GESTÃO DA QUALIDADE VIA GERENCIAMENTO DE PROJETOS: INOVAÇÕES EM OBRAS HABITACIONAIS DE GRANDE PORTE

QUALITY MANAGEMENT AND PROJECT MANAGEMENT: INNOVATIONS IN SOCIAL HABITATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7699031


Daniel Colares D’Ávila1
Prof. Dr. José Ricardo Flores Faria2


Resumo: Vinculado a uma pesquisa do Programa de Mestrado Profissional em Design Tecnologia e Inovação, o presente artigo tem por objetivo discutir a gestão da qualidade das obras habitacionais de grande porte via gerenciamento de projetos, bem como apresentar as principais inovações com relação ao tema no ramo da construção civil. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica sistemática. Pode-se dizer que o gerenciamento de projetos possui abordagem multidisciplinar e que abrange a gestão da qualidade. Porém, a construção civil é caracterizada pela utilização de controles de qualidade arcaicos, dado que o controle é exercido pelo preenchimento de fichas de papel. Nesse sentido, foram apresentadas algumas tecnologias digitais de gerenciamento de projetos que vêm sendo utilizadas nos últimos anos e que se constituem em uma aposta para os próximos, dentre elas o aplicativo Na Obra, o sistema Bentham Obras e a metodologia Building Information Modeling (BIM), que faz parte, inclusive, de uma iniciativa do governo federal denominada Estratégia Nacional de disseminação do BIM (Estratégia BIM-BR) cujo objetivo é fortalecer a metodologia BIM no Brasil. Pode-se concluir que as inovações mencionadas podem ajudar a promover o gerenciamento de projetos de forma cada vez mais satisfatória, melhorando a qualidade dos empreendimentos habitacionais e contribuindo para o fortalecimento das políticas habitacionais no Brasil.

Palavras-chave: Gerenciamento. Projetos. Qualidade. Inovação. Habitação popular.

Abstract: This article aims to discuss the quality management of large housing projects via project management, as well as to present the main innovations related to the topic in the field of civil construction. For this, an unsystematic bibliographic review was carried out. It can be said that project management has a multidisciplinary approach and encompasses quality management. However, civil construction is characterized by the use of archaic quality controls, given that control is exercised by filling out paper forms. In this sense, some digital technologies for project management that have been used in recent years and that constitute a bet for the next ones were presented, among them the NaObra application, the Bentham Obras system and the Building Information Modeling (BIM) methodology, which is even part of a federal government initiative called the National Strategy for the dissemination of BIM (BIM-BR Strategy) whose objective is to strengthen the BIM methodology in Brazil. It can be concluded that the mentioned innovations can help to promote project management in an increasingly satisfactory way, improving the quality of housing projects and contributing to the strengthening of housing policies in Brazil.

Keywords: Management. Projects. Quality. Innovation. Social Habitation.

Introdução

O déficit habitacional ainda é um dos problemas a serem enfrentados pelo Brasil. Segundo a definição da Fundação João Pinheiro, instituição responsável pela estimativa adotada pelo Governo Federal, o conceito de déficit habitacional está ligado às deficiências no estoque de moradias. Nesse sentido, engloba as unidades residenciais que não possuem condições de serem habitadas em virtude do desgaste da estrutura física ou devido à precariedade das construções, por exemplo. Além disso, compõem o déficit habitacional, moradores de baixa renda que vivem em apartamentos ou casas com grande densidade de pessoas ou que não têm condições de suportar o pagamento de aluguel (FJP, 2021).

Segundo o mais recente Relatório Déficit Habitacional no Brasil, que corresponde aos anos de 2016 a 2019, elaborado em parceria pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e a Fundação João Pinheiro, a estimativa do déficit habitacional para 2019 foi de 5,876 milhões de domicílios. Considerando os componentes do déficit, isso significa que 3,035 milhões de domicílios, ou seja, 51,7% do déficit se encontrava em situação de ônus excessivo com o aluguel urbano, referente aos domicílios cuja renda domiciliar era inferior a três salários mínimos e mais de 30% desse valor era gasto com aluguel. Com relação às habitações precárias, existem cerca de 1,482 milhões de domicílios nessa situação, o que corresponde a 25,2% do déficit. E, sobre o último componente, que é o da coabitação, em 2019 já existiam 1,358 milhão de domicílios nessa configuração, o que equivale a 23,1% do déficit total (FJP, 2021).

