REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408212220
Isadora Malinowski1;
Luciano Sergio Kovaliu2;
Altair Justus Neto3.
Resumo
Este trabalho realizou uma revisão sistemática da literatura para investigar as principais causas da ginecomastia e delinear os cuidados de enfermagem necessários para o manejo dessa condição. A ginecomastia, caracterizada pelo aumento do tecido glandular mamário em homens, pode ter causas diversas, incluindo distúrbios hormonais, uso de medicamentos e doenças sistêmicas. O estudo abrangeu publicações entre 2013 e 2023, buscando garantir a atualidade dos dados analisados. Os resultados identificaram os fatores etiológicos mais comuns, com destaque para desequilíbrios hormonais, como o aumento dos níveis de estrogênio em relação à testosterona, e o uso de certos medicamentos, como esteroides anabolizantes e antiandrogênicos. A revisão também destacou a importância do diagnóstico precoce e da intervenção adequada para minimizar o impacto psicológico e físico nos pacientes. No que se refere aos cuidados de enfermagem, foram propostas diretrizes que envolvem o monitoramento dos sintomas, o apoio emocional ao paciente, a orientação sobre a condição e o tratamento, bem como a colaboração com a equipe médica para ajustar terapias medicamentosas, quando necessário. Apesar das contribuições deste estudo, a pesquisa também evidenciou a necessidade de mais estudos clínicos específicos sobre intervenções de enfermagem em diferentes contextos. Conclui-se que, para melhorar a eficácia e a aplicabilidade das práticas de enfermagem, são necessárias mais pesquisas focadas em metodologias variadas e em uma maior diversidade de cenários clínicos.
Palavras-chave: Cuidados ao paciente. Desequilibrio hormonal. Manejo clínico.
Abstract
This study conducted a systematic literature review to investigate the primary causes of gynecomastia and outline the necessary nursing care for managing this condition. Gynecomastia, characterized by the enlargement of glandular breast tissue in men, can have various causes, including hormonal imbalances, medication use, and systemic diseases. The study covered publications from 2013 to 2023 to ensure the relevance and timeliness of the data analyzed. The results identified the most common etiological factors, with a focus on hormonal imbalances, such as elevated estrogen levels relative to testosterone, and the use of certain medications, such as anabolic steroids and antiandrogens. The review also emphasized the importance of early diagnosis and appropriate intervention to minimize the psychological and physical impact on patients. Regarding nursing care, the study proposed guidelines that include symptom monitoring, emotional support for the patient, education about the condition and treatment, and collaboration with the medical team to adjust medication therapies when necessary. Despite the contributions of this study, the research also highlighted the need for more specific clinical studies on nursing interventions in various contexts. It concludes that to enhance the effectiveness and applicability of nursing practices, further research focused on diverse methodologies and a broader range of clinical settings is required.
Keywords: Clinical management. Hormonal imbalance. Patient care.
Introdução
A ginecomastia, uma condição caracterizada pelo aumento benigno das glândulas mamárias masculinas. Esta condição, conhecida como “peito do homem”, pode afetar indivíduos em diferentes estágios da vida, resultando em desconforto físico e psicológico, apresentando-se em 38% dos homens (DI SANTIS et al., 2013; PALMIERI et al., 2021). Compreender a esta condição é essencial para os profissionais de saúde, uma vez que isso capacita as equipes a prestarem cuidados adequados e a apoiar os pacientes para a recuperação de sua saúde (MATOS e DE SOUZA, 2021).
A ginecomastia é uma condição médica que se manifesta pelo desenvolvimento excessivo do tecido mamário em homens, resultando em uma aparência de seios, promovido pelo crescimento benigno do tecido glandular da mama masculina. Embora geralmente seja benigna, essa condição pode causar desconforto emocional e físico significativo. É essencial diferenciar a ginecomastia da pseudoginecomastia, na qual o aumento dos seios é devido ao acúmulo de gordura, e não ao crescimento das glândulas mamárias. A ginecomastia pode ocorrer em qualquer fase da vida, desde a infância até a terceira idade, e pode ser unilateral ou bilateral (DI SANTIS et al., 2013).
