GERENCIAMENTO DO ENVELHECIMENTO COM USO DA TOXINA BOTULÍNICA A PARA O REJUVENESCIMENTO FACIAL

AGING MANAGEMENT USING BOTULINUM TOXIN A FOR FACIAL REJUVENATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11474992


Santos, PTa;
Orientador: Silva, KRb.


RESUMO

O envelhecimento facial é uma consequência que se propaga além da estética, impactando significativamente a saúde emocional e o bem-estar das pessoas, devido suas mudanças gradativas na pele, nos músculos e nos tecidos subjacentes, que resulta em rugas, flacidez e redução de volume facial. Para o gerenciamento do envelhecimento e minimizar indícios do envelhecimento, a toxina botulínica A se tornou uma poderosa aliada na saúde estética. Neste contexto temos como objetivo explorar a ação da toxina botulínica A em sua aplicabilidade estética no gerenciamento do envelhecimento facial, por meio de uma análise bibliográfica da literatura científica disponível, explorando e examinando efeitos no processo de rejuvenescimento e prevenção do envelhecimento, na compreensão de sua influência na qualidade de vida, autoestima e bem-estar dos pacientes, e também na avaliação de sua eficácia e segurança. A ética na aplicação da toxina botulínica A, a personalização do tratamento e a consideração de fatores individuais são aspectos que merecem atenção contínua. A integração desses conhecimentos pode influenciar positivamente a qualidade dos cuidados oferecidos, promovendo não apenas a estética facial, mas também a saúde e o bem-estar global dos pacientes. No entanto, é importante reconhecer que apesar dos avanços, os desafios éticos e práticos ainda persistem. Portanto, esta pesquisa destaca a necessidade de uma abordagem equilibrada entre a inovação estética e a responsabilidade clínica. Em suma, este estudo contribui para a compreensão mais aprofundada do gerenciamento do envelhecimento facial com a toxina botulínica A. 

Palavras-chave: envelhecimento facial, gerenciamento do envelhecimento, rejuvenescimento facial, toxina botulínica A. 

ABSTRACT

Facial aging is a consequence that spreads beyond aesthetics, significantly impacting people’s emotional health and well-being, due to its gradual changes in the skin, muscles, and underlying tissues, which results in wrinkles, sagging, and volume reduction facial. To manage aging and minimize signs of aging, botulinum toxin A has become a powerful ally in aesthetic health. In this context, we aim to explore the action of botulinum toxin A in its aesthetic applicability in the management of facial aging, through a bibliographical analysis of the available scientific literature, exploring and examining effects in the process of rejuvenation and prevention of aging, in understanding its influence on the quality of life, self-esteem and well-being of patients, and also on the evaluation of its effectiveness and safety. Ethics in the application of botulinum toxin A, personalization of treatment and consideration of individual factors are aspects that deserve continued attention. The integration of this knowledge can positively influence the quality of care offered, promoting not only facial aesthetics, but also the overall health and well-being of patients. However, it is important to recognize that despite advances, ethical and practical challenges still persist. Therefore, this research highlights the need for a balanced approach between aesthetic innovation and clinical responsibility. In summary, this study contributes to further understanding of facial aging management with botulinum toxin A.

Keywords: facial aging, aging management, facial rejuvenation, botulinum toxin A.  

INTRODUÇÃO

A beleza e a juventude têm sido ao longo dos tempos, pilares fundamentais para o bem-estar e a autoestima das pessoas. A busca pela preservação da beleza e da juventude sempre foram aspirações humanas. À medida que o tempo avança, o envelhecimento da pele se manifesta, trazendo consigo mudanças morfológicas, bioquímicas e fisiológicas. O processo de envelhecimento é inevitável, no entanto, o desejo de retardar ou atenuar esses efeitos é uma busca comum. Nesse contexto, a toxina botulínica A tem se destacado como um recurso eficaz para o rejuvenescimento facial, minimizando os sinais visíveis e promovendo resultados estéticos satisfatórios, especialmente no que se refere ao tratamento de rugas e linhas de expressão1.

O envelhecimento facial é um fenômeno que transcorre além da estética, impactando significativamente a saúde emocional e o bem-estar. O processo fisiológico do envelhecimento é um fato complexo que envolve uma série de mudanças progressivas na estrutura e na função da pele. O envelhecimento natural causa a redução na produção de colágeno e elastina, proteínas que atuam como pilares da pele, resultando na perda de elasticidade e firmeza. Paralelamente, fatores externos como exposição solar, tabagismo e estilo de vida desempenham um papel significativo no envelhecimento precoce da pele, acelerando a formação de rugas e linhas de expressão1,2.  

