REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411151718
AÇUCENA DE AZEVEDO MONTE PAIVA
JOSÉ SILTON DE OLIVEIRA JUNIOR
JULIA REBOUÇAS DE OLIVEIRA
RADIMILA GOMES VIEIRA
VINICIUS GABRIEL DA SILVA SARAIVA DE SOUZA
WIGNA PEREIRA DOS SANTOS ANDRADE
ORIENTADOR: LUIZ MARCOS DE MEDEIROS GUERRA.
RESUMO
A Ginástica Artística é uma modalidade esportiva que se destaca pela combinação de força, flexibilidade, agilidade e coordenação e abrange um grande leque de gestos biomecânicos complexos em diferentes situações. O presente estudo tem como objetivo analisar, sob a perspectiva cinesiológica, o movimento do salto espacate com o pé na cabeça na trave de equilíbrio na ginástica artística, identificando e compreendendo os principais aspectos biomecânicos, musculares e cinesiológicos, bem como contrações musculares. Para a execução deste estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma tabela para apresentar de forma resumida os artigos selecionados para essa revisão. Para a análise cinesiológica, foi utilizada uma abordagem sistemática em tabela, identificando os músculos envolvidos, suas funções durante o movimento, os tipos de contração muscular e fatores influentes, como a relação comprimento-tensão e alavancas biomecânicas. Com o estudo é possível concluir que mesmo que o salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio seja um movimento considerado simples no alto rendimento, analisando cinesiologicamente é um movimento muito complexo de executar, pois, exige o uso elevado de flexibilidade, coordenação e força muscular de várias partes do corpo humano que são sincronizadas ao mesmo tempo na realização desse movimento, como o quadril, cotovelo, ombro, punho, tornozelo, coluna e os joelhos. Portanto, para realizar tal movimento, é necessário muito treino, mas com auxílio de uma equipe profissional que veja os limites físicos e mecânicos da atleta, para que diminua os índices de lesões.
Palavras-chave: Ginástica Artística; Salto espacate; Trave de equilíbrio.
ABSTRACT
Artistic Gymnastics is a sport that stands out for its combination of strength, flexibility, agility and coordination and covers a wide range of complex biomechanical gestures in different situations. The present study aims to analyze, from a kinesiological perspective, the movement of the split jump with the foot on the head on the balance beam in artistic gymnastics, identifying and understanding the main biomechanical, muscular and kinesiological aspects, as well as muscular contractions. To carry out this study, a bibliographical review and a table were carried out to briefly present the articles selected for this review. For the kinesiological analysis, a systematic table approach was used, identifying the muscles involved, their functions during the movement, the types of muscle contraction and influential factors, such as the length-tension relationship and biomechanical levers. With the study it is possible to conclude that even though the split jump with foot on the head on the balance beam is a movement considered simple in high performance, analyzing kinesiologically it is a very complex movement to execute, as it requires the high use of flexibility, coordination and muscular strength of various parts of the human body that are synchronized at the same time in carrying out this movement, such as the hip, elbow, shoulder, wrist, ankle, spine and knees. Therefore, to perform such a movement, a lot of training is necessary, but with the help of a professional team that understands the athlete’s physical and mechanical limits, so that injury rates can be reduced.
Key-Words: Artistic Gymnastics; Split jump; Balance beam.
- INTRODUÇÃO
A Ginástica Artística é uma modalidade esportiva que se destaca pela combinação de força, flexibilidade, agilidade e coordenação e abrange um grande leque de gestos biomecânicos complexos em diferentes situações (Hoshi, 2008). Esse esporte envolve a realização de complexas séries de movimentos e acrobacias em diversos aparelhos, sendo praticado tanto por homens quanto por mulheres (Barbosa, 2021).
Nas competições femininas, a trave de equilíbrio é um dos aparelhos mais desafiadores, exigindo precisão e equilíbrio em uma superfície estreita. Os exercícios são coreografados pelas ginastas. Existem diversos elementos obrigatórios como um giro de 360 graus, um salto que inclua uma separação de pernas de 180 graus (que é o caso do movimento analisado) e a presença de séries acrobáticas para a frente e para trás que precisam ser cumpridos (Barbosa, 2021).