Esta condição pode ser desencadeada por diversas causas subjacentes. Uma das principais razões é o desequilíbrio hormonal, com o aumento dos níveis de estrogênio em relação ao hormônio masculino, a testosterona. Esse desequilíbrio hormonal pode ocorrer em situações como a puberdade, o envelhecimento, o uso de medicamentos, distúrbios endócrinos, entre outros. Além disso, a ginecomastia pode ser um sinal de alerta para condições médicas subjacentes, como tumores testiculares ou hepáticos, que também devem ser considerados no diagnóstico (PALMIERI et al., 2021).
A prestação de cuidados a pacientes com ginecomastia é um trabalhos fundamental dos enfermeiros. Estes devem estar preparados para fornecer apoio emocional, educação e cuidados físicos adequados, incluindo orientações sobre a condição, suas causas e opções de tratamento disponíveis. Ademais, estes profissionais desempenham um papel crucial na promoção de estratégias de estilo de vida saudável, como a redução do consumo de álcool ou certos medicamentos (RIBEIRO et al., 2020).
O diagnóstico preciso da ginecomastia é fundamental para determinar a causa subjacente e planejar o tratamento adequado. A avaliação começa com a história clínica e exame físico. Testes laboratoriais, como a dosagem de hormônios, podem ser necessários para identificar desequilíbrios hormonais. Além disso, a realização de exames de imagem, como ultrassonografia ou mamografia, pode ser indicada para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão das alterações mamárias (PENSLER et al., 2000).
O tratamento da ginecomastia depende da sua causa e gravidade. Em muitos casos, a abordagem inicial envolve a monitorização da condição e a busca de possíveis causas subjacentes, como o ajuste de medicamentos que podem estar promovendo está condição. Em casos mais graves, pode ser recomendada a cirurgia de redução mamária. O tratamento cirúrgico é frequentemente realizado por um cirurgião plástico, com o objetivo de melhorar a estética e o bem-estar dos pacientes. Na população masculina, acaba por ser a cirurgia estética mais realizada no Brasil (FAUSTINO e OLIVEIRA, 2021).
Neste contexto, esta pesquisa busca abordar a ginecomastia, fornecendo informações abrangentes sobre suas causas e quais os principais cuidados de enfermagem. Compreender estes aspectos é essencial para proporcionar um tratamento eficaz e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Em se tratar de informações sobre a ginecomastia, promovendo a conscientização sobre a saúde masculina, este trabalho pode contribuir para a redução do estigma associado a essa condição, passando a proporcionar aos homens a oportunidade de buscar ajuda de saúde se necessário.
Desta forma, objetiva-se neste estudo investigar as causas subjacentes da ginecomastia em homens. Além de avaliar os cuidados de enfermagem adequados para os homens que apresentem esta condição e promover o diagnóstico de enfermagem para auxiliar os profissionais de saúde na identificação precoce, tratamento e acompanhamento dos pacientes.
Metodologia
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, com busca nas bases de dados científicas, com o propósito de responder a seguitente questão norteadora: Quais as principais causas e quais seriam os cuidados de enfermagem para ginecomastia?
Tendo como buscas nas plataformas Bireme, Scielo e PubMed, sendo estudos recentes entre 2013 e 2023. Os artigos devem apresentar como principal objetivo a ginecomastia. Realizado uma pesquisa nas bases por resumos através dos descritores: ginecomastia, saúde do homem, cuidados de enfermagem com a utilização do operador boleano e.
