GESTÃO EM SAÚDE: PRINCIPAIS DESAFIOS NO GERENCIAMENTO DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE.

HEALTHCARE MANAGEMENT: MAIN CHALLENGES IN MANAGING A BASIC HEALTHCARE UNIT.

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10202014


Thalyta Lorrane Lopes¹
Ilana Maria Maia¹
Ana Lorena Marques¹
Maria Cristina Nunes Madeira¹
Caio Cesar Silva¹
Thammy Holanda Albuquerque¹
João Lucas Gomes¹
Yascara Mineiro¹
Naryelly Stelyte Gomes¹
Vanessa Cristina de Castro Aragão¹


RESUMO 

INTRODUÇÃO: As Unidade Básica de Saúde constituem o elemento fundamental no âmbito de saúde pública, uma vez que, é considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), O gestor tem um papel crucial no manejo da UBS, embora há diversos desafios na gestão, devido à escassez de recursos, infraestruturas, alta demanda da população, sobrecarga do sistema e falta de multiprofissionais OBJETIVO: Abordar os principais desafios relacionados a gestão do SUS nas Unidades Básicas de Saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática, da qual foi realizada em 8 etapas como prevista nos trabalhos baseados em evidência, utilizando a estratégia do acrônimo PICO. Foi realizada pesquisa nas seguintes bases de dados: SciELO, BVS e Pubmed e como critérios de inclusão foram utilizados para este estudo: artigos publicados nos últimos 5 anos, disponíveis de forma digital, estudos completos, em língua inglesa e portuguesa e como critérios de exclusão, estudos fora do coorte temporal, que não abordam a temática em questão e que estão de forma duplicada RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após análise minuciosa dos artigos, trouxeram alguns resultados sobre a gestão das UBS, das quais requer a implementação de estratégias específicas para abordar esses desafios. Investir em recursos e infraestrutura adequados é fundamental para garantir o fornecimento de medicamentos e a melhoria das instalações físicas. Além disso, a contratação e qualificação de profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros, é crucial para assegurar um atendimento multidisciplinar e abrangente à população. CONCLUSÃO: Conclui-se que, uma unidade básica de saúde é responsável por ser a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, tendo como objetivos contribuir com a saúde da população, diante de prevenção de diversas doenças e promoção de saúde, com campanhas e consultas regulares. Portanto, sabendo da grande importância da atenção primária, é imprescindível, ter um gerenciamento adequado visando a resolução dos desafios consistem em escassez de recursos financeiros e baixa infraestrutura, falta de equipamentos médicos, medicamentos. Dessa forma, deve-se ter uma gestão qualificada e responsável seguindo os princípios do SUS: universalidade, equidade e integralidade. 

Palavras-chave: Gestão em Saúde. Unidade Básica de Saúde. Gestão de Recursos em Saúde. 

ABSTRACT 

INTRODUCTION: The Basic Health Units constitute the fundamental element in the scope of public health, since they are considered the gateway to the Unified Health System (SUS). The manager has a crucial role in the management of the UBS, although there are several challenges in management, due to the scarcity of resources, infrastructure, high population demand, system overload and lack of multidisciplinary professionals OBJECTIVE: Address the main challenges related to SUS management in Basic Health Units. METHODOLOGY: This is a systematic review , which was carried out in 8 stages as foreseen in evidence-based work, using the PICO acronym strategy. Research was carried out in the following databases: SciELO, BVS and Pubmed and the inclusion criteria were used for this study: articles published in the last 5 years, available digitally, complete studies, in English and Portuguese and as exclusion criteria , studies outside the temporal cohort, which do not address the topic in question and which are in duplicate form RESULTS AND DISCUSSION: After a thorough analysis of the articles, they brought some results on the management of UBS, which requires the implementation of specific strategies to address these challenges. Investing in adequate resources and infrastructure is essential to guarantee the supply of medicines and the improvement of physical facilities. Furthermore, the hiring and qualification of health professionals, including doctors, nurses, physiotherapists, psychologists and others, is crucial to ensuring multidisciplinary and comprehensive care for the population. CONCLUSION: It is concluded that a basic health unit is responsible for being the gateway to the Unified Health System, with the objectives of contributing to the health of the population, through the prevention of various diseases and health promotion, with campaigns and regular consultations. Therefore, knowing the great importance of primary care, it is essential to have adequate management aimed at resolving the challenges consisting of scarcity of financial resources and low infrastructure, lack of medical equipment and medicines. Therefore, there must be qualified and responsible management following the principles of the SUS: universality, equity and integrality. 