Levando em conta o problema apresentado, surge a necessidade de construção de novas habitações e/ou melhoria das já existentes. Para isso, foram criadas políticas públicas de habitação, com destaque para o Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida (PMCMV), lançado em 2009 pelo Governo Lula, reeditado em 2011 pelo Governo Dilma e sob novo nome (Casa Verde e Amarela) em 2021 pelo Governo Bolsonaro (BERR; FORMOSO, 2012). 

Tais políticas habitacionais têm como resultado as chamadas obras habitacionais de grande porte e de interesse social, isto é, obras com cerca de 300 unidades residenciais (casas ou apartamentos), que são destinadas a famílias divididas em algumas faixas de renda. As habitações decorrentes desse tipo de empreendimento são financiadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) e, vale salientar que, antes do financiamento da CEF, existe o investimento de empresas ligadas ao ramo da construção civil, responsáveis por empregar uma quantia razoável de recursos financeiros e uma estrutura organizacional fixa e direcionada para viabilizar os novos empreendimentos. Para isso, são realizados estudos cujo intuito é verificar os locais onde há déficit habitacional aliado a alguns fatores, tais como: público alvo, capacidade de venda, infraestrutura local etc (BERR; FORMOSO, 2012).

Porém, a política que viria para resolver o problema do déficit habitacional no Brasil, ou seja, as obras habitacionais de grande porte e de interesse social traz consigo algumas patologias na construção civil que comprometem a satisfação do consumidor final e até mesmo as condições de segurança e habitabilidade (ALVES; THOMÉ; TOSTA, 2017). Segundo o estudo de Alves, Thomé e Tosta (2017), a patologia na construção civil pode ser definida como o estudo das falhas construtivas. Dessa forma, o ramo da construção civil considera como patologia, por exemplo: trincas, rachaduras, fissuras, manchas, degradação do concreto, infiltração, descolamento de revestimento em fachadas, falhas de concretagem etc (ALVES; THOMÉ; TOSTA, 2017).

O problema do presente artigo está inserido no contexto apresentado, ou seja, a discussão sobre as patologias na construção civil com relação às habitações populares. Ele está vinculado a uma pesquisa do Programa de Mestrado Profissional em Design Tecnologia e Inovação, na Linha de Pesquisa Gestão e Projetos, e visa buscar no Design uma ferramenta para solução deste determinado problema da construção civil, com enfoque na inovação e na tecnologia. O comprometimento na infraestrutura dessas obras e a insatisfação dos consumidores com as mesmas implicam, inclusive, em ações judiciais contra as empresas construtoras dos empreendimentos imobiliários. Nesse sentido, dimensionar tais patologias, identificar em qual momento elas são mais presentes e verificar quais formas já existem para solucionar e prevenir problemas é extremamente importante por diversos fatores: contribui para a satisfação dos consumidores finais; reduz custos; diminui a possibilidade de retrabalho; e, principalmente, contribui para o aprimoramento das políticas habitacionais, que visam sanar o problema do déficit habitacional no Brasil (ALVES; THOMÉ; TOSTA, 2017; VICENTIM; KANASHIRO, 2016).

Importante ressaltar que as manifestações patológicas podem ocorrer em diversas fases, como o planejamento, o projeto, a execução e o uso propriamente dito. Por conta disso, uma das possibilidades de enfrentamento e solução seria identificar se existe algum momento em que as falhas ocorrem com mais frequência e, identificado o gargalo, elaborar propostas de enfrentamento do problema. Em consonância ao que foi exposto, o estudo de Alves, Thomé e Tosta (2017) trás um dado interessante: 40% das manifestações patológicas constatadas em perícias poderiam ter sido evitadas ainda na etapa do projeto. Isso significa que o nível de controle e planejamento em cada processo construtivo se constitui em um fator determinante para a ocorrência (ou não) de anomalias (ALVES; THOMÉ; TOSTA, 2017).

