HABILIDADES MOTORAS E FUNCIONALIDADE CORPORAL NA SAÚDE EQUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

MOTOR SKILLS AND BODY FUNCTIONALITY IN HEALTH AND QUALITY OF LIFE IN ELDERLY PRACTITIONERS OF PHYSICAL EXERCISES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411251003


Dárllison Hudson Pereira Da Silva1
Maria Vitoria Silva Cantalice2
Leyla Regis De Meneses Sousa Carvalho3


RESUMO

Introdução: O envelhecimento é um processo natural e progressivo responsável por diversas alterações fisiológicas, morfológicas, funcionais, bioquímicas e também psicológicas comprometendo, sua autonomia, esse processo é acompanhado por alterações estruturais e funcionais do corpo e da mente, estando associado também ao declínio cognitivo que pode incidir na saúde e na qualidade de vida dos idosos.Objetivo: Verificar as habilidades motoras na funcionalidade corporal e na saúde e qualidade de vida em idosos praticantes de exercícios físicos. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo integrativa, realizadas nas bases de dados:Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Bireme, Pubmed, Lilacs, Medline, Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Utilizando de forma isolada e/ou conjugada os seguintes descritores: Exercício físico e habilidades motoras em idosos, Exercício físico e coordenação motora em idosos; Exercício físico e equilíbrio em idosos; Exercício físico e funcionalidade em idosos; Exercício físico coordenação motora e funcionalidade em idosos;Exercício físico equilíbrio e funcionalidade em idosos; Exercício físico e qualidade de vida em idosos.Resultados: Os dados apontaram que manter um estilo de vida ativo é essencial para o desenvolvimento de habilidades motoras que conseqüentemente incide na autonomia, funcionalidade e qualidade de vida do idoso.Considerações: O estilo de vida ativo estimula e mantêm as habilidades motoras, que são mecanismos fundamentais para a manutenção da independência funcional do idoso. Quanto às limitações da pesquisa, a temática voltada para coordenação motora mostrou-se bastante escassa sugere-se  estudos que tratem o estudo das habilidades de forma mais específica.

PALAVRAS-CHAVE: Autonomia. Funcionalidade corporal. Habilidade motora. Qualidade de vida

ABSTRACT

Introduction: Aging is a natural and progressive process responsible for several physiological, morphological, functional, biochemical and psychological changes, compromising their autonomy, this process is accompanied by structural and functional changes of the body and mind, and is also associated with cognitive decline that can affect the health and quality of life of the elderly. Objective: To verify motor skills in body functionality and health and quality of life in elderly practitioners of physical exercises. Methods: This is an integrative literature review, carried out in the following databases: Virtual Health Library (VHL), Bireme, Pubmed, Lilacs, Medline, Scientific Electronic Library Online (SciELO). Using the following descriptors alone and/or in combination: Physical exercise and motor skills in the elderly, Physical exercise and motor coordination in the elderly; Physical exercise and balance in the elderly; Physical exercise and functionality in the elderly; Physical exercise, motor coordination and functionality in the elderly; Physical exercise, balance and functionality in the elderly; Physical exercise and quality of life in the elderly. Results: The data showed that maintaining an active lifestyle is essential for the development of motor skills that consequently affects the autonomy, functionality and quality of life of the elderly. Considerations: An active lifestyle stimulates and maintains motor skills, which are fundamental mechanisms for maintaining the functional independence of the elderly. As for the limitations of the research, the theme focused on motor coordination proved to be quite scarce, and studies that deal with the study of skills in a more specific way are suggested.

KEYWORDS: Autonomy. Bodyfunctionality. Motor skills. Qualityoflife

1 INTRODUÇÃO

Em 1950, os dados mundiais quanto ao número de idosos acima de 65 anos era de 129 milhões, entretanto em 2020 estimou-se para 422 milhões, em relação aos dados brasileiros o número de idosos acima de 65 anos foi de 1,6 milhões e em 2020transcorreu para 9,2 milhões (ALVES, 2019).

O processo de envelhecimento é naturalmente responsável por diversas alterações como: fisiológicas, morfológicas, funcionais, bioquímicas e também psicológicas comprometendo, assim, sua autonomia, elevando a vulnerabilidade para o surgimento de patologias, esse processo passa por alterações estruturais e funcionais tanto do corpo quanto do cérebro, estando associados ao definhamento corporal e cognitivo (MACENA; HERMANO; COSTA, 2018).

