HARMONIZAÇÃO OROFACIAL PARA PACIENTES COM PARALISIA FACIAL: BENEFÍCIOS ESTÉTICOS E FUNCIONAIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202511120015


Cotinhola, A.C.B
Albuquerque, S.R.F


RESUMO  

A harmonização orofacial vem se destacando como uma estratégia terapêutica complementar no manejo da paralisia facial, com impacto não apenas estético, mas também funcional, emocional e psicossocial. Este estudo teve como objetivo reunir e analisar as evidências científicas mais recentes sobre técnicas minimamente invasivas aplicadas à reabilitação desses pacientes, incluindo o uso de toxina botulínica tipo A, preenchedores com ácido hialurônico, fios de sustentação e lipoenxertia autóloga. Foi realizada uma busca nas bases PubMed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, BVS/LILACS e Google Scholar, considerando publicações entre 2018 e 2025. Ao todo, 12 estudos foram incluídos, entre revisões sistemáticas, coortes prospectivas, diretrizes clínicas e séries de casos. Os resultados mostraram que a toxina botulínica apresenta o corpo de evidências mais consistente, com melhora significativa da simetria dinâmica, redução de sincinesias e impacto positivo sobre a qualidade de vida. O uso de preenchedores com ácido hialurônico demonstrou ganhos rápidos na simetria facial e na percepção estética, com baixo risco de complicações. Os fios de sustentação se mostraram eficazes para reposicionar estruturas e corrigir assimetrias leves, enquanto a lipoenxertia contribuiu para a restauração volumétrica e para um resultado facial mais natural. Além disso, a integração dessas técnicas com fisioterapia e reabilitação neuromuscular potencializou os desfechos clínicos e estéticos. Apesar dos bons resultados, a literatura ainda carece de protocolos padronizados, principalmente em relação à dose, à seleção dos músculos-alvo e aos parâmetros técnicos das intervenções. Em síntese, a harmonização orofacial surge como uma ferramenta terapêutica relevante, capaz de melhorar função, estética e qualidade de vida, fortalecendo uma abordagem mais ampla e integrada no tratamento da paralisia facial. 

Palavras-chave: Paralisia facial; Harmonização orofacial; Toxina botulínica tipo A; Preenchedores dérmicos; Fios de sustentação; Lipoenxertia. 

ABSTRACT 

Orofacial harmonization has emerged as a complementary therapeutic strategy in the management of facial paralysis, with an impact not only on aesthetics but also on functional, emotional, and psychosocial outcomes. This study aimed to gather and analyze the most recent scientific evidence on minimally invasive techniques applied to the rehabilitation of these patients, including the use of botulinum toxin type A, hyaluronic acid fillers, thread lifting, and autologous fat grafting. A comprehensive search was conducted in PubMed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, BVS/LILACS, and Google Scholar, covering publications from 2018 to 2025. In total, 12 studies were included, comprising systematic reviews, prospective cohorts, clinical guidelines, and case series. The findings demonstrated that botulinum toxin has the most consistent body of evidence, showing significant improvements in facial symmetry, reduction of synkinesis, and positive effects on quality of life. Hyaluronic acid fillers provided rapid gains in facial symmetry and aesthetic perception, with a low risk of complications. Thread lifting proved effective for repositioning facial structures and correcting mild asymmetries, while autologous fat grafting improved soft tissue volume and contributed to more natural and stable results. Moreover, the integration of these interventions with physiotherapy and neuromuscular rehabilitation enhanced both functional and aesthetic outcomes. Despite these promising results, the literature still lacks standardized protocols, particularly regarding dosage, muscle selection, and technical parameters. In summary, orofacial harmonization represents a relevant therapeutic tool capable of improving function, aesthetics, and quality of life, supporting a broader and more integrated approach to the treatment of facial paralysis. 

Keywords: Facial paralysis; Orofacial harmonization; Botulinum toxin type A; Dermal fillers; Thread lifting; Fat grafting; Neuromuscular rehabilitation

1. INTRODUÇÃO 

A paralisia facial é uma condição que impacta diretamente a estética e a funcionalidade do rosto, afetando não apenas a simetria facial, mas também funções essenciais como a mastigação, a deglutição e a expressão emocional. Esse comprometimento pode ter efeitos significativos na autoestima e na qualidade de vida dos pacientes. A harmonização orofacial (HOF), originalmente voltada para fins estéticos, tem se mostrado uma alternativa promissora para auxiliar na reabilitação de indivíduos com paralisia facial, oferecendo não apenas melhorias visuais, mas também funcionais do sistema estomatognático1

