GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS SUSTENTÁVEL: INVESTIGAR ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS PARA TORNAR AS CADEIAS DE SUPRIMENTOS MAIS SUSTENTÁVEIS, INCLUINDO REDUÇÃO DE EMISSÕES DE CARBONO, USO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E GESTÃO RESPONSÁVEL DE RESÍDUOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10292758


Eduarda Paula dos Santos1
Talita Martins Ribeiro1


RESUMO:

Na atualidade, um número crescente de empresas expande suas operações globalmente e faz uso de tecnologias de informação avançadas para abranger suas cadeias de suprimentos globais. A avaliação das ações voltadas para a sustentabilidade na Gestão da Cadeia de Suprimentos Sustentável (GSCM) desempenha um papel fundamental na redução dos efeitos negativos sobre o meio ambiente e no fomento ao crescimento sustentável tanto nas organizações quanto em suas parcerias. O objetivo geral do presente trabalho é apresentar uma revisão da literatura sobre como a gestão da cadeia de suprimentos pode ser realizada de modo a se adequar as necessidades ambientais atuais do Brasil e do mundo. No aspecto metodológico, empregou-se uma abordagem que envolveu a revisão sistemática da literatura. Isso incluiu a análise e síntese de estudos previamente publicados, realizando uma avaliação crítica para destacar as informações consideradas mais relevantes. Como principal resultado, pode-se estabelecer que a cadeia de suprimentos atua como ponte importante entre atuação empresarial e retorno financeiro para o negócio, trazendo para o setor sustentável, essa atuação com retorno financeiro precisa estar de acordo com o novo marco da economia: as questões de sustentabilidade, que podem e devem ser instauradas dentro do processo da cadeia de suprimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Cadeia de suprimentos. Cadeia de suprimentos sustentável. Sustentabilidade

1. INTRODUÇÃO:

Atualmente, diversas questões têm se tornado prioridade nas agendas tanto de organizações quanto de governos. Temas como sustentabilidade, competitividade e governança estão entre os principais. Dentro dessas considerações, um elemento que tem ganhado notoriedade nos últimos anos é a maneira como as empresas abordam a logística. Isso abrange desde o atendimento ao cliente até a busca por entregas cada vez mais rápidas, especialmente em comparação com seus concorrentes. Nesse contexto, surge outra dimensão que merece uma análise mais profunda e cuidadosa: a gestão da Cadeia de Suprimentos Sustentáveis. Há um crescente interesse tanto por parte da sociedade quanto das empresas em promover a transição do setor empresarial em direção à sustentabilidade. Isso ocorre devido ao reconhecimento de que as corporações têm a oportunidade de desempenhar um papel significativo na promoção do desenvolvimento sustentável.

Esse notável aumento no interesse de um grande número de empresas em relação a essa temática é consequência de diversas pressões tanto internas quanto externas. Internamente, essas pressões podem derivar do engajamento de funcionários ou da alta liderança que demonstram interesse no assunto, ou ainda da estrutura de seus modelos de negócios. Externamente, as pressões provêm da busca por uma reputação mais positiva, solicitações provenientes de investidores e a imposição de regulamentações governamentais. Além disso, esse interesse crescente está diretamente relacionado à crescente responsabilidade que essas empresas estão assumindo pelos impactos ambientais resultantes de suas atividades (LOZANO, 2015).

Nos anos 1990, teve início o diálogo sobre a ideia de Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos Sustentável (GCSS), visando à diminuição dos efeitos no meio ambiente por meio da administração voltada à sustentabilidade, com o intuito de aprimorar o desempenho ambiental das organizações, com o propósito de mitigar os efeitos adversos ao meio ambiente (Abdel-Basset; Mohamed, 2020).

Ainda que as empresas de menor porte não estejam cientes de que a mitigação dos efeitos no meio ambiente seja benéfica para o avanço, crescimento e lucratividade da organização, a avaliação e o gerenciamento da sustentabilidade possibilitam a eliminação e redução de riscos, a identificação de oportunidades e ameaças, a diminuição dos gastos operacionais, o aumento da eficácia, o reforço das vantagens competitivas, a simplificação de relatórios e aprimoramento do desempenho operacional (Costa; Ribeiro e Vidal, 2022).

Nesse contexto, o presente trabalho está estruturado na seguinte pergunta de pesquisa: é possível estabelecer estratégias para que a cadeia de suprimentos possa ser cada vez mais sustentável e apoiar o desenvolvimento econômico do país.

O objetivo geral do presente trabalho é apresentar uma revisão da literatura sobre como a gestão da cadeia de suprimentos pode ser realizada de modo a se adequar as necessidades ambientais atuais do Brasil e do mundo. Além disso, também possui objetivos específicos, como: discorrer sobre o conceito de cadeia de suprimento; apresentar quais as etapas da cadeia de suprimentos; destacar legislações e decretos que tratem de questões ambientais coerentes com a atuação da cadeia de suprimentos. Para isso, utilizou-se como metodologia da pesquisa a revisão bibliográfica da literatura com a exposição de trabalhos, artigos e periódicos previamente encontrados na literatura.

2. DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:

2.1 METODOLOGIA

Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica que engloba uma análise crítica e analítica de estudos, artigos e periódicos previamente publicados. Essa categorização enfatiza a importância de contribuir para o avanço dessas pesquisas, organizando conceitos e introduzindo novas perspectivas sobre o tópico. No processo de coleta de dados, este estudo foi classificado como de natureza secundária, uma vez que se baseia em resultados e indicadores previamente obtidos para fundamentar as argumentações, sem a realização de uma investigação preliminar ou alterações substanciais nos dados já existentes.

No que se refere aos objetivos, esta pesquisa é caracterizada como explicativa, pois conduz uma exploração conceitual mais profunda, esclarecendo-os no contexto do tópico e apresentando suas principais visões. Quanto à abordagem do problema, utiliza uma metodologia qualitativa, uma vez que os dados e medidas numéricas empregados ao longo do estudo servem como base para uma hipótese teórica, embora não sejam o foco principal do texto.

A seleção das palavras-chave foi feita considerando termos que abarcassem uma ampla variedade de estudos no escopo desejado, com o objetivo de evitar a inclusão de temas diversos que exigiriam uma triagem mais detalhada. Verificou-se que a quantidade de pesquisas e projetos relacionados ao assunto atendia às expectativas para a obtenção dos dados necessários.

Após a escolha dos estudos por meio das palavras-chave, realizou-se uma rápida triagem para identificar quais trabalhos poderiam ser apropriados como referência para este estudo. Durante essa seleção, houve um foco nas metas e resultados de cada pesquisa, a fim de compará-los com os objetivos deste estudo e determinar quais poderiam ser utilizados.

Os critérios de seleção foram estabelecidos de forma ampla, considerando a vasta área de conhecimento, o foco principal abordado, os objetivos da pesquisa, os resultados alcançados e as referências citadas. Além disso, foram examinadas outras obras citadas que, mesmo não estando diretamente relacionadas ao tema específico da pesquisa, poderiam contribuir para o desenvolvimento do tópico.

