GESTÃO DA QUALIDADE: UM PROCESSO MULTIDISCIPLINAR. CERTIFICAÇÕES DE SAÚDE, MEDIDAS DE DESEMPENHO E O IMPACTO NA SEGURANÇA DO PACIENTE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12659357


Aline Lopes Pinheiro1


Resumo

A crescente importância da qualidade na assistência à saúde é crucial para garantir a eficiência dos serviços, a segurança dos pacientes e a satisfação geral. Uma gestão robusta da qualidade ajuda a reduzir erros médicos, otimizar recursos e melhorar os desfechos clínicos. A qualidade no atendimento é vital para promover um cuidado humanizado e alinhado às necessidades dos pacientes, especialmente em um setor de saúde cada vez mais complexo. A gestão da qualidade envolve práticas e processos contínuos para melhorar os serviços de saúde. Medidas de desempenho são essenciais para avaliar a eficácia e a eficiência dos serviços, ajudando a identificar áreas de melhoria e garantir a conformidade com padrões de qualidade. No contexto da saúde, essas medidas são cruciais para a segurança do paciente e a eficácia do atendimento.

A segurança do paciente é uma responsabilidade coletiva, envolvendo profissionais de saúde, gestores, pacientes e suas famílias. Promover essa segurança exige um compromisso contínuo com a melhoria dos processos, educação e engajamento de todos os envolvidos. As instituições de saúde podem aplicar os conhecimentos discutidos para melhorar a qualidade de seus serviços, promovendo um ambiente mais seguro e eficiente através de selos de acreditação e qualidade gerencial-assistencial. Esta pesquisa, baseada em revisão bibliográfica e qualitativa, analisa a literatura especializada para proporcionar uma compreensão abrangente e atualizada do tema, proporcionando insights e recomendações baseadas em evidências para aprimorar a gestão da saúde, priorizando a qualidade assistencial e a segurança do paciente. A integração entre certificações de qualidade, metodologias de melhoria contínua, gestão da qualidade no atendimento ao paciente, indicadores de qualidade e estratégias de segurança do paciente é fundamental para um sistema de saúde eficiente, seguro e centrado no paciente.

Palavras-chave: Gestão da qualidade. Segurança do Paciente. Indicadores de Gestão. Gestão em Saúde. Acreditação.

Abstract

The growing importance of quality in healthcare is crucial to ensuring the efficiency of services, patient safety and general satisfaction. Robust quality management helps reduce medical errors, optimize resources and improve clinical outcomes. Quality care is vital to promote humanized care aligned with patients’ needs, especially in an increasingly complex healthcare sector. Quality management involves ongoing practices and processes to improve healthcare services. Performance measures are essential for evaluating the effectiveness and efficiency of services, helping to identify areas for improvement and ensuring compliance with quality standards. In the healthcare context, these measures are crucial for patient safety and the effectiveness of care. Patient safety is a collective responsibility, involving healthcare professionals, managers, patients and their families. Promoting this safety requires an ongoing commitment to improving processes, education and engagement of everyone involved. Health institutions can apply the knowledge discussed to improve the quality of their services, promoting a safer and more efficient environment through accreditation and management-care quality seals. This research, based on a bibliographic and qualitative review, analyzes specialized literature to provide a comprehensive and up-to-date understanding of the topic, providing insights and evidence-based recommendations to improve health management, prioritizing quality of care and patient safety. The integration between quality certifications, continuous improvement methodologies, quality management in patient care, quality indicators and patient safety strategies is fundamental for an efficient, safe and patient-centered healthcare system.

Keywords: Total Quality Management. Patient Safety. Management Indicators. Health Management. Accreditation.

1. INTRODUÇÃO

A crescente importância da qualidade na assistência à saúde tem se destacado como um fator crucial para garantir a eficiência dos serviços, a segurança dos pacientes e a satisfação geral dos envolvidos1. A qualidade na assistência à saúde é essencial para assegurar que os pacientes recebam cuidados eficazes, seguros e centrados em suas necessidades. Uma abordagem robusta de gestão da qualidade contribui para a redução de erros médicos e eventos adversos, promovendo a segurança do paciente e melhorando os desfechos clínicos. Além disso, a melhoria contínua dos processos assistenciais otimiza o uso de recursos e aumenta a eficiência operacional, resultando em um melhor custo-benefício para as instituições de saúde. A qualidade também é vital para garantir a satisfação dos pacientes, promovendo um atendimento mais humanizado e respondendo adequadamente às expectativas e necessidades dos pacientes e suas famílias2. Em um contexto de crescente complexidade e demandas no setor de saúde, a qualidade é um pilar central para alcançar a excelência nos serviços prestados e manter a confiança do público nas instituições de saúde3.