O salto espacate com pé na cabeça é um dos elementos de dança mais comuns na prova de trave, sendo realizado logo em seguida de outro movimento, sendo assim caracterizado como um elemento de ligação. Embora simples, é necessária muita técnica para ser executado, pois durante a fase de voo, a trave desaparece do campo de visão da atleta. Assim como nos outros movimentos da Ginástica Artística, para realizar o salto é necessário muita consciência corporal e muita preparação física, tendo em vista que a GA cobra muito de toda musculatura corporal e articulações.
Portanto, o presente estudo foca em descrever uma análise cinesiológica e biomecânica do movimento de salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio, destacando os grupos musculares e a participação deles em cada etapa do movimento. Assim, podendo ter um olhar técnico em relação ao movimento.
- OBJETIVO GERAL
Analisar, sob a perspectiva cinesiológica, o movimento do salto espacate com o pé na cabeça na trave de equilíbrio na ginástica artística, identificando e compreendendo os principais aspectos biomecânicos, musculares e cinesiológicos.
- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Dividir e descrever cada fase do movimento;
- Identificar os principais músculos envolvidos durante a execução do salto espacate com pé na cabeça;
- Analisar os movimentos das principais articulações envolvidas (tornozelo, joelho, quadril, ombro e coluna);
- Identificar os riscos potenciais de lesões associadas ao movimento;
- Propor estratégias preventivas de maneira geral com base na análise da literatura existente.
- MATERIAIS E MÉTODOS
Para a execução deste estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica, começando pelos materiais apresentados pelo professor Luis Marcos de Medeiros Guerra e pelo livro “Cinesiologia Clínica e Anatomia”, de Lynn S. Lippert (5ª edição, Guanabara Koogan, 2013). Além disso, foram consultados artigos científicos nas bases de dados do Google Acadêmico. Não foram aplicados critérios de exclusão baseados na data de publicação, mas foram eliminados artigos que não abordavam lesões, salto espacate com pé na cabeça ou ginástica, bem como aqueles que não estavam disponíveis gratuitamente. No total, 20 artigos foram analisados; 10 foram descartados por falta de acesso, 5 por não se alinharem à temática proposta e 2 devido a documentos corrompidos, resultando em 3 artigos finais para a pesquisa.
A metodologia da revisão compreendeu diversas etapas. Primeiramente, foi essencial definir o objetivo da pesquisa e as questões a serem investigadas. Em seguida, foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão considerando tipo de estudo, idioma e relevância. As fontes consultadas incluíram bases como PubMed, Google Acadêmico, Scopus e Web of Science, além de literatura cinzenta, como relatórios e teses. A estratégia de busca foi elaborada utilizando palavras-chave e operadores booleanos para otimizar a relevância dos resultados.
Após a triagem inicial de títulos e resumos, foi realizada a leitura completa dos artigos que atendiam aos critérios de inclusão. A extração de dados foi feita por meio de uma ficha de coleta, registrando autor, ano, metodologia, principais achados e limitações dos estudos. Os dados extraídos foram analisados e sintetizados, destacando padrões e lacunas na literatura. É fundamental respeitar as diretrizes éticas durante todo o processo, garantindo o reconhecimento adequado dos autores e a transparência nas fontes de financiamento. Ao final, foi elaborado um relatório claro e conciso apresentando a metodologia, resultados e conclusões, com as referências apropriadas. Sempre que possível, o relatório deve passar por um processo de revisão por pares para assegurar a qualidade e validade das conclusões.
Para a análise cinesiológica específica do salto espacate com pé na cabeça, foi utilizada uma abordagem sistemática em tabela, identificando os músculos envolvidos, suas funções durante o movimento, os tipos de contrações musculares e fatores influentes, como a relação comprimento-tensão e alavancas biomecânicas. O trabalho foi desenvolvido de forma colaborativa entre os membros do grupo, com discussões contínuas para garantir a precisão e coesão das informações, refletindo fielmente o conteúdo e as diretrizes estabelecidas pelo professor e assegurando uma análise detalhada dos aspectos biomecânicos do salto espacate com pé na cabeça na ginástica artística.
- RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela abaixo apresenta de forma resumida os artigos selecionados para a análise bibliográfica. Descreve qual foi a metodologia utilizada por cada autor e os resultados obtidos com a pesquisa.
