REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410311450
Igor Gomes De Paula;
Orientador: Prof. Me. Fabricio Sidnei da Silva
RESUMO
Introdução: A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a preparação para a vida adulta, entre a idade dos 10 aos 19 anos. Nesta fase, o adolescente passa por transformações psíquicas, físicas e biológicas. A gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido ao impacto biopsicossocial que tem na saúde da mãe e da criança. Objetivo: identificar na literatura científica as principais complicações da gravidez na adolescência e os aspectos da assistência de enfermagem no pré-natal. Materiais e Métodos: Trata-se de revisão da literatura, baseando-se na busca de artigos publicados entres 2013 a 2022. A pesquisa será realizada em bases de dados como PubMed, SciELO e LILACS. Resultados e Discussão: A assistência pré-natal às adolescentes grávidas deve ser diferenciada e personalizada para as características específicas desse grupo, situação e condições específicas em que vivem e exige maior disponibilidade de acolhimento por parte dos profissionais de saúde. O enfermeiro desenvolve ações de enfermagem efetivas para pacientes grávidas como intervenções interdisciplinares, promoção da saúde, estratégias de prevenção, entre outros. No entanto, ainda há um grande déficit relacionado a políticas públicas que auxiliem na promoção da saúde do paciente. Há também a necessidade de maior capacitação dos profissionais para que a saúde seja realizada de forma integral e eficiente. Conclusão: Conclui-se que a melhor forma de evitar a gravidez é conhecer bem os métodos contraceptivos disponíveis, conhecer seu corpo, a vida do seu parceiro e sua rotina antes de começar a fazer sexo.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência; enfermagem; cuidados pré-natal.
ABSTRACT
Adolescence is a transitional phase between childhood and preparation for adulthood, between the ages of 10 and 19. During this phase, adolescents undergo psychological, physical, and biological transformations. Teenage pregnancy is considered a public health problem by the World Health Organization (WHO) due to the biopsychosocial impact it has on the health of the mother and child. The aim of this study is to identify the main complications of teenage pregnancy and aspects of prenatal nursing care in the scientific literature. This was a literature review based on the search for articles published between 2013 and 2022. The research will be carried out in databases such as PubMed, SciELO, and LILACS. Adolescence is a period of many profound organic and aesthetic changes, characterized by rapid growth, emergence of sexual characteristics, character structure, environmental adaptation, and social integration, moving from a state of dependence to a state of relative autonomy. Prenatal care for pregnant adolescents should be differentiated and personalized to the specific characteristics of this group, their situation and the specific conditions in which they live, and requires greater availability of support from health professionals. Nurses develop effective nursing actions for pregnant patients, such as interdisciplinary interventions, health promotion, prevention strategies, among others. However, there is still a major deficit related to public policies that help promote patient health. There is also a need for greater training of professionals so that health care is provided in a comprehensive and efficient manner. It is concluded that the best way to avoid pregnancy is to be well aware of the contraceptive methods available, to know your body, your partner’s life and your routine before starting to have sex.
Keywords: Teenage pregnancy; nursing; prenatal care.
1. INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a preparação para a vida adulta, entre a idade dos 10 aos 19 anos. Nesta fase, o adolescente passa por transformações psíquicas, físicas e biológicas (SOARES, 2016). Cerca de 380 mil partos foram de mães com até 19 anos de idade, no ano de 2020, representando 14% de todos os nascimentos no Brasil (IBGE, 2020). Em 2018, eram cerca de 15,5% dos nascimentos, ainda sobre o mesmo levantamento de dados de nascidos vivos de mães adolescentes, as regiões com maior concentração foram o Norte (21,3%) e o Nordeste (16,9%), seguidos pelo Centro-Oeste (13,5%), Sudeste (11%) e Sul (10,5%) (CIDACS-Fiocruz, 2018).
A gravidez na adolescência é considerada um problema de saúde pública, que compete à Organização Mundial da Saúde (OMS) lidar com os impactos que podem ocorrer, como o biopsicossocial que tem na saúde da mãe e da criança. As complicações durante a gravidez e o parto são a principal causa de morte de adolescentes na maioria dos países (FLORES-VALÊNCIA; NAVACHAPA; ARENAS-MONREAL, 2017). A falta de orientação e educação em saúde é um fator determinante para o elevado número de gestações pré-termo, obrigando que as mulheres e meninas saiam da escola ou do sistema formal escolar ou de emprego, para atender as necessidades de cuidar da casa, afazeres domésticos, e os filhos (IBGE, 2020).