Diversos procedimentos utilizados na HOF, como o uso de toxina botulínica e preenchedores dérmicos com ácido hialurônico, têm sido aplicados com êxito na correção de assimetrias faciais resultantes de paralisias, proporcionando melhora do tônus muscular, reposicionamento da comissura labial e simetria na mímica facial. Esses efeitos colaboram para a reabilitação funcional da musculatura e da expressão, ampliando os benefícios para além do aspecto cosmético2

Estudos demonstram que a reabilitação orofacial em pacientes com paralisia facial, especialmente com o suporte de técnicas como a harmonização, pode promover melhora mensurável do tônus muscular, como evidenciado pela alteração no ângulo da comissura labial após intervenções terapêuticas, sugerindo uma abordagem objetiva para acompanhar o progresso clínico desses pacientes3

Além dos ganhos funcionais, os procedimentos de HOF têm um impacto significativo sobre a percepção da autoimagem e o bem-estar emocional dos pacientes. A recuperação da simetria facial e da naturalidade da expressão pode reduzir o estigma social associado à paralisia, contribuindo para a melhora da saúde mental e da inserção social desses indivíduos4

2. OBJETIVOS 

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os impactos da harmonização orofacial em pacientes com paralisia facial, considerando seus benefícios estéticos e funcionais na reabilitação da simetria facial e da qualidade de vida. 

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Investigar quais técnicas de harmonização orofacial (como toxina botulínica e preenchedores dérmicos) são mais utilizadas na reabilitação de pacientes com paralisia facial. 
  • Avaliar os efeitos dessas intervenções na melhora da função muscular e expressividade facial dos pacientes tratados. 
  • Identificar os impactos psicossociais e estéticos relatados por pacientes submetidos à harmonização orofacial após episódios de paralisia facial. 

3. RESULTADOS 

O uso de técnicas minimamente invasivas para restaurar simetria e função em pacientes com paralisia facial requer uma leitura integrada dos efeitos estéticos, funcionais e psicossociais, de forma a orientar decisões clínicas mais precisas. No manejo desses casos, a escolha da intervenção deve considerar o padrão de assimetria, o tempo de evolução da paralisia, a presença de sincinesias (movimentos involuntários e descoordenados), a tonicidade muscular remanescente e o impacto subjetivo da condição na autoestima e na comunicação. A toxina botulínica tipo A destaca-se pelo controle funcional e melhora da coordenação, enquanto preenchedores e fios de sustentação favorecem a harmonia estática e o contorno facial. Já a lipoenxertia contribui para a reposição volumétrica com efeito natural e boa tolerabilidade. A seguir, apresenta-se uma tabela síntese dos principais resultados clínicos e observações de segurança dos estudos analisados, com foco em dados aplicáveis à prática clínica e à elaboração de protocolos personalizados. 

Tabela 1. Síntese dos principais resultados clínicos e observações de segurança em intervenções estéticas e funcionais para pacientes com paralisia facial (2018–2025)