O gerenciamento adequado do envelhecimento facial não só proporciona benefícios estéticos, mas também eleva a autoestima e a autoconfiança dos indivíduos. Com a crescente demanda por procedimentos de rejuvenescimento facial, é fundamental aprofundar o conhecimento e a compreensão desse assunto para assegurar a segurança e eficácia dessas intervenções3.  

À medida que a ciência avança e novas tecnologias e procedimentos são desenvolvidos, aumenta, também, o interesse dos pacientes em gerenciar e combater os efeitos do envelhecimento de uma forma natural. Nesse contexto, a toxina botulínica A é um dos principais procedimentos de escolha e de maior conhecimento profissional, entre os pacientes a nível estético, em resultados para minimizar as linhas de expressão e rugas finas, essas adquiridas por expressões dinâmicas e pela perda de colágeno e elastina ao decorrer dos anos, desempenhando um papel proeminente na abordagem do envelhecimento facial, se traduz em resultados notáveis e satisfatórios por parte do paciente, devido sua capacidade de agir diretamente sobre a musculatura facial, promovendo um relaxamento temporário. O diferencial da toxina botulínica A está em sua ação preventiva, que evita o surgimento de novas rugas de expressão. Para alcançar resultados satisfatórios e seguros, sua aplicação requer cuidado e precisão, além de um profundo conhecimento da técnica, da anatomia facial e das características individuais de cada paciente2,4,5.

Esta revisão bibliográfica tem como objetivo investigar e analisar os efeitos do gerenciamento por meio da aplicação da toxina botulínica A no processo de rejuvenescimento facial, visando compreender seus impactos na qualidade de vida, autoestima e bem-estar dos indivíduos, além de avaliar a eficácia e segurança dessa intervenção, contribuindo para a ampliação do conhecimento científico e para a orientação de práticas clínicas mais eficazes e seguras.  

JUSTIFICATIVA

Este trabalho se deu presente devido a fundamentação da diversidade de fatores relevantes que englobam tanto a esfera clínica quanto à social para o gerenciamento do envelhecimento da pele, entendendo a importância do uso da toxina botulínica A para rejuvenescimento, sobretudo, na face, devido seu grande impacto na aparência e autoestima das pessoas.                                                                                     

Neste contexto, o presente artigo de revisão tem como objetivo explorar a ação da toxina botulínica A no gerenciamento do envelhecimento facial. Por meio de uma análise crítica da literatura científica disponível, destacaremos os mecanismos de ação da toxina botulínica A, o uso dela no tratamento de rejuvenescimento e os padrões sociais de beleza, sua segurança e eficácia, bem como seu papel na prevenção e tratamento de rugas e linhas de expressão, considerando suas potencialidades, limitações e a importância da abordagem individualizada para cada paciente. Esperamos, com esta revisão, fornecer um embasamento sólido para profissionais da saúde e indivíduos que desejam informações detalhadas e fundamentadas sobre esse tratamento estético, a fim de enriquecer a prática clínica e aprimorar os resultados estéticos, promovendo a autoconfiança e o bem-estar de quem busca esse tipo de intervenção facial.  

MÉTODO

O estudo proposto se caracteriza por uma abordagem narrativa por metodologia adotada para revisão bibliográfica de estudos e pesquisas relevantes da literatura científica, cujo enfoque é a compreensão ampliada da utilização da toxina botulínica A, com finalidade estética no processo de rejuvenescimento facial. A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa em artigos científicos disponíveis em bases de dados, incluindo Pubmed, Portal de Periódicos Capes, Scielo e Google Acadêmico. A seleção dos artigos se baseou em critérios de inclusão, centrados na temática da utilização estética da toxina botulínica A, excluindo trabalhos que não se alinhassem ao propósito da revisão. A pesquisa se concentrou em análises qualitativas exploratórias e descritivas.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

O envelhecimento cutâneo é um processo multifatorial que vai além da aparência estética, impactando diretamente a função da pele. A modificação do material genético e a redução da prolifera celular são componentes indispensáveis que auxiliam para a perda de elasticidade, diminuição da replicação dos tecidos e do metabolismo. Estudos revelam que o desequilíbrio no sistema de defesa antioxidante do corpo assume um papel crucial na aceleração do envelhecimento cutâneo. Esse desequilíbrio, como um vilão oculto, age de forma silenciosa, comprometendo a saúde e a beleza da pele. Além disso, fatores como idade, hábitos alimentares, estresse, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, exposição excessiva ao sol sem proteção e poluição desempenham papeis significativos nesse processo. Também, as contrações musculares, responsáveis pelas expressões faciais, desempenham um papel significativo no surgimento de rugas dinâmicas e estáticas1