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante às crianças e aos adolescentes o direito à vida e à saúde, à liberdade, ao respeito e à dignidade, à convivência familiar e comunitária, à educação, e, ainda, os princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, que preconiza a autonomia, o protagonismo e a participação dos adolescentes (UNICEF, 2020). Tratar a gravidez na adolescência sob uma perspectiva preventiva com atenção integral à menina e ao menino, proporcionando a estes sujeitos o exercício da vida sexual e reprodutiva com base em valores e comportamentos mais autônomos, decisões mais responsáveis, além da construção de projetos de vida de longos (UNICEF, 2020).
Questões emocionais, psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à proteção social e ao sistema de saúde, incluindo o uso inadequado de contraceptivos, como métodos de barreira e preservativos (OMS, 2019).
Um dos maiores fatores prejudiciais para a gestação, seria as adolescentes que chegam tardiamente ao pré-natal, seja por falta de conhecimento, medo das consequências, acesso limitado, estigma ou todos os itens acima (RIBEIRO, et al, 2019). Os riscos incluem, mas não estão limitados a: baixo peso ao nascer, parto prematuro, natimorto e pré-eclâmpsia, bem como sentimentos de isolamento social, metas educacionais atrasadas ou negligenciadas e depressão materna (LEFWICH; ALVES, 2017).
Vale destacar a importância de os profissionais de saúde terem o conhecimento adequado sobre a gravidez na adolescência a fim de desenvolver estratégias de prevenção da mesma, juntamente com os órgãos públicos, realizar o atendimento adequado e eficaz, considerando todas as possíveis complicações de forma holística, visando realizar a assistência à saúde conforme as necessidades, reduzindo a morbimortalidade materna e fetal (MOTTA & MORAES, 2017).
2. OBJETIVO GERAL
Diante do contexto deste trabalho, o objetivo geral seria identificar na literatura as consequências da gravidez durante a adolescência. Compreender a assistência de enfermagem no acompanhamento pré-natal de adolescentes grávidas, analisando as práticas, os desafios e as necessidades específicas desse público, visando promover um cuidado integral que aborde aspectos clínicos, emocionais e sociais.
2.1 Objetivos Específicos
Verificar a importância da assistência adequada durante a gravidez na adolescência; descrever as complicações da gestação na adolescência.
Identificar as principais estratégias de cuidado adotadas pela enfermagem no acompanhamento pré-natal de adolescentes grávidas.
Analisar os fatores que influenciam a qualidade da assistência de enfermagem, considerando a vulnerabilidade social e emocional das gestantes adolescentes.
Propor melhorias nas práticas de enfermagem com base nas necessidades específicas de adolescentes grávidas, conforme a literatura dos últimos cinco anos.
3. REVISÃO DA LITERATURA
A gravidez na adolescência é um fenômeno de impacto global, principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde as jovens grávidas representam uma parcela significativa das gestantes. Este trabalho se justifica pela relevância do papel da enfermagem no acompanhamento pré-natal dessas adolescentes, que, devido à imaturidade física e emocional, exigem uma abordagem diferenciada. A assistência de enfermagem no pré-natal é fundamental para reduzir riscos maternos e fetais, além de proporcionar suporte psicológico, social e educacional. Revisar e aprimorar essa assistência contribui diretamente para a saúde e bem-estar das gestantes adolescentes e de seus bebês, ao mesmo tempo em que fortalece a atuação dos profissionais de enfermagem (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
3.1 Aspectos Fisiológicos e Epidemiológicos da gravidez na adolescência
A adolescência é um momento único na vida do sujeito, marcado por conflitos internos e externos, pois é um período de construção identitária, mudanças corporais, rupturas com a sociedade e a família estão presentes nessa fase de transição (FREIRE, 2017). O enfrentamento de circunstâncias adversas em contínuas crises de insegurança pode interferir na construção de relacionamentos fortes, promover o desinteresse pela vida e novas descobertas (FREIRE, 2017).