Autor (Ano)Intervenção PrincipalDesfechos avaliadosPrincipais resultadosSegurança e observações principais
Liu et al. (2024)Ácido hialurônico (preenchimento)Simetria facial, FACE-Q, PHQ-9, EQ-5DMelhora expressiva da simetria facial e dos escores psicossociais; redução de sintomas depressivos e de ansiedade em curto prazo; impacto positivo na autoimagem e bem-estar emocional.Dor mínima, sem complicações graves. Técnica bem tolerada e reversível, ideal para ajustes estéticos e funcionais precoces.
Amar et al. (2024)BoNT-AHFS-30, FaCEMelhora sustentada da qualidade de vida aos 1 e 4 meses; benefícios funcionais e emocionais perceptíveis; melhora da comunicação e expressão facial.Alta tolerabilidade, sem eventos adversos relevantes. Indicado como terapia funcional de manutenção em longo prazo.
Carré et al. (2024)BoNT-A (guia clínico)Protocolos terapêuticosDefine seleção de músculos e doses personalizadas; recomenda integração com reabilitação para otimizar simetria e controle de sincinesias.Baseado em evidências clínicas recentes. Suporte para padronização de condutas na prática diária.
De Sanctis Pecora & Shitara (2021)BoNT-A (diretriz prática)Algoritmos clínicosMelhora da simetria em repouso e movimento, com controle eficaz das sincinesias; planejamento baseado em análise individual da mímica facial.Integração com fisioterapia e reabilitação motora potencializa resultados. Alta previsibilidade e segurança.
Hayler et al. (2024)BoNT-A (bucinador)Escala de sincinesia, função oralRedução importante da sincinesia e melhora da coordenação oral e mastigatória; melhora do impacto social relatado pelos pacientes.Excelente tolerabilidade; sem complicações relevantes. Aplicação focal do bucinador potencializa a reabilitação funcional.
Winiarsk et al. (2024)Fios PDO/PLLASimetria estática, contorno facialMelhora da simetria e elevação de 3–5 mm em estruturas faciais; efeito perceptível esteticamente, principalmente em ptoses leves.Efeitos leves e transitórios (edema, equimose). Resultados otimizados quando associados à toxina botulínica e reabilitação neuromuscular.
Bhatnagar et al. (2022)Fios PDOContorno facial, simetriaElevação média de 3–4 mm em estruturas de suporte; melhora perceptível da harmonia facial; favorece simetria estática em casos leves a moderados.Baixa taxa de efeitos adversos leves e autolimitados. Técnica minimamente invasiva e de rápida recuperação.
Pappalardo et al. (2022)Lipoenxertia autóloga (fotogrametria)SimetriaAumento significativo da simetria; média de 13 mL de gordura por sessão; melhora estética do contorno e suporte de tecidos moles; resultados naturais e estáveis.Baixa morbidade; edema e equimose leves e transitórios; possibilidade de sessões adicionais conforme a assimetria residual.
Guntinas-Lichius et al. (2022)Revisão sistemática (sincinesia)Estratégias terapêuticasAbordagem escalonada: fisioterapia, BoNT-A e procedimentos cirúrgicos seletivos conforme necessidade funcional e estética; uso de escalas SAQ e FaCE para mensuração.Reforça a importância da avaliação padronizada e integração terapêutica. Base para construção de linhas de cuidado estruturadas.
Lapidus et al. (2020)Revisão sistemáticaTratamento da sincinesiaBoNT-A e reabilitação com maior eficácia funcional e estética; evidências consistentes apesar da heterogeneidade metodológica.Necessidade de padronização de protocolos para fortalecer comparabilidade entre estudos.
Tavares et al. (2022)BoNT-ASincinesia, percepção subjetivaRedução média dos escores de 6,2 para 2,7 pontos; aumento de 45% na satisfação estética; efeito duradouro de 2 a 4 meses; melhora expressiva da simetria facial.Efeitos leves e transitórios. Aplicação periódica garante manutenção dos resultados clínicos e psicossociais.
De Jongh et al. (2023)BoNT-ASincinesia, satisfação estéticaRedução dos escores de 6,0 para 2,5 pontos; aumento de 40% na satisfação estética; benefícios consistentes em diferentes protocolos; boa durabilidade clínica.Boa tolerabilidade, efeitos leves. Falta de padronização de doses e músculos-alvo ainda é um desafio para uniformizar condutas clínicas.
Fonte: Autoria própria


Liu et al.5 avaliaram de forma prospectiva 20 pacientes com paralisia facial submetidos ao preenchimento facial com ácido hialurônico e identificaram uma melhora expressiva na simetria facial percebida, com significância estatística robusta (p < 0,0001), indicando que a intervenção gerou um efeito consistente e pouco provável de ocorrer ao acaso. Além da simetria objetiva, foi constatado um aumento significativo nos escores do instrumento FACE-Q, especialmente nos domínios relacionados à satisfação com a aparência e à redução do sofrimento psicossocial, também com p < 0,0001, evidenciando que o impacto do tratamento vai além da correção estética, alcançando a percepção subjetiva e o bem-estar dos pacientes. No acompanhamento realizado 14 dias após o procedimento, os autores observaram uma redução dos sintomas depressivos mensurados pelo PHQ-9 (p = 

0,016) e melhora nos indicadores de ansiedade e depressão avaliados pelo EQ-5D (p = 0,014), o que reforça a relevância emocional e psicossocial da harmonização orofacial nesses casos. O tratamento apresentou um perfil de segurança favorável, com relatos de dor mínima e ausência de complicações relevantes, apontando para uma técnica de baixa morbidade e boa tolerabilidade. Esses resultados mostram que a reposição de volume e a restauração do contorno facial interferem diretamente na autoimagem e na confiança social, o que é particularmente importante em pacientes com paralisia facial, uma condição que frequentemente acarreta constrangimento, isolamento e dificuldades de interação. O estudo sugere que o uso do ácido hialurônico pode ser uma ferramenta complementar de grande valor no contexto de reabilitação estética e funcional, contribuindo para o equilíbrio facial, a melhora do bem-estar e a recuperação psicossocial. Apesar de se tratar de uma amostra reduzida e de curto seguimento, a consistência estatística observada reforça a importância dessa abordagem e abre caminho para estudos mais amplos que consolidem protocolos clínicos seguros e eficazes para esse perfil de pacientes. 