Para a pesquisa, os critérios de inclusão foram: 1) publicação entre os anos de 2013 e 2023; 2) ser original; 3) humanos como objeto de estudo; 4) objetivos correlacionados ao tema de pesquisa. Como critérios de exclusão foram aderidos os seguintes: 1) não ter sido publicado nos últimos dez anos; 2) estudos de revisão; 3) pesquisas não realizadas com seres humanos; 4) não apresentarem objetivos comumentes com o trabalho.
Após as buscam, foram encontrado um total de 5.347.697 artigos nas plataformas descritas, seguindos os critérios de exclusão o total de artigos foi 5.347.682. Sendo utilizado 15 artigos para a contrução do mesmo. Após a seleção de inclusão e exclusão perdurou 6 artigos das plataformas usadas, conforme esquema mostrado abaixo
Os trabalhos foram caracterizados com a discriminação dos seguintes itens: autores, ano, título, objetivo do estudo e resultados como mostra o quadro
Nº | Autor | Ano | Título | Objetivo | Resultados |
1 | DI SANTIS, | 2013 | “Abordagem Cirúrgica da Ginecomastia Verdadeira” | Relata-se um caso de ginecomastia verdadeira. | Com bom resultado cosmético. |
2 | FAUSTINO, e OLIVEIRA. | 2022 | “Anestesia Regional Guiada por Ultrassom em Cirurgias Plásticas Estéticas das Mamas” | Revisar e comparar as técnicas de anestesia regional mais utilizadas para anestesia e analgesia perioperatória em cirurgias plásticas estéticas de mama. | Promover redução do uso de opioides e seus efeito colaterais, redução no tempo de internação e na recuperação no pós-operatório |
3 | MATOS, e DE SOUZA. | 2021 | “Ginecomastia: Revisão de Literatura e Aspectos Clínicos” | realizar revisão bibliográfica sobre a etiologia da ginecomastia, suas características de apresentação e seu diagnóstico. | A faixa-etária mais acometida é entre 50 e 69 anos, com incidência de 72%. A história médica e o exame físico, com a palpação das mamas, são fundamentais para estabelecer o diagnóstico. |
4 | PALMIERI. | 2021 | “Consideraciones Médicas y Guirúrgicas en Cirurgía General” | Apresenta-se como aumento do tamanho das mamas, assintomático ou com hipersensibilidade por inflamação durante o crescimento do tecido fibroglândular mamário, com enormes repercussões psicológicas, principalmente na adolescência | O estudo e manejo são interdisciplinares e oferecidos de acordo com as condições e etiologia. |
5 | PENSLER. | 2012 | “Estrogen and Progesterone Receptors in Gynecomastia. Plastic and Reconstructive Surgery” | O objetivo deste trabalho foi demonstrar a aplicabilidade das técnicas cirúrgicas consagradas para a correção da ginecomastia. | A técnica mais utilizada foi a incisão periareolar inferior proposta por Webster. Com excesso de pele realiza-se a ressecção de pele. |
6 | RIBEIRO et al., | 2020 | “Câncer de Mama Masculino: Contrinutos do Enfermeiro na Atenção Primária de Saúde” | Compreender o conhecimento, através dos levantamentos bibliográficos, frente o câncer de mama masculino. | Conclui-se a necessidade de detectar precocemente este tipo de câncer, definindo assim o diagnóstico e tratamento, para que dessa forma tenha um melhor prognóstico. |
Resultados
Dentre os 6 artigos lidos, 1 foi escrito no idioma inglês, 1 no idioma espanhol e 4 no idioma português. Relatos, o melhor método de anestesia a ser utilizado e a abordagem do enfermeiro diante cada caso da ginecomastia.
No quadro 1, verificou-se de início os objetivos dos melhores tratamentos, técnicas a serem utilizadas e seu diagnóstico precoce. Com base em relatos e estudo com abordagem qualitativa, tendo o objetivo de compreender cada um dos pontos pela ginecomastia sem uma das etiologias mais comuns entre os pacientes.