A adolescência é um período de muitas mudanças orgânicas e estéticas profundas, caracterizada pelo rápido crescimento, surgimento de características sexuais, estrutura de caráter, adaptação ambiental e integração social, passando de um estado de dependência a outro estado de relativa autonomia (AVELINO; ARAÚJO; ALVES, 2021).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 16 milhões de adolescentes engravidam antes dos 18 anos a cada ano, e praticamente todos os casos são de gestações indesejadas ou inesperadas (BRASIL, 2018). No Brasil, cerca de 434,5 mil adolescentes e jovens dão à luz todos os anos (cerca de 930 por dia) (BRASIL, 2020). Entre 2000 e 2018, caiu 40% o número de bebês de mães adolescentes (15-19 anos). O desconhecimento e a má aceitação dos métodos contraceptivos pelos adolescentes corroboram a hipótese da adoção do comportamento sexual de risco nessa população e a ocorrência de gravidez durante a adolescência (MANFRÉ; QUEIRÓZ; MATTHES, 2020).
3.2 Políticas Públicas Desenvolvidas para a Prevenção da Gestação na Adolescência
A Lei do Estatuto da Infância e Adolescência (ECA) regulamenta a proteção da infância e adolescência, reconhecendo-a como sujeito de direitos (BRASIL, 2020). A Política Nacional de Saúde do Adolescente apoia o atendimento integrado a partir das necessidades especiais de adolescentes e jovens, com vistas a estabelecer e tomar medidas de promoção, prevenção e controle de doenças ou agravos (BRASIL, 2020).
O Programa de saúde do Adolescente (PROSAD) foi criado por através do Ministério da Saúde em 1989 Portaria n. 980 / GM, base como política preventiva de doença e promoção da saúde, identificando riscos relacionados a esta fase de desenvolvimento e diagnóstico precoce da doença alvo, para o tratamento adequado e reabilitação do adolescente e cumpre as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1999 o programa recebeu um novo nome, Área de Saúde do Adolescente e do Jovem (ASAJ), e atende pessoas até os 24 anos (BRASIL, 2013).
A Estratégia Saúde da Família (ESF) funciona por meio de equipes de saúde da família e desde 2004 é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e pelo menos quatro organizações comunitárias de saúde, além de profissionais de saúde bucal. Quando se trata de promoção da saúde, a ESF é imediatamente considerada como modelo de organização das ações, planejando ações de promoção da saúde voltadas à prevenção da gravidez na adolescência, incluindo uma equipe interdisciplinar (MALTA, 2016).
3.3 Importância do Pré-Natal Adequado nas Adolescentes Grávidas
O pré-natal é um conjunto de tratamentos voltados à saúde da mãe e do feto que permite ações e orientações adequadas para que a mulher possa vivenciar a gravidez e o parto de forma positiva e enriquecedora, evitando ou tratando a maioria dos problemas de saúde de gestantes por meio de consultas pré-natais. A assistência pré-natal permite atingir as gestantes com múltiplas intervenções, que podem ser vitais tanto para o bem-estar da mãe quanto do filho (FERNANDES et al., 2015).
No Brasil, embora a cobertura pré-natal esteja em ascensão, persistem deficiências na qualidade da assistência e desigualdades regionais tanto no acesso quanto na execução dos procedimentos recomendados durante o pré-natal. O Ministério da Saúde recomenda um número mínimo de seis consultas para a gestação a termo, com pré-natal a partir do primeiro trimestre e realização de alguns procedimentos básicos, que incluem, entre outros, exames clínico-obstétricos e laboratoriais. De acordo com o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN), algumas intervenções qualitativas são recomendadas para melhor adequação do pré-natal, em que orientações sobre aleitamento materno, alimentação complementar, imunização, entre outras, são particularmente úteis às gestantes (NUNES et al., 2016).
O Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) estabelece diretrizes e princípios norteadores, destacando a captação precoce de gestantes, ações educativas, oferta de exames de rotina e orientações sobre o retorno da puérpera à unidade de tratamento de saúde para consulta puerperal até 42 dias após o parto. Esse programa baseou-se na análise das necessidades de cuidados específicos de gestantes, recém-nascidos e puérperas, buscando reduzir os altos índices de morbimortalidade materna e perinatal (FERNANDES et al., 2015).
Nesse sentido, é importante ressaltar que, muitas vezes, o pré-natal representa o primeiro contato dessas mulheres com os serviços de saúde, o que suscita a necessidade de maior organização para atender adequadamente suas reais necessidades. Os principais problemas encontrados são o início tardio do pré-natal, o número insuficiente de consultas, as poucas orientações e a cobertura insatisfatória dos exames recomendados pelo Ministério da Saúde para serem realizados no terceiro trimestre gestacional (DANTAS et al., 2018).