Os estudos duplicados que foram publicados em diferentes fontes foram excluídos, resultando em múltiplas ocorrências durante a busca. Essa exclusão foi principalmente aplicada aos trabalhos que não estavam alinhados com os objetivos deste estudo, mesmo que tratassem de tópicos semelhantes ou relacionados. Em essência, embora abordassem o mesmo tema, a abordagem adotada era divergente, o que impossibilitou a utilização desses estudos como referência para a pesquisa.

2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.2.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS

A logística é uma disciplina que tem desempenhado um papel fundamental na vida humana ao longo de muitos anos. Pode-se traçar suas origens até o período Paleolítico, quando os antigos seres humanos desenvolviam planos complexos para atividades como caça. Esses planos incluíam a seleção de locais, o uso de ferramentas apropriadas, o transporte de recursos, o armazenamento de alimentos, entre outros aspectos.

Essas práticas paleolíticas podem ser comparadas às atividades logísticas contemporâneas, que envolvem a aquisição de recursos, seu acondicionamento, transporte e armazenamento. Ao longo dos anos, a logística evoluiu e se expandiu para diversas áreas, encontrando aplicações tanto no ambiente acadêmico quanto no empresarial. Ela requer uma abordagem multidisciplinar, pois envolve cálculos que abrangem domínios como matemática, física, informática e outros para determinar distâncias, valores e custos (Silva, 2022).

A gestão da cadeia de suprimentos implica em tomadas de decisão em três níveis distintos: estratégico, tático e operacional. As decisões de nível estratégico englobam um planejamento de longo prazo, como, por exemplo, a definição da localização de instalações. Por outro lado, as decisões de nível tático envolvem prazos médios, como a formulação do plano mestre de produção. O nível operacional, por sua vez, trata das decisões de curto prazo, incluindo atividades como o sequenciamento da produção e o roteamento de veículos (Silva, 2022).

Os autores Back et al. (2015) observaram que a competição entre empresas impulsiona a busca contínua por aprimoramentos em toda a cadeia de suprimentos, abrangendo diversos estágios, desde a aquisição de materiais e as relações com fornecedores até os processos de produção, logística e, por fim, a satisfação e atendimento ao cliente. Para alcançar resultados eficazes, é fundamental que todos os segmentos da cadeia estejam interligados e mantenham um desempenho satisfatório em suas respectivas atividades.

Nesse contexto, a gestão da cadeia de suprimentos emerge como uma ferramenta de gestão crucial, possibilitando a integração e o monitoramento eficiente dos processos, resultando na criação de valor ao longo de toda a cadeia. Back et al. (2015) resumem essa perspectiva, enfatizando que a adoção da gestão da cadeia de suprimentos auxilia na estruturação do fluxo de operações empresariais e pode ser empregada como uma estratégia gerencial estratégica, conferindo uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes.

Abordando as transformações, Wieland (2020) salientou que a cadeia de suprimentos não deve ser considerada como um acontecimento isolado, desvinculado do ambiente no qual está inserida. Ela está sujeita a influências políticas, econômicas e de outras organizações que compõem suas relações na cadeia. A pandemia da COVID-19, com todas as mudanças que impôs, evidenciou de maneira prática como o ambiente externo afeta a cadeia de suprimentos, provocando alterações nos padrões de consumo e introduzindo incertezas sobre o futuro.

Essa situação resultou no fechamento de algumas empresas, levando ao rompimento de parcerias entre os elos da cadeia. Os gestores passaram a reconsiderar sua dependência excessiva de um único parceiro, como no caso da China, e a buscar alternativas para manter a gestão da cadeia de suprimentos, uma vez que ficou evidente sua considerável vulnerabilidade (Wieland, 2020).

A cadeia de suprimentos deve ser concebida como uma entidade coesa, dada a natureza compartilhada e colaborativa das responsabilidades entre seus membros. Eles devem alinhar seus objetivos em todos os níveis e tomar decisões estratégicas com base em seu impacto nos custos totais, na participação de mercado e nas mudanças no cenário competitivo. No entanto, a realização desses princípios só é viável por meio da Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) ou Supply Chain Management (SCM) (Junior e Begnis, 2021).

Apoiando a importância das parcerias, Gonella et al. (2018) identificaram que a colaboração entre os intervenientes nos processos de negócios da cadeia de suprimentos desempenha um papel fundamental na promoção de sua eficiência. A gestão da demanda, o atendimento a pedidos e a administração do fluxo de produção são impulsionados e influenciados pelas decisões relativas ao relacionamento com os clientes. Quaisquer erros em qualquer um desses processos de negócios pode ter repercussões significativas em toda a cadeia de suprimentos, resultando em desordem e interrupções prejudiciais.

A figura 1 apresenta uma representação da cadeia de suprimentos.

Figura 1 – Estrutura da cadeia de suprimentos

Conforme ilustrado na imagem anterior, a cadeia de suprimentos demanda o estabelecimento de parcerias sólidas, uma resolução eficaz de eventuais conflitos que possam surgir, tudo isso com o propósito de promover a construção de marcas e a partilha de lucros.

Nesse contexto, a GCS abrange um conjunto de abordagens empregadas para integrar e coordenar eficazmente os participantes envolvidos na produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Isso visa garantir que esses produtos sejam entregues na quantidade, qualidade, local e momento adequados, de modo a minimizar os custos globais dos sistemas e atender aos níveis de serviço desejados (Junior e Begnis, 2021).

A vantagem competitiva na gestão da cadeia de suprimentos não decorre apenas da agregação e expansão de recursos tangíveis, mas também da habilidade em inovar, aproveitando tanto a sabedoria individual quanto a coletiva e promovendo a partilha de conhecimento. Isso permite que as empresas que fazem parte dos canais logísticos de suprimento e distribuição se integrem à cadeia de valor e alcancem o objetivo de reorganizar e sistematizar o conhecimento (Abbad, 2016).

Os principais objetivos da gestão da cadeia de suprimentos incluem a gestão da incerteza decorrente de flutuações na demanda, aprimorar a responsividade ao mercado e satisfazer as necessidades dos clientes (Ross, 2016). No entanto, no início deste século, várias transformações no ambiente empresarial têm gerado novas demandas para as organizações. A cadeia de suprimentos evolui para se tornar uma cadeia de valor, onde o valor (e os custos) são criados não apenas pela empresa individual em uma rede, mas por todas as entidades interconectadas (Christopher, 2012). Nesse contexto, uma eficiente administração logística interpreta cada atividade na cadeia de suprimentos como um contribuinte fundamental para o processo de criação de valor.