Assim sendo, para melhor discussão, os artigos foram agrupados em núcleos de sentido:
Causas da Ginecomastia
DI SANTIS (2013) traz que a ginecomastia na adolescência é frequentemente atribuída a causas fisiológicas, sendo a razão mais comum para o desenvolvimento durabilidade na fase adulta por uso de drogas como: espironolactona, nifedipina, estrogênio, antiandrogênio e efavirenz. Por vezes doenças como: cirrose, hipogonadismo e tumor de testículo acabam por causar uma ginecomastia. (DI SANTIS, Érico Pampado,2013)
Matos (2022) relata a origem fisiológica da ginecomastia, a qual tem sua instauração na fase neonatal, iniciando-se por volta do terceiro dia de vida e perdurando por um período estimado de 2 a 3 semanas, após pode ressurgir na fase puberal e se inicia por volta dos 10 anos com uma grande predominância durante os 14 anos e quando atingido os 17 anos ocorre a regressão. Já no período senil ocorre entre os 50 a 69 anos com a baixa da testosterona e aumento do IMC. Já na questão patológica o hipotireoidismo, álcool e drogas injetáveis trazem a ginecomastia à tona. (MATOS, Luiza La Porta; 2022)
Na revisão literária de Silva, Mikael Mendes (2023) traz uma investigação sobre as principais causas que desencadeiam o aumento da glândula mamária, examinando na literatura científica os distúrbios que propiciam esse crescimento. Para tal, torna-se imperativo analisar as possíveis disfunções hormonais capazes de induzir a ginecomastia, assim como os tratamentos passíveis de promover uma melhora. Nesse contexto empreendeu-se de uma pesquisa por meio da revisão integrativa da literatura método que tem como especificamente compilar conhecimentos sobre um tema específico
As obras de Di Santis (2013), Matos (2022) e a revisão literária de Silva, Mikael Mendes (2023) revelaram insights abrangentes sobre a ginecomastia, destacando diversas facetas relacionadas a suas causas e manifestações ao longo das diferentes fases da vida. Com abordagem desde suas origens fisiológicas até as influências de substância, condições patológicas e tratamentos disponíveis, fornecendo uma compreensão mais abrangente dessa condição médica.
Procedimentos e classificação
PALMIERI (2021) classificada a ginecomastia em: grau 1- aumento das mamas ao redor da auréola voltando a sua origem voluntariamente. Grau 2A – aumento da glândula mamária e do tórax, 2B- aumento da mama e excesso de pele. Com a necessidade de cirurgia plástica de lipoaspiração. Grau 3- aumento do volume mamário de forma notável tendo a necessidade de realizar uma ressecção. Tendo como principais medicamentos utilizados para o tratamento ginecomastia os andrógenos, antiestrogênios e os inibidores de aromatase (PALMIERI, Alfonso. 2021)
PENSLER (2020) aborda índices e procedimentos relacionados à ginecomastia, observando que a incidência dessa condição e do câncer de mama masculino pode variar de 2% a 35%. Embora diversos estudos indiquem que ambas as enfermidades não apresentam uma visão direta. Diversos medicamentos, tais como risperidona, fenotiazina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina (5-hidroxi-triptamina; 5HT), metildopa, antidepressivos tricíclicos, maconha, heroína, saquinavir, minociclina, finasterida, sulpirida e domperidona estão associados a evolução do aumento de mama nos homens com idade mais avançada. Tendo como principal método a cirurgia plástica. Sendo classificadas em 5 técnicas:
[…] Distribuição das técnicas de incisão: tipo 1 = técnica por incisão periareolar inferior proposta por Webster; tipo 2 = técnica por incisão periareolar circular; tipo 3 = técnica por incisão periareolar inferior com prolongamentos superior, lateral e medial; tipo 4 = técnica por incisão periareolar circular com prolongamento transverso lateral; e tipo 5 = técnica por incisão circular com prolongamentos inferior, superior, lateral e medial. (PENSLER, J. M. 2020)
