GESTÃO DE OBRAS: DESENVOLVIMENTO DE UMA CONSTRUÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL SEM DESPERDÍCIOS E DE FORMA SUSTENTÁVEL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411302308


Lucas Breno Duarte dos Reis¹
Mikael da Silva Pinto²
Esp. Ronaldo Alves de Siqueira³
Me. Danilo Teixeira Mascarenhas de Andrade4


RESUMO

Este artigo abrange a gestão de obras, na construção civil, com foco na construção sustentável em alvenaria estrutural, reduz desperdícios e otimiza as etapas da atividade. É enfatizado a diferença entre gestão e gerência, e o devido foco em apresentar as etapas e métodos do processo produtivo, bem como apresentar as vantagens de empregar o sistema operacional. Evidenciando os efeitos causados por um não cuidado com a matéria-prima, em seguida mostrando como os fornecedores e colaboradores impactam na tomada de decisões, e por fim, modelos de softwares que auxiliam o gestor. 

Palavras-chaves: gestão de obras; construção sustentável; processo produtivo.

ABSTRACT

This article covers construction management in civil construction, focusing on sustainable construction in structural masonry, reducing waste and optimizing the stages of the activity. The difference between management and management is emphasized, and the due focus on presenting the stages and methods of the production process, as well as presenting the advantages of using the operating system. Highlighting the effects caused by not taking care of raw materials, then showing how suppliers and employees impact decision-making, and finally, software models that help the manager.

Keywords: construction management; sustainable construction; production process.

INTRODUÇÃO

Quando se fala de gestão de obras, geralmente há uma confusão entre gerir e gerenciar uma obra, informalmente falando. A confusão de ideias ocorre por motivo de interpretação equivocada acerca da diferenciação termos, diante disso, para a correta abordagem do tema, gestão de obras visa observar e intervir nos processos produtivos (se necessário), evitando erros na construção e prevendo imprevistos, ao passo que a gerência de uma obra se trata da organização do tempo, recursos e da equipe em que se está trabalhando em uma certa obra (RIBEIRO, 2021).

Entende-se que o conceito por trás de gestão de obras, tem-se a ideia de otimizar o tempo de uma dada construção de alvenaria estrutural, concomitantemente com o ideal sustentável, que visa necessário nas obras de construção civil. O método de realização de gestão é importante para um funcionamento aprimorado dos meios de serviços, para tanto, é imprescindível conhecer bem, todas as etapas da obra, antecipar-se de situações desfavoráveis, rapidez nas decisões, verificação de orçamento,  otimização da obra com os recursos disponíveis, listagem dos lugares bases de compras de materiais da região, padronização, documento que consta os dados acimas, para uma rastreabilidade dos acontecimentos da obra, e por fim, mas não menos importante, profissionalismo e seriedade com o projeto entregue (MATTOS, 2010).  

Sabe-se que a gestão de obras tem um papel imprescindível para sustentabilidade na engenharia civil, e explicitando que a alvenaria estrutural é um sistema construtivo em que as paredes tem função estrutural, dispensando a necessidade de pilares e vigas, e distribuindo os esforços, uniformemente, ao longo das fundações, é válido salientar a eficiência e a efetividade na hora do controle de gestão para que assim seja possível reduzir custos na obra, bem como diminuir a quantidade de desperdícios (TAUIL; NESE, 2010).

Certamente, em uma obra de alvenaria estrutural, quanto a redução de custos e desperdícios, é indispensável um bom projeto, com esse fim, cada etapa do projeto que será executado requer amplo estudo e controle dos estágios da gestão. Com isso, é justo destacar que:

Projeto é um esforço temporário empreendido a partir da coleta de informações provenientes do cliente, que serão interpretadas, analisadas, discutidas, conceituadas e enquadradas legal e tecnicamente por uma equipe de profissionais, por uma equipe técnica, gerando um resultado exclusivo para a criação de uma edificação de alvenaria estrutural (TAUIL; NESE, 2010, p. 30). 