Os dados mencionados até o presente momento indicam que a gestão da qualidade dos empreendimentos de interesse social poderia ocorrer como uma das formas mais adequadas de prevenção às possíveis anomalias futuras e tal gestão pode ocorrer através do gerenciamento de projetos, que consiste na aplicação de ferramentas, conhecimento e habilidades cujo objetivo é atender os propósitos do projeto. E, para que os objetivos sejam alcançados da forma mais efetiva, o gerenciamento de projetos envolve ações que visam planejar, executar e controlar diversas áreas envolvidas no projeto. Dada a abordagem multidisciplinar do gerenciamento de projetos, pode-se dizer que ele abrange mais de dez áreas de conhecimento, dentre elas: integração, escopo, cronograma, custos, qualidade, recursos, comunicação, riscos, aquisições e partes interessadas (PMBOK, 2017).

O objetivo do presente artigo é discutir a gestão da qualidade das obras habitacionais de grande porte via gerenciamento de projetos, bem como apresentar as principais inovações com relação ao tema no ramo da construção civil.

O texto foi dividido em cinco seções, considerando a presente introdução. A próxima seção apresenta o referencial teórico utilizado como subsídio para a discussão. O referencial está subdividido em três seções onde são apresentadas informações sobre gerenciamento de projetos, gestão da qualidade e quais os tipos de inovação. A terceira seção apresenta o método utilizado. Em seguida, a quarta seção discute a relação entre o sistema de gestão da qualidade (via gerenciamento de projetos) com as inovações e apresenta algumas inovações já utilizadas no âmbito da construção civil, em especial no que se refere às obras habitacionais de grande porte. Por fim, a quinta seção trata das considerações finais e apresenta temas para pesquisas futuras.

Referencial teórico

Gerenciamento de projetos

Antes de discutir o que é gerenciamento de projetos, quais os seus objetivos, bem como quais áreas de conhecimento ele possui, é interessante definir o que é projeto. Dessa forma, segundo A Guide to the Project Management Body of Knowledge – PMBOK (Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos), o projeto é “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo (entregas)” (PMBOK, 2017).

Nesse sentido, o gerenciamento de projetos é a aplicação do conhecimento, técnicas, ferramentas e habilidades cujo propósito é atender os requisitos do projeto. Para isso, por meio do gerenciamento de projetos é que são estruturadas as ações de planejamento, execução, controle e análise do projeto, a fim de que seus objetivos e entregas sejam alcançados. A importância do gerenciamento de projetos se deve ao fato de que, por meio dele, é possível entregar serviços e produtos de qualidade e que atendam as expectativas dos envolvidos no projeto. Dentre os benefícios do gerenciamento de projetos, pode-se citar o aumento do comprometimento com objetivos e resultados, a disponibilidade de informação para a tomada de decisão, o aumento da integração entre as áreas envolvidas no projeto, a minimização dos problemas e dos riscos, o aumento da produtividade da equipe, melhoria da qualidade dos resultados etc (PMBOK, 2017).

Uma característica comum em todo projeto é que ele possui uma abordagem multidisciplinar, ou seja, por mais simples que seja o projeto, ele deve ser observado por uma série de pontos de vista em que cada um corresponde a uma parte específica do produto ou serviço que está sendo criado. A denominação para esse fenômeno é área de conhecimento e um projeto pode possuir em média dez ou mais áreas de conhecimento, em que as mais comuns são: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos, aquisições e partes interessadas (PMBOK, 2017).

O Quadro 1, a seguir, descreve brevemente cada uma das áreas de conhecimento que compõem o gerenciamento de projetos.

Quadro 1 – Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos

Elaboração própria. Fonte: PMBOK, 2017. 

Como é possível observar a partir do Quadro 1, o projeto possui diversas áreas de conhecimento, que são integradas entre si. Ressalta-se que cada uma dessas áreas possui complexidade e que podem ser estudadas de forma individual. Porém, é por meio do gerenciamento adequado de cada uma dessas áreas, tanto de forma individual quanto integrada, que o projeto pode ser classificado como satisfatório ou não. E, considerando que o objeto de análise do presente artigo é o gerenciamento da qualidade, a próxima seção apresenta em detalhes os objetivos dessa área de conhecimento, destacando sua importância, objetivos e possíveis contribuições.