Keywords: Health Management. Basic health Unit. Health Resource Management. 

1.INTRODUÇÃO 

     As Unidade Básica de Saúde constituem o elemento fundamental no âmbito de saúde pública, uma vez que, é considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como objetivos prevenir, diagnosticar e tratar patologias da comunidade. O gestor, tem como função gerenciar e contribuir com a Unidade Básica de Saúde. No entanto, o gestor encontra desafios na gestão, devido à escassez de recursos, infraestruturas, alta demanda da população, sobrecarga do sistema e falta de multiprofissionais. (LOCH, 2020).  

A gestão do SUS corresponde as ações governamentais, com a participação de setores para democratização do poder, com enfrentamento de desafios, devido ao modelo de como é organizado a gestão e pluralidade de demandas. A Unidade Básica de Saúde, promove desde a promoção de saúde a reabilitação dos pacientes, portanto, é necessária uma atenção complexa dos profissionais de saúde. No qual, municípios de pequenos portes enfrentam vulnerabilidade por causa da falta de recursos, falta de autonomia, condições limitadas e poder limitados de decisões dos gestores municipais. (PINAFO, 2020). Sendo assim, as desigualdades políticas e a distribuição de recursos contribuem de maneira efetiva, atrelado a falta de fiscalização e administração dos setores federativos. 

O presente artigo, constitui, em uma revisão de literatura, com finalidade de abordar os principais desafios relacionados a gestão do SUS nas Unidades Básicas de Saúde. 

2.METODOLOGIA  

Trata-se de uma revisão sistemática, da qual foi realizada em 8 etapas: elaboração da pergunta norteadora, seleção de artigos, extração dos dados; avaliação da qualidade metodológica; síntese de dados; avaliação da qualidade das evidências; redação e publicação dos resultados. Com base no tema e utilizando a estratégia do acrônimo PICO: “P” corresponde a população (unidade básica de saúde), “I” corresponde a intervenção (gerenciamento da unidade básica de saúde), “C” corresponde ao controle (desafios para gerenciar a unidade básica de saúde) e por último o “O” que corresponde ao outcome (gestão em saúde qualificada). Tendo assim, como questão norteadora: “Como abordar os principais desafios para o gerenciamento de uma unidade básica de saúde para uma gestão qualificada?”.  

Para resolução da questão norteadora, foi realizada pesquisa nas seguintes bases de dados: SciELO (Scientific Electronic Library Online), BVS e Pubmed; sendo usados os descritores de ciências da saúde: Gestão em Saúde; Unidade Básica de Saúde; Gestão de Recursos em Saúde, utilizando os operadores booleanos AND e OR. Como critérios de inclusão foram utilizados para este estudo: artigos publicados nos últimos 5 anos, disponíveis de forma digital, estudos completos, em língua inglesa e portuguesa e como critérios de exclusão, estudos fora do coorte temporal, que não abordam a temática em questão e que estão de forma duplicada. 

3.RESULTADOS E DISCUSSÕES: 

A revisão sistemática identificou e analisou os principais desafios relacionados à gestão das Unidades Básicas de Saúde (UBS) no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante disso, principais resultados obtidos podem ser resumidos em:  

Tabela 1: 

A revisão realizada de forma minuciosa dos artigos selecionados forneceu insights valiosos a exemplo, um dos desafios mais proeminentes abordados nos estudos diz respeito à escassez de recursos e infraestrutura nas UBS. A falta de medicamentos, equipamentos médicos adequados e instalações precárias afeta diretamente a qualidade dos serviços prestados e na saude da população. Isso foi evidenciado pela pesquisa de Loch (2020) e também enfatizado por Fields e Gandhi (2019), que ressaltaram a importância de um gerenciamento eficaz dos recursos em saúde. 

Outro desafio significativo é a sobrecarga do sistema de saúde e a falta de profissionais multidisciplinares nas UBS. Os estudos de Pinafo et al. (2020) e Lopes et al. (2021) destacaram que muitas UBS enfrentam uma demanda excessiva de pacientes, o que leva a longas filas de espera e dificuldades no atendimento eficiente. Além disso, a falta de profissionais qualificados e a ausência de uma abordagem multidisciplinar eficaz da equipe de saúde, comprometem a capacidade das UBS de oferecer cuidados preventivos, diagnósticos e terapêuticos abrangentes.  

