REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202409131408
Lucas da Silva Ribeiro;
Tainá Trindade Pinheiro
RESUMO
O presente trabalho traz uma análise sobre a gestão em saúde, considerando as mais diversas mudanças no Sistema público de saúde, existe uma grande necessidade em buscar conhecer e estudar o que se refere a gestão em saúde, compreender as dificuldades vivenciadas pela gestão pública de Nova Mamoré, compreendendo o que é gestão pública que é extremamente importante no âmbito político. Buscar solucionar estes desafios no processo de gestão para que desta forma seja realizado um trabalho satisfatório neste processo. Por meio da revisão bibliográfica realizada, em artigos publicados, foi possível identificar alguns dos problemas e desafios encontrados no processo de gestão em saúde do Município de Nova Mamoré, dentre os principais problemas estão, falta de profissionais, ausência de recurso humano e financeiro, falta de aparelhos para atendimento mais aprofundado das pessoas. Diante disso, faz se necessário o gestor público, conhecer seus anseios, ter acesso a novas políticas públicas e projetos, para que possa assim intervir junto ao estado, buscando melhorar a saúde da população a ser atendida.
Palavras –chave: Desafios, Gestão em saúde.
1. INDRODUÇÃO
A gestão em saúde ou gestão pública, tem como função administrar ações voltadas para a população em geral, envolvendo tanto áreas da saúde como também educação e segurança. Essa gestão é responsável pela fiscalização e regulamentação por meio de órgãos públicos, tendo o poder de criar leis e cobrar impostos.
Este trabalho tem como objetivo principal, apresentar resultados feitos através de pesquisa em artigos, desafios em Gestão em saúde na região de Nova Mamoré RO e regiões.
Este tema tem uma importância significativa, pois é através das ações realizadas por agentes da saúde que a população consegue um atendimento adequado. Os atendimentos são concentrados tanto em posto de saúde como hospital e até mesmo escolas, onde vão médicos especializados prontos para atender a demanda do local, assim diminuindo o acúmulo da fila de espera. A gestão também apresenta projetos onde são disponibilizados agentes de saúde para atendimento em domicílio, tanto para pacientes debilitados, ou até mesmo para orientação sobre prevenção de doenças, como dengue; Leishmaniose, malária, entre outros.
1.1 A relevância da pesquisa
O presente artigo buscou conhecer, qual a função e os desafios enfrentados pela gestão pública do Município de Nova Mamoré e como organizar.
Sendo assim, para que haja essa organização se faz necessário um planejamento estratégico com metas claras e bem definidas a seguir.
O planejamento irá facilitar o gerenciamento dos recursos públicos.
O planejamento tem por finalidade estimular o administrador a criar estratégias para o alcance dos objetivos e metas com mais segurança. “Planejamento significa determinação de objetivos e metas para o desempenho organizacional futuro, e decisão das tarefas e recursos utilizados para o alcance daqueles objetivos” (SILVA, 1995, p.10).
Segundo Contarini (2009), pode-se descrever vários benefícios que as organizações tem ao se fazer um planejamento estratégico, são alguns deles:
– Agilizar decisões;
– Melhorar a comunicação;
– Aumentar a capacidade gerencial para tomar decisões;
– Promover uma consciência coletiva;
– Proporciona uma visão de conjunto;
– Maior delegação;
– Direção única para todos;
– Orientar programas de qualidade; e
– Melhorar o relacionamento da organização com seu ambiente externo e interno.
Conforme apresenta oliveira (2001), essas são algumas fases a serem seguidas no plano estratégico:
Figura 1: Fases do plano estratégico.
2. Gestão Pública
Conceitualmente, gestão é a prática que deve ser aprimorada para o alcance de determinados fins: no caso do setor público, a gestão existe para reduzir a pobreza, melhorar a educação, aumentar a competitividade da economia, elevar a conservação de recursos naturais, preservar e expandir a cultura, entre outros. Em geral, essas são algumas das principais demandas de uma sociedade, e todo o aperfeiçoamento da gestão do setor público deve ser orientado estrategicamente para o atendimento desses objetivos, ou seja, do desenvolvimento econômico e social (Nascimento, 2017, p.7).
A gestão pública ou administração pública, é gerenciada por sua propria concepção, porém não exclusiva, mas obtendo uma boa conduta.