Sem dúvida, possuir um controle de materiais faz parte de um dos processos de gestão de obras, porém saber como armazenar os constituintes da obra se faz tão importante quanto, e requer seu devido cuidado. Com isso, materiais e compostos como bloco estrutural, argamassa, graute e armadura, requerem armazenamentos, fabricações e produção que não comprometam o produto e consequentemente o andar da obra (RAMALHO; CORRÊA, 2003). 

Por fim, o artigo propõe uma solução para os desperdícios gerados em canteiros de obras que trabalham com modelo construtivo de alvenaria estrutural, por sua vez, gerando uma ruptura de paradigmas relacionados aos “tocadores de obras”, que acreditam na maior experiência no ramo e saber como gerir qualquer dinamismo de trabalho, menosprezando, muitas vezes, os meios de gestão. Certamente, ao implementar o modelo de gestão, a tendência é que ocorra uma diminuição de resíduos, melhor trabalhabilidade e controle dos processos produtivos, a fim de que o método empregado seja visualizado por outros ramos e assim implementado (MATTOS, 2010).  

Gestão de obras e etapas de projeto

Na gestão de obras pode-se dizer que existem quatro estágios para que o projeto ocorra de maneira correta, tem-se: o estágio I, onde é definido o escopo, estudo de viabilidade, estimativa de custo e o anteprojeto; posteriormente temos o estágio II, que se divide em orçamento analítico e projeto executivo; no estágio III temos a etapa da execução e por último; o estágio IV, no qual possuímos a etapa de finalização do projeto em questão (Quadro 1) (MATTOS, 2010). Trazendo para o campo da alvenaria estrutural, este método se concentra principalmente no estágio II, onde ocorre a execução do projeto, que contém a maioria das especificações para um bom andamento do modelo construtivo, e principalmente o número de materiais que serão necessários para a construção, toda ou parte dela. 

A alvenaria estrutural e a gestão de obras se relacionam diretamente, pois as mesmas partem da premissa principal de ter o máximo de produtividade com o menor tempo possível, bem como, as etapas previamente bem definidas, assim evitando retrabalhos, o que consequentemente acaba por diminuir os custos da obra, e sua subsequente racionalização dos processos, a fim de obter um menor desperdício de materiais e agilidade produtiva (TAUIL; NESE, 2010).   

Quadro 1 – Etapas de projetos.

Antes Proposto
Programa do projeto                                                               O programa de projeto fornece as necessidades do cliente voltadas ao produto desejado e orienta o profissional sobre o que e como o cliente deseja alcançar seu objetivoEscopo do projeto
O escopo do projeto fornece ao cliente e a todas as equipes técnicas, além das necessidades e o objetivo do projeto, a hierarquização das ações dentro de um contexto macro de atividades técnicas.
Estudo preliminar                                                                     Fase em que o projeto está sendo criado: momento em que se faz o estudo de massa e quando se define o rumo das ações a serem tomadas para o desenvolvimento do programa do projeto. São os primeiros passos para a volumetria e o projeto legal.Estudo e anteprojeto                                              com as atuais ferramentas de pesquisa e de produção de desenhos, desenvolver um estudo preliminar com características de Anteprojeto é absolutamente comum, a disponibilidade da informação e a velocidade de produção possibilitam a unificação de várias etapas, inclusive com todas as disciplinas, estruturas, instalações, projetos de entorno e demais.
Projeto legal                                                                               Projeto que se destina à aprovação da edificação na municipalidadeProjeto e diretrizes legais                              Projeto que se destina à aprovação da edificação na municipalidade e em demais setores de governo para expedição de diretrizes construtivas do próprio empreendimento ou de entorno. Nesta etapa, é possível o desenvolvimento modulado
Anteprojeto                                                                          Fase em que as ações de desenvolvimento mudam de escala e existe o incremento da coordenação e compatibilização as outras disciplinas.Pré-executivo                                                         Nesta etapa, após as compatibilizações já terem sido previamente discutidas na etapa anterior, entre o Anteprojeto e o Projeto Legal, iniciam-se os dimensionamentos definitivos para os projetos de estrutura, instalações e demais. momento em que a modulação está fechada, o desenvolvimento ocorre em outra escala, e o zoom se fecha sobre as interferências construtivas e entre os diversos componentes.
Projeto executivo                                                             Etapa que no passado era vista como a etapa final, em que todas as fases de projeto já haviam sido superadas, e o próximo passo era finalizar o memorial de descritivo e fazer as cópias heliográficas para enviar o projeto para orçamento e execução.Projeto executivo ou projeto de produção            Etapa em que o projeto está finalizado em sua concepção estrutural construtiva; esse é o momento de compatibilizar os últimos detalhes, equalizar informações com os fornecedores dos vários produtos e componentes, detalhar em várias escalas pontos críticos de execução, elaborar, além do memorial descritivo da obra o memorial de execução. o cronograma físico-financeiro da obra e estabelecer as diretrizes de execução com o controle. O projeto modulado para alvenaria vai orientar os outros executivos e as especificações de materiais.