Amar et al.6 conduziram um estudo prospectivo observacional com 88 pacientes portadores de paralisia facial periférica de longa duração tratados com toxina botulínica tipo A e observaram uma melhora consistente e sustentada na qualidade de vida desses indivíduos. Os efeitos positivos foram identificados já no primeiro mês após a aplicação e permaneceram evidentes aos quatro meses de seguimento, com significância estatística robusta nos dois períodos avaliados. Essa melhora foi mensurada pelos instrumentos HFS-30, questionário padronizado para avaliação funcional e social de pacientes com paralisia facial, e FaCE, questionário validado internacionalmente que analisa diferentes domínios da função facial e da autoimagem, incluindo impacto psicossocial e comunicação. Os escores desses instrumentos aumentaram de forma significativa após o tratamento, indicando que a quimiodenervação com toxina botulínica contribuiu não apenas para a redução de sintomas motores e sincinesias, que são movimentos involuntários e descoordenados, mas também para ganhos expressivos na percepção subjetiva de bem-estar. Essa resposta clínica positiva demonstra que o tratamento ultrapassa os efeitos puramente musculares e se estende a aspectos emocionais e sociais, que costumam ser bastante comprometidos em pacientes com sequelas de paralisia facial. O perfil de segurança observado foi favorável, com boa tolerabilidade e ausência de eventos adversos graves, reforçando a aplicabilidade clínica dessa abordagem. De forma geral, os achados do estudo sugerem que a toxina botulínica tipo A pode ser uma ferramenta terapêutica eficaz e segura para melhorar a função facial, reduzir sintomas associados e potencializar a reintegração psicossocial de pacientes com sequelas crônicas da doença, especialmente quando associada a outras estratégias reabilitadoras. 

Carré et al.7 realizaram uma revisão clínica que reuniu evidências recentes e consolidou orientações práticas sobre o uso da toxina botulínica tipo A no manejo das sequelas da paralisia facial periférica, com foco na construção de protocolos terapêuticos bem estruturados. Os autores destacaram a importância da seleção precisa dos músculos a serem tratados, levando em conta tanto os padrões de contração residual quanto os movimentos compensatórios, que muitas vezes surgem como resposta crônica à perda de função facial. Também enfatizaram a definição individualizada das doses, com o objetivo de alcançar simetria facial adequada, controlar sincinesias, que são movimentos involuntários e descoordenados comuns após a regeneração nervosa, e preservar a expressividade. Além da aplicação da toxina, o guia propõe uma estratégia integrada que combina reabilitação motora com fisioterapia especializada e aplicação seriada de BoNT-A, criando uma linha terapêutica escalonada capaz de otimizar resultados funcionais e estéticos. Essa abordagem sequencial permite modular progressivamente os desequilíbrios musculares, reduzir tensões excessivas e favorecer a coordenação dos movimentos faciais. A revisão também descreve parâmetros técnicos e recomendações de segurança baseadas em estudos clínicos recentes, fornecendo ao profissional um referencial confiável para padronizar condutas e reduzir a variabilidade terapêutica. Ao reunir orientações práticas, evidências clínicas e recomendações de especialistas, o estudo reforça que a toxina botulínica tipo A desempenha papel central no controle funcional e estético das sequelas da paralisia facial periférica, contribuindo para melhor simetria, menor sobrecarga muscular compensatória e melhora global da função facial. 

De Sanctis Pecora e Shitara8 elaboraram uma diretriz prática com base em experiência clínica e evidências disponíveis sobre o uso da toxina botulínica tipo A no tratamento da paralisia facial, com o objetivo de oferecer parâmetros claros para avaliação funcional, planejamento terapêutico e padronização de condutas. Os autores desenvolveram algoritmos clínicos que orientam a escolha dos músculos a serem tratados, levando em consideração a análise detalhada da simetria em repouso e durante movimentos de expressão facial, bem como a identificação de sincinesias, que são contrações involuntárias e descoordenadas que surgem após a regeneração neural. A diretriz também apresenta recomendações de doses adequadas para cada grupo muscular, com atenção à segurança e à preservação da expressividade, buscando equilibrar o relaxamento seletivo dos músculos hiperativos com a manutenção da função global da face. Além disso, enfatiza a importância de um planejamento individualizado, que leve em conta o tempo de evolução da paralisia, a intensidade dos movimentos compensatórios e os objetivos funcionais e estéticos de cada paciente. Outro ponto destacado é a integração da toxina botulínica a outras estratégias terapêuticas, como fisioterapia motora e reabilitação neuromuscular, reforçando a ideia de que os melhores resultados ocorrem quando há sinergia entre diferentes abordagens. Ao estruturar algoritmos claros e baseados na prática clínica, o estudo contribui para reduzir a variabilidade nas técnicas de aplicação, aumentar a previsibilidade dos resultados e consolidar a BoNT-A como ferramenta fundamental na busca por melhor simetria facial e controle das sincinesias em pacientes com sequelas de paralisia facial periférica. 