A gestão da qualidade é um conjunto de práticas e processos voltados para a otimização contínua dos serviços de saúde, visando à melhoria dos resultados clínicos e à satisfação dos pacientes4. Sua importância reside na capacidade de reduzir erros, aumentar a eficácia dos tratamentos e melhorar a experiência dos pacientes. Trata-se de uma abordagem sistemática e organizada para garantir que os produtos, serviços ou processos de uma organização atendam aos requisitos de qualidade estabelecidos e satisfaçam as expectativas dos clientes e stakeholders5. Envolve um conjunto de atividades coordenadas que visam a melhoria contínua da eficácia e eficiência dos processos organizacionais, com o objetivo de alcançar um alto padrão de qualidade e aumentar a satisfação do cliente6.

As medidas de desempenho são ferramentas utilizadas para avaliar a eficácia, a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde. Elas permitem que organizações de saúde monitorem e avaliem continuamente seus processos, identificando áreas que necessitam de melhorias7. Essas medidas podem incluir taxas de infecção, tempo de espera, satisfação do paciente e outros indicadores relevantes. No contexto da saúde, essas métricas são cruciais para avaliar a qualidade do atendimento, a segurança do paciente e a eficiência dos serviços prestados8. Elas permitem identificar áreas de melhoria, alinhar os processos organizacionais com os objetivos estratégicos e garantir a conformidade com normas e padrões de qualidade9.

O conceito de melhoria contínua envolve a adoção de práticas que promovem a revisão e a atualização constantes dos processos e serviços para alcançar um padrão de qualidade cada vez mais elevado10. Os princípios básicos dessa abordagem incluem a identificação de problemas, a implementação de soluções, o monitoramento dos resultados e a realização de ajustes necessários para garantir melhorias contínuas. A melhoria contínua é uma abordagem essencial para qualquer organização que busca excelência, competitividade e sustentabilidade a longo prazo. Ao adotar esses princípios e integrar uma cultura de melhoria contínua, as organizações podem aprimorar seus processos, aumentar a satisfação dos clientes e obter melhores resultados operacionais5,6,7,10.

A gestão da qualidade, utilizando metodologias como PDCA (Plan-Do-Check-Act), Lean e Six Sigma, desempenha um papel fundamental nesse contexto. O PDCA permite a implementação de melhorias contínuas através do planejamento, execução, verificação e ação corretiva de processos, garantindo que padrões de qualidade sejam estabelecidos e mantidos. O Lean, por sua vez, foca na eliminação de desperdícios e na maximização da eficiência operacional, enquanto o Six Sigma visa reduzir variações e melhorar a consistência nos processos, resultando em maior qualidade e menor incidência de erros11-13.

No presente trabalho, abordaremos a definição e os benefícios da certificação de qualidade, destacando como as metodologias de melhoria contínua podem ser aplicadas no contexto da saúde. Analisaremos a gestão da qualidade focada no atendimento ao paciente, explorando sua influência em estratégias para garantir a segurança do paciente, com o intuito de proporcionar uma compreensão abrangente da relevância dessas práticas na área da saúde.

A importância do tema é inegável, uma vez que a gestão da qualidade na saúde não apenas contribui para a melhoria da eficiência dos serviços, mas também é fundamental para assegurar a segurança dos pacientes e elevar a satisfação geral com os serviços prestados. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar uma visão integrada sobre o impacto da certificação de qualidade, metodologias de melhoria contínua, gestão da qualidade no atendimento ao paciente, indicadores de qualidade e estratégias de segurança do paciente14.

A qualidade na assistência à saúde é um elemento essencial para garantir a eficiência dos serviços, a segurança dos pacientes e a satisfação geral e a gestão da qualidade, com suas práticas e processos sistemáticos, pode auxiliar na promoção de melhorias contínuas, reduzindo erros e aumentando a eficácia dos tratamentos, além disso, a gestão pode se apoiar no uso de ferramentas de medida de desempenho para monitorar e alinhar os fluxos e processos com base nos objetivos estratégicos das instituições4-6

A implementação de uma cultura de melhoria contínua é fundamental para alcançar a excelência e a sustentabilidade a longo prazo. Assim, investir na qualidade da assistência é crucial para atender às necessidades dos pacientes e fortalecer a confiança nas instituições de saúde11.

2. METODOLOGIA

Esta pesquisa tem como objetivo apresentar uma visão integrada sobre o impacto da certificação de qualidade, metodologias de melhoria contínua, gestão da qualidade no atendimento ao paciente, indicadores de qualidade e estratégias de segurança do paciente. Baseada em uma revisão bibliográfica e qualitativa, a pesquisa analisa criteriosamente a literatura especializada, incluindo diretrizes, manuais, artigos científicos e livros, permitindo uma compreensão abrangente e atualizada do tema. A coleta de dados foi realizada por meio de sites especializados em acreditação hospitalar, além de plataformas online para artigos e livros, como Google Scholar e SciELO, com resultados em português e inglês, sem restrições de data de publicação, considerando a variabilidade temporal dos temas abordados.

Este estudo busca contribuir para a sociedade fornecendo insights e recomendações baseadas em evidências para aprimorar a gestão da saúde. Ao adotar medidas que priorizam a qualidade assistencial e a segurança do paciente, a pesquisa visa melhorar a eficiência dos serviços de saúde e aumentar a satisfação dos pacientes e profissionais envolvidos.