Quando se aborda a temática do desenvolvimento sustentável, Modak et al. (2020) enfatizam que, devido às possíveis operações transfronteiriças na cadeia de suprimentos, os gestores da mesma precisam estar atentos às regulamentações aplicáveis às transações, requisitos relacionados aos métodos de operação da empresa e até mesmo às certificações necessárias para a comercialização. A responsabilidade social e ambiental assume um papel crucial na manutenção e estabilidade das relações, uma vez que a economia contemporânea demanda que as empresas adotem uma abordagem social e ambientalmente responsável, especialmente no contexto da cadeia de suprimentos, onde há oportunidades para implementar ações que promovam essa postura.

A conscientização acerca dos aspectos ambientais tem se disseminado globalmente, com o objetivo de mitigar os efeitos adversos das atividades econômicas sobre o meio ambiente, seja no contexto da produção industrial ou na promoção de práticas mais sustentáveis. Frequentemente, as empresas são identificadas como as principais responsáveis pelos impactos negativos no meio ambiente, muitas vezes devido à ocorrência de desastres ambientais de grande magnitude. Em resposta a essas críticas, as empresas enfrentam o desafio de assumir a responsabilidade socioambiental por suas operações, adotando medidas preventivas para evitar a poluição e engajando-se em iniciativas de cunho social. Em linhas gerais, as empresas enfrentam pressões por parte de seus stakeholders no que diz respeito à promoção do desenvolvimento sustentável em suas operações. Com o objetivo de conciliar aspectos econômicos, ambientais e sociais, diversos pesquisadores têm direcionado seus estudos para a gestão sustentável da cadeia de suprimentos, chegando inclusive a desenvolver um modelo de negócio (Lopes, Scavarda, Carvalho e Korzenowski, 2019).

2.2.1.1 Gerenciamento do conhecimento

A gestão do conhecimento abrange a identificação e análise do conhecimento disponível e necessário, seguida pelo planejamento e controle de ações destinadas a desenvolver ativos de conhecimento, a fim de alcançar os objetivos organizacionais. Os ativos de conhecimento referem-se ao conhecimento relacionado a mercados, produtos, tecnologias e organizações que uma empresa detém ou requer para capacitar seus processos de negócios a gerar lucro (CIVI, 2000).

A gestão do conhecimento é essencialmente fundamentada na administração do capital humano e intelectual (MORAES, 2018). Isso envolve uma compreensão das características do ambiente competitivo, bem como das necessidades tanto coletivas quanto individuais, refletindo a coordenação sistemática de esforços nos níveis operacional e estratégico.

Para efetuar a gestão do conhecimento de forma eficaz, é crucial direcionar atenção tanto para a dimensão tácita, que engloba os aspectos comportamentais, quanto para a dimensão explícita, que envolve estrutura e tecnologia, visando à melhoria da eficácia organizacional (GARCIA; COLTRE, 2017). A gestão do conhecimento é uma abordagem intencional e metódica que se vale do conhecimento organizacional relacionado às habilidades individuais, competências, pensamentos, inovações e ideias, com o propósito de aprimorar a eficiência e a eficácia da empresa (CENTENARO; BONEMBERGER; LAIMER, 2016).

Nos últimos anos, o aumento da concorrência entre empresas promoveu significativas transformações em seus processos internos, refletindo também nas relações entre organizações (ABBADE, 2016). A capacidade de adquirir, compartilhar e aplicar conhecimento tornou-se um elemento-chave para impulsionar a competitividade empresarial. A fonte de vantagem competitiva está intrinsicamente ligada a dois aspectos fundamentais: a habilidade da organização para se destacar perante os clientes, seja pela diferenciação de seus produtos ou serviços, e a capacidade de operar com custos reduzidos, ampliando, assim, sua margem de lucro. Em resumo, empresas de sucesso apresentam uma vantagem competitiva baseada em custos mais baixos, produtos diferenciados ou, até mesmo, uma combinação de ambos (CHRISTOPHER, 2012).

A vantagem competitiva na gestão da cadeia de suprimentos não apenas se origina da combinação e do aumento de recursos materiais, mas também da capacidade inovadora, que envolve a utilização do conhecimento individual e coletivo, bem como o compartilhamento de informações. Isso possibilita que as empresas que fazem parte dos canais logísticos de suprimentos e distribuição integrem-se à cadeia de valor e alcancem o objetivo de reorganizar e sistematizar o conhecimento (ABBADE, 2016).

Os principais objetivos da gestão da cadeia de suprimentos incluem a capacidade de lidar com a incerteza decorrente das flutuações na demanda, aprimorar a responsividade ao mercado e atender às necessidades dos clientes (ROSS, 2016). Entretanto, neste início de século, diversas transformações no ambiente empresarial têm gerado novas demandas às organizações.

A cadeia de suprimentos evolui para uma cadeia de valor na qual o valor, assim como os custos, não é mais exclusivamente gerado pela empresa individual em uma rede, mas sim por todas as entidades conectadas (CHRISTOPHER, 2012). Nesse contexto, a gestão logística eficaz compreende cada atividade na cadeia de suprimentos como um elemento contribuinte para o processo de agregação de valor.

Para que as empresas alcancem competitividade, é fundamental que elas estabeleçam uma integração e coordenação eficazes dos fluxos de informação e trabalho, assegurando que ocorram de maneira sincronizada em toda a organização e até mesmo além dela. Isso requer sistemas capazes de integrar informações provenientes de diversas áreas funcionais e unidades organizacionais, além de coordenar as atividades da empresa em colaboração com seus fornecedores e outros parceiros de negócios, bem como com os clientes. Os sistemas de informação utilizados na cadeia de suprimentos podem ser categorizados da seguinte forma:

  1. Intercâmbio Eletrônico de Dados (Electronic Data Interchange – EDI): Refere-se à transmissão automatizada de dados de um sistema de computador para outro por meio de redes de comunicação. Essa abordagem envolve o envio e recebimento de documentos eletrônicos padronizados entre parceiros de negócios.
  2. Sistemas de Informação Logística (SIL): Esses sistemas têm a função de medir, controlar e gerenciar as operações logísticas tanto dentro da empresa como ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
  3. Programas de Resposta Rápida (PRRs): Os PRRs oferecem maior visibilidade dos eventos, possibilitando a redução de estoques e a melhoria na qualidade dos serviços. Esses programas são baseados na cooperação e no compartilhamento de informações entre os parceiros da cadeia de suprimentos, o que contribui para o aprimoramento das previsões e do planejamento de produção. Isso permite a implementação de políticas de gestão de estoque “empurrada” e a adoção do conceito de ressuprimento enxuto, no qual os estoques são reabastecidos de forma frequente em pequenas quantidades (de acordo com Arozo, 2003, e Wanke, 2004).

2.2.1.2 Gestão de riscos e ganhos operacionais

A demanda por medidas preventivas em sistemas de crescente complexidade requer acesso a uma ampla gama de habilidades, que podem não estar disponíveis em pequenas e médias empresas. Atualmente, as cadeias de suprimentos estão se tornando mais complexas e incertas nas redes empresariais (Ivanov; Dolgui, 2019).