Hayler et al.9 realizaram um estudo prospectivo com pacientes portadores de paralisia facial periférica crônica, avaliando de forma específica o impacto da aplicação de toxina botulínica tipo A no músculo bucinador, associada à fisioterapia motora especializada. A amostra demonstrou melhora significativa na intensidade dos sintomas de sincinesia, que são contrações involuntárias e descoordenadas frequentemente observadas após a regeneração do nervo facial. Essa melhora foi mensurada por escalas funcionais padronizadas, com redução expressiva dos escores de sincinesia média de 6,1 para 2,8 pontos em quatro semanas de acompanhamento, diferença considerada estatisticamente significativa (p < 0,001). Além disso, houve melhora importante no controle oral e na mastigação, com aumento da pontuação funcional de 58% para 83% (p < 0,01), evidenciando que o tratamento direcionado ao bucinador agrega um benefício adicional ao resultado global da reabilitação. Os autores também relataram redução consistente no impacto social dos sintomas, mensurado por instrumentos de qualidade de vida, reforçando que a melhora funcional se traduz em maior segurança ao se alimentar, falar e interagir socialmente. O perfil de segurança foi favorável, sem eventos adversos relevantes, indicando boa tolerabilidade clínica. Esses achados confirmam que a aplicação focal da toxina botulínica tipo A no bucinador potencializa os resultados da fisioterapia convencional, contribuindo para a melhora da coordenação motora oral e da simetria facial, além de favorecer a reintegração psicossocial desses pacientes. 

Winiarska et al.10 realizaram uma revisão sistemática com foco no uso de fios de sustentação, principalmente de polidioxanona (PDO) e ácido polilático (PLLA), no tratamento de pacientes com paralisia facial, avaliando desfechos estéticos e funcionais relatados em estudos clínicos recentes. A análise mostrou que, embora a qualidade metodológica dos trabalhos disponíveis varie de baixa a moderada, há evidências consistentes de que os fios podem melhorar a simetria estática e redefinir o contorno facial de maneira significativa, sobretudo em casos com assimetrias mais leves ou moderadas. Essa melhora foi observada em medidas fotogramétricas, com elevação média de estruturas como comissura labial e sulco nasogeniano entre 3 e 5 mm, valores que representam impacto clínico perceptível e relevante para a harmonia facial. O perfil de segurança foi considerado aceitável, com efeitos adversos leves e transitórios, como dor local, edema e equimose, sem registros de complicações graves. Os autores destacaram que a correta seleção dos vetores de tração, ou seja, das direções em que os fios são aplicados para reposicionar tecidos, é um dos fatores determinantes para otimizar os resultados. A revisão também enfatizou que os melhores efeitos ocorrem quando o lifting com fios é associado a outras estratégias, como aplicação de toxina botulínica e fisioterapia de reabilitação neuromuscular, o que potencializa a simetria dinâmica e prolonga a durabilidade dos resultados. De forma geral, os achados indicam que os fios de sustentação podem atuar como ferramenta adjuvante eficaz na harmonização orofacial de pacientes com paralisia facial, ampliando as opções terapêuticas disponíveis, especialmente para aqueles que apresentam assimetrias residuais e não têm indicação imediata para procedimentos cirúrgicos mais invasivos. 

Bhatnagar et al.11 apresentaram uma série de casos que avaliou a segurança e a eficácia da técnica de lifting facial com fios de polidioxanona (PDO) em pacientes com paralisia facial, com ênfase na restauração da simetria estática e na correção de ptoses leves. Os autores observaram melhora clínica perceptível do contorno facial após o procedimento, principalmente em áreas como comissura labial, sulco nasogeniano e região malar, que são pontos frequentemente afetados pela perda de sustentação muscular nessa condição. Essa melhora foi quantificada por registros fotográficos padronizados e análises clínicas comparativas antes e depois da intervenção, revelando ganho médio de elevação entre 3 e 4 mm, o que representa um resultado funcionalmente relevante e esteticamente visível. Além disso, os pacientes relataram melhora na harmonia facial e maior confiança na expressão, sugerindo impacto positivo também na percepção subjetiva. O perfil de segurança foi satisfatório, com baixa taxa de eventos adversos, restrita a efeitos transitórios como leve edema, equimose e sensibilidade local, sem relatos de complicações mais graves. A adequada seleção dos vetores de tração, ou seja, das direções em que os fios foram aplicados para reposicionar os tecidos, foi apontada como fator determinante para a previsibilidade dos resultados e para a prevenção de assimetrias secundárias. O estudo reforça que o lifting com fios PDO é uma ferramenta útil e minimamente invasiva para harmonização facial em pacientes com paralisia, principalmente nos casos em que se busca correção estética de assimetrias residuais sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos mais complexos. 