Um gerenciamento adequado do processo de envelhecimento é essencial para promover uma qualidade de vida e bem-estar ao longo dos anos. À medida que envelhecemos, ocorrem alterações naturais na pele, nos músculos e nos tecidos subjacentes, refletindo-se em sinais como rugas e flacidez. A importância de abordar proativamente esses sinais vai além da estética, influenciando a autoestima, a saúde mental e a percepção subjetiva do processo de envelhecimento. A implementação de estratégias de gerenciamento do envelhecimento não apenas contribui para a manutenção de uma aparência mais jovem, mas também tem impactos significativos na experiencia global do envelhecimento. Ao adotar praticas que visam não apenas a estética, mas também a saúde integral, os indivíduos podem melhorar não apenas a aparência física, como também a qualidade de vida, promovendo um envelhecimento saudável e equilibrado6.

A motivação para o tratamento com a toxina botulínica A está intimamente ligada à busca incessante pelos padrões sociais contemporâneos de beleza, que valorizam a juventude e a estética facial. A influência dos meios de comunicação e redes sociais solidifica a juventude como um ideal estético, impulsionando a procura por métodos não cirúrgicos, como a aplicação da toxina botulínica A, para reverter os sinais visíveis do envelhecimento. A pressão social para atender a esses padrões é evidente, refletindo-se na escolha da toxina botulínica A como uma ferramenta segura na paralisação dos músculos responsáveis por rugas e linhas de expressão. A toxina botulínica A também se destaca nesse cenário, oferecendo resultados satisfatórios na prevenção e correção de rugas dinâmicas. Em meio a essa busca incessante por padrões estéticos, a toxina botulínica A emerge como uma resposta eficaz para atender às expectativas sociais, proporcionando resultados temporários1,7,8.

Embora a toxina botulínica A seja uma proteína proveniente da bactéria Clostridium botulinum, que é a causadora do botulismo, ela é cuidadosamente purificada e processada para se tornar um tratamento seguro e eficaz para diversos fins estéticos e médicos. A toxina botulínica A age de forma precisa e direcionada nos nervos motores, bloqueando a liberação de acetilcolina e promovendo o relaxamento dos músculos faciais. Essa ação seletiva suaviza rugas e linhas de expressão, preservando a expressividade natural do rosto e contribuindo para uma aparência natural, harmônica e mais jovem, quando bem realizada. A atuação dessa neurotoxina vai além de simples efeitos musculares, estendendo-se ao campo estético com notável eficácia. No cenário do tratamento de marcas de expressão no terço superior da face, a toxina botulínica A executa sua ação, ocasionando na paralisação dos músculos responsáveis por rugas e linhas faciais. Esse fato não apenas proporciona resultados estéticos visíveis, mas também influencia positivamente a região tratada. A toxina botulínica A modula a ação dos neurotransmissores, controlando ou inibindo estímulos musculares por um período definido. A compreensão profunda da ação da toxina botulínica A é a chave para sua aplicação segura, eficaz e esteticamente satisfatória, embasando sua aplicação clinica e destacando sua relevância em intervenções estéticas para a harmonização facial2,9,10.

Embora a toxina botulínica A seja amplamente conhecida por sua capacidade de relaxar os músculos faciais e reduzir rugas, pesquisas recentes revelam que seus benefícios para o rejuvenescimento facial vão além do simples bloqueio da contração muscular.9

A toxina botulínica A vai além da suavização de rugas: estudos demonstram que ela também pode estimular a produção de colágeno e elastina, proteínas essenciais para a firmeza e elasticidade da pele. Esse efeito rejuvenescedor é mais abrangente e duradouro, proporcionando uma aparência mais jovem e radiante. Isso acontece pelo fato de a toxina botulínica A inibir a contração muscular, que por sua vez, parece ativar os fibroblastos, células responsáveis pela produção de colágeno. Um estudo publicado no Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology em 2010 comprovou que a aplicação da toxina botulínica A resultou em um aumento significativo na produção de colágeno na área tratada.16,18

Ademais, a toxina botulínica A também apresenta características anti-inflamatórias. Ao reduzir a produção de citocinas inflamatórias, moléculas que contribuem para o envelhecimento da pele, a toxina botulínica A pode ajudar a minimizar a aparência de rugas e linhas finas. Um estudo publicado na revista Plastic and Reconstructive Surgery em 2014 demonstrou que a aplicação da toxina botulínica A em rugas faciais levou a uma diminuição na expressão de citocinas inflamatórias, reforçando o potencial anti-inflamatório da toxina botulínica A.18,20