A proposta de revisão realizada por HARINATHA (2023) para a classificação da ginecomastia é detalhada em vários graus, considerando o tamanho do aumento mamário, a presença ou ausência de excesso de pele e o tom da pele. A classificação revisada abrange desde pequenos aumentos sem excesso de pele até aumentos grandes com excesso significativo de pele, diferenciando ainda o tom da pele entre normal e pobre. Este sistema fornece uma avaliação mais precisa da probabilidade de retração da pele após uma cirurgia de ginecomastia, levando em consideração a variabilidade do tom da pele entre os pacientes. Ao utilizar essa classificação revisada, os cirurgiões podem não apenas prever o resultado cirúrgico em termos de escultura da pele, mas também acompanhar e comparar pacientes com o mesmo grau de ginecomastia de maneira mais refinada e personalizada. (HARINATHA, Sreekar; 2023)
A ginecomastia, variações em diferentes graus conforme Palmieri (2021), varia desde um aumento discreto ao redor da auréola até um volume mamário notável exigindo ressecção. Medicamentos, como andrógenos e antiestrogênios, são comuns no tratamento. Embora a relação entre ginecomastia e câncer de mama masculino varie (2% a 35%), muitos estudos não estabelecem uma conexão direta. Diversas substâncias, incluindo medicamentos psiquiátricos e drogas recreativas, estão associadas ao desenvolvimento da condição. A cirurgia plástica, com técnicas de incisão definidas por Pensler (2020), é o método principal. Uma proposta de revisão por Harinatha (2023) oferece uma classificação mais refinada, considerando tamanho, presença de excesso de pele
Saúde do Homem
RIBEIRO (2020) apresenta o grande na promoção de saúde do homem. Estudos apontam que os homens tendem a procurar o atendimento primário de saúde tardiamente fazendo com que o sofrimento físico e emocional seja maior tanto a ele quanto as pessoas do seu convívio. Em suma, parte dos homens julgam-se invulneráveis, sem um dos principais fatores que acaba contribuindo para que o mesmo preste menos cuidados a si. (RIBEIRO, Wanderson Alves; 2020)
DI SANTIS (2013) expõem resultados de relatos pós cirúrgico estético, quais as técnicas de anestesia utilizadas e quais são os seus efeitos tendo principal faixa etária atingida idosos entre 50 a 62 anos. Contando com estudos onde nos mostram os melhores manejos para cada situação podendo ser o mais comum a realização da cirurgia estética. O enfermeiro por ser mais próximo do paciente desde o início do diagnostico pode estar dando apoio emocional ao paciente explicando o quanto o autocuidado é de grande importância e o quando o tratamento precoce faz toda diferença. (DI SANTIS, Érico Pampado,2013)
Já TORRES (2021) referre-se ao déficit no autocuidado e procura por parte dos homens em USF por conta da não flexibilidade em horário trazendo o mesmo a procurar tardiamente atenção de especialistas com agravos maiores causando um comprometimento na qualidade de vida. (TORRES, Rebeca Larissa Nepomuceno; 2021)
O Ministério da Saúde enfatiza que em relação à saúde do homem, existe a Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH). Muitos textos trazem o aumento e a facilidade na oferta de atendimento, um maior nível atencional pelos profissionais, explicações mais abrangentes e incentivo ao cuidado.
Na relação entre a procura por unidades básicas de saúde, a sensação de vulnerabilidade e o impacto da discussão sobre o feminismo podem influenciar significativamente a saúde masculina. O reconhecimento dessa dinâmica é essencial para implementar medidas que promovam o cuidado preventivo e melhorem a qualidade de vida. O PNAISH desempenha um papel fundamental nesse cenário, oferecendo uma oportunidade de incentivo, proteger a confidencialidade e tornar os serviços de saúde mais acessíveis aos homens. A percepção de vulnerabilidade associada à procura por serviços de saúde muitas vezes é enraizada em normas de gênero e expectativas sociais que podem ser desafiadoras para os homens. Esta dinâmica pode resultar em graves condições de saúde dos homens, muitas vezes exigindo intervenções urgentes. A PNAISH pode desempenhar um papel vital ao abordar esses desafios, trazendo mais espaço espaços onde eles se sentem confortáveis e não julgados ao buscar cuidados médicos.
