GUARDIÕES DA GALÁXIA E O PODER DISCIPLINAR: UMA ANÁLISE DISCURSIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7616098


Nicaelle Viturino dos Santos de Jesus1


INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo analisar o poder disciplinar no filme Guardiões da Galáxia (2014). Para tal, teremos como base os postulados do filósofo francês Michel Foucault (2014), bem como as considerações de Orlandi (1984) acerca da metodologia da Análise do Discurso. 

O filme Guardiões da Galáxia faz parte da filmografia do Universo Cinematográfico Marvel – UCM. As narrativas lançadas pelo UCM fazem um longo percurso com histórias ambientadas desde 1943 (Capitão América: o primeiro vingador, lançado em 2011) até 2028, com o filme Thor: amor e trovão (lançado em 2022). Nesse percurso, vários eventos compõem a trama, como por exemplo, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. 

É importante atentar para o fato de que todos os filmes se passam no mesmo universo e estão conectados, então, por muitas vezes vemos os efeitos de um filme, terem consequências em outro; além da aparição de personagens em mais de uma obra, como foi o Nicolas Fury, idealizador da iniciativa de formação do grupo de super-heróis intitulada por ele de Vingadores, ou as Joias do Infinito, que foram apresentadas ao longo de diversas histórias e depois reunidas em uma outra. Sob a perspectiva do multiverso nas produções Marvel, vale considerar a não linearidade da história ou a descontinuidade histórica, contrariando o discurso da evolução, do progresso e da lógica político/econômica, que prima por um continuísmo histórico. Consoante Foucault (2013, p.12): “Uma descrição global cinge todos os fenômenos em torno de um centro único – princípio, significação, espírito, visão do mundo, forma de conjunto; uma história geral desdobraria, ao contrário, o espaço de uma dispersão”.  Com isso, o entendimento de uma história geral é aquele em que se deve privilegiar a pluralidade de acontecimentos em sua dispersão, considerando a descontinuidade como elemento de sua constituição. 

Além disso, há nos empreendimentos da Marvel, produções de séries, animações, histórias em quadrinhos que complementam as narrativas, são as chamadas narrativas transmídias. Como é o caso das séries: Falcão e o Soldado Invernal, Wandavision, Loki e What If…?, todas essas lançadas em 2021. 

 Apesar de cada produto ter uma equipe de produção própria, o principal responsável por fazer com que tudo esteja interconectado é Kevin Feige, produtor e ex-presidente da Marvel Studios e atual diretor criativo da Marvel. Ele é responsável não só pelos filmes, mas por todos os segmentos, incluindo HQs, animações, séries e etc. Feige é a mente que lidera toda a narrativa, instruindo roteiristas e diretores para que cada obra, individualmente, se encaixe e ajude a avançar a história do UCM.  Nesse contexto, a ideia de autor/autoria passa a ser relevante no tocante às produções da Marvel, mas não será tratada neste trabalho.

Tendo em vista a vasta produção da Marvel Studios e visando a melhor compreensão dos eventos narrados nos produtos midiáticos é possível organizar os lançamentos de duas maneiras: por fases (marcadas por ordem de lançamento) ou por ordem cronológica (marcada pela sequência temporal das histórias). Vejamos: 

Organização por fases (ordem de lançamento): 

  • 1ª fase: Homem de Ferro (2008), O Incrível Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Thor (2011), Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) e Avengers: Os Vingadores (2012);
  • 2ª fase: Homem de Ferro 3 (2013), Thor: O Mundo Sombrio (2013), Capitão América: Soldado Invernal (2014), Guardiões da Galáxia (2014), Vingadores: Era de Ultron (2015) e Homem-Formiga (2015);
  • 3ª fase: Capitão América: Guerra Civil (2016), Doutor Estranho (2016), Guardiões da Galáxia Vol.2 (2017), Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017), Thor Ragnarok (2017), Pantera Negra (2018), Vingadores: Guerra Infinita (2018), Homem-Formiga e Vespa (2018), Capitã Marvel (2019) e Vingadores: Ultimato (2019), Homem-Aranha: Longe de Casa (2019);
  • 4ª fase: Viúva Negra (2021), Shang-Chi: A Lenda dos Dez Anéis (2021), Eternos (2021), Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021), Gavião Arqueiro (2021), Pantera Negra: Wakanda para sempre (2022).