Artigo | Autor | Ano | Metodologia | Resultados e conclusões |
LESÕES NA GINÁSTICA ARTÍSTICA: UMA BREVE REVISÃO | Diana Gonçalves Felício | 2014 | A metodologia utilizada foi de pesquisa teórica, bibliográfica, baseada na revisão de literatura sobre a temática. | Podemos notar o quão grande é a busca da perfeição, mas devemos ficar atentos para evitar incidentes. Não há problema com a aplicação de treinamento sistematizado, mas é necessário ter uma capacitação apropriada e que não deixe o atleta sobrecarregado, sendo assim, respeitando o limite de cada indivíduo, para que futuramente não lhe cause complicações graves. |
Lesões Desportivas na Ginástica Artística: Estudo a Partir de Morbidade Referida | Rosangela Akemi Hoshi | 2008 | Foram entrevistados 54 ginastas, recrutados ao acaso, classificados segundo o nível competitivo em duas categorias: regional e nacional. Utilizou-se o inquérito de morbidade referida (IMR) com a finalidade de reunir dados sobre a natureza da lesão, região corporal e aparelho ginástico. Os dados foram organizados e apresentados sob a forma de distribuição de | Há elevada frequência de lesões, acometendo principalmente articulações e membros inferiores, sendo os aparelhos de saltos e equilíbrio os mais referidos quanto à ocorrência de acometimentos. Foi observado também que, quanto maiores as exigências de desempenho técnico, maior a frequência de lesões. |
frequências e as variáveis, analisadas segundo nível de associação a partir do teste de Goodman para contrastes entre populações multinomiais, considerando significante o valor P < 0,05. | ||||
Lesões e medidas preventivas na Ginástica Artística Feminina: uma revisão de literatura | Lia Ferro de Almeida | 2023 | Revisão de literatura a respeito do tema, por meio da busca de artigos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado nas bases de dados SCIELO Brasil, BIREME, Google Acadêmico e Pubmed. | Um fator importante para a prevenção de lesões graves é o impedimento do retorno precoce de atletas aos treinos após lesões, o que ocorre em decorrência da pressão competitiva e para evitar descondicionamento físico. Esta ação pode favorecer o agravamento dos quadros, bem como comprometer a qualidade de vida das atletas. Por fim, apesar das limitações do estudo devido ao pequeno número de artigos analisados, os dados construídos parecem indicar que as lesões na GAF são conhecidas e preveníveis, a partir do planejamento adequado do sistema de treinamento por parte de treinadores/as e gestores/as. |
- SALTO ESPACATE COM PÉ NA CABEÇA NA TRAVE DE EQUILÍBRIO
Para um movimento ser executado na trave de equilíbrio, a ginasta deve ter domínio do movimento em solo, tendo em vista que o grau de dificuldade aumenta devido a área de contato da trave ser menor em relação ao solo (NUNOMURA, 2009).
O movimento de espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio consiste em um salto seguido de uma abertura ântero-posterior de quadril próximo de 180°, somado com uma hiperextensão da coluna vertebral e flexão de joelho com o membro que está posicionado na parte posterior (NUNOMURA, 2009). O exercício pode ser dividido em cinco fases: preparação, impulsão, vôo, aterrissagem e finalização.
- LESÕES
A partir de um processo evolutivo, a frequência de maiores adeptos à Ginástica Artística cresceu, submetendo-se a elevação do grau de dificuldade dos exercícios obtendo maior exigência no sistema de pontuação, ocasionando o maior risco de lesões (Felício, 2014).
Essa modalidade esportiva está sujeita a uma variedade de fatores que contribuem para lesões. Pesquisas demonstram que ginastas estão mais propensos a sofrer lesões, especialmente nas modalidades de salto, solo e trave, afetando principalmente articulações e membros inferiores. Uma das principais causas dessas lesões é a demanda por alto desempenho técnico, conforme destacado por Hoshi, 2008.
As lesões mais comuns de acontecer durante uma série de trave de equilíbrio são: entorses no tornozelo e lesões no ligamento cruzado anterior, no joelho.
- Lesão no ligamento cruzado anterior: O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma estrutura interna do joelho que contribui para a estabilidade da articulação, principalmente em movimentos de giro, aceleração e desaceleração. Na trave de equilíbrio a lesão pode ocorrer durante a saída do aparelho, através de aterrissagens desequilibradas (Hollanda, 2022).