Cuidados
A cirurgia plástica vem crescendo cada vez mais e o Brasil encontra-se em primeiro lugar com 1.498.327 cirurgias estéticas das mamas sendo assim foi realizado um estudo sobre a anestesia e analgesia. Sendo executado bloqueios do paravertebral (BPV), interfasciais (PECS1 e PECS2), plano do serrátil (BPS) e intercostal (BI). O mais eficaz foi o PECS1 PECS2 por conta da diminuição de opioides, efeitos colaterais e diminuição do tempo de recuperação (FAUSTINO, Leandro Dário; 2022)
Para um diagnóstico preciso é necessário que seja realizado exames físicos com observação se há alguma secreção, firmeza ou alguma anormalidade. Deve ser solicitado os exames laboratoriais: LH (Hormônio Luiteinizante), FSH (Hormônio Foliculoestimulante), T(Testosterona), E² (Estradiol) e SHBG (Globulina ligadora de hormônios sexuais), Beta-HCG (Gonadotrofina coriônica humana), TSH (Hormônio estimulador da tireoide), prolactina, função hepática e renal. (MATOS, Luiza La Porta; 2022)
Machado, Fernandes (2015) tem como objetivo trazer um relato de caso sobre os procedimentos estéticos no pós-cirúrgico de um paciente submetido à ginecomastia, utilizando a massagem de drenagem linfática manual como coadjuvante na recuperação nessa fase. Ao longo de 15 sessões de cuidado pós-operatório, o paciente foi submetido à técnica de massagem de condução linfática manual (DLM), combinada ao uso do aparelho de ultrassom. A DLM tem se destacado como uma das técnicas mais empregadas em procedimentos pós-operatórios, uma vez que seu objetivo primordial é a redução do edema, contribuindo de maneira significativa para a recuperação tecidual. (Machado, Fernandes; 2015)
A cirurgia plástica nas mamas está em ascensão no Brasil, com destaque para 1 milhão de procedimentos. Um estudo abordou anestesia e analgesia nesse contexto. O diagnóstico preciso requer exames físicos e laboratoriais. Um estudo dedicado à anestesia e analgesia em tais cirurgias destacou a eficácia dos bloqueios PECS1 e PECS2, associados à redução de opioides, minimização de efeitos colaterais e abreviação do período de recuperação. O diagnóstico preciso, crucial para o sucesso dessas intervenções, exige exames físicos meticulosos, incluindo observação de obrigação, firmeza e outras anormalidades, além da realização de exames laboratoriais específicos. Em um contexto pós-cirúrgico de ginecomastia. Um relato de caso sobre ginecomastia destacou o uso da massagem de drenagem linfática manual em 15 sessões pós-operatórias, combinada com ultrassom, como coadjuvante eficaz na recuperação tecidual, especialmente na redução do edema.
Diagnóstico de enfermagem
Abaixo, descrevemos os diagnósticos de enfermagem mais pertinentes a condição associada ao paciente portador de ginecomastia:
- Controle Ineficaz da Saúde definida por padrão de regulação insatisfatório para alcançar metas especificas relacionada pelo conflito de decisão.
- Autonegligência definida por comportamentos culturalmente estruturados em que há incapacidade de manter um padrão de autocuidado relacionado pela incapacidade de manter o controle.
- Risco de Baixa Autoestima Situacional relacionada pelas mudanças próprias do desenvolvimento.