Componentes, matérias-primas, produtos em estágio intermediário e produtos finais fluem por redes de fabricantes e consumidores em diversos países ao redor do mundo (Jeong et al., 2020). Fatores de exposição ao risco, como terceirização, redução da base de fornecedores, estratégia just-in-time e ciclos de vida de produtos mais curtos, estão elevando a importância desse assunto.

Riscos têm o potencial de comprometer a viabilidade dos projetos (Souza; Dantas, 2020). Na literatura, diversas perspectivas sobre as fontes de risco são encontradas, resultando em classificações complementares. Os fatores de risco podem ser resumidos da seguinte forma:

  1. Risco de Transporte: Refere-se aos riscos associados ao transporte, como atrasos na entrega do produto ou danos durante o processo de transporte.
  2. Risco de Informação e Previsão: Envolve fatores de risco relacionados a informações e previsões de demanda, incluindo erros nos pedidos (documentação de pedidos, entrada de pedidos e falhas no sistema de informações), solicitações de pedidos urgentes e problemas na manutenção adequada de estoques.
  3. Risco do Fornecedor: Engloba riscos ligados aos fornecedores na cadeia de suprimentos, como a falência repentina de um fornecedor, escassez de produtos e defeitos causados pela capacidade de produção insuficiente do fornecedor, bem como a incapacidade de atender a pedidos urgentes.
  4. Risco Ambiental: Refere-se a mudanças no ambiente operacional da cadeia de suprimentos, abrangendo flutuações de preços devido a aumentos nas matérias-primas e inflação, falta de atendimento à oferta e demanda devido à insuficiência de matérias-primas, mudanças nas regulamentações, leis e políticas relacionadas e avanços tecnológicos.
  5. Risco Destrutivo: Inclui desastres e acidentes súbitos, como desastres naturais inesperados, epidemias, incêndios, acidentes de trânsito, greves, e fechamento de portos e aeroportos. (Jeong; Cha e Kim, 2020).

2.2.2 GESTÃO SUSTENTÁVEL DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

2.2.2.1 Histórico e conceito

A crescente demanda por operações de desenvolvimento que possuam uma reputação ambiental mais favorável despertou o interesse de pesquisadores, resultando em um aumento significativo no número de estudos que exploram alternativas para promover a circularidade nos processos de desenvolvimento. No entanto, é importante destacar que poucos estudos têm avançado na perspectiva integrada do funcionamento de toda a cadeia de suprimentos de um produto circular (Dev et al., 2020).

Quanto à Gestão de Cadeia de Suprimentos Sustentável (GCSS), a maioria dos estudiosos tem concentrado seus esforços no âmbito estratégico. Isso se deve ao fato de que as decisões estratégicas têm um impacto significativo no desempenho a longo prazo e são, portanto, fundamentais para a sustentabilidade de uma organização. Um dos aspectos mais cruciais em nível estratégico é o planejamento das redes na cadeia de suprimentos, denominado como Planejamento da Rede da Cadeia de Suprimentos (PRCS).

É evidente que, além da necessidade de alcançar um desempenho econômico satisfatório, as organizações agora são cobradas a assumir a responsabilidade por um desempenho social e ambiental positivo em suas operações, bem como nas atividades de seus parceiros e fornecedores. Portanto, a atual ênfase nas cadeias de suprimentos está diretamente relacionada à gestão de processos mais eficazes, inovadores e sustentáveis (Jia, Gong & Brown, 2019).

Com o aumento da demanda por incorporar considerações ambientais e sociais à gestão da cadeia de suprimentos, surgiram conceitos de sustentabilidade que estão diretamente ligados à administração operacional dessa cadeia (Jia, Gong & Brown, 2019). Isso se deve não apenas à preocupação com recursos finitos, mas também à maneira como produtos e serviços são produzidos e processados.

Inicialmente, a gestão da cadeia de suprimentos estava centrada na integração de processos entre os parceiros da cadeia, na análise de eficiência de custos dos fornecedores e na prestação de serviços aos consumidores. No entanto, as discussões sobre questões socioambientais, juntamente com preocupações sobre os impactos da produção e consumo, levaram ao surgimento de novos focos de interesse, como logística reversa, gestão ambiental e a criação de uma cadeia de suprimentos verde e sustentável. Portanto, é perceptível que a gestão sustentável das operações está aproximando a visão tradicional de gestão, que se concentra em lucratividade e eficiência, com as considerações sobre os impactos ambientais e as partes interessadas envolvidas (Jia, Gong & Brown, 2019).

O PRCS abrange decisões que englobam a seleção de fornecedores, a determinação do número de instalações, a localização dessas instalações, a definição das capacidades de produção, a escolha das tecnologias a serem aplicadas, a alocação de demanda, a decisão sobre o modal de transporte e o fluxo de materiais entre as instalações (MORENO-CAMACHO et al., 2019).

A diferenciação entre “cadeia de suprimentos verde” e “cadeia de suprimentos sustentável” reside na amplitude de abordagem. Enquanto a “cadeia de suprimentos verde” concentra-se na utilização de produtos e serviços que minimizam os impactos na saúde e no meio ambiente, a “cadeia de suprimentos sustentável” visa não apenas reduzir esses impactos, mas também considerar outros aspectos da sustentabilidade, incluindo preocupações sociais (Silva e Martins, 2022).

Nesse contexto, pode-se afirmar que as “cadeias de suprimento verdes” têm impactos imediatos na saúde do meio ambiente, mas não abordam integralmente a sustentabilidade. Esta última é um conceito mais abrangente que contempla as consequências do uso a longo prazo, englobando uma gama mais ampla de aspectos, como os impactos sociais e ambientais, bem como dimensões culturais. Portanto, não é suficiente ter apenas uma cadeia de suprimentos verde; o ideal é uma cadeia de suprimentos sustentável (Silva e Martins, 2022).

De acordo com Tseng et al. (2019), há uma escassez de estudos que investiguem a intersecção entre a “cadeia de suprimentos verde” e a “cadeia de suprimentos sustentável”. Ren et al. (2020) argumentam que as pesquisas existentes estão desatualizadas e carentes de abrangência, incapazes, portanto, de oferecer uma análise completa do progresso na gestão de suprimentos com enfoque na sustentabilidade ambiental. Apesar disso, é inegável que houve progressos nessa área. Entretanto, ainda estamos distantes de enfrentar os desafios impostos pela complexidade da colaboração interna e pelas incertezas dos mercados externos (Ren et al., 2020).

2.2.2.2 Modelagem e estrutura

Com o objetivo de atender às crescentes expectativas da sociedade, os desenvolvimentos de produtos e serviços estão incorporando considerações ambientais e requisitos de sustentabilidade desde a fase de concepção. Isso segue os princípios da economia circular, que promovem a extensão do ciclo de vida, atualizações e a capacidade de recuperação dos produtos. Consequentemente, as cadeias de suprimentos que sustentam esses produtos, no contexto da economia circular, estão sendo instadas a identificar estratégias de recirculação e aprimorar seu desempenho ambiental (Loizia et al., 2021).