Fonte: TAUIL; NESE, 2010, p. 31).

Certamente é cabível citar o ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Deming, como um meio organizacional que é amplamente utilizado para planejamentos contínuos de processos e soluções, que nascem do estágio inicial da obra, e perduram ao longo de atualizações, com o tempo de construção. PDCA, (Figura 1) tem sua derivação do inglês, que significa Plan (planejar) Do (fazer) Check (checar) Action (agir), e de propósito a não somente planejar, como também possuir controle e monitoramento das etapas produtivas a fim de garantir resultados consistentes. Durante a fase de planejamento, é preciso estudar o projeto, definir a metodologia e gerar um cronograma com as programações desejadas. Em seguida, na etapa de desempenho, por fazer, é válido informar e motivar a equipe, além de executar a atividade. Posteriormente será preciso checar o que se foi realizado e comparar com o previsto, e o que se tem feito, e por fim, agir com ações corretivas, caso necessário (MATTOS, 2010).

Figura 1 – Ciclo PDCA, representação.

Fonte: Escola DNC, 2020.

Nesse viés, é perceptível que o modelo PDCA se faz necessário nas mais variadas obras de construção civil, e no modelo de alvenaria estrutural não é diferente. Este procedimento torna-se simples, quando analisado em etapas de processo, para ter maior controle e intervenção, caso necessário, nos estágios. O padrão construtivo empregado no presente artigo utiliza-se destes métodos, já que um controle de projeto e execução é um dos processos ligados à gestão de obra, que impactam no aprendizado e inovação do meio (MATTOS, 2010).

Controle de qualidade da execução 

O controle de qualidade um plano ajuda a garantir que um projeto de construção ou reforma seja executado de acordo com os padrões, prazos e orçamentos estabelecidos, no caso da alvenaria estrutural essa etapa é extremamente importante, pois como toda a estrutura faz parte da formulação do projeto, um mínimo erro de execução ou um ato fora do padrão, pode ocasionar uma série de incoerências no resultado final (TAUIL; NESE, 2010).

Na alvenaria estrutural também é preciso uma mão de obra qualificada, pois existe uma série de etapas que precisam ser seguidas rigorosamente para o bom andamento da estrutura, e uma prevenção de patologias na estrutura, para isso, é necessário um controle por responsáveis capacitados, como arquitetos e engenheiros civis, tanto para orientações durante a execução, como para oferecer treinamentos para a correta execução, a fim de que os colaboradores, antes da iniciação da obra, e durante, caso os mesmos não consigam compreender as informações empregadas, será necessário um retreinamento, caso seja observado a não conformidade na execução do processo construtivo de alvenaria autoportante  (RAMALHO; CORRÊA, 2003).

Especificação dos Blocos Estruturais

Adentrando no campo da alvenaria estrutural, uma das partes principais da construção é a modulação dos blocos e a disposição dos mesmos no local da obra. Os blocos de alvenaria estrutural são divididos em grupos que são nomeados de famílias, cada família possui uma medida padrão no qual o ambiente onde esse bloco vai estar presente precisa se adequar em relação a essa medida padrão (figura 2) (TAUIL; NESE, 2010).

Figura 2 – Modulações e suas especificações.

Fonte: TAUIL; NESE, 2010, p. 26).