- Distúrbio de Imagem Corporal definida por confusão/insatisfação do quadro mental sobre si próprio relacionada por distúrbios do desenvolvimento.
- Enfrentamento Ineficaz definida pela ausência de comportamento voltado para a resolução de problemas relacionada ao nível de insuficiente de confiança na capacidade de enfrentar a situação.
Considerações finais
Este trabalho buscou resumir e refletir acerca dos principais fatores relacionados às causas e cuidados de enfermagem ligados à ginecomastia, através de uma revisão de literatura, com dados atuais e relevantes para o tema. Sendo que foram identificados os fatores mais comuns e propostas diretrizes para os cuidados de enfermagem. Ressalta-se a importância de um diagnóstico precoce e de uma intervenção adequada para promover o bem-estar dos pacientes.
Entretanto, é importante destacar que a quantidade limitada de estudos clínicos focados especificamente na intervenção de enfermagem para ginecomastia restringe a generalização dos resultados obtidos. Além disso, a falta de pesquisas realizadas em diferentes contextos limita a aplicabilidade das recomendações a uma variedade maior de cenários clínicos.
Dessa forma, embora o estudo ofereça contribuições significativas para a compreensão e manejo da ginecomastia, recomenda-se que futuras pesquisas ampliem a diversidade metodológica e contextual, e que se concentrem em intervenções de enfermagem mais detalhadas, avaliando sua eficácia. Assim, espera-se que o conhecimento gerado seja não apenas mais sólido, mas também mais aplicável a diferentes realidades clínicas.
Referências
DI SANTIS, Érico Pampado et al. Abordagem Cirúrgica da Ginecomastia Verdadeira. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 5, n. 4, p. 360-362, 2013.
FAUSTINO, Leandro Dário; OLIVEIRA, Laís Martins Lucas. Anestesia regional guiada por ultrassom em cirurgias plásticas estéticas das mamas. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 36, p. 327-333, 2022.
MATOS, Luiza La Porta; DE SOUZA, Ana Lúcia Ravanello. Ginecomastia: revisão de literatura e aspectos clínicos. Research, Society and Development, v. 10, n. 4, p. e4310413684-e4310413684, 2021.
PALMIERI, Alfonso et al. Ginecomastia: Consideraciones médicas y quirúrgicas en cirugía general. Revista Colombiana de Cirugía, v. 36, n. 3, p. 499-513, 2021.
PENSLER, J. M. et al. Estrogen and progesterone receptors in gynecomastia. Plastic and reconstructive surgery, v. 106, n. 5, p. 1011-1013, 2000.
RIBEIRO, Wanderson Alves; DA SILVA, Ana Cristina Vieira; DA SILVA EVANGELISTA, Denilson. Câncer de mama masculino: contributos do enfermeiro na atenção primária de saúde. Revista Pró-univerSUS, v. 11, n. 1, p. 65-73, 2020.
HARINATHA, S. Considering skin tone when grading gynecomastia: a new grading system. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Sugery, v. 34, n. 2, p. 306–307, 2019.
MEDEIROS, M. M. M. DE. Abordagem cirúrgica para o tratamento da ginecomastia conforme sua classificação. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 27, n. 2, p. 277–282, jun. 2012.
TORRES, R. L. N. et al. Fatores que interferem na adesão masculina aos serviços de saúde e na prática do autocuidado / Factors that interfere with male adherence to health services and the practice of self-care. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 5, p. 20838–20850, 5 out. 2021.
INTERVENÇÃO DOS TRATAMENTOS ESTÉTICOS NO PÓS-OPERATÓRIO DE GINECOMASTIA – RELATO DE CASO | ENCICLOPEDIA BIOSFERA. conhecer.org.br, 15 set. 2022.
1Acadêmica de Enfermagem. Centro Universitário Campo Real
2Acadêmico de Enfermagem. Centro Universitário Campo Real
3Mestre. Docente de Enfermagem. Centro Universitário Campo Real