A escala social, cultural, econômica e política socioeconômica do mundo. No Brasil foram confirmados 712.957 óbitos causando uma grande repercussão, tendo uma queda brusca na economia do país, afetando principalmente as pequenas empresas. De acordo com o IBGE, até junho de 2020 foram fechadas cerca de 716.372 empresas.
– Em outubro de 2023 e junho de 2024, a OMS (organização mundial da saúde), registrou mais de 37 milhões de casos de pessoas com sequela do COVID 19, “Síndrome Pós-COVID-19”. As doenças que estão relacionadas a essa seqüela são:
– Fadiga, dispnéia, arritmias, miocardite, ansiedade, depressão, comprometimento cognitivo, disfunção autonômica e redução da função pulmonar.
O governo tem um papel fundamental para o desenvolvimento de conduta inteligentes com as unidades de Saúde para garantir o bem-estar, físico mental e social da população. (Holanda, Nunes, Herrera, Paiva, Nascimento, Coelho, Silva, Tavares. 2024-07-19.
Para Kohama “administração pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas, administrar, neste caso, significa também gerir os serviços públicos e determinar as diretrizes do sistema econômico e social de uma região ou país. Significa não apenas prestar algum serviço, mas também dirigir, governar, determinar as diretrizes certas a seguir tendo em vista alcançar o bem comum” (Kohama, p. 9, 2008).
2.1 A importância da gestão em saúde pública para melhores resultados no atendimento
Segundo FRANCO MERTHY, “o planejamento em saúde é essencial para a organização dos serviços e para garantir a efetividade das ações de prevenção, promoção e tratamento da saúde” (FRANCO MERTHY, 2010, p. 524).
“A gestão em saúde deve ser capaz de desenvolver processos de trabalho que priorizem a atenção humanizada e o acolhimento aos usuários dos serviços de saúde” (FRANCO; MERTHY, 2010, p. 358).
A equipe é um grupo de pessoas que agem juntas e se apoiam igualmente para alcançar o objetivo em comum. Nas equipes, há harmonia entre os membros para alcançar os ótimos resultados. Por esse motivo, os membros das equipes se apoiam e colaboram entre si para melhorar seu desempenho como um todo. Assim, eles trabalham e desempenham suas atividades em conjunto com a participação e a contribuição de todos, respondendo coletivamente pelo trabalho realizado. Nesse contexto, o foco está no trabalho coletivo, e não no individual. Desse modo, caso um membro da equipe falhe nas suas atividades, provavelmente outras tarefas serão impactadas negativamente (BERGUE, 2019).
Ademais, o Gestor que atua nesta área tem como função gerenciar gastos, supervisionar colaboradores, administrar ações promovidas nesta área, coordenar programas de atendimento, buscando por novas tecnologias, organizar estruturas etc.
Buscar ampliar seu nível de conhecimento será importante para atingir seus objetivos.
Angeloni (2002, p. XV) esclarece que:
“[…] conhecimento não é sinônimo de acúmulo de informações, mas um agrupamento articulado delas por meio da legitimação empírica, cognitiva e emocional”. A Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – Sessão do Rio Grande do Sul (SBGC-RS) conceitua a Gestão do Conhecimento como: […] o processo sistemático, integrado e transdisciplinar que promove atividades para criação, identificação, organização, compartilhamento, utilização e projeção de conhecimentos estratégicos, gerando valor para as partes interessadas. (SBGC-RS, 2008, p. 1.)
O setor de saúde pública anda carente de profissionais qualificados para atuar nos mais variados segmentos. Segundo pesquisas da OMS, atualmente existem apenas 0,99 profissionais de saúde para cada mil habitantes, um número bastante inferior para entregar a eficiência requerida no atendimento da saúde pública.
3. METODOLOGIA
Esse trabalho constitui uma pesquisa bibliográfica, a partir de textos disponíveis na internet, artigos publicados em periódicos na área de gestão pública, livros e acervos de bibliotecas de universidades federais e estaduais. Nossa principal abordagem foi compreender a importância do planejamento na Gestão Pública na área da saúde.
Segundo Noronha; Ferreira, a revisão bibliográfica “[…] propicia ao pesquisador tomar conhecimento, em uma única fonte, do que ocorreu ou está ocorrendo periodicamente no campo estudado, podendo substituir a consulta a uma série de outros trabalhos. […]” (NORONHA; FERREIRA, 2000, p. 192).