3.4 Complicações da Gravidez na Adolescência
As adolescentes grávidas apresentam anemia, infecção do trato urinário e hipertensão induzida pela gravidez com mais frequência do que os adultos. Nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, natimorto e morte neonatal também são desfechos mais comuns para adolescentes do que para adultos. A maioria das disparidades no óbito neonatal pode ser atribuída ao nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, imaturidade biológica materna ou falta de acesso ao pré-natal (MARINO et al., 2016).
Globalmente, estima-se que 3,9 milhões de adolescentes experimentam abortos inseguros, que contribuem para a maior mortalidade e morbidade materna (DARROCH et al., 2016). A gravidez na adolescência é considerada a principal causa de mortalidade neonatal e materna nos países em desenvolvimento (WHO, 2016). A gravidez na adolescência tem impactos significativos na saúde, psicológicos e socioeconômicos da mãe. Aumenta o risco de baixo peso ao nascer, parto prematuro, mortalidade, pré-eclâmpsia, isolamento social, metas educacionais atrasadas ou negligenciadas e depressão materna (WHO, 2016).
A consequência social inclui estigma, rejeição, violência e abandono escolar (OKIGBO; SPEIZER, 2015). Devido à sua associação direta com a relação sexual na adolescência, vários fatores biológicos, como o momento do desenvolvimento puberal, níveis hormonais e genes, também estão relacionados à gravidez na adolescência (ASP et al., 2014).
Frisa-se que ter uma gravidez na adolescência, em comparação com a adulta, está ligada a vários resultados, como pobreza, diminuição do desempenho educacional em mulheres jovens. Além do mais as crianças nascidas de pais adolescentes são mais propensas do que aquelas nascidas de pais adultos a ter problemas de saúde também (VARGAS; BORUS; CHARLTON, 2017).
As adolescentes vivenciam mudanças psicológicas e fisiológicas durante a gravidez, principalmente estéticas, incluindo ganho de peso, aparecimento de estrias, inchaço dos pés, crescimento do nariz e das mamas, e falta de apoio familiar e do parceiro sexual (MARANHÃO et al., 2015). Observa-se que o trauma mamilar (fissuras) é outro problema que dificulta a pega durante a amamentação, fato que também foi mencionado por adolescentes nos primeiros 10 dias de vida (TAVEIRA; ARAÚJO, 2019).
Em geral, as mães adolescentes apresentam baixo nível de escolaridade e baixo nível de cuidados pré-natais e enfrentam um risco maior de desenvolver hipertensão induzida pela gravidez (HPI), toxemia pré-eclâmpsia (ASP et al., 2014), eclâmpsia, início do trabalho de parto prematuro e parto prematuro com risco aumentado de morbidade e mortalidade neonatal (SEDGH; ASHFOR; HUSSAIN, 2016).
Estudos anteriores mostraram que ser sexualmente ativo em idade precoce, casamento precoce, adolescente mais velho, mulheres casadas, escolaridade, idade da primeira relação sexual, renda familiar, estrutura familiar, exposição à mídia, nível de pobreza da comunidade e uso de anticoncepcionais estão significativamente associados a gravidez na adolescência (BIRHANU et al., 2019; BRAHMBHATT et al., 2014).
3.5 O papel dos profissionais de saúde frente a gestação na adolescência
Os profissionais de saúde precisam articular estratégias com as quais possam trabalhar melhor com os adolescentes, estabelecendo relações de confiança para melhor assessorá-los, ouvindo suas preocupações e emoções das adolescentes para orientá-las da melhor maneira. Frisa-se que as adolescentes precisam de tratamento psicológico para superar esses pensamentos negativos que possam surgir, precisam da ajuda da enfermeira para poder fazer o pré-natal e da assistente social para fazer um diagnóstico social de sua família (BARROS; SANTOS, 2017). O papel do enfermeiro no cuidado ao adolescente é promover ações interdisciplinares de educação sexual, despertando o interesse em ampliar o conhecimento dos adolescentes sobre o exercício de uma sexualidade mais responsável e segura (MOREIRA et al., 2016).
O assistente social tem papel fundamental nesse contexto, visto que o profissional de serviço social deve ser proativo e não apenas executivo, é preciso conhecer a realidade para intervir. Este profissional tem como objetivo trabalhar em uma prevenir a gravidez na adolescência, realizar entrevistas, aconselhamento individual, casas, acompanhando não só a jovem, mas toda a sua família para descobrir o que realmente acontece, fazendo referências articuladas com outras redes (BARROS; SANTOS, 2017).