Gerenciamento da qualidade (ou gestão da qualidade)

A área de conhecimento de gerenciamento de projetos referente à qualidade é aquela em que há preocupação com as entregas do projeto e elas podem ser mensuradas mediante algum tipo de indicador de qualidade, cujo intuito é controlar e verificar se o projeto cumpre com as exigências necessárias do âmbito em que ele está inserido. Para o caso das obras habitacionais de grande porte e de interesse social, existem normas que devem ser cumpridas e que, se não forem, podem até mesmo inviabilizar a continuidade do projeto (PMBOK, 2017). 

Uma das características da gestão da qualidade é que ela é uma forma de prevenção de problemas, ou seja, um ambiente que possui como cultura organizacional a projeção de qualidade nas entregas do produto e/ou serviço que está sendo criado, faz com que os problemas que, porventura, são encontrados nas inspeções sejam mínimos ou até mesmo inexistentes. Tal política pode interferir diretamente nos custos do projeto, uma vez que o custo com a prevenção é menor do que o custo com a resolução do problema (PMBOK, 2017).

Considerando projetos de grande porte, dentre eles as obras habitacionais de interesse social, o controle de qualidade pode ser feito por amostragem e o gerente de projetos deve ter familiaridade com esse tipo de controle, que pode ser a amostragem por atributos (quando o resultado está ou não em conformidade) ou a amostragem de variáveis (quando o resultado é classificado a partir de um ou mais indicadores). Portanto, o controle de qualidade muitas vezes é exercido a partir de indicadores e classificações que mensuram se determinada entrega do projeto satisfaz (ou não) a qualidade esperada ou os requisitos necessários para que o projeto continue em andamento (PMBOK, 2017). 

Sendo assim, são observadas a qualidade dos bens e serviços, a assistência técnica adequada às solicitações e o uso das ferramentas e métodos de gestão. Trata-se de um sistema complexo e integrado de relações em que o impacto em um determinado setor pode contribuir para o sucesso ou fracasso de outro. Por conta disso, como mencionado, o sistema de gestão da qualidade eficaz permite a maior eficiência do negócio, reduzindo os custos da não qualidade e evitando a possibilidade de desperdícios (KLEIN; CORREIO, 2019).

Dentre os temas que sintetizam as pesquisas sobre o controle da qualidade, a pesquisa de Klein e Correio (2019) destaca quatro: o primeiro refere-se à sustentabilidade. O segundo, que é um complemento do primeiro tema, trata do gerenciamento ambiental e organizacional. Já o terceiro diz respeito ao trabalho diário, ou seja, a forma como ele ocorre e como as demandas dos trabalhadores são atendidas. Por fim, o último tema, mas não menos importante, ressalta a importância da gestão da qualidade com foco no cliente e em sua satisfação (KLEIN; CORREIO, 2019).

Com relação, especificamente, às obras habitacionais de grande porte e de interesse social, decorrentes de políticas públicas como o Programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, como mencionado, elas precisam passar por um processo rigoroso de controle de qualidade. Isso ocorre porque esse tipo de obra está inserido em um contexto de orçamento limitado, o que implica no maior controle dos processos de forma a evitar possíveis perdas. Além disso, dado que o financiamento dos empreendimentos imobiliários dessa configuração são financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF), uma vez que a CEF é a agente de políticas habitacionais do Governo Federal, também há o controle das obras habitacionais por parte desse órgão, que necessita de informações sobre a qualidade das habitações para ser possível controlar os empreendimentos e aprovar a entrega das obras (BERR; FORMOSO, 2012).

Além do controle da CEF, realizado por meio de visitas periódicas aos empreendimentos de interesse social, há também o interesse das empresas construtoras em obter certificações de qualidade através das normas ISO 9000 (ABNT, 2008) e do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) (BERR; FORMOSO, 2012). Entretanto, embora o controle de qualidade exista, as dificuldades de implementação da qualidade apresenta alguns obstáculos, como exemplo: deficiências no gerenciamento dos canteiros de obras, dificuldades no acompanhamento das obras, ineficácia dos mecanismos de fiscalização, bem como a inexistência e/ou imperfeição de sistemas da informação capazes de identificar rapidamente falhas durante o processo de produção (BERR; FORMOSO, 2012).

Em decorrência do que foi exposto, dado que as solicitações para manutenção pós obra apresenta índices consideráveis, o controle da qualidade é de suma importância para o andamento da obra e para o seu acompanhamento posterior e inovações nessa área podem contribuir para o melhor gerenciamento dos projetos e, consequentemente, uma melhor gestão da qualidade (BERR; FORMOSO, 2012).