Pappalardo et al.12 apresentaram uma série consecutiva com 32 pacientes portadores de paralisia facial submetidos à lipoenxertia autóloga como técnica complementar em procedimentos de reanimação facial, com o objetivo de restaurar volume e melhorar a simetria estática. A análise fotogramétrica, que consiste na mensuração de estruturas faciais por meio de registros fotográficos padronizados, demonstrou um aumento significativo da simetria após o procedimento, com p ≤ 0,001, indicando forte consistência estatística dos resultados. O volume médio de gordura injetado por sessão foi de aproximadamente 13 mL, variando de acordo com a extensão da área tratada, e em alguns casos foi necessária a realização de mais de uma sessão para atingir o equilíbrio facial desejado. Além do ganho quantitativo de simetria, os autores relataram melhora estética perceptível, especialmente em regiões como malar, sulco nasogeniano e linha mandibular, áreas que sofrem maior perda de suporte por atrofia muscular ou queda tecidual associada à paralisia. O perfil de segurança foi favorável, com baixa morbidade e ausência de complicações graves, sendo observados apenas efeitos transitórios como leve edema e equimose local. A técnica também contribuiu para melhorar o suporte dos tecidos moles e restaurar a projeção facial, proporcionando resultados mais naturais e harmoniosos. Esses achados reforçam que a lipoenxertia autóloga é uma ferramenta útil como tratamento adjuvante em reabilitação estética e funcional de pacientes com paralisia facial, principalmente quando há assimetrias residuais importantes ou perda de volume tecidual acentuada. 

Guntinas-Lichius et al.13, representando o International Head & Neck Scientific Group, realizaram uma revisão sistemática abrangente sobre sincinesia facial, que são movimentos involuntários e descoordenados decorrentes da regeneração aberrante do nervo facial, e propuseram recomendações práticas para o manejo clínico dessa condição. Com base nas evidências disponíveis, os autores estruturaram uma abordagem escalonada que prioriza inicialmente a reabilitação neuromuscular, com técnicas de biofeedback e treino motor direcionado, visando melhorar o controle voluntário dos músculos afetados e reduzir padrões de movimento anormais. Em um segundo estágio, recomendam o uso de toxina botulínica tipo A para modular a hipertonia contralateral e atenuar as sincinesias, o que contribui para maior simetria e melhor coordenação dos movimentos faciais. Quando as medidas conservadoras não são suficientes, indicam intervenções cirúrgicas seletivas, como miotomias ou neurectomias parciais, que podem corrigir desequilíbrios musculares persistentes e aprimorar a função estética e funcional. A revisão também reforça a importância do uso de instrumentos validados para avaliação de resultados, como o SAQ, questionário específico para sincinesia facial, e o FaCE, instrumento internacionalmente utilizado para medir impacto funcional e psicossocial. Essa padronização permite quantificar de forma objetiva as melhoras clínicas e comparar diferentes estratégias terapêuticas. Os autores concluem que a abordagem em etapas, associando fisioterapia especializada, toxina botulínica e técnicas cirúrgicas quando necessário, é a mais eficaz para otimizar a recuperação funcional, reduzir o desconforto social e restaurar a harmonia facial desses pacientes. 

Lapidus et al.14 realizaram uma revisão sistemática com o objetivo de sintetizar as principais estratégias terapêuticas utilizadas no tratamento da sincinesia pósparética, condição caracterizada por movimentos involuntários que surgem após a regeneração anômala do nervo facial. A análise incluiu estudos clínicos conduzidos em diferentes contextos e evidenciou que a toxina botulínica tipo A e a reabilitação motora especializada representam as intervenções com maior suporte científico para controle dos sintomas e melhora funcional. Os autores destacaram que a toxina botulínica atua na redução da hiperatividade muscular e na suavização de padrões involuntários, enquanto a fisioterapia direcionada com técnicas de biofeedback e treino neuromuscular contribui para a reorganização dos movimentos voluntários e melhora da simetria facial. Apesar da eficácia observada nessas abordagens, a revisão revelou grande heterogeneidade metodológica entre os estudos, tanto em relação à escolha dos músculos-alvo e às doses aplicadas, quanto aos desfechos clínicos utilizados para avaliação dos resultados. Essa falta de padronização dificultou a realização de metanálises robustas e limita comparações diretas entre diferentes protocolos. Ainda assim, os autores reforçam que a associação entre toxina botulínica e reabilitação apresenta os efeitos mais consistentes e sustentados, tornando-se a estratégia mais recomendada no manejo clínico atual. Eles concluem que, para avançar na qualidade das evidências, há necessidade urgente de padronizar protocolos terapêuticos e instrumentos de avaliação, o que permitirá resultados mais comparáveis e reproduzíveis no tratamento da sincinesia pós-parética. 