- Entorses no tornozelo: Da mesma forma que as lesões no joelho, as lesões no pé ou tornozelo acontecem principalmente na entrada ou saída da trave ou em decorrência de quedas. A principal lesão são as entorses do tornozelo, podendo ser por inversão ou inversão. Além disso, as aterrissagens repetitivas sobre o calcanhar podem levar ao desenvolvimento da tendinite calcânea, também conhecida como tendinite de Aquiles (Hollanda, 2022).
- ANÁLISE CINESIOLÓGICA
FASE DE PREPARAÇÃO
Fase em que a atleta inicia o movimento e se prepara para a impulsão.
Porção corporal | Movimento | Tipo de contração | Grupo muscular | Agonista (s) | Sinergista (s) acessório (s) | Sinergista (s) verdadeiro (s) |
Ombro | Hiperextensão | Concêntrica | Extensores de ombro. | Latíssimo do dorso. | Redondo maior, tríceps braquial e deltóide posterior. | Latíssimo do dorso e Redondo maior: rotação medial – deltóide posterior: rotação lateral. |
Cotovelo | Hiperextensão | Isométrica | Extensores de cotovelo. | Tríceps braquial porção lateral e medial. | Tríceps braquial porção longa e ancôneo. | – |
Punho | Flexão | Concêntrica | Flexores de punho | Palmar longo. | Flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo | Flexor radial do carpo: desvio radial – flexor ulnar do carpo: desvio ulnar. |
Coluna | Flexão | Excêntrica | Extensores de coluna | Paravertebra is direito e esquerdo | Intertransvers ais direito e esquerdo, interespinhais direito e esquerdo, rotadores direito e esquerdo, multifídeos direito e | Os paravertebrais direito, intertransversais direito realizam inclinação para a direita, e os paravertebrais esquerdo, intertransversais esquerdo realizam inclinação para a |
esquerdo. | esquerda: Inclinação. Os rotadores direto e os multifídios direito irão rotacionar para a direita, e os rotadores esquerdo, multifídios esquerdo irão rotacionar para a esquerda: rotação. | |||||
Quadril direito | Flexão | Excêntrica | Extensores de quadril. | Glúteo máximo (isquiotibiais semimembra noso, semitendino so, bíceps fem. p. longa estão em insuficiência ativa). | Isquiotibiais (semimembra noso, semitendinoso , bíceps fem. p. longa). | Glúteo mínimo: rotação medial – Glúteo máximo: rotação lateral. |
Quadril esquerdo | Flexão/leve rotação lateral | Excêntrica/c oncêntrica | Extensores de quadril/rot adores laterais de quadril. | Glúteo máximo (isquiotibiais semimembra noso, semitendino so, bíceps fem. p. longa estão em insuficiência ativa). Piriforme e glúteo máximo (fibras sup/inf). | Isquiotibiais (semimembra noso, semitendinoso , bíceps fem. p. longa). Glúteo máximo (fibras sup/inf), gêmeos (sup/inf), obturadores (ext/int), quadrado femoral, sartório, iliopsoas. | Glúteo mínimo: rotação medial – Glúteo máximo: rotação lateral. Glúteo máximo (fibras sup.), sartório, gêmeos (sup/inf), obturador interno: abdução. Quadrado femoral, obturador externo, glúteo máximo (fibras inf.): adução. Iliopsoas, sartório: |
flexão. Glúteo máximo: extensão. | ||||||
Joelho esquerdo | Flexão | Excêntrica | Extensores de joelho. | Vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio (o reto femoral está em insuficiência ativa). | Vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e reto femoral. | Vasto lateral: lateralização da patela – vasto medial: medialização da patela. |
Joelho direito | Flexão | Excêntrica | Extensores de joelho. | Vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio (o reto femoral está em insuficiência ativa). | Vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e reto femoral. | Vasto lateral: lateralização da patela – vasto medial: medialização da patela. |
Tornozelo | Neutro | – | – | – | – | – |
FASE DE IMPULSÃO
Fase em que a atleta utiliza sua força para impulsionar o salto, garantindo uma altura suficiente para a fase de voo, ela transita de uma posição de hiperextensão de ombro para uma flexão de ombro. Esse movimento tem a função de aumentar o impulso gerado, contribuindo para a execução eficiente do salto.