O profissional do Serviço Social deve conhecer a realidade para poder intervir, assim necessita ser um profissional criativo e proativo. Como realizar círculos de conversa para compreender melhor esses adolescentes, inclusive as crianças, para que todos estejam conscientes dos diversos problemas sociais que permeiam a gravidez na adolescência. Entrar em contato com outras redes, incluindo as políticas públicas para solucionar as dificuldades existentes e construir propostas criativas que apoiem a efetivação de direitos de acordo com a realidade existente (BARROS; SANTOS, 2017).
O psicólogo tem um papel muito importante durante a assistência as adolescentes grávidas, visto que com o início da gravidez, são muitos os anseios por parte das adolescentes, porque não sabem como vão criar o filho e não sabem se poderão ter um lar junto com o companheiro, pois muitos ainda não trabalham, apenas estudam, criando assim reflexões, ou morar com a sogra, ou a sogra. Muitos adolescentes se perdem nesse momento, porque muitas decisões precisam ser tomadas e às vezes não há maturidade por tanta responsabilidade (BARROS; SANTOS, 2017).
Destarte, com o início da gravidez, o corpo da jovem muda, os hormônios aumentam para gerar o feto. É uma fase de anseios, dúvidas, medos e novidades, pois se ela terá um filho, um filho que será seu companheiro para o resto de sua vida, muitos jovens têm medo, porque não sabem como seus pais, parentes e amigos vão reagir se forem embora aceitar ou não (BARROS; SANTOS, 2017).
A enfermeira desempenha um papel indispensável para o desenvolvimento de habilidades de prevenção e educação para adolescentes estabelecidos por estratégias de prevenção a Gravidez na adolescência, criação de grupo para fins de promoção da Saúde e prevenção da gravidez; conscientizar com antecedência os jovens sobre a importância da participação ativa nas ações de educação saudável, para que eles sejam capazes de lidar com eles as suas decisões e tenham uma atitude positiva no manuseio do seu papel de autocuidado (RIBEIRO et al., 2016).
Assim, as estratégias de saúde da família em parceria com a escola devem prestar serviços pela comunidade especialmente para adolescentes e de forma Interdisciplinar. Para desenvolver comportamentos benéficos aos adolescentes, como a conscientização da prevenção da Gravidez precoce e dos métodos contraceptivos (RIBEIRO et al., 2016).
Na Estratégia Saúde da Família, o enfermeiro também é o profissional de fundamental importância para o desenvolvimento de ações com adolescentes, sua atuação está pautada principalmente no acompanhamento das condições de saúde; na detecção e monitoramento de problemas no exercício de uma prática de enfermagem comunicativa (MOREIRA et al., 2016).
Essa é uma importante estratégia para reduzir a morbimortalidade materna e neonatal e, portanto, precisa ser desenvolvida individualmente para garantir a qualidade da assistência à mulher e seu feto. Devem ser enfatizadas as orientações que favorecem o cuidado ao Recém-nascido e o processo de maternidade e o planejamento familiar. Para os profissionais, essa orientação apresenta diferenças, visto que, para a compreensão, requer linguagem adequada e consideração da subjetividade desses adolescentes (DANTAS et al., 2018).
A assistência pré-natal às adolescentes grávidas deve ser diferenciada e personalizada para as características específicas desse grupo, situação e condições específicas em que vivem e exige maior disponibilidade de acolhimento por parte dos profissionais de saúde. O enfermeiro desenvolve ações de enfermagem efetivas para pacientes grávidas como intervenções interdisciplinares, promoção da saúde, estratégias de prevenção, entre outros. No entanto, ainda há um grande déficit relacionado a políticas públicas que auxiliem na promoção da saúde do paciente. Há também a necessidade de maior capacitação dos profissionais para que a saúde seja realizada de forma integral e eficiente (MOREIRA et al., 2016).
Frisa-se que algumas medidas de ação para a prevenção gravidez precoce, podem ser realizadas na atenção primária, como a educação em saúde com os adolescentes que abordem sobre métodos contraceptivos, orientações para o planejamento familiar sobre os riscos e complicações que adolescentes são submissos ao lidar com a gravidez precoce (RIBEIRO et al., 2016).
Com o início da atividade sexual acontecendo cada vez mais precocemente, é importante conhecer os métodos contraceptivos e as indicações sobre os riscos do sexo desprotegido (BRASIL, 2018).