Dentre as alterações fisiológicas, morfológicas e funcionais vale ressaltar a redução de massa muscular e da força dinâmica que é ocasionada pelo envelhecimento cronológico denominada sarcopenia (HUGHS; FERRARI, 2016), favorecendo o desenvolvimento da osteopenia, redução de massa nos ossos que ocorre de forma gradual e consequentemente a osteoporose, patologia que se distingue pela perda gradual de massa óssea, tornando os ossos fracos e tendentes a fraturas (SOUZA, 2010; JILKA; O’BRIEN, 2016).

Em se tratando de osteopenia e osteoporose essas patologias tem sido responsáveis por índices relevantes de queda nos idosos, segundo a OMS (2007), é quase impossível não associarmos as quedas ao processo de envelhecimento, quanto maior a idade maior é o risco de quedas. Estima-se que mais de 40% de pessoas com idade superior a 80 anos caem a cada ano, tornando-se cada vez mais complexa a atenção sobre as quedas dos idosos (OMS, 2007).

Fato esse mencionado nos estudos de Ferreira (2018) no qual os participantes mostraram maiores dificuldades na execução dos testes de motricidade global, equilíbrio, domínio lateral, movimentos coordenativos dos membros superiores e inferiores, assim tornando-os propícios ao desequilíbrio e a quedas no dia a dia, assim como, as alterações psicossociais e emocionais que podem ocorrer com o avanço da idade, evidenciadas pela redução da auto-estima e bem-estar psicológico e principalmente perca da autonomia funcional que minimizam a independência operacional do idoso, conseqüência também da perca das habilidades motoras principalmente coordenação equilíbrio.

Nesta perspectiva, a melhor forma de prevenir ou reduzir o declínio das funções citadas acima é através da prática de exercícios físicos, uma vez que, a forma de como se envelhece, está associada a sua trajetória de estilo de vida e de um planejamento para esta etapa da vida (BRAGA et al., 2015). É possível verificar que os exercícios trazem inúmeros benefícios podendo afirmar que essa prática é eficaz nos demais aspectos que envolvem a qualidade de vida, a exemplo, o relacionamento interpessoal e a autonomia bem como a aquisição das habilidades motoras mencionadas acima (BOBBO et al., 2018).

Os exercícios físicos atuam na melhoria das habilidades comunicativas, comportamentais, habilidades motoras e sociais (SEFEN et al., 2020), posto que, idosos ativos a cada dia se mostram emocionalmente equilibrados, bem humorados, mais abertos e com visões positivas mediante os fatos da vida, o que contribui para o encontro de uma identidade e uma melhor qualidade de vida (PELLEGRINOTTI, 2008).

Em se tratando de habilidades motoras, tema de interesse deste estudo, esta pode ser descrita como a capacidade de realizar uma tarefa motora de uma forma rápida e controlada, no processo de envelhecimento, é esclarecido pela retrogênese, na qual é revelado que aos poucos, ocorre o declínio dos componentes motores (BORGES et al., 2010), isso pode acontecer em ritmos e intensidades distintas para cada área motora, dependendo das condições em que o idoso está exposto (PICCOLI et al., 2016). Devido ao envelhecimento e a essas alterações motoras, como conseqüência a capacidade funcional sofre uma redução, tornando o indivíduo mais propício a quedas, fragilidade, institucionalização, depressão e outras comorbidades (NUNES et al., 2017).

Diante das diversas categorias as habilidades motoras como equilíbrio corporal e coordenação motora, são habilidades importantes nessa fase da vida, uma vez que, são prejudicadas pelo envelhecimento cronológico essas habilidades de movimento se tornam comprometidas pela queda das funções sensoriais, consequentemente tendo um declínio da visão causado pelo desgaste da córnea, da lente, da retina e do nervo óptico e também da ausência de estabilidade e segurança no movimento das mãos e das pernas, assim, funções como: agachar, abotoar as próprias roupas, guardar algum objeto, escrever, teclar, uso de facas para cortar os alimentos, manusear uma agulha ou alfinetes ou até o próprio celular passam a ser habilidade difíceis de serem executadas no cotidiano, desta forma, para o indivíduo levar uma vida independente é necessário que se tenha um determinado nível de habilidades principalmente equilíbrio e coordenação motora (RAUCHBACH, 1990).