Os tipos de inovação

Determinado bem ou serviço é considerado inovador quando apresenta uma novidade ou melhoria no que já existia. O Manual de Oslo (2006), que é referência nos estudos sobre inovações e pesquisas sobre desenvolvimento, divide a inovação em quatro tipos: produto, processo, marketing e organizacional.

Em síntese, as inovações de produto são aquelas em que há a introdução de modificações significativas nos materiais dos produtos e nas suas características funcionais. As de processo são aquelas que apresentam melhorias nos métodos de produção e distribuição. Já as de marketing referem-se às formas como determinado produto é propagandeado e vendido, desde a concepção de sua embalagem até a sua divulgação. A última categoria de inovação definida pelo Manual de Oslo é a organizacional, que são as inovações referentes à forma como o trabalho e as relações da empresa são organizadas. Essa inovação considera a implementação de novos procedimentos de condução do trabalho, bem como de novas rotinas. É por meio desse tipo de inovação que é possível, por exemplo, melhorar o compartilhamento dos aprendizados, conhecimentos e experiências entre os trabalhadores da empresa (MANUAL DE OSLO, 2006).

Em consonância com a inovação organizacional, a inovação de serviços, apesar de não ser objeto de definição do Manual de Oslo, se assemelha à definição das inovações organizacionais e podem ser o complemento da mesma. Dessa forma, uma inovação de serviços pode ser definida como a mobilização de competências e técnicas cuja finalidade é produzir um serviço que seja útil para alguém (seja alguém envolvido durante o processo de produção ou até mesmo o consumidor final). São doze as variáveis consideradas nas inovações de serviços: (1) formas de gestão; (2) estratégias adotadas pela organização; (3) localização; (4) tamanho; (5) TIs empregadas e habilidades com essas tecnologias; (6) globalização; (7) desafios sociais; (8) desafios ambientais; (9) papel do Estado; (10) abertura externa; (11) abertura interna e (12) posição das empresas em redes de conhecimento (LÉO; GAMARRA, 2017). 

Nesse sentido, por meio da inovação organizacional e de serviços, é possível atingir uma maior produtividade, redução de custos, bem como uma maior satisfação no local de trabalho. Além disso, outro aspecto proporcionado pelas inovações organizacionais e de serviços refere-se à introdução de sistemas de gestão da qualidade, que proporcionam maior satisfação para o consumidor final, o cumprimento das demandas sociais, ambientais e diminuem as possibilidades de retrabalho na empresa (MANUAL DE OSLO, 2006; LÉO; GAMARRA, 2017). 

Método

Utilizou-se como método de pesquisa a revisão bibliográfica assistemática, também conhecida como RBA. Essa modalidade de revisão bibliográfica permite identificar pesquisas com temas similares e que são necessários para a construção do referencial teórico que subsidiará a análise dos resultados que serão encontrados. Além disso, é por meio da RBA que é possível compreender como o tema aparece em pesquisas sobre assuntos semelhantes, o que permite a melhor compreensão e publicização dos resultados iniciais que serão encontrados, bem como o direcionamento que se dará em pesquisas futuras a partir do que foi discutido na presente pesquisa (SANTOS, 2018).

Discussão

Considerando o objetivo do presente artigo, isto é, a discussão da gestão da qualidade a partir do gerenciamento de projetos, bem como a apresentação de exemplos inovadores na área da construção civil, as próximas subseções discutem a relação entre inovações e gerenciamento da qualidade, além de apresentarem alguns exemplos de práticas já utilizadas na construção civil e que serão objetos de incentivo do governo federal para os próximos anos.

Inovação e gestão da qualidade 

O gerenciamento de projetos, com destaque para a gestão da qualidade pode ser realizado a partir de métodos considerados inovadores, tais como as novas tecnologias digitais. Nesse sentido, a partir da aplicação de algum método novo ou significativamente melhorado, pode-se dizer que se trata de uma inovação.