Nesse contexto, quando uma organização adota os princípios da economia circular, é essencial uma integração mais profunda na cadeia de suprimentos e a capacidade de lidar com maior complexidade e incerteza (Vegter et al., 2020). Superar as barreiras de implementação é crucial, uma vez que o modelo circular resultante tem um potencial significativo para gerar benefícios sustentáveis (Lechner & Reimann, 2020).

Além disso, as novas tecnologias de informação e comunicação em tempo real desempenham um papel fundamental nas atividades da cadeia de suprimentos. Elas contribuem para a eficiência das operações logísticas, fornecendo ferramentas para geolocalização, gerenciamento de estoques e rastreamento ao longo do ciclo de vida do produto (Varriale et al., 2021). Tecnologias da Indústria 4.0, como big data, transformação digital e Internet das Coisas (IoT) / Nuvem das Coisas (CoT), desempenham um papel crucial ao auxiliar as organizações no gerenciamento de grandes volumes de informações relacionadas a insumos, produção, logística e prestação de serviços.

Os atores envolvidos nas operações da Cadeia de Suprimentos Sustentável (CSS) e potenciais novos participantes estão enfrentando demandas crescentes para coordenar ações conjuntas que visem ao fechamento dos ciclos de vida de produtos e serviços circulares (Jabbour et al., 2018).

Uma maneira simples de integrar considerações ambientais em um modelo tradicional de Planejamento da Rede da Cadeia de Suprimentos (PRCS) é quantificar os impactos ambientais em termos monetários na função objetivo, como a emissão de gases de efeito estufa em cenários que envolvem o comércio de créditos de carbono ou a aplicação de penalidades por infrações às regulamentações ambientais. No entanto, a abordagem mais prevalente é a utilização de modelos multiobjetivo (Condé, 2021).

Na revisão realizada por Moreno-Camacho et al. (2019), foram identificados 39 estudos de natureza multiobjetivo em comparação com 16 de natureza unidimensional. Nos modelos multiobjetivo, cada dimensão da sustentabilidade é representada por uma função própria, por exemplo, a minimização de custos e a redução das emissões de gases de efeito estufa em um modelo que incorpora considerações econômicas e ambientais.

Apesar de as questões reais na cadeia de suprimentos frequentemente estarem sujeitas a níveis de incerteza, a literatura sobre Gestão de Cadeia de Suprimentos Sustentáveis (GCSS) ainda é predominantemente dominada por modelos de natureza determinística. Uma revisão abrangendo 220 trabalhos relacionados a cadeias de suprimento sustentáveis, conduzida por Barbosa-Póvoa, Da Silva e Carvalho (2018), constatou que apenas 16% dos artigos abordaram aspectos de incerteza.

Destes, 11% utilizaram abordagens estocásticas, enquanto 5% empregaram uma abordagem robusta. É importante ressaltar que a maioria esmagadora desses modelos tratou a incerteza no contexto da demanda, embora haja outros fatores, como fornecedores, preços de compra ou venda de produtos, bem como custos fixos e variáveis, que também apresentam níveis de incerteza.

Ansari e Kant (2017) destacam as barreiras encontradas na adoção da gestão sustentável da cadeia de suprimentos, que incluem a escassez de informações e transparência, a carência de treinamento e experiência, a capacidade dos fornecedores, os custos envolvidos, a falta de comprometimento da alta administração, a insuficiência de recursos financeiros, a complexidade no design para redução do consumo de recursos e energia, a falta de adequação para a implementação de práticas logísticas reversas, e a ausência de adoção de tecnologias de informação (TI). Entre essas barreiras, as implicações de custos, a falta de comprometimento da alta administração, a carência de treinamento e experiência, e o comprometimento dos fornecedores com baixo desempenho são as mais comuns apontadas como obstáculos à bem-sucedida implantação da gestão sustentável da cadeia de suprimentos.

Sajjad, Eweje e Tappin (2020) corroboram essa visão, destacando que preocupações relacionadas a custos, restrições estratégicas e estruturais, bem como problemas com fornecedores e clientes, juntamente com a falta de regulamentações eficazes, representam obstáculos críticos para a implementação da gestão sustentável da cadeia de suprimentos.

2.2.2.3 Ecoinovação

A busca contínua pela inovação é essencial para a manutenção da competitividade das empresas no mercado, evitando que fiquem obsoletas. A transição da economia linear para a economia circular representa uma mudança fundamental, levando as empresas a adotarem estratégias que considerem todas as etapas do ciclo de vida do produto, desde sua concepção até o término de sua vida útil. Como resultado, muitas empresas têm procurado promover a inovação, desenvolvendo soluções que tenham impactos positivos tanto no meio ambiente quanto na sociedade. Esse tipo de inovação é conhecido como inovação ecológica ou ecoinovação (FERRARI; TAQUES, 2017).

Bagno, Cheng e Melo (2018) salientaram que a gestão da inovação em empresas industriais não se limita apenas às ações que resultam na introdução de novos produtos ou serviços no mercado. Ela abrange mudanças na cadeia de suprimentos, na organização e nos processos internos, no engajamento de indivíduos tanto internos quanto externos à empresa, na colaboração com outras organizações e na avaliação do valor que essa iniciativa proporciona para a sobrevivência e a competitividade da empresa no mercado (BAGNO; CHENG; MELO, 2018).

Chappin, Oever e Negro (2020) enfatizaram a complexidade da ecoinovação, ressaltando a importância das interações tanto internas quanto externas à empresa. Quanto às ações internas da empresa, eles destacaram sua relevância na implementação da ecoinovação. Além disso, observaram que o setor de atuação da empresa e seu porte também desempenham papéis significativos, uma vez que os membros da cadeia de suprimentos podem influenciar a forma como a ecoinovação é adotada pela empresa.

No que diz respeito às influências, Kuo e Smith (2018) esclareceram que as regulamentações ambientais, tanto em âmbito nacional quanto internacional, têm impulsionado transformações nas empresas. Essas mudanças envolvem adaptações nas estratégias e atitudes das organizações, levando-as a buscar sustentabilidade e competitividade para atender às demandas do mercado que exige tais ajustes. Em um passado não tão distante, as empresas se concentravam principalmente em cumprir as regulamentações ambientais apenas para evitar sanções e penalidades decorrentes de fiscalizações.

No entanto, ao longo do tempo, as expectativas dos consumidores e as pressões ambientais passaram a exigir a criação de produtos que fossem ambiental e socialmente responsáveis. Nesse contexto, a integração da inovação na cadeia de suprimentos emergiu como uma oportunidade para atender a essas demandas. A implementação de novos métodos ecoinovadores na produção de bens não apenas garante a conformidade com as regulamentações, mas também agrega valor aos negócios.