Neste contexto, será útil compreender quais os melhores exercícios a serem trabalhados com os idosos e quais capacidades e habilidades motoras devem ser priorizadas a fim de proporcionar melhor saúde e qualidade de vida com o intuito de torná-los aptos a qualquer circunstância do dia a dia, evitando lesões causadas por acidentes domésticos e suprindo o máximo a sua independência no cotidiano, nesta perspectiva, objetivo do respectivo estudo foi verificar as habilidades motoras na funcionalidade corporal e na saúde e qualidade de vida em idosos praticantes de exercícios físicos.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

A respectiva pesquisa é uma pesquisa de Revisão bibliográfica do tipo integrativa, nesse tipo de revisão o pesquisador exprime o estado da arte acerca de um tema a ser desvendado, com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento de teorias, compreendendo estudos com metodologias diversificadas, favorecendo independência ao pesquisador na organização dos critérios tanto de seleção quanto de exclusão dos dados a serem coletados (COELHO, 2020).

Esse estudo adotou as seguintes etapas de organização: Elaboração da pergunta que norteou a problematização da pesquisa; busca ou amostragem na literatura priorizando o tema; apreciação crítica dos estudos selecionados seguindo critérios de inclusão e exclusão; discussão dos resultados;apresentação do quadro de revisão e considerações finais. Após a conclusão desta fase foram executadas as análises de conteúdo, seguindo a proposta por Bardin (2011) que se configura em três fases: 1)Apreciação inicial; 2)Classificação dos dados e catalogação; 3)Disposição dos dados e análise, nesta fase, os objetivos e os resumos propostos dos artigos foram resumidos acatando aos critérios de inclusão e exclusão, em seguida os dados coletados foram selecionados e dispostos em planilhas atendendo a ordem cronológica das respectivas publicações, a fim de estabelecer os resultados e discussão do estudo em questão. O presente estudo foi efetivado por meio de buscas nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Bireme, Pubmed, Lilacs, Medline, Scientific Eletronic Library Online (SciELO) utilizando de forma isolada e/ou conjugada os seguintes descritores: Exercício físico e habilidades motoras em idosos, Exercício físico e coordenação motora em idosos; Exercício físico e equilíbrio em idosos; Exercício físico e ou atividade física e funcionalidade em idosos; Exercício físico e ou atividade física,coordenação motora e funcionalidade em idosos; Exercício físico e ou atividade física equilíbrio e funcionalidade em idosos; Exercício físico e ou atividade física e qualidade de vida em idosos. A pesquisa foi conduzida em cima da seguinte problematização: O exercício físico proporciona melhoria nas habilidades motora e na funcionalidade corporal do idoso, resultando em melhorias na saúde e qualidade de vida?

Os estudos incluídos na revisão foram analisados de forma organizada analisando os objetivos propostos bem como critérios de inclusão e exclusão, permitindo a compreensão do conhecimento pré existente sobre o tema investigado, reforçando que, os critérios de seleção das publicações dos sujeitos da pesquisa foram apenas estudos que abordaram o conhecimento sobre “Atividade física e ou exercícios físicos, Habilidades motoras,coordenação motora, equilíbrio,funcionalidade e saúde e qualidade de vida em idosos” que foram publicados no Brasil em artigos científicos originais nos últimos 10 anos compreendido entre os anos de 2014 a 2024, ressaltando que,foram excluídos todos e quaisquer descritores que não fazem parte deste constructo em grupos de crianças, adolescentes, jovens e/ou outra faixa etária e ou grupo não ajustado com o objetivo desta pesquisa, foram excluídos também todos e quaisquer artigos que não contemplaram o estudo da pesquisa, como: trabalhos publicados fora do período compreendido entre 2014 a 2024 e publicados em línguas estrangeiras, alem de artigos repetidos nas bases de dados; sem resumos e ou incompletos e que não oferecem relação com a pesquisa aqui proposta, alem de editoriais sem fundamentação, cartas ao editor, publicações do tipo: revisão integrativa, narrativa e sistemática da literatura e publicações em livros, monografias, dissertações e teses.