Organização cronológica/sequência temporal das histórias:

Título do filmePeríodo em que a história aconteceAno de lançamento do filme
Capitão América: O Primeiro Vingador 1943-19452011
Capitã Marvel 19952019
Homem de Ferro2009-20102008
O Incrível Hulk2005-20112008
Homem de Ferro 2 20112010
Thor 20112011
Os Vingadores20122012
Homem de Ferro 3 2012-20132013
Thor: O Mundo Sombrio 20132013
Capitão América: Soldado Invernal 20142014
Guardiões da Galáxia 20142014
Guardiões da Galáxia Vol. 2 20142017
Vingadores: Era de Ultron 20152015
Homem-Formiga20152015
Capitão América Guerra Civil 20162016
Viúva Negra20162021
Pantera Negra20162018
Homem- Aranha: de volta ao lar20162017
Doutor Estranho Entre 2015 e 20162016
Thor: Ragnarok 2017-20182017
Homem-Formiga e a Vespa 20182018
Vingadores: Guerra Infinita 20182018
Vingadores: Ultimato 2018 e 20232019
Shang-Chi e A Lenda dos Dez Anéis20242021
Eternos20242021
Homem-Aranha: Longe de Casa 20242019
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa 20242021
Gavião Arqueiro 20242021
Doutor Estranho no Multiverso da loucura20252022
Pantera Negra: Wakanda para sempre20252022
Thor: amor e trovão2027-20282022

O corpus deste trabalho, qual seja: Guardiões da Galáxia é um filme de ação, aventura, comédia e ficção científica estadunidense de 2014, produzido pela Marvel Studios e distribuído pela Walt Disney Studios Motion Pictures, sendo o décimo primeiro filme do Universo Cinematográfico Marvel. 

Justificamos, então, a seleção do corpus por se tratar de uma película que foi aclamada pela crítica e pelo público, destacando-se as performances do elenco, as sequências de ação, a trilha sonora, os efeitos visuais, a partitura musical e a direção. Foi a terceira maior bilheteria de 2014 com US $773 milhões. Recebeu duas indicações na 87.ª edição do Oscar, concorrendo nas categorias de Melhores Efeitos Visuais e de Melhor Maquiagem. Além disso, entendemos que no cinema há um jogo estratégico e polêmico, trazido ao seio social e naturalizado, sub-repticiamente, a partir do discurso midiático, que corrobora e busca a manutenção de determinados discursos, como, por exemplo, o da manutenção da lei e da ordem e o da necessidade de um líder controlador que assegure a paz, o da vigilância.

 As produções do UCM têm alcançado destaque positivo de crítica e arrecadado milhões ao redor do mundo, o que nos instiga a investigar os discursos – efeitos de sentido – que são reavivados em seus enredos. Ressaltamos, com isso, que trabalharemos a película a partir do entendimento delas como parte de uma engrenagem social, política, econômica e cultural que perpassa a constituição do sujeito que é fundado e refundado pela história (FOUCAULT, 2013). 

A partir do exposto, salientamos a necessidade da seleção de recortes teórico-metodológicos para que haja, de fato, a análise discursiva. No tocante a esta, é inequívoco que, por meio de um texto, podemos produzir múltiplas significações, posto a existência da polissemia; de igual forma, a partir dele (do texto), é possível apreender mais de um efeito de sentido (discurso, segundo a AD francesa). Nesse contexto, esclarecemos que concordamos com o ponto de vista de Orlandi (1984), para quem o texto é uma unidade de sentido cujas relações não são lineares. Dessa maneira, tal como propõe essa estudiosa, passamos do domínio da segmentação (disposição linear do texto) para o do recorte (inexistência de passagem automática entre as unidades), analisando o texto (no caso, o filme em estudo) como um todo.

Assim, faremos nesse trabalho alguns recortes acerca do discurso do poder, para nos servir de base analítica. Cada recorte será identificado como imagem ou sequência discursiva (doravante SD), sendo enumerados para melhor compreensão e identificação.

O enredo do filme traz a história de cinco mercenários em uma galáxia distante que se encontram e são impelidos a juntar forças para fugir da prisão e, posteriormente, se veem imersos em aventura cósmica. 

O personagem principal, Peter Quill, é um sujeito que vive distante da família, pois foi raptado quando criança, por um grupo de saqueadores, que o fizeram parte do bando. Por não aceitar a exploração que sofria desde infante, Peter abandona o grupo e segue como um fora da lei solitário, que almeja ser reconhecido pelo codinome Senhor das Estrelas. 

Em resumo: o UCM é um conglomerado que vem, ao longo dos anos, trabalhando e inovando em suas produções. Selecionamos uma delas para nos servir de corpus, qual seja, o filme Guardiões da galáxia (2014). Objetivamos analisar o poder, observando quais estratégias são trazidas à baila, tendo em vista o controle dos corpos e dos discursos, a vigilância. Tudo isso a partir dos postulados foucaultianos, da Análise do Discurso francesa.

A seguir, faremos algumas breves análises sobre o exercício do poder, tendo como base o recurso da vigilância, o controle.