No que diz respeito, especificamente, às inovações de serviços e organizacionais, o sistema de gestão da qualidade se insere nessa configuração de inovação porque elas relacionam-se à forma como os serviços são oferecidos e sobre como o trabalho é organizado. Uma política de qualidade está dimensionada em diversas relações, tais como as relações com os clientes, fornecedores, trabalhadores etc. Dessa forma, sua aplicação pode promover novidades ou melhorias em diversos sistemas, o que caracterizaria a inovação (SOUZA; ABIKO, 1997).

Para além da importância das inovações e da necessidade de um sistema de gestão da qualidade, procurou-se explicitar, através de trabalhos utilizados como referência em áreas correlatas, quais são os impactos desse tipo de política adotada nas organizações, com destaque para as construtoras de obras de grande porte e com finalidade social. Além disso, a próxima seção apresenta alguns exemplos de inovações utilizadas no gerenciamento de projetos e gestão da qualidade. 

Inovações no âmbito da construção civil

O estudo sobre como as inovações são aplicadas em empresas tem sido tema de artigos científicos. Como exemplo, o texto de Léo e Gamarra (2017) que realiza uma revisão bibliográfica sistemática para explicar como a inovação em serviços foi conceituada pela literatura de referência. Nesse sentido, os autores apontam que a inovação de serviços pode ser definida como um processo interativo, local, evolucionário e que é capaz de promover melhorias não só para os clientes, mas também para as próprias empresas e demais envolvidos no processo, como os trabalhadores (LÉO; GAMARRA, 2017).

A inovação de serviços se assemelha, também, ao que o Manual de Oslo (2006) conceitua como inovação organizacional, isto é, a implementação de novos métodos de organização do trabalho, dos negócios e das relações externas da empresa (MANUAL DE OSLO, 2006). No entanto, embora a discussão sobre os conceitos de inovação existam, estudos sobre como elas são aplicadas tem se mostrado cada vez mais recorrentes (LÉO; GAMARRA, 2017).

Nesse sentido, dado que as inovações apresentam um papel importante para a melhora dos produtos e serviços da empresa, bem como de suas relações entre os trabalhadores, fazendo com o ambiente seja mais produtivo e, consequentemente, mais competitivo, no âmbito da construção civil não é diferente. Sob o contexto da chamada indústria 4.0, isto é, a integração de todos os suprimentos da cadeia produtiva via o meio digital e a modernização e ampliação das tecnologias fizeram com que a construção civil também tivesse inovações digitais capazes de melhorar e integrar de forma mais adequada o sistema de gestão da qualidade (SILVA JÚNIOR; SANTOS; SANTOS, 2020).

Porém, apesar do avanço das inovações digitais, a indústria da construção civil é considerada conservadora e um setor que apresenta dificuldades na implementação de novas tecnologias digitais de gerenciamento de projetos (e gestão da qualidade) através de, por exemplo, aplicativos, softwares computacionais, checklists digitais etc. Segundo estudo da PWC Global (PricewaterhouseCoopers), realizado em 2016, a ausência de uma cultura digital e de treinamentos relacionados a essa cultura se constituem no maior desafio de construtoras e demais empresas no âmbito da indústria da construção civil. Em todo o mundo esse setor apresenta dificuldades na implementação de tecnologias digitais relacionadas ao contexto da indústria 4.0 (SILVA; SIMÃO; MENEZES, 2018).

Dessa forma, o que as construtoras utilizam de forma majoritária para o controle da qualidade são papéis e o controle é realizado por meio das Fichas de Verificação de Serviços, que depois de um tempo são descartadas, o que, além de gerar um prejuízo ao meio ambiente, dada a praticidade das novas tecnologias digitais, a utilização de papel acaba sendo um método considerado arcaico e desvantajoso do ponto de vista operacional, dado que o âmbito tecnológico tem se mostrado mais eficiente (SOARES JÚNIOR; BACHIM, 2020; BATISTA et al., 2019). 

Apesar do exposto, mesmo as empresas da construção civil não sendo maioria no âmbito da implementação da cultura digital, é importante ressaltar que já existem iniciativas nesse sentido e que este parece ser um campo com especial destaque para os próximos anos. Se inserem como exemplo o caso do aplicativo NaObra, que compila os principais pontos para a entrega da obra num checklist digital com base nas normas NBR 15575 e na ISO 9001, que são normas referentes às condições mínimas para que determinado empreendimento imobiliário seja considerado habitável e possua condições de qualidade para uma habitação adequada (CRUZ; ALVES; MARZANO JÚNIOR, 2021). 