Com as famílias pré-definidas, o projetista precisa definir as medições de cada trecho de sua obra, adequando cada medida de acordo com a família escolhida, consequentemente, definindo o quantitativo de blocos a serem usados na obra, diminuindo assim os desperdícios desnecessários e evitando retrabalhos (figura 3). A grande problemática dos dias atuais é que na parte do projeto, dentro da gestão de obras não é bem feita, por vários fatores como pressa na conclusão do mesmo por conta de prazos apertados, ou procura ineficiente por fornecedores que atendam o prazo de entrega estabelecido por meio de conversas entre cliente e fornecedor, que segundo a NBR 15961-1(Alvenaria estrutural – blocos de concreto), não existe um tempo mínimo de entrega mas é ressaltado que precisa ser entregue no menor tempo possível (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011).

Figura 3 – Construção envolvendo alvenaria estrutural.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Naturalmente, um erro de projeto pode ser ocasionado por um pedido chegar no local da obra, e as medidas não estarem condizentes com o que se é necessário, para isso, com a tentativa de recuperar o tempo perdido, pelo erro, não é feito outro pedido, por causa do tempo levado, e os trabalhadores precisam adaptar os blocos, o que é acaba por ser uma ação proibida pela NBR 16868-2. A norma sugere que o planejamento e a organização do canteiro de obras levem em conta as melhores práticas de manuseio e armazenamento de blocos de concreto, visando minimizar de perdas, com a utilização eficiente dos blocos, desde o transporte até a sua aplicação, previa-se a quebra e o descarte desnecessário de materiais. O regulamento técnico propõe, ainda, recomendações eficazes para a administração de sobras e resíduos de blocos, estimulando a adoção de métodos de reaproveitamento sempre que viável. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011; 2020).

Vantagens de realizar gestão de obras em relação à alvenaria estrutural

Há inúmeras vantagens econômicas e técnicas associadas à alvenaria estrutural se comparado ao concreto armado, partindo desde a otimização no uso de materiais, até a redução de mão de obra. O quadro 2 descreve o modelo do artigo observando-se uma economia de fôrmas, quando existem, além disso, há uma redução considerável em revestimentos internos e externos, desperdícios de materiais e de mão-de-obra, como também há uma maior flexibilidade no ritmo de execução das obras, resumindo todos estes pontos como uma maior racionalização  (RAMALHO; CORRÊA, 2003). 

Quadro 2 – Comparativo entre Estrutura de Concreto Armado e de Alvenaria Estrutural.

 Estrutura de Concreto ArmadoEstrutura de Alvenaria Estrutural
Utilização de Fôrmas:
PilaresX 
LajesXX
VigasX 
Armação:
PilaresX 
Cintas e lajes X
LajesX 
VigasX 
Concretagem:
Pilares X 
Cintas e lajes X
Vigas X 
LajesX 
Desforma:
PilaresX 
VigasX 
LajesX 
Elevação de Paredes X

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

Realmente, é visível as vantagens do modelo de alvenaria estrutural, e sua junção com o modelo de gestão de obras torna a aplicabilidade das ações ainda mais rápida e ágil nas obras. Partindo da elaboração de projeto, associando com o campo de estudo, existe uma demanda de rapidez na atividade e qualidade dos materiais e de entrega, então faz-se urgente programas que auxiliem na administração e execução (MATTOS, 2010).

Gestão de obras com o meio ambiente 

É costumeiro observar, nas obras de construção civil, uma desatenção com os materiais necessários para a construção, não detém de um controle ideal, para tanto, o modelo empregado pela alvenaria estrutural tem por objetivo, diminuir a produção de resíduos, com uma gestão bem definida desde o anteprojeto, dos quais os materiais como armaduras, argamassas, grautes e principalmente os blocos, são previamente calculados de acordo com cada projeto, assim possuindo uma demanda de materiais controlada e devidamente calculada para o mínimo desperdício de materiais e mínimo acúmulo de resíduos no canteiro de obras. A alvenaria estrutural tem um processo de armazenamento de materiais bem rigoroso pois como cada material tem uma função estrutural, eles devem ser armazenados de uma forma que os mesmos não percam nenhum aspecto de sua resistência para que obra esteja com sua qualidade máxima (TAUIL; NESE, 2010).  