Figura 01: Fluxograma analítico do levantamento bibliográfico.

3 RESULTADOS   

Abaixo estão representados os dados relativos à pesquisa, atendendo aos critérios de inclusão e exclusão, com a proposta fundamental de atender aos objetivos do estudo. As informações estão claramente classificadas por ordem cronológica e pelos seguintes critérios: autor, ano, título, objetivo, metodologia, resultados e considerações.

No tocante aos resultados, foram realizadas as análises dos 05 artigos selecionados de acordo com eixos temáticos, dividindo-os em categorias análogas. Os artigos elencados através do levantamento nas bases de dados estão representados no quadro 01, abaixo.

Quadro 1- Sínteses dos resultados que trata das habilidades motoras na funcionalidade corporal e na saúde e qualidade de vida em idosos praticantes de exercícios físicos.

AUTORTITULOOBJETIVOMETODOLOGIARESULTADOS/CONSIDERAÇÕES
  Camões et al. (2016)    Exercício físico e qualidade de vida em idosos: diferentes contextos sócio-comportamentais. Descrever a percepção da qualidade de vida em idosos com a faixa etária acima dos 70 anos que participam de programas de exercício físico em contexto comunitário e idosos, institucionalizados O estudo teve a participação de (n=250) idosos com média de idade 74,5 anos, sendo (74.8%) do sexo feminino. Foram divididos em grupos, Grupo 01 (n=148) idosos comunitários a praticantes de exercícios (freqüência: 2 sessões/semana com duração de 45 min); Grupo 02 (n=41), idosos não praticantes de exercícios e pertencentes à comunidade;Grupo 03 (n= 37) idosos do Centro dia e Grupo 04 (n=24) idosos institucionalizados, não praticantes de exercício. Trata-se de uma pesquisa transversal. O instrumento utilizado para avaliar a percepção da qualidade de vida foi o questionário SF36.  Os resultados apontaram que nos domínios relacionados a função física, saúde mental e vitalidade, sugeriu  uma tendência significativa (p <0.05). Como resultado evidente destaca-se a tendência scores medianos nos domínios função física, saúde mental e vitalidade, do grupo praticante de exercício físico regular, para o restante dos grupos se faz importante ressaltar que estas diferenças também se mostraram positivas, ainda que os exercício tenham sido executados abaixo da exigência, do nível de freqüência e da duração. Houve prevalência de sarcopenia em idosos sedentários e a perda de massa muscular esteve associada com a perda de força muscular em homens e mulheres. Não houve associação com marcadores inflamatórios IL-6 e IL-10. Faz-se necessário destacar que programas de intervenção associados à prática de exercício físico podem obter melhorias na qualidade de vida em idosos desses idosos ainda que com pouca freqüência e duração na prática de exercícios.    
Mendeset al. (2016)Sarcopenia em idosos sedentários e sua relação com funcionalidade e marcadores inflamatóriosInvestigar a prevalência de sarcopenia em grupo de idosos sedentários e sua relação com a força física e com marcadores inflamatórios.O estudo teve a participação de (n=53) idosos,com média de idade de 71,3 anos. Divididos em grupo: Grupo 01 sarcopênico (GS) média de idade 66,4 anos; Grupo 02 grupo não sarcopênico (GNS)com média de idade 66,4 anos (p= 0,015). Para a realização de coleta foram utilizados dados antropométricos, avaliação da composição corporal, teste funcional (TimedUpand Go),teste de força(preensão palmar) e coleta de amostra de sangue para avaliação dos marcadores inflamatórios.      Os dados apontaram que houve prevalência de sarcopenia nos homens (50%) e mulheres (54%). Entretanto os resultados não indicaram uma diferença significativa entre os valores encontrados para a interleucina 6(IL-6) (p=0,70) e interleucina10/ (IL-10) (p=0,14). Houve uma alta prevalência de sarcopenia em idosos sedentários, acompanhados da redução da massa muscular que se relaciona com a perda da força muscular em homens e mulheres.
Tomicki  et al (2016)Efeito de um programa de exercícios físicos no equilíbrio e risco de quedas em idosos institucionalizados: ensaio clínico randomizado.  Verificar o efeito de um programa de exercícios físicos no equilíbrio postural e no risco de quedas em idosos institucionalizadosO estudo teve a participação de (n= 112) idosos institucionalizados, sendo do sexo masculino (n=39) e sexo feminino (n=73)realizado em duas Instituições de longa permanência para idosos, localizadas em um município da região Norte do Rio Grande do Sul, escolhidos por conveniência. Divididos em grupo controle (G1) orientado a não realizar nenhum tipo de intervenção e (G2) de intervenção com orientação a participar de um programa de exercícios físicos, 3X por semana, durante doze semanas. Trata-se de um ensaio clínico randomizado e controlados. Os grupos foram avaliados por meio do TimedUpand Go Test (TUGT) e da escala de equilíbrio de Berg (EEB).O grupo G2 que sofreu intervenção obteve melhores pontuações tanto no TUGT quanto na EEB, o que apresentou em uma melhoria significativa no equilíbrio corporal e na redução do risco de quedas quando comparados ao G1, o grupo que não sofreu intervenção. Programas de exercícios físicos mostram-se se eficazes tanto na melhoria do equilíbrio corporal e quanto no desempenho em tarefas funcionais, contribuindo também prevenção de quedas, o que recai de forma positiva na saúde e qualidade de vida dos idosos ativos.    