3. RESULTADOS 

I. GESTÃO DA QUALIDADE E A SEGURANÇA DO PACIENTE

A qualidade no atendimento é essencial para garantir que os pacientes recebam cuidados seguros, eficazes e satisfatórios. Isso não apenas promove a confiança dos pacientes, mas também contribui para melhores resultados clínicos e uma experiência positiva global, com isso a gestão da qualidade busca garantir a conformidade com padrões, além de proporcionar uma experiência satisfatória para os pacientes, promovendo assim melhores resultados de saúde e uma relação positiva com a comunidade atendida5-6.

A adoção de uma abordagem centrada no cliente não apenas melhora a satisfação do paciente, mas também promove a fidelização e a recomendação positiva dos serviços de saúde. Portanto é essencial realizar avaliações periódicas e buscar constantemente melhorias nos processos para aumentar a eficácia e eficiência do atendimento15.

Os processos de controle da qualidade, como auditorias e revisões de processos, fazem parte dessa área, e são justificados pela necessidade de recursos que auxiliem a assegurar que os serviços prestados estejam em conformidade com os padrões estabelecidos. Esses padrões e especificações devem ser claros, pois é fundamental garantir que todos os serviços de saúde atendam aos critérios definidos de segurança, eficácia e qualidade3,4,15.

Considerar as necessidades individuais dos pacientes e oferecer um atendimento personalizado e empático é essencial para proporcionar uma experiência positiva e satisfatória. Dentro desse aspecto a prevenção de danos e erros evitáveis na prestação de cuidados de saúde é fundamental para assegurar a qualidade do atendimento. Isso significa um compromisso para que os pacientes não sofram danos desnecessários devido à assistência recebida. A segurança do paciente engloba a adoção de práticas, processos e sistemas que reduzem riscos e criam um ambiente seguro para pacientes, profissionais de saúde e comunidade16.

Para alcançar esse objetivo, é crucial identificar e mitigar os fatores que contribuem para erros na área assistencial, isso significa que todos os profissionais são envolvidos nesse processo de segurança, portanto, estabelecer protocolos de segurança, realizar treinamentos regulares e promover uma cultura de segurança entre os profissionais são medidas essenciais. É igualmente importante fomentar uma cultura organizacional que valorize o profissional de maneira humanizada, onde os erros sejam encarados como oportunidades de aprendizado e melhoria e não como caráter punitivo14. Nesse ponto podemos trazer a comunicação aberta como alicerce sobre incidentes de segurança, sem receio de retaliações, e promover o reporte voluntário de erros são práticas que fortalecem a segurança do paciente, o que não significa uma liderança sem precisão em seus objetivos, afinal, a segurança do paciente é uma prioridade inegociável14-16.

Além disso, o monitoramento e avaliação contínuos do desempenho são fundamentais. Monitorar indicadores de segurança permite avaliar a eficácia das medidas implementadas e identificar áreas que necessitam de melhorias contínuas. Essas práticas integradas garantem que a segurança do paciente seja uma preocupação constante e que medidas corretivas sejam implementadas de maneira ágil e eficiente10,15.

O gerenciamento de riscos, dentro do setor da qualidade, é fundamental e multidisciplinar. Identificar, avaliar e controlar os riscos potenciais que podem causar danos aos pacientes é um dever de todos e isso inclui realizar análises de risco e auditorias regulares para identificar áreas vulneráveis e implementar medidas preventivas de forma proativa15.

II. CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE

As certificações de qualidade em saúde desempenham um papel crucial na garantia de cuidados de saúde seguros, eficazes e centrados no paciente. Elas são essenciais para assegurar que as instituições de saúde adotem padrões elevados de qualidade e segurança, promovendo a confiança pública e a credibilidade das organizações de saúde. A obtenção de certificações de qualidade pode ser vista como um primeiro passo, exigindo um compromisso contínuo com a melhoria dos processos com objetivo sempre de assegurar ao paciente que seus cuidados são baseados em práticas seguras 5,7,10

Esse tipo de selo visa garantir os padrões de qualidade, de maneira geral, as certificações asseguram que a organização segue padrões rigorosos de qualidade em suas operações e prestação de cuidados de saúde. Elas fornecem uma estrutura que as instituições podem seguir para alcançar e manter a excelência nos cuidados de saúde, padronizando a excelência em cuidados, exigindo comprometimento e flexibilidade para mudanças a fim de atingir os padrões requeridos por cada entidade credora15. Com isso, podemos dizer que as certificações promovem uma cultura de melhoria contínua, incentivando as organizações de saúde a avaliar e aprimorar constantemente seus processos, práticas e resultados17.