Desse modo podemos dizer que o trabalho teve algumas etapas: Veja esse exemplo, faça um esqueminha de seu gosto…
Figura 2 – Etapas da Pesquisa
3.1 O MUNICÍPIO DE NOVA MAMORÉ COMO OBJETO DE ESTUDO
A região de Nova Mamoré já foi conhecida como Boca, Vila, Vila Nova e Vila Nova do Mamoré. Teve como primeiro administrador João Clímaco, um dos pioneiros da região, quando Vila Nova era um distrito de Guajará- Mirim.
O distrito se desenvolveu impulsionado pela descoberta de ouro no Rio Madeira. Cresceu na comunidade o anseio pela emancipação, que se concretiza em 1988. O nome do município foi alterado de Vila Nova do Mamoré para Nova Mamoré em 1993.
Atualmente nova Mamoré apresenta um total de 25.444 habitantes, com um total de 2,53hab/km², expansão territorial de 10.070,490km², Nova Mamoré possui um total de 4 distritos, sendo eles; Araras, Jacinópolis, Nova Dimensão e distrito de Palmeiras. Escolaridade de 6 a 14 anos 92,8%, tendo um índice de desenvolvimento humano de 0,587 e um índice de mortalidade de 4,31 óbitos por mil nascidos vivos. Um índice realizado do ano de 2013 a 2023 notou-se um grande aumento de receitas realizadas ; sendo no ano de 2013 uma média de R$ 50.000.000,00 e no ano de 2023 aproximadamente R$ 200.000.000,00 . As despesas empenhadas no ano de 2023 foram de 150.576.125,80R$, e o PIB per capita 23.076,28 R$.
No momento Nova Mamoré possuem dois pontos de atendimento à saúde dentro do município, sendo um hospital e um posto de saúde.
Figura 2- Extensão territorial.
Extensão territorial, população absoluta, postos de saúde que possui IDH
4. Formação Administrativa de Nova Mamoré
Elevado à categoria de município com a denominação de Vila Nova de Mamoré, pela Lei Estadual n. º 202, de 15-06-1988, alterada em seus limites, pela Lei Estadual n. º 207, de 06-07-1988, desmembrado Guajará-Mirim-RO. Sede no atual distrito Vila Nova de Mamoré (ex-povoado de Vila Nova). Constituído do distrito sede. Instalado em 31-12-1988. Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede.
Pela Lei Municipal n. º 54, de 09-07-1990, é criado o distrito de Pic Sidney Girão e anexado ao município de Nova Mamoré-RO.
Pela Lei Estadual n. º 531, de 17-12-1993, o nome do município foi alterado para Nova Mamoré. Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído de 5 distritos: Nova Mamoré, Araras, Jacynópolis, Nova Dimensão e Palmeiras. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2015.
4.1 Gestão e planejamento de Nova Mamoré
Com a troca da gestão, entre 2020 e 2021, a nova gestão, tinha como estímulo evitar o aumento dos casos de covid, diante disso a nova gestão conseguiu mais equipamentos, a contratação de mais médicos e enfermeiros, fazendo assim que diminuísse os casos de morte pela covid.
Atualmente, a população conta com médicos, centro cirúrgico, medicação, tudo isso foi possível através das estratégias da nova gestão, para solucionar os problemas que havia.
O Gestor traçou metas, montou equipes, buscou por equipamentos para que tudo isso acontecesse, e a população ter um atendimento mais digno.
Existe ainda uma variedade de desafios na saúde pública de Nova Mamoré-R0, qualificação dos funcionários, Organização, implantação de novas tecnologias.
De acordo com Lucchese,
A equidade como um grande desafio a ser enfrentado pelos gestores públicos, pois há a necessidade de se reduzir as diversas desigualdades em saúde por meio de tarefas concretas de gestão que sejam capazes de modificar para melhor as condições de saúde daqueles que se encontram em situações menos favorecidas. (Lucchese, 2003).
4.2 Gestão em saúde no município de Nova Mamoré
Segundo estudos realizados sobre a gestão em saúde na cidade de Nova Mamoré Rondônia, o município passa por uma escassez não só de funcionários,mas também tem dificuldades com financeiro, falta equipamentos para a realização de um atendimento mais qualificado,através da investigação no histórico do município, podemos perceber que alguns servidores costumavam tratar mal, com descaso a população local, percebe-se também que este acontecimento percorre desde o ano de 2012. Desta forma a ausência de um planejamento pode gerar grandes problemas para uma gestão pública, prejudicando sua organização. Conforme destaca Vieira (2009), “o planejamento assume papel vital para o direcionamento de ações a fim de que se atinja ou alcance o resultado previamente escolhido” Vieira (2009, p. 1566)
Durante a pandemia com a falta de profissionais capacitados para lidar com esta nova realidade sobrecarregada, servidores entram em um novo desafio que é de oferecer atendimento digno a todas as pessoas, apesar de estarem em pânico diante desta situação.