Porção corporal | Movimento | Tipo de contração | Grupo muscular | Agonista (s) | Sinergista (s) acessório (s) | Sinergista (s) verdadeiro (s) |
Ombro | Flexão | Concêntrica | Flexores de ombro. | Deltóide anterior. | Peitoral maior p. clavicular, coracobraquia l e bíceps braquial p. longa. | Peitoral maior p. clavicular: adução – bíceps braquial p. longa: abdução |
Cotovelo | Flexão | Concêntrica | Flexores de cotovelo. | Bíceps braquial cabeça curta e braquial. | Braquiorradia l, bíceps braquial cabeça longa e pronador redondo. | – |
Punho | Neutro | – | – | – | – | – |
Coluna | Extensão | Concêntrica | Extensores de coluna. | Paravertebra is direito e esquerdo. | Interespinhais direito e esquerdo, intertransvers ais direito e esquerdo, multifidios direito e esquerdo e rotadores direito e esquerdo. | Os paravertebrais direito, intertransversais direito realizam inclinação para a direita, e os paravertebrais esquerdo, intertransversais esquerdo realizam inclinação para a esquerda: Inclinação. Os rotadores direto e os multifídios direito irão rotacionar para a direita, e os rotadores esquerdo, multifídios esquerdo irão rotacionar para a esquerda: rotação. |
Quadril | Extensão | Concêntrica | Extensores | Isquiotibiais | Glúteo | Glúteo mínimo: |
de quadril. | (semimembr anoso, semitendino so e bíceps femoral p. longa). | máximo. | rotação medial – glúteo máximo: rotação lateral. | |||
Joelho | Extensão | Concêntrica | Extensores de joelho. | Reto femoral. | Vasto lateral vasto medial e vasto intermédio. | Vasto medial: medialização da patela – vasto lateral: lateralização da patela. |
Tornozelo | Flexão plantar | Concêntrica | Flexores plantares de tornozelo. | Gastrocnêmi o. | Sóleo, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, fibular longo e fibular curto. | Fibular longo e curto: eversão – Flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior: inversão. |
FASE DE VÔO
Fase em que a atleta executa um afastamento anteroposterior do quadril próximo a 180°, ocorre uma hiperextensão da coluna vertebral, fazendo com que a trave desapareça de seu campo de visão, juntamente com a flexão do joelho do membro posicionado anteriormente. A atleta também realiza uma adução de ombro para auxiliar no equilíbrio da fase subsequente.
Porção corporal | Movimento | Tipo de contração | Grupo muscular | Agonista (s) | Sinergista (s) acessório (s) | Sinergista (s) verdadeiro (s) |
Ombro | Adução | Excêntrica | Abdutores de ombro. | Até os primeiros 30°C de abdução será o supraespinha l, depois dessa angulação será o deltóide médio. | Deltóide anterior, deltóide posterior e bíceps b. p. longa. | Deltóide anterior: impede a extensão e a rotação lateral do ombro. Deltóide posterior: impede a flexão e a rotação medial do ombro. |
Cotovelo | Leve flexão | Excêntrica | Extensores de cotovelo. | Tríceps braquial porção lateral e medial | Tríceps braquial porção longa e ancôneo. | – |
Punho | Neutro | – | – | – | – | – |
Coluna | Hiperextensão | Concêntrica | Extensores de coluna. | Paravertebra is direito e esquerdo. | Interespinhais direito e esquerdo, intertransvers ais direito e esquerdo, multifidios direito e esquerdo e rotadores direito e esquerdo. | Os paravertebrais direito, intertransversais direito realizam inclinação para a direita, e os paravertebrais esquerdo, intertransversais esquerdo realizam inclinação para a esquerda: Inclinação. Os rotadores direto e os multifídios direito irão rotacionar para a direita, e os rotadores esquerdo, multifídios esquerdo irão |
rotacionar para a esquerda: rotação | ||||||
Quadril direito | Flexão | Concêntrica | Flexores de quadril. | Ìliopsoas. | Reto femoral, sartório tensor da fáscia lata e pectíneo. | Ìliopsoas e sartório: rotação lateral. Pectíneo e tensor da fáscia lata: rotação medial. Sartório e tensor da fáscia lata: abdução. Pectíneo: adução. |