A obtenção desse tipo de certificação de qualidade aumenta a confiança dos pacientes e da comunidade na organização de saúde, demonstrando um compromisso com a qualidade e a segurança, pois pacientes são mais propensos a escolher instituições certificadas, acreditando que estas fornecem cuidados de maior qualidade e segurança, uma vez que as entidades certificadoras focam fortemente na segurança do paciente, estabelecendo diretrizes para a prevenção de eventos adversos, o que resulta em um ambiente de cuidado mais seguro15,17. Além disso, comprovadamente, organizações que seguem rigorosos padrões de certificação tendem a ter melhores resultados clínicos, incluindo taxas mais baixas de complicações e maior satisfação do paciente, já que estudos mostram que hospitais certificados têm taxas de mortalidade mais baixas e melhores resultados de saúde para seus pacientes18. Com isso podemos dizer que incentivam a eficiência operacional e a redução de desperdícios, o que pode resultar em uma melhor gestão de recursos e redução de custos13,15.

As instituições de saúde certificadas têm uma vantagem competitiva, diferenciando-se no mercado por seu compromisso com padrões de qualidade elevados, um exemplo disso é que Hospitais com certificação pela Joint Commission International (JCI) são frequentemente preferidos por pacientes internacionais e seguradoras de saúde, visto que fica assegurado o compromisso com o  cumprimento de regulamentos locais e internacionais, evitando sanções e garantindo a conformidade com as leis de saúde15-18.

Dentro das certificações de qualidade existem vários tipos, o que difere uma da outra é sua especificidade, ou seja, o foco de melhoria e acompanhamento que a entidade vai realizar ao longo de seu processo. Alguns destaques podemos dar para:

  • Joint Commission International (JCI): Atua amplamente voltada para a qualidade e segurança do paciente em instituições de saúde internacionais, possuindo reconhecimento global em melhoria da segurança do paciente e dos processos de cuidado17.
  • Organização Nacional de Acreditação (ONA): Referência de qualidade em âmbito nacional, visando processo de acreditação de instituições de saúde no Brasil com base em critérios de qualidade e segurança, a partir da melhoria contínua da qualidade e segurança dos serviços prestados19.
  • ISO 9001: Possui uma atuação generalista na visão da Gestão da qualidade em diversos setores, incluindo saúde, com vertente na melhoria da eficiência e qualidade dos processos organizacionais3.
  • ISO 13485: Voltada para sistemas de gestão da qualidade para dispositivos médicos e atua com conformidade com normas internacionais e garantia da qualidade dos dispositivos médicos3.

III. MELHORIA CONTÍNUA

A melhoria contínua é um processo incessante de aperfeiçoamento dos produtos, serviços, processos ou sistemas dentro de uma organização. Ela visa aumentar a eficiência, eficácia, qualidade e competitividade ao longo do tempo. Esse conceito baseia-se na ideia de que, independentemente do quão boa uma prática ou um sistema possa parecer, sempre há espaço para melhorias. A melhoria contínua é fundamental para a sustentabilidade e o sucesso de longo prazo das organizações, pois promove a adaptabilidade, a inovação e a excelência operacional, por isso, faz parte do pilar de temas como acreditações, segurança do paciente e gestão da qualidade4-5.

Para a implementação da cultura de melhoria contínua, algumas abordagens são necessárias. Abaixo descrevo os principais pontos da melhoria contínua.

i. Foco no Cliente: As necessidades e expectativas dos clientes são o principal motor da melhoria contínua. As organizações devem alinhar seus fluxos e processo a fim de compreender profundamente o que os clientes valorizam e assim trabalhar continuamente para superar suas expectativas4-7.

ii. Engajamento da Equipe: Todos os membros da organização, em todos os níveis, devem estar engajados no processo de melhoria contínua. A colaboração e a participação ativa são essenciais para identificar oportunidades de melhoria e implementar mudanças eficazes. A cultura de melhoria contínua é um processo multidisciplinar, portanto, cada colaborador deve se sentir responsável pela qualidade e contribuir com ideias de melhoria, sem temor percebendo que a organização apoia o aprendizado contínuo, onde erros e sucessos são analisados e usados como oportunidades de aprendizado para futuras melhorias, não punitivas4-6.

iii. Orientação para Processos: Focar nos processos em vez de apenas nos resultados permite uma compreensão mais profunda das causas dos problemas e das oportunidades de melhoria, a partir de mapeamentos podemos identificar gargalos, desperdícios e áreas que podem ser otimizadas. Melhorar os processos leva a resultados mais consistentes e de maior qualidade e nesse ponto podemos adicionar como pilar a inovação, que permite soluções cirativas, uso de tecnologias e avanços significativos nas melhorias, uma vez que, a melhoria contínua pode ser alcançada por meio de pequenas mudanças incrementais ou grandes inovações radicais4-7.

iv. Abordagem Sistemática: As bases dos processos de melhoria envolvem uma análise estruturada e sistemática dos processos e práticas. Isso envolve o uso de ferramentas e metodologias específicas para identificar problemas, analisar causas raízes e implementar soluções, onde as decisões devem ser baseadas em dados e análises sólidas, não apenas em intuições ou suposições. Isso garante que as melhorias sejam fundamentadas em informações precisas e reais6-7.

v. Sustentabilidade: As melhorias devem ser sustentáveis a longo prazo, mantendo-se eficazes e adaptáveis frente a mudanças no ambiente organizacional e no mercado, portanto, reforça a ideia de tomada de decisão baseada em dados, uma vez que, estabelecer processos e práticas que possam ser mantidos e adaptados continuamente, assegurando a longevidade das melhorias alcançadas é uma medida que requer conhecimento assertivo5-7.