DISCUSSÃO

O filósofo francês Michel Foucault traz em seus estudos um percurso de análise sobre o poder que promove um deslocamento do modo como ele pode ser investigado. Enquanto as teorias clássicas entendiam que o Estado detinha uma espécie de monopólio do poder, o estudioso francês desenvolve a sua análise não a partir do centro, ou seja, do Estado, do poder instituído e estruturado, mas dos micropoderes, dos detalhes, para então compreender como ele permeia todas as estruturas sociais.

Assim, no contexto do século XVIII, nas sociedades europeias que surgem as novas tecnologias do poder e, foram nos corpos físicos das pessoas onde a nova forma de poder foi exercida; o corpo do homem tratado como passível de adestramento, afim de transformá-lo em um instrumento útil aos interesses econômicos, trata-se, pois, do poder disciplinar (FOUCAULT, 2014). 

Podemos perceber a manifestação do poder disciplinar a partir do controle e da manipulação do corpo, principalmente nas personagens Gamora e Nebulosa. Filhas adotivas de Thanos, elas são postas em situação de conflito e luta quando jovens, e a cada derrota sofrida por Nebulosa – pois Gamora demonstra mais força e habilidade para lutas do que a irmã -, uma parte do seu corpo era recomposta, pois sofria ferimentos graves que exigiram várias substituições cibernéticas, como podemos verificar na SD1 abaixo (1:59:36):

Meu pai queria que  Gamora e eu lutássemos uma contra a outra no treinamento. Toda vez, minha irmã prevalecia. Meu pai substituía um pedaço de mim com máquinas, alegando que ele queria que eu fosse seu igual. Mas ela venceu. Mais uma vez, e de novo e de novo, nunca uma vez se abstendo.

A personagem Gamora, por sua vez, fora treinada para se tornar uma arma mortal. Exímia lutadora de artes marciais, mestre de armas, e estrutura corpórea alterada/otimizada para enriquecer o desempenho em lutas e batalhas, tornou-se a mulher mais perigosa do universo. Vejamos a SD2 (01: 39:24):

Rock: – Eu sei quem você é. Qualquer um que se preze sabe bem quem é você.
Prisioneiros: Escória! Escória!
Rock: – Como eu disse: ela é famosa. 
Prisioneiros: – Assassina!
Rock: – Vários aqui perderam a família por causa do Ronan e dos servos dele. 

Vemos acima que o controle exercido por Thanos sobre as filhas se dá, inicialmente, a partir das técnicas do poder disciplinar explicitadas por Foucault (2014), como a utilização exaustiva do corpo, na medida em que há o treinamento físico das meninas desde criança, a fim aproveitar todo o tempo de vida em prol da utilização da força delas como máquinas e armas de guerra, como traz o filósofo francês:  “importa extrair do tempo sempre mais instantes disponíveis e de cada instante sempre mais forças úteis” (p.151); a articulação corpo-objeto, em que a relação entre corpo e objeto (no caso, as inserções cibernéticas ao corpo de Gamora e de Nebulosa, bem como as próprias armas que elas manipulam) estabelece cuidadosa engrenagem entre um e outro. 

Além do controle dos corpos em favor de torná-los úteis ao proveito de Thanos, vale destacar a estrutura da prisão Kyln: 

Imagem1: O kyln

O Kyln, prisão de Xandar, tem uma arquitetura estruturada de maneira a fixar uma torre no centro, onde os guardas fazem as vigílias dos prisioneiros que ficam em celas ao redor dessa torre. A arquitetura da prisão em Xandar nos remete à estrutura panóptica, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados.

O Panóptico, de Betham, é uma conjuntura que remonta a um modelo de vigilância sem a intervenção empírica dos sujeitos. A intervenção se dá de maneira imaginária, por meio de um mecanismo capaz de manter as relações de poder em uma função é estabelecer uma função para as relações de poder. No entanto, ao fazer a descrição do Panóptico, Foucault (2014) defende que a visibilidade se torna uma armadilha, ao passo que vê e deixa ser visto. Desse modo, o vigia pode ser facilmente observável, e o vigiado tem a certeza de que sempre pode estar sendo observado. Conforme o mesmo autor:

Uma sujeição real nasce mecanicamente de uma relação fictícia […]. Quem está submetido a um campo de visibilidade, e sabe disso, retoma por sua conta as limitações do poder; fá-las funcionar espontaneamente sobre si mesmo; inscreve em si a relação de poder na qual ele desempenha simultaneamente os dois papéis; torna-se o princípio de sua própria sujeição. Em consequência disso mesmo, o poder externo, por seu lado, pode-se aliviar de seus fardos físicos; tende ao incorpóreo: e quanto mais se aproxima desse limite, mais esses efeitos são constantes, profundos, adquiridos em caráter definitivo e continuamente recomeçados: vitória perpétua que evita qualquer enfrentamento físico e está sempre decidida por antecipação (FOUCAULT, 2014, p. 196). 