Quadril esquerdo | Hiperextensão | Concêntrica | Extensores de quadril. | Glúteo máximo. (isquiotibiais : semimembra noso, semitendino so, bíceps fem. p. longa estão em insuficiência ativa). | Isquiotibiais (semimembra noso, semitendinoso e bíceps femoral p. longa). | Glúteo mínimo: rotação medial – glúteo máximo: rotação lateral. |
Joelho direito | Extensão | Concêntrica | Extensores de joelho. | Vasto lateral vasto medial e vasto intermédio. (o reto femoral está em insuficiência ativa). | Reto femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio. | Vasto medial: medialização da patela – vasto lateral: lateralização da patela. |
Joelho esquerdo | Flexão | Concêntrica | Flexores de joelho. | Bíceps femoral p. curta.(Isquio tibiais: semimembra noso, semitendino so, bíceps fem. p. | semimembran oso, semitendinoso , bíceps femoral p. longa, sartório, grácil, poplíteo e | Bíceps femoral p. curta e bíceps f. p. longa: rotação lateral – semimembranoso, semitendinoso, sartório, grácil e poplíteo: rotação medial. |
longa estão em insuficiência ativa). | gastrocnêmio. | |||||
Tornozelo direito | Flexão plantar | Concêntrica | Flexores plantar de tornozelo. | Gastrocnêmi o. | Sóleo, tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, fibular longo e fibular curto. | Fibular longo e curto: eversão – Flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior: inversão. |
Tornozelo esquerdo | Flexão plantar | Concêntrica | Flexores plantares de tornozelo. | Sóleo. | Gastrocnêmio , fibular longo, fibular curto, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior. | Fibular longo e curto: eversão – Flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux e tibial posterior: inversão. |
FASE DE ATERRISSAGEM
Essa é a fase mais desafiadora do movimento, uma vez que a atleta sai de uma posição em que a trave não estava em seu campo de visão e precisa realizar a aterrissagem, mantendo o equilíbrio sobre a trave.
Porção corporal | Movimento | Tipo de contração | Grupo muscular | Agonista (s) | Sinergista (s) acessório (s) | Sinergista (s) verdadeiro (s) |
Ombro | Adução | Excêntrica | Abdutores de ombro. | Até os primeiros 30°C de abdução será o supraespinha l, depois dessa angulação será o deltóide médio. | Deltóide anterior, deltóide posterior e bíceps b. p. longa. | Deltóide anterior: impede a extensão e a rotação lateral do ombro. Deltóide posterior: impede a flexão e a rotação medial do ombro. |
Cotovelo | Extensão | Excêntrica | Flexores de cotovelo. | Bíceps b. p. longa e braquial. | Bíceps b. p. curta, pronador redondo e braquiorradial . | Pronador redondo: impede a supinação do bíceps b. p. longa. |
Punho | Neutro | – | – | – | – | – |
Coluna | Leve flexão | Excêntrica | Extensores de coluna. | Paravertebra is direito e esquerdo. | Interespinhais direito e esquerdo, intertransvers ais direito e esquerdo, multifidios direito e esquerdo e rotadores direito e esquerdo. | Os paravertebrais direito, intertransversai s direito realizam inclinação para a direita, e os paravertebrais esquerdo, intertransversai s esquerdo realizam inclinação para a esquerda: Inclinação. Os rotadores direto e os multifídios direito irão rotacionar para a direita, e os rotadores esquerdo, |
multifídios esquerdo irão rotacionar para a esquerda: rotação | ||||||
Quadril | Leve flexão | Excêntrica | Extensores de quadril. | Glúteo máximo (isquiotibiais : semimembra noso, semitendinos o, bíceps fem. p. longa estão em insuficiência ativa). | Isquiotibiais (semimembra noso, semitendinoso , bíceps fem. p. longa). | Glúteo mínimo: rotação medial – Glúteo máximo: rotação lateral. |
Joelho | Flexão | Excêntrica | Extensores de joelho. | Vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio (o reto femoral está em insuficiência ativa). | Vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e reto femoral. | Vasto lateral: lateralização da patela – vasto medial: medialização da patela. |
Tornozelo | Neutro | – | – | – | – | – |
FASE DE FINALIZAÇÃO
Fase em que a atleta concluiu a execução de todo o exercício e realizou a pose de finalização.