Dentro dos processos de melhoria contínua algumas ferramentas são necessárias além das habilidades de gestão, a fim de otimizar os serviços de saúde. 

  • Diagrama de Ishikawa (Espinha de peixe): Utilizado para identificar e visualizar as causas raízes de problemas, ajudando na análise estruturada de fatores que impactam a qualidade do atendimento20.
  • 5S: Método para organização de ambiente de trabalho, promovendo limpeza, organização, padronização, asseio e disciplina. Isso melhora a eficiência operacional e reduz desperdícios20.
  • Kaizen12,13: Filosofia japonesa de melhoria contínua, enfatizando mudanças incrementais e constantes para otimizar processos e reduzir custos, promovendo um ambiente de trabalho mais eficiente e seguro.
  • Análise de Causa Raiz20,21: Método sistemático para identificar as causas fundamentais de problemas ou eventos adversos, permitindo a implementação de medidas corretivas eficazes para prevenir a recorrência.

Essas ferramentas isoladas muitas vezes não conseguem garantir o pilar da sustentabilidade, portanto a adoção de medidas de desempenho na saúde é essencial para garantir a qualidade, a segurança e a eficiência dos cuidados prestados, já que permite a união de uma ou mais ferramentas. Essas medidas permitem monitorar e avaliar diferentes aspectos do atendimento, identificando áreas de melhoria e permitindo que o principal pilar seja respeitado, a tomada de decisões baseada em dados.

IV. MEDIDAS DE DESEMPENHO 

A implementação de medidas de desempenho em saúde é um processo essencial para garantir a qualidade e a eficiência dos serviços prestados. Esse processo envolve a definição de indicadores, a coleta sistemática de dados, a análise criteriosa das informações e a elaboração de relatórios para monitoramento contínuo. A implementação de medidas de desempenho, envolve a escolha e acompanhamento de dados, definição de indicadores e auxílio em processos decisórios5.

i. Definição de Indicadores de Desempenho: A primeira etapa na implementação de medidas de desempenho é a definição clara dos indicadores que serão monitorados. Os indicadores de desempenho são métricas que permitem avaliar a qualidade, a eficiência e a eficácia dos serviços de saúde. Eles podem ser classificados em diferentes categorias a depender do objeto avaliado e objetivo5.

ii. Planejamento e Preparação: A implementação eficaz de medidas de desempenho requer um planejamento cuidadoso e a preparação adequada da equipe de saúde, a partir de metas claras e específicas para as medidas de desempenho, além de capacitar os colaboradores para que compreendam a importância das medidas de desempenho e saibam como coletar e utilizar os dados de maneira eficaz, podendo assim criar protocolos padronizados para a coleta e análise de dados, garantindo a consistência e a comparabilidade das informações6-7.

iii. Análise de Dados: A análise de dados é uma etapa crítica para transformar dados brutos em informações úteis que podem orientar a tomada de decisões, como as planilhas eletrônicas, que permitem a manipulação e análise básica de dados, bem como a criação de gráficos e relatórios. Além disso, existem Softwares de Estatística e plataformas que oferecem funcionalidades avançadas para análise estatística e modelagem de dados, além de permitir a visualização interativa e a análise de grandes volumes de informações5,16,17.

iv. Técnicas de Análise de Dados: As técnicas de análise de dados variam de acordo com os tipos de dados e os objetivos da análise. Algumas das principais técnicas incluem10,13,15,17:

  1. Análise Descritiva: Utiliza estatísticas descritivas para resumir e descrever as características dos dados coletados, como médias, medianas e frequências.
  2. Análise Comparativa: Compara dados de diferentes períodos, grupos ou unidades para identificar tendências e variações no desempenho.
  3. Análise de Tendências: Identifica padrões e tendências ao longo do tempo, permitindo prever resultados futuros com base nos dados históricos.
  4. Análise de Causa e Efeito: Investiga as relações entre variáveis para identificar as causas de problemas de desempenho e áreas que necessitam de melhoria.

v. Relatórios e Monitoramento20: A elaboração de relatórios é uma etapa essencial para comunicar os resultados das medidas de desempenho e informar as partes interessadas. Um bom relatório deve ser claro, conciso e relevante, destacando os principais achados e recomendações. Além disso, os resultados podem ser apresentados parcialmente e de maneira total, no entanto, o monitoramento contínuo dos resultados é fundamental para garantir que as medidas de desempenho sejam efetivas e que as melhorias sejam sustentadas ao longo do tempo, logo os relatórios devem ser periódicos para contemplar todas as informações, mudanças, melhorias e avanços.

V. DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS DE DESEMPENHO E MELHORIA CONTÍNUA

A implementação de medidas de desempenho e a promoção da melhoria contínua em saúde são fundamentais para a qualidade dos serviços prestados. No entanto, enfrentar desafios significativos é inevitável. Entre os principais obstáculos estão a resistência à mudança, a limitação de recursos e a complexidade dos sistemas de saúde18. A seguir, discutiremos cada um desses desafios em detalhes.

i. Resistência à Mudança (Barreiras Culturais e Organizacionais): A resistência à mudança é um dos maiores desafios na implementação de medidas de desempenho e melhoria contínua. Muitas vezes, essa resistência está enraizada em barreiras culturais e organizacionais que dificultam a aceitação de novas práticas e processos. As principais barreiras incluem5,10:

  1. Cultura de Estabilidade: Muitas organizações de saúde valorizam a estabilidade e a manutenção do status quo. Mudanças nos processos de trabalho, especialmente aqueles que envolvem novas tecnologias ou métodos de trabalho, podem ser vistas como ameaças.
  2. Falta de Conhecimento e Capacitação: A ausência de treinamento adequado pode levar ao medo e à desconfiança em relação às novas medidas de desempenho e práticas de melhoria. A falta de conhecimento sobre os benefícios e a forma correta de aplicar essas medidas pode resultar em resistência.
  3. Desconfiança nas Motivações da Gestão: Em algumas organizações, os colaboradores podem desconfiar das verdadeiras intenções da administração ao introduzir novas medidas de desempenho, acreditando que essas mudanças têm como objetivo apenas cortar custos ou aumentar a carga de trabalho.
  4. Falha na Comunicação: A falta de uma comunicação clara e eficaz sobre os benefícios e a necessidade das mudanças pode levar à resistência. É crucial que a liderança explique claramente os objetivos e os benefícios das novas medidas de desempenho.

ii. Recursos Limitados5,10,13: A limitação de recursos é um obstáculo comum na implementação de medidas de desempenho e melhoria contínua em saúde. Muitas organizações de saúde enfrentam restrições orçamentárias que limitam sua capacidade de investir em novas tecnologias, treinamento e infraestrutura necessários para implementar e sustentar medidas de desempenho e programas de melhoria contínua. Vale ressaltar que a limitação de recursos também pode se expandir para falta de pessoal capacitado, pois a escassez de profissionais qualificados para liderar e gerenciar iniciativas de melhoria contínua pode ser um obstáculo significativo. Isso inclui a falta de analistas de dados, especialistas em qualidade e gerentes de projetos.

iii. Complexidade dos Sistemas de Saúde10,13: Os sistemas de saúde são complexos, envolvendo uma ampla variedade de processos, disciplinas e partes interessadas (stakeholders). A gestão eficaz dessa complexidade é um dos desafios mais significativos na implementação de medidas de desempenho e melhoria contínua, pois a complexidade de integrar medidas de desempenho em todos esses processos pode ser desafiadora., já que os interesses de pacientes, profissionais de saúde, administradores e reguladores, precisam ser unificados e cada grupo tem suas próprias expectativas e necessidades, o que pode gerar conflitos de interesse.

iv. Integração de Sistemas de Informação10,18: A integração de diferentes sistemas de informação de saúde, como registros eletrônicos e bases de dados administrativos, é crucial para a coleta e análise eficaz de dados de desempenho. No entanto, a falta de interoperabilidade entre sistemas pode dificultar essa integração.

v. Adaptação às Mudanças Regulatórias16,18: Os sistemas de saúde frequentemente enfrentam mudanças regulatórias que podem afetar a implementação de medidas de desempenho, podendo exigir mudanças nos processos de coleta e análise de dados de desempenho, aumentando a complexidade da implementação já em curso.

VI. MODELOS DE MELHORIA CONTÍNUA NA SAÚDE: EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Para a implementação dos processos de melhoria contínua, alguns modelos de sucesso podem ser utilizados, visto que se tornaram metodologias de qualidade a serem seguidas, é o caso dos modelos de melhoria contínua, como Lean, Six Sigma, Total Quality Management (TQM) e Ciclo PDCA, da sigla inglesa, Plan-Do-Check-Act, que são amplamente utilizados em diversos setores, incluindo a saúde, para aprimorar processos, aumentar a eficiência e melhorar a qualidade do atendimento ao paciente.

  • PDCA20,21: Metodologia fundamental na melhoria contínua que consiste em planejar (Plan), executar (Do), verificar (Check) e agir (Act). Esse ciclo iterativo garante que as melhorias sejam constantemente revisadas e refinadas. Utilizar o ciclo PDCA para estruturar iniciativas de melhoria, garantindo que cada etapa seja cuidadosamente planejada e avaliada. Na saúde, o ciclo PDCA é utilizado para identificar áreas de melhoria, implementar mudanças e garantir que essas mudanças resultem em melhorias reais na qualidade e na eficiência dos serviços.
  • Lean20: Metodologia que visa eliminar desperdícios e melhorar continuamente os processos, focando na criação de valor para o cliente com o menor consumo de recursos possível. Na saúde, o objetivo é proporcionar valor ao paciente, reduzindo o tempo gasto com atividades que não agregam valor à empresa e otimizando o uso de recursos.