Conhecida popularmente e comercializada como “Botox” a toxina botulínica A consolidou-se como uma opção segura e eficaz no cenário estético ao longo do tempo, sendo aprovada pelo Ministério da Saúde em 1992 e, posteriormente, pela ANVISA em 2000. Sua aplicação, quando conduzida por profissionais qualificados, oferece um perfil de segurança satisfatório, com efeitos adversos, geralmente leves e passageiros, como hematomas, dor e inflamação. Sua eficácia comprovada em diversos procedimentos estéticos a coloca como uma poderosa alternativa para o gerenciamento do envelhecimento facial. A técnica não invasiva da toxina botulínica A destaca-se, especialmente, considerando sua aplicação ambulatorial e bem tolerada. Complicações mais raras, como a formação de anticorpos, estão associadas a doses mais altas, mas o tratamento, embora temporário, é eficaz. O reconhecimento dos efeitos da toxina botulínica A contribui na sua grande trajetória, solidificando-a como uma escolha segura e eficiente no cenário estético contemporâneo5,7,11.  

A importância da abordagem individualizada em tratamentos estéticos, como o uso da toxina botulínica A, reside na necessidade de considerar as características únicas de cada paciente. Cada indivíduo possui anatomia facial, expectativas e necessidades distintas, tornando fundamental a personalização do tratamento para otimizar resultados e minimizar riscos. Ao adotar uma abordagem personalizada, os profissionais de saúde qualificados e especializados, podem adaptar a aplicação da toxina botulínica A de acordo com a musculatura facial especifica de cada paciente, atendendo a áreas de preocupação específicas e alcançando um rejuvenescimento facial mais preciso e natural. Além disso, a individualização leva em conta fatores como a tolerância à dor, histórico clínico e a possibilidade de efeitos colaterais, garantindo uma experiência mais positiva e segura para o paciente. A compreensão profunda das necessidades de cada pessoa não apenas contribui para a eficácia do tratamento, mas também reforça a confiança e satisfação do paciente, elementos essenciais no contexto de procedimentos estéticos. Dessa forma, a abordagem individualizada não apenas aprimora os resultados estéticos, ela também promove uma prática clínica mais ética e humana, centrada no bem-estar e nas particularidades de cada indivíduo3,7,12.

A dosagem e diluição da toxina botulínica A são aspectos cruciais para o sucesso do tratamento, garantindo resultados eficazes, precisos e seguros. A quantidade de toxina botulínica A utilizada e sua correta diluição variam de acordo com diversos fatores, como a área a ser tratada, a severidade das rugas e a individualização da dosagem, aspectos decisivos para alcançar resultados impecáveis e personalizados. A dosagem da toxina botulínica A é medida em unidades e deve ser cuidadosamente individualizada para cada paciente. A quantidade de unidades necessária depende do músculo a ser tratado, do seu tamanho e da força da contração muscular. É essencial considerar a experiência do profissional e as características do paciente para determinar a dosagem ideal, evitando resultados indesejados como efeitos colaterais ou falta de efeito. 17,19

A toxina botulínica A é geralmente diluída em solução salina normal, garantindo uma distribuição uniforme e precisa na área a ser tratada. A diluição adequada evita a concentração excessiva da toxina em um único local, minimizando o risco de efeitos colaterais e otimizando os resultados). Diferentes áreas faciais apresentam músculos com tamanhos e funções distintas, exigindo ajustes na dosagem e diluição da toxina. Geralmente, quanto mais profundas e rígidas as rugas são, doses mais altas de toxina botulínica A serão utilizadas. 9,17,19

A durabilidade da toxina botulínica A e a necessidade de retoque são aspectos essenciais a serem considerados no contexto do gerenciamento do envelhecimento facial. A eficácia da toxina botulínica A varia entre cada individuo e, geralmente, os efeitos da aplicação persistem entre dois e quatro meses, conforme as informações presentes nas bulas das marcas de toxina botulínica A disponíveis no Brasil. A necessidade de retoque está associada à natureza temporária da toxina. Conforme os efeitos começam a diminuir ao longo do tempo, muitos pacientes optam por sessões de retoque para manter os benefícios estéticos de forma contínua. O retoque é frequentemente realizado após alguns meses da aplicação inicial, permitindo a adaptação do tratamento às mudanças naturais na expressão facial e garantindo resultados constantes. É importante ressaltar que a frequência dos retoques pode variar com base nas características individuais do paciente, no metabolismo do produto e nas expectativas estéticas7

O uso da toxina botulínica A é geralmente seguro, mas como qualquer procedimento estético, dispõe de contraindicações e efeitos adversos que não devem ser desconsiderados. As contraindicações para sua aplicação incluem pacientes com hipersensibilidade conhecida à toxina botulínica A, mulheres grávidas ou lactantes, pessoas com infecções ativas na área de aplicação, pacientes diagnosticados com miastenia gravis, esclerose lateral amiotrófica, distúrbios neuromusculares e autoimunes. A atenção deve ser redobrada caso o paciente utilize medicamentos contendo antibióticos aminoglicosídeos, pois podem potencializar a ação dessa neurotoxina, levando a possíveis complicações5,13. 