    Pereira  et al (2017)Impacto do treinamento funcional no equilíbrio e funcionalidade de idosos não institucionalizadosInvestigar a influencia da aplicação de um protocolo de treinamento funcional relacionado ao equilíbrio e funcionalidade de idosos não institucionalizados.  O estudo teve a participação de (N=21) idosos não institucionalizados, sendo do sexo do (77% n=16) e sexo masculino (23% n=5) com média de idade de 69,04 ± 6,4 anos. Todos foram submetidos a um programa de treinamento funcional sendo divididos em quatro fases que consiste em de aquecimento, exercícios de equilíbrio, fortalecimento muscular e alongamentos por durante1hora 3x por semana, totalizando 24 sessões. Foram avaliados pela escala de equilíbrio de Berg, Escala de equilíbrio e Marcha de Tinetti e Índex de independência de atividades da vida diária de Kartz, teste de normalidade Shapiro-Wilk .Os resultados apontaram melhorias na avaliação do equilíbrio pela Escala de Berg (100%); na avaliação da Escala de Tinetti marcha (85.71%)e equilíbrio(77.77%) pós-treinamento se comparados ao pré-treinamento (p>0,05). Conclui-se que o treinamento funcional é de fato eficaz na melhora do equilíbrio estático e dinâmico dos idosos, o que favorece na redução de quedas e conseqüentemente na diminuição da inabilidade desta população, favorecendo melhorias na saúde e na qualidade de vida.
Yabuutiet al (2019)O exercício físico na terceira idade como instrumento de promoção da saúdeConhecer o perfil de saúde dos idosos praticantes de exercícios do Programa Interdisciplinar de Promoção de Saúde dos Idosos (Pró-Hiper).A amostra foi composta por  homens (19.0%) e mulheres (81.0%) casados, aposentados, baixo nível de escolaridade e faixas etárias que variam entre 60 a 75 anos. Trata-se de um estudo quantitativo de natureza retrospectiva, selecionados, Aleatoriamente. Foi utilizado um  questionário  semi-estruturado.  Os entrevistados realizavam 1 a 2 tipos de modalidades semanalmente, modalidades como:  Musculação, ginástica, alongamentos, hidroginástica e outras modalidades.Com relação à situação da saúde geral os idosos afirmaram bom estado geral de saúde (69.0%), estado regular (30.0%)e como saúde ruim (1.0%). Com relação à ausência de doenças relatar AM ausência de doença (15.5%); enquanto que apresentavam pelo menos um tipo de doenças (84.5%) e faziam tratamento farmacológico para pelo menos duas comorbidades, (81.7%). O estudo mostra a importância dos exercícios que proporciona melhoria nas habilidades motoras e conseqüente aquisição na manutenção da capacidade funcional importante fator para que o mesmo obtenha independência e qualidade de vida, combatendo assim o sedentarismo, assim como,as doenças que acompanham o processo de envelhecimento.
Silva et al. (2023)Aptidão física de acordo com o nível de atividade física em pessoas idosas: uma análise transversalComparar o desempenho da aptidão física em idosos através de testes com indivíduos suficiente e insuficientemente ativos.Estudo realizado com 209 idosos sendo homens e mulheres (58,40%). Trata-se de um estudo transversal. Foram obtidas informações por meio do questionário sociodemográfico. A aptidão física foi avaliada por meio detestes como: força de preensão manual, levantar e sentar da cadeira, flexão do braço, levantar, caminhar 2,44m e sentar, sentar e alcançar o pé e marcha estacionaria. Quanto ao nível de atividade física este foi avaliada por meio do International Physical Activity Questionnaire.A prevalência do nível de AF foi insuficiente (51,70%), sendo nos homens (66,66%); mulheres (40,98%). Foram observados que em ambos os sexos os insuficientemente ativos comprovaram menor desempenho em relação à força de preensão manual; flexão de braço; sentar e levantar da cadeira, no caminhar e sentar e marcha estacionaria (p<0,05). Entretanto, nos homens insuficientemente ativos manifestaram menor desempenho no teste de sentar e alcançar o pé quando comparados aos homens suficientemente ativos (p<0,05). Conclui-se que idosos insuficientemente ativos, em ambos os sexos tem se mostrado menor força/resistência muscular, equilíbrio dinâmico/ agilidade e resistência cardiorrespiratório, destaca-se também que homens insuficientemente ativos demonstraram pontos negativos relacionados à flexibilidade em comparação aos idosos suficientemente ativos, dados esses significantes quando se trata de funcionalidade e qualidade de vida.  