Exemplo de Aplicação na Saúde:  Redução de tempo de espera a partir da revisão e a simplificação dos processos de triagem e registro, por exemplo, além da melhoria da comunicação entre as equipes assistenciais e a implementação de um fluxo contínuo para o atendimento dos pacientes.

  • Six Sigma21: Metodologia de melhoria contínua adaptada dos processos industriais que vem ganhando grande espaço em outras áreas, como a saúde, visto seu foco na redução de variabilidade e melhoria contínua de processos, a partir da melhoria da eficiência e redução de erros em processos de saúde. Utiliza ferramentas estatísticas e uma abordagem estruturada (DMAIC: Define, Measure, Analyze, Improve, Control).

Exemplo de Aplicação na Saúde: Na saúde, Six Sigma busca melhorar a qualidade dos serviços e reduzir erros clínicos e operacionais, como por exemplo, erros na administração de medicamentos.

  • Total Quality Management (TQM)20,21: É uma abordagem abrangente de melhoria contínua que envolve todos os membros da organização, com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Na saúde, TQM visa melhorar a qualidade do atendimento ao paciente através de processos integrados que envolvem todos os profissionais da saúde. 

Exemplo de Aplicação na Saúde: Uma instituição pode implementar TQM para melhorar a experiência geral de seus usuários desde o contato inicial até o desfecho final, a partir de ações como a formação de equipes multidisciplinares com profissionais que atuam em cada um dos setores envolvidos para revisar e melhorar todos os aspectos dos processos envolvidos.

DISCUSSÃO

A melhoria contínua e a análise de medidas de desempenho são fundamentais para a manutenção das certificações de acreditação em instituições de saúde. Essas práticas asseguram que os padrões de qualidade exigidos pelas certificadoras sejam constantemente atendidos e aprimorados. A melhoria contínua, através de metodologias como Lean e Six Sigma, promove a revisão regular dos processos internos, identifica áreas de oportunidade e implementa mudanças que elevam a eficiência e a segurança dos serviços de saúde. Isso não só melhora o atendimento ao paciente, mas também assegura que a instituição esteja alinhada com as exigências rigorosas das certificações3,15,17,19.

A análise de medidas de desempenho fornece dados concretos que permitem monitorar o cumprimento dos critérios de qualidade exigidos pelas acreditações. Ferramentas como indicadores de qualidade, taxas de infecção, tempos de espera e índices de satisfação dos pacientes ajudam a identificar tendências e problemas potenciais, permitindo uma resposta rápida e eficaz. Esse monitoramento contínuo facilita a preparação para auditorias e avaliações de revalidação das certificações, garantindo que a organização esteja sempre em conformidade com os padrões exigidos. Assim, a combinação dessas práticas não só contribui para a excelência operacional, mas também fortalece a credibilidade da instituição perante órgãos reguladores e pacientes5,6.

A certificação em gestão da qualidade exerce um impacto significativo nos hospitais, proporcionando benefícios substanciais em termos de eficiência operacional, segurança do paciente e satisfação geral. Em termos de eficiência, a certificação incentiva a adoção de práticas e processos padronizados, resultando em uma melhor utilização dos recursos e na redução de desperdícios. Isso contribui para a redução de custos operacionais e o aumento da produtividade, permitindo que os hospitais ofereçam serviços de saúde de maneira mais eficaz e com menor tempo de espera para os pacientes5-7,10.

A segurança do paciente é outro aspecto fundamental impactado pela certificação. As normas rigorosas e as práticas recomendadas por programas de acreditação, como a JCI e a ONA, promovem a implementação de protocolos de segurança e a adoção de melhores práticas clínicas. Isso reduz a incidência de erros médicos, infecções hospitalares e outros eventos adversos, proporcionando um ambiente mais seguro para os pacientes2,15.

Além disso, a certificação em gestão da qualidade melhora a satisfação geral dos pacientes. Ao garantir um atendimento de alta qualidade, com foco na segurança e na eficácia dos cuidados, os hospitais certificados tendem a aumentar a confiança e a fidelidade dos pacientes. A melhoria contínua dos processos e a atenção aos feedbacks dos pacientes contribuem para uma experiência mais positiva, refletindo-se em melhores avaliações e na reputação da instituição no setor de saúde10,11,13,15.

O futuro da gestão da qualidade na saúde está cada vez mais focado na melhoria contínua e na adaptação às necessidades dinâmicas do setor. Espera-se um aumento na integração de abordagens ágeis e lean na gestão hospitalar, visando a flexibilidade e a capacidade de resposta a mudanças rápidas. Além disso, a ênfase na cultura de segurança e na participação dos pacientes na gestão da qualidade está crescendo. Iniciativas como a medicina centrada no paciente e o engajamento ativo dos pacientes no cuidado de sua própria saúde estão se tornando fundamentais para alcançar melhores resultados clínicos e satisfatórios12,13.