Porção corporal | Movimento | Tipo de contração | Grupo muscular | Agonista (s) | Sinergista (s) acessório (s) | Sinergista (s) verdadeiro (s) |
Ombro | Abdução | Concêntric a | Abdutores de ombro | Até os primeiros 30°C de abdução será o supraespinha l, depois dessa angulação será o deltóide médio. | Deltóide anterior, deltóide posterior e bíceps b. p. longa | Deltóide anterior: impede a extensão e a rotação lateral do ombro. Deltóide posterior: impede a flexão e a rotação medial do ombro. |
Cotovelo | Flexão | Concêntric a | Flexores de cotovelo | Bíceps b. p. longa e braquial | Bíceps b. p. curta, pronador redondo e braquiorradial | Pronador redondo: impede a supinação do bíceps b. p. longa |
Punho | Flexão | Excêntrica | Extensores de punho | Extensor ulnar do carpo, extensor radial longo e curto do carpo | Extensor ulnar do carpo, extensor radial longo e curto do carpo | Extensor ulnar do carpo: desvio ulnar – extensor radial longo e curto do carpo: desvio radial |
Coluna | Leve flexão | Excêntrica | Extensores de coluna | Paravertebra is direito e esquerdo | Interespinhais direito e esquerdo, intertransvers ais direito e esquerdo, multifidios direito e esquerdo e rotadores direito e esquerdo | Os paravertebrais direito, intertransversai s direito realizam inclinação para a direita, e os paravertebrais esquerdo, intertransversai s esquerdo realizam inclinação para |
a esquerda: Inclinação. Os rotadores direto e os multifídios direito irão rotacionar para a direita, e os rotadores esquerdo, multifídios esquerdo irão rotacionar para a esquerda: rotação | ||||||
Quadril | Extensão | Concêntric a | Extensores de quadril | Isquiotibiais (semimembr anoso, semitendinos o, bíceps fem. p. longa) | Glúteo máximo | Glúteo mínimo: rotação medial – Glúteo máximo: rotação lateral. |
Joelho | Extensão | Concêntric a | Extensores de joelho | Reto femoral | Vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio. | Vasto lateral: lateralização da patela – vasto medial: medialização da patela. |
Tornozelo | Neutro | – | – | – | – | – |
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o estudo é possível concluir que mesmo que o salto espacate com pé na cabeça na trave de equilíbrio seja um movimento considerado simples no alto rendimento, analisando cinesiologicamente, é um movimento muito complexo de executar, pois, exige o uso elevado de flexibilidade, coordenação e força muscular de várias partes do corpo humano que são sincronizadas ao mesmo tempo na realização desse movimento, como o quadril, cotovelo, ombro, punho, tornozelo, coluna e os joelhos. Portanto, para realizar tal movimento, é necessário muito treino, mas com o auxílio de uma equipe profissional que veja os limites físicos e mecânicos da atleta, para que diminua os índices de lesões.
REFERÊNCIAS
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Ginástica Artística Feminina: uma revisão de literatura. Anais eletrônicos Campinas, Galoá, 2023. Disponível em: <https://proceedings.science/vi–sig/trabalhos/lesoes–e–medidaspreventivas–na–ginastica–artistica–feminina–uma–revisao–de–lite–2?lang=pt–br> Acesso em: 01 Nov. 2024.
BARBOSA, Kemel José Fonseca. GINÁSTICA ARTÍSTICA. BIUS-Boletim Informativo Unimotrisaúde em Sociogerontologia, v. 26, n. 20, p. 1-22, 2021. Disponível em: <https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/BIUS/article/view/9323>. Acesso em: 01 de nov.
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HOLLANDA, J. Lesões na ginástica artística. Dr. João Hollanda Ortopedista de Joelho, 2022. Disponível em: <https://ortopedistadojoelho.com.br/lesoes–na–ginastica–artistica/>. Acesso em: 1 nov. 2024
HOSHI, R. A. et al.. Lesões desportivas na ginástica artística: estudo a partir de morbidade referida. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 14, n. 5, p. 440–445, set. 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbme/a/3njfFDJG3p6y5RZfjqt8qpk/?lang=pt&format=pdf> Acesso em: 01 de nov. de 2024.
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