Tavares et al.15 conduziram uma revisão integrativa que reuniu 10 estudos clínicos, incluindo um ensaio clínico randomizado, com o objetivo de avaliar a eficácia da toxina botulínica tipo A no tratamento da sincinesia facial pós-parética. Os resultados demonstraram melhora consistente, tanto objetiva quanto subjetiva, nos sintomas motores após a aplicação da toxina, com redução média dos escores de sincinesia de 6,2 para 2,7 pontos em escalas padronizadas de avaliação funcional, diferença considerada estatisticamente significativa (p < 0,001). Além disso, os pacientes relataram melhora perceptível na simetria facial e na coordenação de movimentos, com aumento médio de 45% nos escores de satisfação com a aparência facial. A duração média do efeito terapêutico foi de 2 a 4 meses, o que reforça a necessidade de reaplicações periódicas para manutenção dos resultados. Os efeitos adversos foram raros e, quando presentes, limitados a manifestações leves e transitórias, como fraqueza muscular discreta e sensação de peso local, não havendo registros de complicações graves. Os autores destacaram que a personalização das doses e a escolha criteriosa dos músculos-alvo são determinantes para maximizar os benefícios e reduzir riscos, considerando que cada padrão de sincinesia apresenta características clínicas particulares. Os achados reforçam a toxina botulínica tipo A como intervenção eficaz e segura, com impacto funcional relevante e melhora expressiva da percepção estética e psicossocial de pacientes com sequelas motoras decorrentes da paralisia facial periférica. 

De Jongh et al.16 realizaram uma revisão sistemática abrangente de múltiplas bases de dados para analisar os diferentes protocolos de aplicação de toxina botulínica tipo A no tratamento da sincinesia facial decorrente de paralisia periférica. Os autores identificaram uma ampla variedade de estratégias terapêuticas, incluindo diferentes marcas comerciais, doses médias variando entre 10 e 40 unidades por músculo e intervalos de reaplicação de aproximadamente 3 a 4 meses, com resultados clínicos positivos independentemente da variação técnica. A análise dos estudos mostrou redução média dos escores de sincinesia de 6,0 para 2,5 pontos em escalas padronizadas de avaliação motora (p < 0,001), refletindo melhora objetiva relevante da coordenação facial. Além disso, os pacientes apresentaram aumento médio de 40% nos escores de satisfação estética e funcional, o que indica impacto direto na percepção de qualidade de vida e na interação social. Os efeitos adversos relatados foram leves e transitórios, como discreta fraqueza muscular localizada e sensação de peso facial, sem registros de complicações significativas. Apesar dos bons resultados, os autores ressaltaram a ausência de protocolos padronizados quanto à seleção dos músculos, às doses ideais e à frequência de reaplicação, apontando a necessidade de ensaios clínicos controlados que estabeleçam parâmetros mais consistentes. Assim, o estudo reforça a eficácia e a segurança da toxina botulínica tipo A no controle da sincinesia facial, ao mesmo tempo em que evidencia a importância de uma abordagem individualizada para otimizar os desfechos clínicos. 

4. DISCUSSÃO 

A leitura conjunta dos estudos mostra que a harmonização orofacial tem um papel muito mais amplo do que simplesmente melhorar a aparência de pacientes com paralisia facial. Ela também contribui de forma direta para a função muscular, para a simetria do rosto e para a recuperação da autoestima e da qualidade de vida. Os trabalhos que abordam a base anatômica e funcional da face, especialmente em processos de envelhecimento, ajudam a entender por que a reposição e o reposicionamento dos tecidos são estratégias eficazes para restaurar equilíbrio estético e funcional nesses pacientes. 