Essas tendências prometem transformar significativamente o panorama da saúde, tornando-a mais eficiente, acessível e centrada no paciente. A implementação de padrões e práticas de qualidade, impulsionada pela certificação e pela melhoria contínua, resulta em um atendimento de alta qualidade nos serviços de saúde. Certificações como as da JCI e da ONA exigem que as instituições adotem protocolos rigorosos que asseguram a segurança e a eficácia dos cuidados prestados aos pacientes. Essas exigências promovem a padronização de processos, a utilização de melhores práticas clínicas e a adoção de estratégias de gestão que buscam a excelência operacional5-7,11,13,15.

CONCLUSÃO

Metodologias de melhoria contínua, como Lean e Six Sigma, desempenham um papel crucial na manutenção e evolução dos padrões de qualidade em instituições de saúde. Estas abordagens sistemáticas não apenas promovem a eficiência e a redução de erros, mas também garantem que os cuidados sejam prestados de maneira segura e focada nas necessidades dos pacientes. Ao analisar meticulosamente os processos e eliminar desperdícios, essas metodologias alimentam diretamente a qualidade do atendimento ao paciente.

Os indicadores de qualidade desempenham um papel igualmente essencial, fornecendo dados quantitativos que possibilitam o monitoramento contínuo da performance hospitalar. Esses indicadores não só ajudam a identificar áreas de melhoria, como também avaliam o impacto das mudanças implementadas, garantindo transparência e responsabilidade. Estratégias de segurança, como a implementação de protocolos de prevenção de infecções e a promoção de uma cultura de segurança, são fundamentais para mitigar riscos e proteger os pacientes.

A gestão da qualidade é crucial para organizações que buscam oferecer produtos e serviços de alta qualidade, melhorar continuamente seus processos e alcançar elevados níveis de satisfação do cliente. Através dessa abordagem, é possível utilizar recursos auxiliares para tomadas de decisão, como o acompanhamento de medidas de desempenho, que não só identificam áreas de melhoria, mas também ajustam processos para aprimorar a experiência dos pacientes e obter melhores resultados de saúde. Uma avaliação contínua e sistemática dessas medidas permite a implementação de práticas baseadas em evidências e promove uma cultura de excelência na assistência à saúde, sendo essencial para garantir práticas seguras.

A segurança do paciente é uma responsabilidade compartilhada que envolve profissionais de saúde, gestores, pacientes e suas famílias. Promover a segurança do paciente requer um compromisso contínuo com a melhoria dos processos de cuidado, a educação e o engajamento de todos os envolvidos no sistema de saúde. Ao adotar práticas baseadas em evidências e fomentar uma cultura de segurança, é possível oferecer cuidados de saúde mais seguros e eficazes para todos.

As instituições de saúde podem aplicar esses princípios para melhorar a qualidade de seus serviços, promovendo um ambiente mais seguro e eficiente para pacientes e profissionais. Esse processo dinâmico e contínuo requer a participação de toda a organização e um compromisso firme com a excelência, fundamentais para assegurar que os serviços de saúde sejam fornecidos com qualidade, segurança e eficiência. A implementação de processos alinhados a esses princípios permite a constante reavaliação e adaptação interna, essenciais para evolução dos setores de saúde e para a obtenção de selos certificadores e de acreditação em qualidade.

Incentivar a continuidade dos estudos e a implementação de novas abordagens é essencial para adaptar-se às mudanças constantes e aos desafios emergentes no setor de saúde, garantindo a qualidade e a segurança do atendimento aos pacientes. Essa integração dos componentes envolvidos na gestão e assistência cria um ambiente de cuidado coordenado, onde cada aspecto do sistema de saúde trabalha em sinergia para alcançar resultados superiores. Essa abordagem é crucial para desenvolver um sistema de saúde que não apenas atenda às expectativas dos pacientes e profissionais, mas também seja adaptável e resiliente, garantindo cuidados de alta qualidade de maneira contínua e sustentável. Ao promover essa integração, as instituições de saúde podem alcançar um equilíbrio entre eficiência operacional, segurança do paciente e satisfação geral, estabelecendo uma base sólida para a excelência na assistência à saúde, onde os selos de qualidade serão consequência natural dessa prática.

A aplicação de modelos de melhoria contínua como Lean, Six Sigma, TQM e PDCA na saúde traz benefícios significativos, incluindo a melhoria da qualidade do atendimento ao paciente, a redução de custos e a eliminação de desperdícios. Cada modelo oferece uma abordagem única e eficaz para enfrentar os desafios específicos da área de saúde, proporcionando um caminho claro para a melhoria contínua e o sucesso organizacional.

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1Fisioterapeuta, MBA em Gestão da Qualidade em Saúde e Acreditação Hospitalar, Saúde Coletiva com ênfase em Saúde da Família, Fisioterapia Respiratória, Fisiologia do Exercício aplicada à clínica, Fisioterapia em Oncologia, Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto e Neonatal, Especializanda em Terapia Intensiva com Ênfase na Saúde do Adulto com Câncer (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP). Atua na Unimed Ribeirão Preto. E-mail: alinelopes04@gmail.com, Orcid-iD: https://orcid.org/0009-0006-5622-8663.