Ferrari e Taques (2017) destacaram que a adoção da ecoinovação proporciona vantagens às empresas e assegura sua continuidade ao longo do tempo, especialmente para pequenos empreendimentos que podem expandir sua presença no mercado. A efetiva implementação da ecoinovação requer que a empresa considere cuidadosamente alguns aspectos:

  1. Compreender de forma abrangente o ciclo de vida de seus produtos, identificando ameaças e oportunidades que se originam externamente à organização.
  2. Ter uma compreensão profunda do ciclo de vida de suas atividades internas.

A compreensão completa do ciclo de vida dos produtos permite que a empresa tome medidas para calcular e mitigar ameaças, bem como aproveitar oportunidades de crescimento. Além disso, impulsiona a integração da sustentabilidade em todas as práticas da empresa, conferindo-lhes igual relevância nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Isso garante que todas as ações empreendidas pela empresa estejam alinhadas com os princípios da sustentabilidade (Ferrari e Taques, 2017).

Gao et al. (2017) observaram que a intensa inovação na cadeia de suprimentos sustentável se concentra principalmente nos domínios de processos, produtos e tecnologias. É notável que essas inovações se tornem prioridade quando estão relacionadas a questões econômicas, em comparação com as dimensões ambientais e sociais. Os países desenvolvidos se destacam na implementação de práticas inovadoras na gestão da cadeia de suprimentos sustentável, possivelmente devido à sua conexão com fatores econômicos, como já mencionado.

De acordo com a pesquisa conduzida por Xavier et al. (2017), identificam-se lacunas significativas na formulação de modelos de ecoinovação. Essas lacunas incluem a ausência de um consenso entre os autores em relação ao vocabulário e às terminologias associadas à ecoinovação. A pesquisa revela a inexistência de modelos estruturados que incorporem abordagens metodológicas abrangentes. Além disso, não foram encontrados modelos relacionados à capacidade ambiental, liderança, cultura organizacional ou focados em serviços em grande quantidade.

A disponibilidade de modelos adaptáveis, detalhados ou aprofundados é limitada, e em certos segmentos, a pesquisa não encontrou modelos disponíveis. Portanto, surge a dificuldade na aplicação ou adaptação de modelos devido à falta de detalhamento nos métodos, o que destaca uma oportunidade de pesquisa para o desenvolvimento de métodos de ecoinovação específicos para determinados segmentos.

De acordo com a pesquisa conduzida por Kusi-Sarpong et al. (2019), a inovação sustentável representa uma alternativa viável para melhorar o desempenho das empresas de manufatura na Índia, especialmente considerando os numerosos desafios ambientais em suas cadeias de suprimentos. Para implementar eficazmente essas ecoinovações, as empresas destacam a necessidade primordial de recursos disponíveis para investir em inovação. Em seguida, é fundamental possuir conhecimento técnico para o desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos e a adoção de práticas sustentáveis. Além disso, a cultura organizacional desempenha um papel significativo ao influenciar a integração da inovação sustentável nas operações da empresa (Kusi-Sarpong et al., 2019).

Apesar da crescente pressão para que as empresas adotem a ecoinovação, conforme destacado por Arranz et al. (2019), é importante reconhecer a existência de obstáculos significativos nesse processo. Tais obstáculos englobam a falta de conhecimento e de profissionais capacitados, os custos relativamente elevados em comparação com inovações convencionais e a incerteza em relação à demanda por produtos e serviços ecoinovadores. Portanto, torna-se crucial identificar incentivos financeiros e estabelecer parcerias estratégicas com os stakeholders, incluindo colaborações com fornecedores e outros elos da cadeia de suprimentos, a fim de impulsionar efetivamente a ecoinovação.

É relevante destacar que o setor de planejamento e desenvolvimento, que já possui experiência em inovações convencionais, desempenha um papel fundamental na promoção da ecoinovação. Esses dois domínios estão intrinsecamente interligados, compartilhando informações e conhecimentos que podem facilitar a transição das empresas para a adoção da inovação ecológica. Dessa forma, as empresas que já são inovadoras estão em vantagem no que diz respeito à implementação bem-sucedida da ecoinovação (Silva, 2022).

A figura 2 apresenta uma análise estratégica de implementação da gestão de cadeia de suprimentos sustentável.

Fonte: Santarem e Begnis, 2021.

A introdução da sustentabilidade na cadeia de suprimentos é resultado de pressões e estímulos que emanam de diversos grupos externos à cadeia, mas situados no lado da demanda, tais como reguladores, clientes e outros stakeholders. A empresa focal, portanto, se encontra sob pressão e assume uma maior responsabilidade em relação à sustentabilidade da cadeia.

No entanto, essa demanda por sustentabilidade é repassada aos seus fornecedores. Como resultado, é imperativo que haja uma redução das barreiras e um fortalecimento dos fatores de apoio entre os elos da cadeia. Para alcançar esse objetivo, Seuring e Müller (2008) delinearam dois conjuntos de estratégias para a implementação da GSCS: Gestão de Risco e Desempenho dos Fornecedores (SMRP) e Gestão da Cadeia de Suprimentos para Produtos Sustentáveis (SCMSP).

A estratégia GRDF concentra-se principalmente na adaptação do processo de produção às demandas socioambientais mais rigorosas. Para evitar riscos à sua reputação e imagem, a empresa focal inicia um processo de inclusão de critérios sociais e ambientais na avaliação de seus fornecedores (LUTHRA et al., 2017). Os padrões socioambientais e os sistemas de gestão ambiental e social desempenham papéis cruciais nessa abordagem. O desempenho nessas áreas é utilizado como critério para avaliar os fornecedores, assim como seus compromissos em relação aos impactos socioambientais de suas operações. A empresa focal estabelece requisitos mínimos para os membros de sua cadeia de suprimentos, com o objetivo de mitigar os riscos à sua reputação.

2.2.2.4 Avaliação de impactos ambientais

A questão da sustentabilidade tem ganhado proeminência em diversas esferas de pesquisa (Lis, Sudolska & Tomanek, 2020). Entretanto, grande parte das publicações sobre o tema tende a se concentrar em aspectos teóricos e conceituais (Khan et al., 2020). Existe uma crescente demanda para que as organizações empresariais operem de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Isso implica na necessidade de revisão dos modelos de negócio para permitir que atendam às necessidades dos clientes com o menor custo socioambiental possível.

As pressões externas exigem que a perspectiva da sustentabilidade seja integrada às atividades das organizações (Simões-Coelho & Figueira, 2021). O desafio que se coloca diante das organizações individuais reside em encontrar abordagens inovadoras para colaborar com seus fornecedores, clientes e demais partes interessadas, assegurando simultaneamente que as organizações colham benefícios não apenas em relação à responsabilidade corporativa, mas também em termos de vantagem competitiva.