Fonte: autoria própria (2024)

4 DISCUSSÃO

Em relação a esta pesquisa, verificaram-se resultados significativos em no tocante às habilidades motoras na funcionalidade corporal e saúde qualidade de vida dos idosos praticantes de exercício físico.

No primeiro estudo, Camões et al. (2016) investigaram a percepção da qualidade de vida em indivíduos com mais de 70 anos, considerando a participação em programas de exercício físico em contextos comunitários e em idosos institucionalizados. Os resultados indicaram uma tendência significativa nos domínios da função física, saúde mental e vitalidade. Observou-se uma tendência clara de escores medianos mais elevados nesses domínios para o grupo que praticava exercício físico regular.

Por esse motivo, Assumpção et al (2008)destaca que os exercícios físicos tornam-se cada vez mais imprescindíveis no processo de envelhecimento, uma vez que, são capazes de preservar a capacidade funcional dos idosos, garantindo maior autonomia, independência, bem-estar e qualidade de vida.  

No segundo estudo, Mendes et al. (2016) investigaram a prevalência de sarcopenia em idosos sedentários e sua relação com a força física e marcadores inflamatórios. Revelou uma prevalência de sarcopenia nos homens (50%) e nas mulheres (54%).

Segundo Mijnarends et al. (2016) a prática exercícios físicos regulares reduz a perda muscular do idoso, demonstrando a importância de um estilo de vida ativo saudável nesta etapa de vida.

Corroborando com os resultados acima entre os 30 e 40 anos de idade, segundo Chagas e Rocha (2012) a massa óssea alcança seu pico, sendo mais espessa nos homens, após esta idade a perda é progressiva em média 3,3% no homem e 1% nas mulheres, contudo, quando a mulher atinge o período do climatério a perda pode ter um aumento dez vezes maior. O sistema musculoesquelético sofre mudanças no decorrer da idade, a exemplo, a sarcopenia, ocasionando a perda de força e massa muscular, impactando na funcionalidade do idoso, no desempenho de atividades diárias e independência (COCHAR-SOARES; DELINOCENTE; DATI 2021).

Desta forma Rodrigues, Barbeito e Alves-Júnior (2016) destacam que a perca óssea é progressiva e prevalente em mulheres, ocorrendo o declínio das fibras musculares anaeróbicas de contração rápida e lenta, resultando na redução da força. O idoso comumente possui má postura, tornando-a viciosas e compensatórias, gerando, assim, a marcha mais lenta e a perda de equilíbrio, sendo esses fatores conseqüentes de queda e fraturas, os idosos têm alta incidência em quedas, as quais podem impactar na autonomia, funcionalidade e nos aspectos sociais e dependendo da gravidade da queda esta pode até levar o idoso a óbito.