Nesse sentido, em algumas obras de alvenaria estrutural, é possível observar que os parâmetros de organização e a devida armazenagem não são devidamente seguidos, em uma obra de construção civil. A integração dos projetos, que era para ser cooperativa, muitas vezes, por falta de comunicação e adequação, resultam em pedidos, quantidades ou metragens de materiais incorretos. Com isso o acúmulo de materiais no canteiro de obras é um dos precursores para o aumento de resíduos no local de construção, se não devidamente armazenado (figura 4),  pois os materiais que são pedidos em tamanhos e quantidades incorretas, para não haver atraso para com um novo pedido de materiais, devido ao curto prazo, os colaboradores são obrigados a quebrar o material para que ele possa ser usado, resultando em uma obra que deixa de ser racionalizada (figura 5), gerando desperdícios e retrabalhos, no ambiente de trabalho (DESCHAMPS, 2009).   

Figura 4 – Armazenagem irregular em um canteiro de obras

Fonte: Elaborada pelo próprio autor, 2024.

Figura 5 – Descarte irregular de blocos de alvenaria estrutural

Fonte: Elaborada pelo próprio autor, 2024.

Fornecedores e terceirizados no campo de ação 

          Na esfera da construção, é essencial procurar fornecedores e profissionais externos (terceirizados), com o intuito de assegurar que cada etapa do projeto seja realizada de maneira eficiente e eficaz. A seleção de um parceiro qualificado que atenda aos critérios estipulados pela construtora minimiza as chances de atrasos e problemas técnicos que possam comprometer o cronograma e o orçamento do projeto. Ao estabelecer critérios objetivos e precisos, tais como a experiência e as competências técnicas do fornecedor, a organização é capaz de alinhar as expectativas desde a etapa inicial, favorecendo uma colaboração mutuamente benéfica para alcançar produtos finais que satisfaçam tanto as demandas dos clientes quanto às exigências do mercado (LUNARDELLI, 2024).

         Ademais, a formalização de acordos contratuais específicos, que estabelecem prazos e critérios de qualidade, evidencia o comprometimento de cada parte na observância de suas obrigações. Esta formalização capacita a organização fabril a supervisionar o desempenho dos seus parceiros por meio de procedimentos de avaliação, assegurando que todos cumpram os prazos e qualidades requeridos. Dessa maneira, o processo de aquisição e supervisão se configura como uma instrumentalidade vital para os administradores de obras, permitindo uma adaptação ágil às distintas alterações, assegurando o progresso do projeto de acordo com o planejamento e a administração eficaz de prazos e custos (LUNARDELLI, 2024).

Ferramentas para gestão (Softwares)

O planejamento e o controle da execução da obra constituem uma parte fundamental, tanto para a captação de investidores quanto para a realização antecipada de vendas diretas ao cliente. O desafio reside em como alcançar o nível de eficiência almejado, com vantagens para ambas as partes, a partir da mera existência de um planejamento e de um controle mais rigoroso da obra, para adquirir um modelo de trabalho racionalizado. Com o progresso das tecnologias de informática, surgiu a possibilidade de ferramentas computacionais que auxiliam as empresas de construção civil a alcançar níveis superiores de eficiência, e agora a indagação é de como disseminar o conhecimento sobre essas ferramentas de maneira geral, com caráter inovador e prático (FIGUEIREDO, N.C, 2022).

Partindo desse ponto apresenta-se um software que analisa a gestão das obras em tempo real, Obra Prima, pela sua facilidade de entendimento e pela sua otimização para pequenas e grandes empresas que buscam sempre a máxima eficiência e agilidade. O software oferece várias opções, como: uma facilidade em gestão financeira; organização de documentos necessários na construção; acompanhamento de progresso, por fotos; comunicação pelo sistema, para aprovar compras, ou observar o andamento (figura 6). Relacionando a parte de obras, o sistema apresenta um planejamento diário e financeiro, juntamente com medições gráficas, que  facilitam na análise produtiva, além de que se tratando de alvenaria estrutural, é extremamente importante para um controle rigoroso dos processos (FIGUEIREDO, N.C, 2022).