Em 2020, apesar de a pandemia estar matando um alto índice de pessoas no Brasil, no município de Nova Mamoré RO estava sob controle, apesar das pessoas estarem com muito medo,a fiscalização sanitária seguia intransigente, no entanto com a redução do número de casos, a gestão errou quando permitiu o fluxo normal das pessoas,neste sentido houve um novo pico de contaminação, atingindo grande taxa de mortalidade, o erro foi não planejamento de estratégia durante o retorno das atividades normais.
Quanto à falta gerencial, Alves, Penna e Brito (2004) mencionam que,
é um fator que compromete significativamente a gestão em saúde, pois em virtude do despreparo dos gestores em saúde, há grandes distorções na atuação destes gerentes, sendo estas distorções manifestadas através de algumas dificuldades em seu cotidiano de trabalho como falta de compreensão das estratégias governamentais, ocasionando entraves para que o gestor assuma uma postura de liderança. Essa atitude é fundamental à realização do trabalho com a comunidade e com as equipes multiprofissionais. (Alves, Penna e Brito, 2004).
5. CONSIDERAÇÕES
O objetivo do estudo foi realizar um balanço do estado da arte da área temática Política, Planejamento e Gestão em Saúde entre 1974 e 2005. Foram recuperadas informações apresentadas em trabalhos anteriores, atualizando-as para os últimos cinco anos, considerando a produção registrada na base de dados bibliográficos LILACS. Descreveu-se a emergência de estudos e investigações em subtemas nessa área temática, procurando relacioná-los aos desdobramentos das conjunturas políticas, particularmente o processo de Reforma Sanitária, a construção do Sistema Único de Saúde e a reorientação das práticas de saúde. Discutiu-se a especificidade da produção no campo e reiterando a necessidade de um trabalho histórico e epistemológico sobre a área no Brasil. Os desafios da prática impõem aos sujeitos, individuais e coletivos, não só perícia técnico-científica, mas sobretudo militância sociopolítica. Sendo assim, concluímos a importância do gestor público na área da saúde, implantando suas políticas e conhecimentos estratégicos para a solução dos mais diversos problemas que possam vir a ocorrer ao longo da trajetória, e também no desenvolvimento de planejamentos estruturais do sistema público para que haja uma organização, trazendo assim a soma de resultados positivos para uma melhoria da população.
Ademais, o planejamento da gestão de saúde pública, irá aprimorar a qualidade dos serviços prestados contribuindo assim para que a sociedade se torne mais saudável.
CONCLUSÃO:
A administração pública, com o passar do tempo, através das experiências vividas, vem adquirindo cada vez mais conhecimento.
Diante disso, a gestão pública se torna mais consciente do seu direito, refletindo sobre sua realidade, buscando junto ao poder público, conhecer os anseios da população e buscar solucionar problemáticas, que possam interferir no bom funcionamento administrativo.
REFERENCIAS:
REBOUÇAS, D, P. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 33. Ed. São Paulo: Atlas, 2015.
REZENDE, D, A. Planejamento estratégico público ou privado. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2015.
LUCCHESE, P,T,R. Equidade na gestão descentralizada do SUS : desafios para a redução de desigualdades em saúde. Ciência & saúde Coletiva, v.8, n. 2, 2003.
VIEIRA, F, S. Avanços e desafios do planejamento no sistema único de saúde. Ciência & saúde coletiva. Rio de janeiro, v 14, 2009.
SHRAIBER, L, B. Planejamento, gestão e avaliação em saúde: Identificando problemas. Ciência & saúde Coletiva, Rio de janeiro, v 4, n. 2, p. 221-242.
OLIVEIRA, D, P, R. Planejamento estratégico: conceitos metodologia práticas. 22. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
KOHAMA, H. Contabilidade Pública: teoria e prática – 10. ed.- 2. reimpr. 2008 – São Paulo: Atlas 2008.