Entre as diferentes técnicas estudadas, a toxina botulínica tipo A aparece como uma das intervenções mais sólidas e bem documentadas. Os estudos mostram que seu uso reduz movimentos involuntários, melhora a simetria facial durante expressões e tem efeito positivo sobre a comunicação e a confiança social⁵⁻¹²,¹⁵⁻¹⁶. Esses benefícios costumam aparecer nas primeiras semanas e durar de dois a quatro meses, com baixo risco de efeitos colaterais. Uma das mensagens mais importantes dos trabalhos é que não existe um protocolo único: a escolha dos músculos, a dose e o número de aplicações precisam ser adaptados ao padrão de sincinesia e às necessidades de cada paciente. Além disso, a associação da toxina com fisioterapia motora e reabilitação neuromuscular tem mostrado resultados ainda mais consistentes, porque ajuda o paciente a recuperar controle voluntário dos movimentos e a reduzir compensações indesejadas⁷,,¹⁰,¹⁴. 

Os fios de sustentação também ganharam destaque nos estudos, principalmente para corrigir assimetrias mais leves e reposicionar estruturas faciais caídas. O ganho estético é visível, e o procedimento apresenta baixa morbidade, o que significa poucos riscos e rápida recuperação⁶,⁷. A boa escolha dos vetores, ou seja, da direção em que os fios são aplicados, é fundamental para alcançar resultados harmoniosos e previsíveis. Embora a evidência científica sobre fios ainda seja mais limitada do que no caso da toxina botulínica, os achados reforçam seu valor como parte de um plano combinado de tratamento. 

A lipoenxertia autóloga surge como outra ferramenta importante para dar volume e suporte aos tecidos moles da face. Essa técnica proporciona uma melhora significativa do contorno facial e ajuda a equilibrar assimetrias mais marcantes. 

Como utiliza gordura do próprio paciente, tem baixo risco de complicações e resultados duradouros, podendo ser repetida quando necessário⁸. 

As revisões sistemáticas e diretrizes clínicas apontam que a melhor forma de tratar esses pacientes é seguir uma abordagem escalonada, começando com reabilitação neuromuscular, passando pelo uso de toxina botulínica e, quando indicado, associando outras técnicas como fios ou enxertos⁹,¹⁰,¹⁴,¹⁶. Esse modelo permite adaptar a conduta clínica à gravidade da paralisia e às expectativas de cada paciente, garantindo resultados mais completos e personalizados. 

Apesar dos avanços, há um ponto que aparece de forma repetida nos estudos: ainda faltam protocolos padronizados para essas intervenções, especialmente no uso da toxina botulínica e dos fios¹⁴,¹⁶. A falta de uniformidade nos músculos tratados, nas doses aplicadas e nos critérios de avaliação dificulta a comparação direta entre pesquisas. Mesmo assim, os achados apontam uma direção clara: combinar técnicas traz benefícios reais, melhora a simetria facial, reduz limitações funcionais e tem impacto positivo na vida social e emocional desses pacientes. 

Em resumo, a harmonização orofacial tem se mostrado uma aliada poderosa no cuidado com pacientes com paralisia facial. A toxina botulínica tem um papel central no controle muscular, enquanto os fios e preenchedores ajudam a melhorar a harmonia facial, e a lipoenxertia complementa o suporte estrutural. Essa combinação, feita de forma planejada e individualizada, representa uma forma mais completa e moderna de tratar essas pessoas, com foco tanto na função quanto na autoestima. 

5. CONCLUSÃO  

A harmonização orofacial em pacientes com paralisia facial tem se consolidado como uma estratégia terapêutica moderna, segura e com benefícios que ultrapassam a estética, alcançando dimensões funcionais, emocionais e sociais. O conjunto de evidências mostra que intervenções bem planejadas e individualizadas podem melhorar significativamente a simetria estática e dinâmica, reduzir movimentos involuntários, restaurar volume facial e, sobretudo, impactar de forma positiva a autoestima e a qualidade de vida. A toxina botulínica surge como pilar central no controle muscular, enquanto preenchedores e fios de sustentação oferecem recursos eficazes para correção de assimetrias e aprimoramento do contorno facial, com mínima morbidade. A lipoenxertia autóloga aparece como uma alternativa de suporte volumétrico de longa duração, com resultados naturais e previsíveis. A combinação dessas técnicas, aliada à reabilitação neuromuscular, potencializa os desfechos clínicos e favorece a reintegração psicossocial desses pacientes. Ainda que faltem protocolos padronizados, os resultados apontam um caminho consistente para a construção de linhas de cuidado mais estruturadas e personalizadas. Assim, a harmonização orofacial deixa de ser apenas uma intervenção estética e passa a ser reconhecida como uma ferramenta terapêutica relevante no tratamento integrado da paralisia facial.  

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