Figura 6 – Captura de tela do programa Obra Prima.


Fonte: Obra Prima, 2024.

Metodologia Científica

Em suma, o presente artigo foi realizado com âmbito de mostrar uma opção sistemática para os desperdícios que ocorrem em algumas obras de alvenaria estrutural, que não utilizam o sistema de gestão de obras, o que corrobora para uma ação não sustentável de descarte dos materiais que não servem. A análise feita possui caráter qualitativo, com o uso de textos, artigos científicos e pesquisas em banco de dados, com o propósito de tornar-se-á claro, as informações e as ideias discorridas no presente trabalho. Nesse sentido, é válido destacar que a análise de informações coletadas, possui maior identificação como pesquisa exploratória e bibliográfica, à pesquisa de campo, em visitas técnicas de algumas obras de alvenaria autoportante, no qual foi possível observar a necessidade de um programa geracional que torne o meio de construção, mais rápido e eficaz, e registrar imagens que reforcem os pontos citados no presente trabalho.

Resultados e Discussão

Na gestão de obras observa-se que uma boa gerência dos materiais é importante para a organização dentro de um ambiente de obras, com isso é possível relacionar com a gestão de resíduos no meio ambiente, pois é notório que uma gestão mal feita, podem apresentar excesso de materiais, ocasionando mais desperdícios e prejudicando o meio em que se habita. É evidente que a gestão adequada dos materiais do canteiro de obras não só ajuda a melhorar a eficiência e a economizar dinheiro, como também desempenha um papel importante na proteção do meio ambiente. Se a instalação for cuidadosamente planejada, as emissões podem ser reduzidas, o que evita emissões desnecessárias para o ambiente. Além disso, ao utilizar métodos de recuperação e reciclagem, os resíduos gerados no edifício podem ser processados ​​de forma sustentável, reduzindo o impacto no meio ambiente.

A administração de materiais em um canteiro de obras é fundamental para reduzir desperdícios, evitando, assim, impactos ambientais indesejáveis, o armazenamento inadequado é um dos fatores que contribui diretamente para a degradação de materiais, como blocos cerâmicos, madeira e cimento, quando esses materiais são expostos às intempéries ou armazenados em ambientes fechados com umidade, eles perdem propriedades essenciais (figura 7). Os blocos cerâmicos, em particular, têm o potencial de perder sua resistência estrutural, o que pode levar ao seu descarte, resultando em prejuízos financeiros e aumento de resíduos, portanto, é primordial considerar métodos de preservação e reutilização para mitigar tais impactos.

Figura 7 – Armazenamento adequado dos sacos de cimento.

Qualidade do concreto começa na estocagem do cimento - Cimento Itambé

Fonte: Massa Cinzenta, 2018.

Para minimizar estes danos é imprescindível assegurar que os materiais estejam resguardados contra as adversidades climáticas como a umidade, variação temperatura, contato com agentes químicos, etc. Para tanto, o depósito dos componentes da obra precisa estar coberto, sem contato com o solo, para evitar atração com água, e lugares ventilados, assim como a aplicação de lonas impermeáveis em espaços ao ar livre, configurando-se como uma estratégia preventiva de patologias de matérias-primas. Ademais, também podemos ter uma previsão adequada das necessidades minimizando o acúmulo excessivo de insumos,
impactando na obsolescência ou inutilização dos mesmos. Além disso, ferramentas de planejamento, como softwares de gestão de obras, são essenciais para otimizar a coordenação das entregas de materiais, alinhando-as à demanda específica da obra.

Nesse sentido, uma verificação do armazenamento adequado de materiais é de suma importância, porém, é sabido que nem sempre há o devido armazenamento dos materiais necessários em uma construção civil, e a atitude mais assertiva, é reutilizar a matéria-prima, seja na mesma obra, em um dado momento, ou em uma outra obra futura, com a devida análise de sua capacidade resistiva, além disso, em casos não reutilizáveis em uma obra, é feito o descarte em lugares próprios para sua destinação, o que para estudos, é analisado a volta de um determinado material em uma etapa construtiva (figura 8). 