O pilar social abrange todo o capital humano associado às atividades empresariais, englobando colaboradores, público-alvo, fornecedores e a sociedade em geral. Este pilar engaja-se em questões de valores sociais, culturais e justiça na distribuição de custos e benefícios. Já o pilar econômico concentra-se na sustentabilidade econômica da empresa, assegurando que esta possa produzir, distribuir e oferecer produtos ou serviços de forma competitiva em relação aos concorrentes, garantindo um rendimento adequado para manter uma vida em sociedade.

No contexto ambiental, o desenvolvimento sustentável diz respeito às práticas que, direta ou indiretamente, afetam o meio ambiente, buscando minimizar os impactos ambientais resultantes das atividades industriais. Uma empresa que adota o modelo da Triple Bottom Line (TBL) está comprometida em alcançar resultados positivos em todas essas três esferas delineadas por Elkington (2012).

Uma maneira simples de integrar considerações ambientais em um modelo tradicional de Planejamento da Rede da Cadeia de Suprimentos (PRCS) é quantificar os impactos ambientais em termos monetários na função objetivo, como a emissão de gases de efeito estufa em cenários que envolvem o comércio de créditos de carbono ou a aplicação de penalidades por infrações às regulamentações ambientais. No entanto, a abordagem mais prevalente é a utilização de modelos multiobjetivo.

A integração de preocupações relacionadas à sustentabilidade na cadeia de suprimentos demanda a implementação de métodos para avaliar os impactos ambientais e sociais decorrentes. Uma das abordagens mais abrangentes para avaliar os impactos ambientais é a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). A ACV engloba todos os possíveis impactos ambientais associados às diferentes etapas do ciclo de vida de um produto, desde a extração de matérias-primas até sua reciclagem ou destino final. Existem várias metodologias empregadas para quantificar esses impactos (Condé, 2021)

Conforme relatado por Eskandarpour et al. (2015), as metodologias baseadas em “ponto médio” consideram uma variedade de fatores, incluindo o consumo de recursos naturais renováveis e não renováveis, o agravamento do efeito estufa, as emissões de gases de efeito estufa, a depleção da camada de ozônio, a acidificação, a eutrofização, o uso de água e energia, bem como o potencial de toxicidade. Em contrapartida, as metodologias de “ponto final” ou aquelas orientadas a “dano” agregam esses fatores em categorias mais amplas, tais como impactos na saúde humana, no ecossistema e no uso de recursos naturais.

O objetivo primordial a ser alcançado por meio da Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos (GSCS) é a contínua ampliação do valor percebido pelos consumidores em relação aos produtos que serão entregues a eles. A percepção de valor por parte dos consumidores está diretamente relacionada aos atributos que eles mais valorizam. Nesse contexto, a Empresa Focal desempenha um papel fundamental na promoção da gestão sustentável, pois sua atuação deve gerar resultados positivos não apenas em termos econômicos, mas também sociais e ambientais, que se estendem e são coordenados ao longo de toda a cadeia de suprimentos (Alves, Silva & Santos, 2018).

Isso implica na necessidade de estabelecer uma articulação e colaboração eficazes entre os diversos componentes da cadeia de suprimentos. Em diferentes níveis de profundidade, essa articulação visa aprimorar as relações entre os elos da cadeia e, de fato, contribuir para a implementação de práticas sustentáveis (Alves, Silva & Santos, 2018).

Um estudo anterior conduzido por Dos Santos et al. (2018) identificou que o desempenho das operações no contexto da cadeia de suprimentos sustentáveis desempenha um papel crucial e significativo. Isso ocorre porque as operações são responsáveis pela geração de poluentes e resíduos, e é fundamental que esses passivos ambientais sejam gerenciados de forma a minimizar o impacto ambiental causado pela empresa. O pilar ambiental desempenha um papel fundamental ao envolver uma variedade de partes interessadas, cumprir com requisitos legais e promover a conscientização em prol da sustentabilidade ambiental (Dos Santos et al., 2018).

No estudo conduzido pelos mencionados autores, foram conduzidas entrevistas com membros de uma organização, abrangendo desde representantes comerciais até a alta liderança. Durante essas entrevistas, tornou-se evidente a significativa relevância da gestão ambiental no contexto da cadeia de suprimentos. Os entrevistados identificaram várias preocupações e conquistas, demonstrando claramente que as empresas estão, de fato, empenhadas em aprimorar as dimensões ambientais e sociais em seus processos.

Durante as entrevistas, foi perceptível o compromisso das empresas em buscar matérias-primas certificadas, adotar processos que minimizem o consumo de recursos naturais, implementar práticas de responsabilidade social e avaliar a demanda dos clientes por produtos fornecidos por empresas com um compromisso ambiental sólido (Sousa e Morais, 2021).

Os responsáveis pela gestão da cadeia de suprimentos enfrentam uma crescente pressão para abraçar uma abordagem mais abrangente em relação ao desenvolvimento sustentável. Essa gestão sustentável é caracterizada pela integração dos principais processos de negócios, que se estendem desde o usuário final até os fornecedores de produtos, serviços e informações que agregam valor tanto para os clientes quanto para outros stakeholders (Hussain et al., 2018).

A figura 3 apresenta as principais dificuldades e barreiras encontradas na busca por uma cadeia de suprimentos mais sustentável.

Figura 3 – Barreiras e facilitadores para a cadeia de suprimentos sustentáveis

Fonte: Sousa e Morais, 2021.

A mudança em direção a uma cultura com baixas emissões de carbono representa um dos principais obstáculos enfrentados pelas empresas na contemporaneidade (DAUGAARD; DING, 2022).

A figura 3 apresenta os indicadores da cadeia sustentável.

Figura 4 – Indicadores de cadeia sustentável

Fonte: Costa; Ribeira e Vidal, 2022.

No que diz respeito aos obstáculos à adoção da GVCS, é possível enfatizar a falta de alinhamento e colaboração com os fornecedores, o custo elevado associado à implementação dessas práticas, a falta de comprometimento da organização com a questão, a carência de expertise técnico em GVCS e as características específicas, como o tamanho ou o tipo da empresa em consideração (Souza, 2022).

Na perspectiva econômica, foram identificados quatro indicadores essenciais. O primeiro é o Custo de Transporte, que envolve a despesa relacionada ao deslocamento com base na distância percorrida durante o trajeto e no índice de emissão, o qual está vinculado ao tipo e à capacidade do veículo utilizado na movimentação (conforme mencionado por Rinaldi et al., 2021).

O segundo indicador é o Custo da Matéria-Prima, que abrange o custo associado ao ciclo de vida de um produto final fabricado (de acordo com El Amrani et al., 2021). Em seguida, a Garantia de Qualidade do produto, que desempenha um papel fundamental na competitividade dos fornecedores no mercado (como destacado por Yu e Hou, 2016). Portanto, a definição dos padrões de qualidade do produto é realizada por meio de políticas de gestão apropriadas.

A falta de cooperação e compartilhamento de informações genuínas entre a empresa cliente e seus fornecedores representa um desafio significativo na promoção das práticas de GVCS nesse segmento da cadeia. A barreira relacionada aos custos está estreitamente ligada à busca incessante por preços mais baixos e competitivos. Além disso, a complexidade na avaliação do retorno financeiro dos projetos de GVCS dificulta sua adoção.