Outra iniciativa é o Bentham Obras, que é um sistema de gestão inteligente, desenvolvido em parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) e o Laboratório de Redes de Computadores e Sistemas (LAR), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) a partir de uma demanda da empresa Quanta Consultoria LTDA, que atua nas áreas de planejamento urbano, engenharia e consultoria tanto de forma nacional quanto internacional e é quem possui todos os direitos de uso, comercialização e distribuição do Bentham Obras (BATISTA et al., 2019). 

Figura 1: Interface do aplicativo Bentham Obras

Fonte: BATISTA et al., 2019.

Dividido em dois módulos, web (para utilização em escritório) e mobile (para utilização em campo), o Bentham Obras tem como função subsidiar processos administrativos e gerenciais, tais como o acompanhamento de cronogramas, o controle da execução, a gestão de aspectos ambientais, o acompanhamento financeiro, cumprimento de contratos, verificação de serviços para acompanhar possíveis não conformidades, controle de qualidade etc. Os módulos são os seguintes: (1) Módulo de Planejamento de Programa (web); (2) Módulo de Controle de Contratos (web e mobile); (3) Módulo de Iniciar Jornada (mobile); (4) Módulo de Controle de Qualidade (web e mobile) e (5) Módulo de Meio Ambiente (web) (BATISTA et al., 2019). 

Em consonância aos exemplos mencionados e que é uma das metodologias que passou a ser utilizada como uma das principais apostas para os próximos anos no mercado da tecnologia para Arquitetura, Engenharia e Construção, pode-se citar a Building Information Modeling (BIM) ou Modelagem da Informação da Construção. A BIM tem por objetivo subsidiar, de forma integrada, todas as etapas do gerenciamento de projetos, fazendo com que as pessoas envolvidas no projeto possam ter acesso às informações ao longo de todos os processos do projeto, o que permitirá um maior controle, precisão, verificação de lacunas e problemas ao longo do andamento do projeto e que fará com que o gerente do projeto possa tomar decisões de formas mais precisas e certeiras (BATISTA et al., 2019). 

A implementação do BIM resulta em uma mudança no fluxo de informações entre os envolvidos na construção de determinado empreendimento imobiliário, é por meio do BIM que a comunicação e gerenciamento podem ocorrer de forma mais rápida, prática e vantajosa, gerando benefícios como a otimização do desempenho corporativo, a tecnologia integrada que permite análise de dados e relatórios em tempo real, o cumprimento de tarefas previstas no cronograma e a consequente entrega da obra dentro do prazo pré-estabelecido, a maior análise dos riscos e a prevenção de acidentes, melhorando a segurança dos envolvidos no processo construtivo. Portanto, trata-se de uma ferramenta inovadora e que permite o bom gerenciamento de projetos, desde o seu planejamento, execução, monitoramento e controle até a integração entre as áreas de conhecimento, tais como a gestão da qualidade (BATISTA et al., 2019). 

Dados os benefícios e possíveis contribuições da tecnologia BIM para o gerenciamento de projetos e a consequente melhora na qualidade das obras, existe um esforço do governo federal para que essa tecnologia comece a ser implementada nas empresas da construção civil. Denominada Estratégia Nacional de disseminação do BIM (Estratégia BIM-BR), com decreto publicado em 17 de maio de 2018 e desenvolvida pela Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial e que possui vinte e seis instituições envolvidas, dentre elas a Caixa Econômica Federal, tem por objetivo promover um ambiente adequado para a difusão e investimento em BIM no Brasil (BRASIL, 2017).

O documento do governo federal aponta que, atualmente, somente 5% das empresas da construção civil utilizam o método BIM e que uma das metas da Estratégia BIM é ampliar esse número para 50% em até dez anos. Dentre os resultados esperados, pode-se citar ganhos de produtividade, qualidade e sustentabilidade ao setor da construção civil; maior precisão no planejamento, promovendo maior confiabilidade nos cronogramas e orçamentos; redução dos prazos e dos custos para a conclusão das obras etc (BRASIL, 2017). 