Figura 8 – Reciclagem de resíduos de construção civil.

As usinas fixas de reciclagem de resíduos da construção civil desempenham um papel fundamental na transformação desses materiais em recursos valiosos. Com tecnologias avançadas, essas usinas processam concretos, tijolos, metais e outros resíduos, garantindo a recuperação de materiais de qualidade para serem reutilizados na indústria da construção, promovendo a sustentabilidade e reduzindo o desperdício.

Fonte: Portal Resíduos Sólidos, 2022.

Conclusão

Destarte, uma construção em alvenaria estrutural é orientada para ser eficaz e sustentável, salientando que não pode ocorrer desperdícios de recursos. Este modelo construtivo mostra o quão benéfico é, junto com gestão de obras, em todas as etapas planejadas, desde a implementação, ao otimizar os recursos, diminuindo os desperdícios presentes na edificação. Por meio de uma abordagem meticulosa, os especialistas da construção civil, de alvenaria, podem mitigar os notáveis impactos ambientais, assegurando um modelo sustentável de trabalho. 

O aproveitamento de ferramentas de softwares, como por exemplo: Obraprima, e os modelos como PDCA, que viabilizam o planejamento, prática, verificação e contrato entre fornecedor e cliente com a continuidade das etapas, garantindo um maior controle dos processos produtivos. Ademais, otimizar o seguimento e a supervisão dos recursos, além de tornar propício à harmonização entre as necessidades do traçado e a disponibilidade de materiais e profissionais, contempla os modelos de programas e método citados no artigo. A incorporação de tecnologias com práticas sustentáveis ilustra uma edificação civil mais contemporânea, evidenciando uma responsabilidade com a esfera ambiental e a otimização dos processos. 

Dessa forma, a direção sustentável das construções e a admissão de modelos construtivos, qual a alvenaria estrutural, constituem em uma forma estrutural que transcende a mera técnica, englobando ainda dimensões éticas e de tarefa ambiental. Esta metodologia estrutural representa um marco para a implementação das práticas geracionais mais sustentáveis e racionais, gradualmente. Conclui-se, portanto, que uma direção efetiva e sustentável de empreendimento, é essencial para o alavancar o segmento da construção civil, ao passo que preserva os recursos naturais, e primários, trazendo benefícios tão a seção como à sociedade.

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 15961-1:2011. Alvenaria Estrutural – Blocos de Concreto. Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro, 2011.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 16868-2:2020. Alvenaria Estrutural. Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro, 2020.

DESCHAMPS, Marcelo. Desperdícios de materiais diretos na construção civil. Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, 2009.

FIGUEIREDO, N.C. Pontifícia Universidade Católica de Goiás. PRINCÍPAIS SOFTWARES DO MERCADO PARA GESTÃO E CONTROLE DE OBRAS: VANTAGENS E CONDIÇÕES NECESSÁRIAS, 2022.

LUNARDELLI, Paula. Gestão de obras: como fazer, softwares e salários dos profissionais. Prevision. Disponível em: <https://prevision.com.br/blog/gestao-de-obras-na-construcao-civil>. Acesso em: 15 out. de 2024.

MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e Controle de Obras. 1 ed. São Paulo: Editora Pini Ltda, 2010.

TAUIL, Carlos Alberto; NESE, Flávio José Martins. Alvenaria Estrutural. 1 ed. São Paulo: Editora Pini Ltda, 2010. 

RAMALHO, Marcio Antonio; CORRÊA, Márcio R. S. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. 1 ed. São Paulo: Editora Pini Ltda, 2003.

RIBEIRO, Marciel. Gestão de obras: como fazer corretamente e dicas para um bom gerenciamento. Mais Controle, 2021. Disponível em: < https://maiscontroleerp.com.br/gestao-de-obras>. Acesso em: 29 out. de 2024.


¹ Discente UNIFSA, lucasbreis79@gmail.com
² Discente UNIFSA, mikaelsilvap10@gmail.com
³ Docente, ronaldosiqueira@unifsa.com.br
4 Docente, danilotma@msn.com