As desigualdades políticas e na distribuição de recursos entre municípios foram abordadas por Pinafo et al. (2020) e o estudo evidenciou como os municípios de pequeno porte enfrentam vulnerabilidades devido à falta de autonomia, recursos limitados e poder de decisão reduzido dos gestores municipais. Essas desigualdades políticas têm um impacto direto na capacidade das UBS de atender às necessidades específicas de suas comunidades. 

Diante do exposto, ficou claro que a gestão das UBS requer a implementação de estratégias específicas para abordar esses desafios. Investir em recursos e infraestrutura adequados é fundamental para garantir o fornecimento de medicamentos e a melhoria das instalações físicas. 

Além disso, a contratação e qualificação de profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e outros, é crucial para assegurar um atendimento multidisciplinar e abrangente à população. 

Por fim, destaca-se a importância das políticas de saúde, que devem buscar a equidade na distribuição de recursos, considerando as necessidades específicas de cada região. Garantindo assim, que os municípios de pequeno porte também tenham condições adequadas de gestão. 

4.CONCLUSÃO:  

Conclui-se que, uma unidade básica de saúde é responsável por ser a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, tendo como objetivos contribuir com a saúde da população, diante de prevenção de diversas doenças e promoção de saúde, com campanhas e consultas regulares. Portanto, sabendo da grande importância da atenção primária, é imprescindível, ter um gerenciamento adequado. No entanto, as UBS sofrem com alguns desafios que precisam ser sancionados para uma melhor gestão e promoção de qualidade de vida para a população. Os desafios consistem em escassez de recursos financeiros e baixa infraestrutura, falta de equipamentos médicos, medicamentos, além de uma equipe multidisciplinar qualificada, que é de grande importância para as comunidades, por ser um ambiente com alta demanda da população, ademais há desigualdades políticas e distribuição desigual de recursos, principalmente para os municípios de pequeno porte, onde são os que mais sofrem com essa escassez. Dessa forma, deve-se ter uma gestão qualificada e responsável para atender todas as redes da atenção primária, com enfoque em sancionar os problemas enfrentados em cada unidade básica de saúde, seguindo os princípios do SUS: universalidade, equidade e integralidade. 

5.REFERÊNCIAS 

ARCARI, Janete Madalena et al. Perfil do gestor e práticas de gestão municipal no Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com porte populacional nos municípios do estado do Rio Grande do Sul. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 407-420, 2020. 

Fields RW, Gandhi N. Ferramentas para Gestão da Saúde da População. Prim Cuidado. 2019 dezembro;46(4):529-538. doi: 10.1016/j.pop.2019.07.012. Epub 2019, 31 de julho. PMID: 31655749. 

LIPRERI, Eliane. Perfil, formação e atuação dos gerentes de unidades básicas de saúde de Caxias do Sul–RS. 2019. 

LOCH, Selma. Desafios e estratégias no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde. Saúde em Debate, v. 43, p. 48-58, 2020. 

Lopes MS, Freitas PP, Carvalho MCR, Ferreira NL, Menezes MC, Lopes ACS. O manejo da obesidade na atenção primária à saúde é adequado no Brasil? Cad Saúde Pública. 15 de dezembro de 2021;37(suplemento 1):e00051620. Inglês, Português. doi: 10.1590/0102311X00051620. PMID: 34932618. 

PESSOA, Débora Luana Ribeiro et al. Os principais desafios da gestão em saúde na atualidade: revisão integrativa/The main challenges of health management today: integrative review. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 2, p. 3413-3433, 2020. 

PINAFO, Elisangela et al. Problemas e estratégias de gestão do SUS: a vulnerabilidade dos municípios de pequeno porte. Ciência & saúde coletiva, v. 25, p. 1619-1628, 2020. 

SILVA, Glebson Moura; CARVALHO, Deise Patrícia Freitas de Oliveira; MELO, Deborah Brandão de. O Processo Circular enquanto ferramenta para a gestão de conflitos em uma Unidade Básica de Saúde. Saúde em Debate, v. 43, p. 129-137, 2020. 

Swarthout M, Bispo MA. Gestão da saúde populacional: Revisão de conceitos e definições. Sou J Health Syst Pharm. 15 de setembro de 2017;74(18):1405-1411. doi: 10.2146/ajhp170025. PMID: 28887342. 


¹Discente da Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí/Instituto de Educação
Superior do Vale do Parnaíba (FAHESP/IESVAP), Parnaíba, Brasil.
²Docente da Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí/Instituto de Educação
Superior do Vale do Parnaíba (FAHESP/IESVAP), Parnaíba, Brasil.