Portanto, inovações digitais no âmbito da construção civil são objetos de debate e tendem a ser implementadas nos próximos anos. Porém, é inegável que os desafios são muitos e que precisam ser considerados, em especial no que se refere à resistência de metodologias digitais, o que reforça a necessidade de estudos e divulgações sobre o setor, experiências com as inovações digitais e treinamentos das equipes que utilizarão a tecnologia (BATISTA et al., 2019).  

Considerações finais

O objetivo do presente artigo foi discutir a gestão da qualidade das obras habitacionais de grande porte via gerenciamento de projetos, além de apresentar as principais inovações com relação ao tema no âmbito da construção civil.

A partir do referencial teórico e da discussão, foi possível perceber que, considerando a problemática das patologias presentes nas obras habitacionais de grande porte, em especial as de interesse social, pode-se dizer que o gerenciamento de projetos se constitui em uma das possíveis soluções para o problema. Como apresentado, o gerenciamento de projetos possui uma abordagem multidisciplinar, chegando a incorporar cerca de dez áreas de conhecimento, dentre elas a gestão da qualidade.

O enfoque para a gestão da qualidade indicou que, por meio da gestão adequada, existe a possibilidade não só de diminuir os custos da empresa com patologias futuras, diminuição de retrabalho por parte dos envolvidos e, consequentemente, o aumento da satisfação do consumidor final. Além disso, uma das principais vantagens do gerenciamento adequado da qualidade é justamente a prevenção de determinados problemas e não somente a diminuição da possibilidade de ocorrência. 

Nesse sentido, a gestão da qualidade nas obras da construção civil tem sido caracterizada pela utilização de métodos considerados arcaicos, dado que, de forma majoritária, o controle da qualidade é exercido através do preenchimento manual das chamadas Fichas de Verificação de Serviços que são, posteriormente, descartadas. Tal método de controle de qualidade, além de prejudicial ao meio ambiente, não é considerado prático, uma vez que existe um grande acúmulo de papel e de informações que não são acessíveis de forma integrada pelo gerente de projetos. 

Por fim, como solução de melhoria dos métodos de gestão da qualidade, foram apresentadas algumas estratégias que vêm sendo utilizadas nos últimos anos e que tendem a ser uma aposta para os próximos. Dentre os métodos apresentados, estão as tecnologias digitais de gerenciamento de projetos, tais como o aplicativo NaObra, o sistema Bentham Obras e a metodologia Building Information Modeling (BIM), que faz parte, inclusive de uma iniciativa do governo federal denominada Estratégia Nacional de disseminação do BIM (Estratégia BIM-BR) cujo objetivo é fortalecer a metodologia BIM no Brasil e, consequentemente, promover o gerenciamento de projetos de forma cada vez mais satisfatória, melhorando a qualidade dos empreendimentos habitacionais. 

O presente artigo tratou de discussões ainda no âmbito teórico, com a finalidade de verificar alguns exemplos inovadores de gerenciamento de projetos e qualidade no setor da construção civil e, como sugestão de pesquisas futuras, ressalta-se a importância de estudos de caso verificando como se deu a aplicação dessas tecnologias digitais e quais foram os benefícios e desafios encontrados. A partir de estudos como o do presente trabalho e o que foi sugerido, em conjunto com demais pesquisas sobre o assunto, será possível fortalecer a gestão da qualidade nas construtoras e entregar obras habitacionais de interesse social cada vez mais satisfatórias, o que pode contribuir para o fortalecimento das políticas habitacionais no Brasil. 

Referências

ALVES, L. G.; THOMÉ, V. M.; TOSTA, J. P. Manifestações patológicas em casas populares: uma análise de custo. Estudo & Debate em Gestão & Planejamento, v. 24, n. 2, p. 268-294, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9000: sistema de gestão da qualidade: requisitos. Rio de Janeiro, 2008.

BATISTA, I. et al. Bentham Obras: Um Sistema de Gestão Inteligente para a Construção Civil. In: XVIII Workshop de Ferramentas e Aplicações, 2019, Rio de Janeiro. Anais Estendidos do Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2019. p. 109-113.

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1Mestrando em Design, Tecnologia e Inovação, pelo Centro Universitário Teresa D’Ávila, Lorena, SP. E-mail: danielcdavila@yahoo.com.br.
2Professor no Mestrado em Design, Tecnologia e Inovação, do Centro Universitário Teresa D’Ávila, Lorena, SP. E-mail: jricardoffaria@gmail.com