitos nos fatores de coagulação podem ocasionar hemorragias (Guyton e Hall, 2002).

O surgimento tardio de sangramentos espontâneos e de duração prolongada resultam em hematomas, hemartrose ou, até mesmo, hemorragias em cavidades ou tecidos profundos, associados a distúrbios no desenvolvimento do tampão hemostático secundário, ocorrendo em pacientes com deficiência de fatores de coagulação (Green e Thomas, 1997).

Os testes de monitoramento de coagulação consistem em observar a ativação in vitro de partes da cascata de coagulação medindo o tempo até a formação do coágulo (Tseng et al., 2001). O tempo de protrombina (TP) é utilizado para avaliar as vias extrínsecas (fator VII) e a via comum (fatores X, V, II e I). Já o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) é utilizado com o objetivo de monitorar as vias intrínsecas (fatores XII, XI, IX e VIII) e a via comum (Jain, 1993; Rand et al., 1996; Dodds, 1997; Green e Thomas, 1997; Couto, 1999).

Para determinar o TP e o TTPa, utilizam-se reagentes desenvolvidos originalmente para o plasma humano (Greene et al., 1981), posteriormente adaptados para uso veterinário, como em cães. A determinação quantitativa manual ou automática do TP e do TTPa é realizada por meio de kits, dessa forma, estudos comparam métodos automáticos e manuais já utilizados para determinar esses tempos (Mischke e Nolte, 1997; Mischke, 2011; Tseng et al., 2011). Entretanto, os aparelhos automáticos têm um custo significativamente mais alto em comparação aos manuais.

Os valores referenciais para TP e TTPa, utilizando reagentes comerciais, podem variar consideravelmente para o plasma de um cão saudável. Segundo a literatura, o valor de referência do TP varia entre 5,8 e 14,9 segundos, enquanto o do TTPa varia entre 11 e 25 segundos. Essas variações podem ocorrer devido a fatores externos, como o recipiente e a técnica de coleta, o reagente, a concentração de anticoagulante, o tempo de incubação, o método, o tempo de armazenamento e a temperatura (Naghibi et al., 1988; Hassouna, 1993; Monce et al., 1995).

Além disso, fatores como sexo, idade, raça, dieta, nutrição e outros fatores externos também podem influenciar nessas variações (Duncan et al., 1994). Dessa forma, é crucial determinar valores de referência específicos para as condições de cada local (Greene et al., 1981; Duncan et al., 1994; Monce et al., 1995; Tseng et al., 2001).

9.     CONCLUSÃO

As hepatopatias em cães representam um grupo diversificado de condições que afetam o fígado e comprometem suas funções vitais. O diagnóstico precoce e o manejo adequado dessas condições são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos cães afetados e para otimizar os resultados terapêuticos. O fígado, sendo um órgão vital para a desintoxicação, metabolização e síntese de substâncias de diversas substâncias, exige uma abordagem clínica cuidadosa e abrangente para assegurar o bem-estar dos pacientes caninos.

As hepatopatias podem ter origens variadas, incluindo infecções, toxinas, distúrbios metabólicos e doenças genéticas. Cada causa exige um plano de tratamento específico, que pode envolver terapias medicamentosas, alterações dietéticas e, em casos avançados, procedimentos cirúrgicos. Portanto, a avaliação detalhada é crucial para monitorar a presença, a progressão da doença e ajustar as abordagens terapêuticas se necessário.

Referências

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1 juliana.paganotto@pucpr.edu.br
Discente do Curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná campus Toledo. Brasil

2 mauricio.orlando@pucpr.br
Professor Doutor do Eixo Clínico Laboratorial da Pontifícia Universidade Católica do Paraná campus Toledo. Brasil