Isso se deve ao fato de que esses projetos geralmente implicam em benefícios de médio a longo prazo, o que pode resultar na falta de priorização por parte das empresas. Especialmente em regiões onde não existem regulamentações que exijam a implementação de estratégias de GVCS, como é o caso do Brasil, a falta de engajamento da alta liderança pode representar um obstáculo significativo para o processo (Souza, 2022).

De maneira geral, podem ser identificadas três abordagens distintas para a mitigação dos impactos ambientais. A primeira envolve a substituição do material por outro de menor impacto ambiental. A segunda consiste em reduzir os efeitos ambientais do processo em si. Por fim, a terceira abordagem diz respeito ao planejamento de redes de suprimentos que causem menor impacto ambiental (Kuo; Lee, 2019).

Apesar de ser considerada uma abordagem abrangente, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) ainda não recebeu a devida atenção na literatura. Esse processo de avaliação pode se mostrar dispendioso, tanto em termos financeiros quanto em tempo, requerendo também um conhecimento especializado em gestão ambiental. Por essa razão, muitos pesquisadores optam por uma abordagem que se baseie na ACV, mas que leve em consideração somente uma ou algumas categorias de impacto específicas.

Kaboli Chalmardi e Camacho-Vallejo (2019) quantificam os impactos ambientais avaliando as emissões de gases de efeito estufa em todos os estágios da cadeia de suprimentos. Já os estudos de Miranda-Ackerman, Azzaro-Pantel e Aguilar-Lasserre (2017) e Mirkouei et al. (2017) utilizam essa abordagem com base no Potencial de Aquecimento Global, uma medida que expressa as emissões de gases de efeito estufa em termos equivalentes às emissões de CO2.

Além disso, a obtenção dos dados ambientais necessários em toda a cadeia de suprimentos pode se tornar uma tarefa complexa, tornando a aplicação completa da ACV inviável. Nessas circunstâncias, é comum realizar uma avaliação parcial dos aspectos ambientais, focalizando apenas em determinados estágios da cadeia. No que diz respeito aos indicadores parciais, a métrica mais comumente utilizada está relacionada à poluição do ar, medida principalmente por meio das emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa. As emissões provenientes do transporte são amplamente discutidas, seguidas das associações com emissões geradas durante o processo de produção (Darbari et al., 2019).

As medidas de sustentabilidade social em cadeias de suprimento geralmente abordam questões relacionadas à justiça social, direitos humanos e igualdade. Embora existam diversas métricas disponíveis, a maioria das avaliações ainda se baseia na contagem de empregos gerados, como observado nos estudos de Darbari et al. (2019). A incorporação de aspectos sociais nos modelos de PRCS sustentável é uma tarefa desafiadora devido à natureza predominantemente qualitativa desses impactos, o que torna complexo o desenvolvimento de metodologias para quantificá-los. Essa complexidade pode explicar a limitação observada nessa área (Eskandarpour et al., 2015).

No contexto das métricas econômicas, a maioria dos estudos se concentra na minimização dos custos totais. Em alguns casos, também são considerados os custos associados às emissões de carbono, seja por meio de taxas ou limites estabelecidos, ou por meio de atividades de comércio de emissões de carbono. Outras abordagens incluem a maximização do lucro total e a minimização do valor presente líquido, sendo esta última particularmente relevante em problemas de localização, pois é capaz de abranger de forma mais abrangente os custos relacionados a investimentos de longo prazo (Condé, 2021).

No entanto, é importante notar que apenas 9% dos estudos revisados por Barbosa-Póvoa, Da Silva e Carvalho (2018) consideram essa métrica. Além disso, em situações que envolvem investimentos, também se torna relevante a consideração dos riscos econômicos, embora essa métrica não seja amplamente abordada na literatura.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão da cadeia de suprimentos, que incorpora não apenas fatores econômicos, mas também avalia os impactos ambientais e sociais, está ganhando crescente importância à medida que as empresas reconhecem a necessidade de alcançar um equilíbrio entre competitividade econômica, ecoeficiência e responsabilidade social.

A literatura baseada na Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos (GSCS) enfatiza a necessidade de abordar de forma integrada os aspectos ambientais, sociais e econômicos (conhecidos como a lógica do Triple Bottom Line – TBL) na estratégia empresarial, envolvendo todos os componentes da cadeia de suprimentos. Portanto, é crucial considerar o papel desempenhado pela Empresa Focal na definição das ações estratégicas relacionadas à sustentabilidade de sua produção e no impacto que essas ações exercem ao longo de toda a cadeia de suprimentos.

Os resultados indicaram que a integração da sustentabilidade na cadeia de suprimentos abrange um âmbito mais abrangente do que o conceito tradicional de uma cadeia de suprimentos ecologicamente correta, conhecida como “cadeia de suprimentos verde”. No entanto, é importante notar que a concepção inicial de uma cadeia de suprimentos sustentável, que se baseia no paradigma ultrapassado do “triple bottom line”, não representa plenamente a realização dos objetivos da sustentabilidade. Portanto, é fundamental que sejam conduzidos estudos adicionais no campo da cadeia de suprimentos sustentável.

É importante ressaltar que, ao enfatizar a necessidade de uma compreensão mais abrangente da sustentabilidade, não estamos advogando que todas as organizações devem adotar uma única definição de sustentabilidade. Reconhecemos que cada organização deve escolher a abordagem de sustentabilidade que melhor se alinhe com seus próprios objetivos, missão e estratégias, levando em consideração também as condições sociais e os valores predominantes em seu contexto de atuação.

É relevante salientar que implementar mudanças significativas que demandem investimentos substanciais pode apresentar desafios consideráveis. Normalmente, as organizações conduzem análises de custo-benefício para avaliar a viabilidade de substituir processos e materiais convencionais por alternativas ecoinovadoras.

No entanto, sua preferência tende a inclinar-se em direção às opções que incorporam a ecoinovação, desde que essas escolhas demonstrem a capacidade de gerar um retorno financeiro superior ao investimento realizado. Portanto, as empresas estão comprometidas com a integração de práticas de ecoinovação, contanto que elas resultem em benefícios financeiros que justifiquem os custos envolvidos.

Nesse sentido, o presente trabalho cumpre seu objetivo geral de apresentar uma revisão da literatura sobre como a gestão da cadeia de suprimentos pode ser realizada de modo a se adequar as necessidades ambientais atuais do Brasil e do mundo. Além disso, também conclui seus objetivos específicos, como: discorrer sobre o conceito de cadeia de suprimento; apresentar quais as etapas da cadeia de suprimentos; destacar legislações e decretos que tratem de questões ambientais coerentes com a atuação da cadeia de suprimentos.

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1Graduação em Engenharia de Produção – Universidade São Judas Tadeu – São Bernardo do Campo