O panóptico constitui um aparelho de controle sobre seus próprios mecanismos: enquanto o diretor, em sua torre, observa os que têm à sua disposição, poderá ser facilmente observado por algum que chegue sem avisar ao centro do Panóptico.

Essa estrutura arquitetônica, ao tornar-se armadilha, permite que os vigiados possam resistir ao aprisionamento. É exatamente o que acontece com o grupo formado pelos personagens que à frente formarão os Guardiões da Galáxia. Eles organizam um plano de fuga em que a torre de vigília é ocupada por eles, que assumem o controle da prisão.

A seguir, faremos algumas breves considerações finais, entendendo, no entanto, que a análise da película pode/deve ser mais ampla e detalhada, o que nos permite dar continuidade a esse trabalho. 

BREVES CONSIDERAÇÕES FINAIS

A breve análise realizada neste trabalho nos direciona a entender que no filme em questão, qual seja, Guardiões da Galáxia (2014), há estratégias de manutenção do poder disciplinar, isto é, um poder descentralizado e estratégico que cumpre a função de controlar para se apropriar mais e melhor. Sendo assim, entendemos que no corpus em questão é possível observar algumas dessas estratégias do poder disciplinar, como por exemplo, o controle e a utilização exaustiva dos corpos, a articulação corpo-objeto, a vigilância. Ressaltamos que por se tratar de um filme, cumpre sinalizar que a análise realizada não se esgota aqui, tampouco deve ser entendida como única possibilidade interpretativa. 

REFERÊNCIAS

FONTENELE, Amanda Venâncio. Narrativa transmídia: um passeio pelo Universo Marvel Cinematográfico. In: Anais da 4ªs Jornadas Internacionais de Revistas em Quadrinhos Escola de Comunicações e Artes da USP, 2017. 

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2014.

Guardiões da galáxia (Guardians of the galaxy). Direção: James Gunn. USA: Marvel studio/Walt Disney Studios Motion Pictures, 2014. 2h 01min, colorido.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Segmentar ou recortar. In: Questões e controvérsias. Uberaba, Minas Gerais, 1984. p. 2-9. (Série Estudos 10).

Sites pesquisados

https://pt.wikipedia.org/wiki/Multiverso_(ci%C3%AAncia: acesso em 14/11/2022, às 10h46.

https://wp.ufpel.edu.br/empauta/resenha-do-filme-guardioes-da-galaxia/ acesso em 14/11/2022, às 12h.

https://nerdcultnews.com/marvel/universo-marvel-como-funciona-ordem-cronologica-e-tudo-que-voce-precisa-saber/ acesso em 14/11/2022, às 12h30.

https://www.adorocinema.com/filmes/filme-226995/ acesso em 14/11/2022, às 14h.


2Multiverso é um conceito pseudo científico é um termo usado para descrever o conjunto hipotético de universos possíveis, incluindo o universo em que vivemos. Juntos, esses universos compreendem tudo o que existe: a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis e constantes físicas que os descrevem. É geralmente usado em enredos de ficção científica, mas também é uma extrapolação possível de algumas teorias científicas para descrever um grupo de universos que estão relacionados, os denominados universos paralelos. A ideia de que o universo que se pode observar é só uma parte da realidade física deu luz à definição do conceito “multiverso” https://pt.wikipedia.org/wiki/Multiverso_(ci%C3%AAncia: acesso e 14/11/2022, às 10h46.
3As narrativas transmidiáticas ou transmídia são produções que fragmentam as histórias em mais de um produto e as situam em suportes diferentes (histórias em quadrinhos, cinema, seriados de TV, curtas-metragens, entre outros) que convergem para formar um ambiente em que cada produto ofereça informações e experiências distintas sem redundâncias ou repetições, pois cada suporte possui recursos narrativos específicos (FONTENELE, 2017). No caso particular do nosso objeto de análise, encontramos vários títulos publicados em HQ’s (Guardiões da Galáxia: a queda; O imperativo Thanos; O verdadeiro Senhor das Estrelas, entre outros), uma série animada estadunidense que tem como base a equipe de super-heróis fictícios da Marvel Comics, além da produção cinematográfica.

1Graduada em Letras Português (2014), pela Universidade Federal de Sergipe; Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Sergipe (2016); Doutoranda em Estudos Linguísticos pela mesma universidade; e-mail: nicaelleviturino@yahoo.com.br