No estudo de Tomicki et al. (2016), um ensaio clínico randomizado avaliou o impacto de um programa de exercícios físicos no equilíbrio e risco de quedas em 112 idosos institucionalizados. Divididos em dois grupos, o grupo controle (G1) não recebeu intervenção, enquanto que, o grupo de intervenção (G2) participou de exercícios três vezes por semana por 12 semanas. O G2 apresentou melhorias significativas no equilíbrio e uma redução no risco de quedas, com melhores resultados no TimedUpand Go Test (TUGT) e na Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) em comparação ao G1.

Segundo a OMS (2007) a osteopenia e osteoporose estão entre as principais causas de queda nos idosos, é quase impossível não associar as quedas ao processo de envelhecimento, quanto maior a idade maior é o risco de quedas. Estima-se que mais de 40% de pessoas com idade superior a 80 anos caem a cada ano, tornando-se cada vez mais necessária a prevenção de queda sem idosos.

Buscando o declínio no índice de quedas dos idosos, o estudo de Pereira et al. (2017) avaliaram o impacto de um protocolo de treinamento funcional no equilíbrio e na funcionalidade de 21 idosos não institucionalizados. O programa, realizado três vezes por semana durante 24 sessões, envolveu aquecimento, exercícios de equilíbrio, fortalecimento muscular e alongamentos. As avaliações pelas escalas de Equilíbrio de Berg, Marcha e Equilíbrio de Tinetti e pelo Índice de Independência de Atividades da Vida Diária de Katz, mostraram melhorias significativas no equilíbrio (100%), na marcha (85.71%) e no equilíbrio geral (77.77%) após o treinamento.

Segundo Rezende-Neto et al (2016) o treinamento funcional na sua utilidade aponta sua importância em um para um programa de treinamento físico aplicado ao idoso, onde as intervenções que contenham exercícios de força, resistência cardiorrespiratória e equilíbrio, parecem ser estratégias bastante apropriadas, tendo em vista que estas práticas promovem desempenho satisfatório em atividades motoras, em virtude das melhorias tanto dos componentes da aptidão física quanto das habilidades motoras proporcionando assim a sua autonomia e conseqüente independência.

Partindo deste princípioContreira e Corazza (2014) reforçam que, as habilidades motoras especialmente a coordenação motora e o equilíbrio são fatores importante para que os idosos mantenham uma boa qualidade de vida, tendo em vista que,idosos fisicamente ativos apresentam desempenho superior para a execução de tarefas que exijam habilidades motoras tanto de coordenação motora quanto de equilíbrio.

Os estudos mencionados até o momento evidenciam os benefícios do exercício físico na aquisição das habilidades motoras que conseqüentemente incide na qualidade de vida dos idosos, reforçando esta idéia, no quinto estudo, Yabuuti et al. (2019) investigaram o perfil de saúde dos que participam do Programa Interdisciplinar de Promoção de Saúde dos Idosos. A amostra, predominantemente composta por mulheres (81%) e aposentados com baixo nível de escolaridade, incluiu indivíduos entre 60 e 75 anos que praticavam de uma a duas modalidades de exercício semanalmente, como: musculação, ginástica, alongamento e hidroginástica, por meio de uma entrevista (69.0%) relataram estar em bom estado de saúde, enquanto que,consideraram sua saúde regular (30.0%); como ruim(1.0%), além disso, apresentavam pelo menos uma doença (84.5%) e estavam em tratamento farmacológico para duas ou mais comorbidades (81.7%). Os dados deste  estudo apontaram para a   importância dos exercícios na melhoria nas habilidades motoras na manutenção na capacidade funcional, assim como na redução das doenças que acompanham o processo de  envelhecimento.

Em se tratando das doenças que acompanham o processo de  envelhecimento, segundo Romano (2018) o exercício também provoca o aumento do volume de massa muscular, controla a pressão arterial, atua no controle glicêmico, no perfil lipídico, ajuda a reduzir o peso corporal reduzindo quedas e riscos de fraturas em idosos.