A gravidez na adolescência é a mais procurada na área da saúde e psicologia e serviço social, sendo assim considerado um problema de saúde público. Muitos pais não conversam com seus filhos sobre sexo, às vezes por falta de tempo, desinteresse ou mesmo constrangimento, obrigando-os a procurar mais fontes de conhecimento, como: internet, TV ou experiências de amigos e assim por diante acabam não cumprindo seu papel de educadores (BARROS; SANTOS, 2017).
A prática sexual é um tema que precisa ser discutido e debatido entre pais, educadores e profissionais de saúde, apontando a melhor forma de explicar e orientar os adolescentes para uma iniciação sexual mais tardiamente, capacitando os jovens com responsabilidade e autoestima, fazendo assim sexo de maneira mais segura (AVELINO; ARAÚJO; ALVES, 2021).
4. METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma revisão integrativa da literatura, cobrindo os últimos cinco anos (2019-2024), com o objetivo de sintetizar as evidências mais recentes sobre a assistência de enfermagem no pré-natal de adolescentes.
A pesquisa foi realizada em bases de dados como PubMed, SciELO e LILACS, utilizando descritores como “enfermagem”, “gravidez na adolescência”, “pré-natal” e “cuidados de enfermagem”. Serão incluídos estudos revisados por pares, publicados em português e inglês, que abordem diretamente a temática proposta. Os critérios de exclusão envolverão estudos que não se relacionem ao pré-natal de adolescentes ou que sejam duplicados. A Figura 1, esboça os mecanismos de busca para seleção dos estudos, apresentando as bases de dados e as quantidades de artigos encontrados.
Figura 1 – Mecanismos de busca para seleção dos estudos
5. LOCAL DO ESTUDO
Por tratar-se de uma revisão da literatura, não foi necessário coletar de dados em um local físico, dispensando a submissão no comitê de ética em pesquisas. O estudo foi conduzido em ambiente acadêmico, com consultas às bases de dados científicas digitais mencionadas no método.
6. RESULTADOS ESPERADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apontam estratégias para melhorar a assistência pré-natal, incluindo formas de apoio emocional, orientação sobre cuidados maternos e prevenção de complicações.
A assistência de enfermagem no pré-natal tem o potencial de mitigar esses riscos e promover uma gestação mais saudável e segura. Ao revisar a literatura recente, o estudo contribuirá para a melhoria das práticas de cuidado em enfermagem, com foco no desenvolvimento de estratégias mais humanizadas e integradas para adolescentes grávidas. O impacto esperado é a promoção de melhores resultados materno-infantis e o fortalecimento da atuação profissional da enfermagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gravidez na adolescência é um tema complexo e de grande relevância para a saúde pública, especialmente no campo da enfermagem. Envolve não apenas desafios físicos e emocionais para o adolescente, mas também aspectos sociais e econômicos. A falta de informação adequada, associada à carência de uma educação sexual eficaz, contribui significativamente para o aumento das taxas de gestação nesse grupo etário.
Para a enfermagem, o cuidado com gestantes adolescentes é de extrema importância, uma vez que esses jovens costumam enfrentar maiores riscos obstétricos, como parto prematuro, hipertensão gestacional e complicações no desenvolvimento do bebê. Nesse sentido, o papel do enfermeiro envolve não apenas o acompanhamento de cuidados pré-natais, mas também a orientação educativa, que deve ser oferecida de forma contínua e de acesso.
Os cuidados pré-natais para adolescentes precisam ser personalizados, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais. É essencial que o enfermeiro desenvolva uma relação de confiança, permitindo que a gestante se sinta acolhida e segura para tirar suas dúvidas e receber orientações. Além disso, o suporte emocional deve incluir a preparação para a maternidade e para o cuidado do recém-nascido, minimizando as ansiedades e inseguranças.
A falta de educação sexual, tanto nas escolas quanto no ambiente familiar, contribui para a desinformação dos adolescentes sobre métodos contraceptivos, os riscos de uma gravidez precoce e as responsabilidades que ela acarreta. Campanhas de conscientização, aliadas ao trabalho educativo dos profissionais de saúde, são fundamentais para prevenir novas gestações indesejadas e para garantir que os adolescentes que já estão grávidos.
Concluindo, a gravidez na adolescência é um desafio que precisa ser abordado de forma multidisciplinar, com atenção especial da enfermagem no que tange à educação e aos cuidados pré-natais. A informação clara, acessível e contínua é uma ferramenta essencial tanto para a prevenção quanto para a promoção de uma gestação saudável e segura para o adolescente e seu bebê.
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