E para finalizar, Silva et al. (2023) conduziram um estudo transversal com 209 idosos sendo  mulheres (58.40%) para comparar o desempenho da aptidão física em diferentes níveis de atividade física. Os participantes responderam ao questionário sociodemográfico e realizaram testes de aptidão, incluindo força de preensão manual, levantar e sentar da cadeira, flexão de braço, caminhadas de 2,44m, sentar e alcançar o pé e marcha estacionária. A atividade física foi medida pelo InternationalPhysicalActivityQuestionnaire, que categorizaram os participantes como insuficientemente ativos (51.70%). Os resultados indicaram que os idosos insuficientemente ativos apresentaram desempenho inferior em força e mobilidade, com diferenças significativas. Entre os homens, os insuficientemente ativos também tiveram pior desempenho no teste de sentar e alcançar o pé em comparação aos suficientemente ativos.

Os estudos revisados ​​demonstraram claramente que a prática regular de exercícios físicos é crucial para manutenção das habilidades motoras, da funcionalidade e consequentemente na saúde e na qualidade de vida dos idosos. Os achados de Camões et al. (2016) e Mendes et al. (2016) evidenciam que a atividade física não apenas melhora a percepção de saúde, mas também reduz a prevalência de condições como a sarcopenia, que afeta diretamente a independência e a autonomia dos indivíduos na terceira idade. A importância do exercício físico é corroborada por diversas pesquisas, como a de Tomicki et al. (2016), que mostra melhorias significativas no equilíbrio e uma redução no risco de quedas em idosos que participam de programas estruturados de atividade física.Assim, é crucial que políticas de saúde pública continuem a promover a atividade física como uma estratégia preventiva essencial para um envelhecimento ativo e saudável.

5 CONSIDERAÇÕES

O processo de envelhecimento envolve uma série de alterações bio-psico-sociais que afetam o corpo, a mente e a forma como o idoso interage com a sociedade, todas essas alterações influenciam na qualidade de vida e na autonomia dos idosos aumentando a importância de intervenções que promovam o bem-estar.

O exercício físico é uma das intervenções mais eficazes para combater os efeitos negativos do envelhecimento. A prática regular de exercícios físicos promove benefícios significativos na funcionalidade corporal dos idosos. Assim como melhoria a capacidade cardiorrespiratória, nas habilidades motoras e na força muscular, minimizando o risco de quedas, outro ponto importante é o impacto positivo no humor e na saúde mental, uma vez que o exercício estimula a liberação de endorfinas, o neurotransmissor que promove sensação de bem-estar e ajudam a combater a depressão e a ansiedade.

As habilidades motoras, que envolvem a coordenação e o equilíbrio são componentes fundamentais para a manutenção da independência funcional do idoso. O treinamento dessas habilidades favorece a melhoria a capacidade de realizar atividades da vida diária, como caminhar, levantar-se da cadeira ou carregar objetos com mais segurança e eficiência. O desenvolvimento da coordenação e do equilíbrio reduz significativamente o risco de quedas, que são uma das principais causas de internações hospitalares em idosos, reforçando que a manutenção dessas  habilidades motoras, favorece a sua autonomia que vai incidir na realização  atividades de lazer e interação social, refletindo diretamente em uma melhor qualidade de vida, tendo em vista que, o desenvolvimento de habilidades motoras são ferramentas essenciais para mitigar esses efeitos, promovendo um envelhecimento ativo, saudável e independente.

Quanto às limitações da pesquisa, necessita-se de estudos que tratem essa abordagem de forma mais específica, a exemplo, na temática voltada para a coordenação motora que se mostrou bastante escassa em termos de pesquisa. Sugere-se estudos que investiguem essas habilidades de forma específica a fim de que esses  estudos possam contribuir como apoio para estudos futuros

6 REFERÊNCIAS

ALVES, J. E. D. Envelhecimento populacional no Brasil e no mundo. 2019. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/629804-o-envelhecimento-do-envelhecimento-no-brasil-e-no-mundo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves Acesso em: 31. out.2023

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1Acadêmico do Bacharelado em Educação Física pela Faculdade UNIFSA, Teresina (PI), Brasil. Email: darllisonhudson.18@gmail.com
2Acadêmica do Bacharelado em Educação Física pela Faculdade UNIFSA, Teresina (PI), Brasil. Email: vitoriacantalice@outlook.com
3Doutora em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (UCB) e professora do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Teresina (PI), Brasil. Email: leyla.regis@hotmail.com