Quanto aos efeitos adversos, é importante destacar que, quando administrada por profissionais qualificados, a toxina botulínica A apresenta, geralmente, efeitos leves e temporários. Entre os efeitos adversos mais comuns estão hematomas, dor e inflamação no local da aplicação. Estes efeitos costumam ser passageiros e diminuem ao longo do tempo. Raramente, podem ocorrer complicações de maior impacto, como ptose palpebral (queda temporária da pálpebra superior), assimetrias faciais ou reações alérgicas. No entanto, a incidência desses eventos é baixa quando o procedimento é realizado por profissionais experientes, utilizando técnicas adequadas e estejam cientes dessas contraindicações e efeitos adversos potenciais, enfatizando sempre a importância de uma avaliação detalhada do histórico clínico do paciente e a aplicação cuidadosa e individualizada da toxina botulínica A para segurança e satisfação do paciente13,14,15

CONSIDERAÇÕES FINAIS    

A toxina botulínica A se consolida como um recurso eficaz e seguro no rejuvenescimento facial, amparado por um vasto conjunto de pesquisas científicas. Sua capacidade de suavizar rugas, prevenir o envelhecimento e até mesmo modular a produção de colágeno e elastina demonstra um potencial que vai além da estética, promovendo uma melhora na autoestima e na qualidade de vida dos pacientes.                                                                                                                                      

O gerenciamento do envelhecimento facial através do uso da toxina botulínica A representa uma abordagem significativa dos resultados obtidos, caracterizando-a como ferramenta eficaz e segura no processo de rejuvenescimento facial. A análise dos impactos revela benefícios substanciais, como a redução de rugas e linhas de expressão, não somente proporcionando melhorias estéticas imediatas, mas também contribuindo para a melhoria da percepção subjetiva de prevenção do envelhecimento, aliada à sua influência positiva na autoimagem. Ressaltando a relevância dessa intervenção no contexto da saúde estética, a abordagem multidimensional que durante esta revisão permitiu uma compreensão mais abrangente dos impactos da toxina botulínica A, integrado a aspectos físicos, psicológicos e sociais, buscamos compreender seus efeitos não apenas no aspecto ético, mas também em aspectos fundamentais como qualidade de vida, autoestima e bem-estar dos pacientes. Essa perspectiva se caracteriza como crucial para o desenvolvimento de práticas de cuidado que não apenas atendam às demandas estéticas, mas também promovam o equilíbrio e o bem-estar integral dos pacientes. 

É fundamental destacar que, mesmo considerando os avanços significativos no uso da toxina botulínica A como ferramenta essencial no arsenal de procedimentos estéticos, a atenção contínua à educação e à busca por práticas clínicas aprimoradas é imprescindível. É crucial ponderar que a toxina botulínica A deve ser aplicada por profissionais experientes e qualificados e, a ética na aplicação da toxina botulínica A, a personalização do tratamento e a consideração de fatores individuais são aspectos que merecem atenção contínua. A seleção criteriosa dos pontos de aplicação, a dosagem correta e o acompanhamento regular são essenciais para garantir a segurança e a efetividade do tratamento. A integração do saber abre um novo caminho para a saúde e a beleza holística. Ao oferecer um cuidado individualizado e multifacetado, podemos ajudar os pacientes a alcançar seus objetivos de forma segura e eficaz, promovendo o bem-estar físico, emocional e psicológico. No entanto, é importante reconhecer que apesar dos avanços, os desafios éticos e práticos ainda persistem.  

É importante ressaltar que a toxina botulínica A não se configura como uma solução única e milagrosa para o envelhecimento. Uma abordagem abrangente do rejuvenescimento facial deve considerar a combinação de diferentes estratégias, como uma rotina de skincare adequada, hábitos de vida saudáveis e, em alguns casos, a associação com outros procedimentos estéticos.

Portanto, esta pesquisa destaca a necessidade de uma abordagem equilibrada entre a inovação estética e a responsabilidade clínica. Em suma, este estudo contribui para a compreensão mais aprofundada do gerenciamento do envelhecimento facial com a toxina botulínica A, oferecendo insights valiosos para profissionais da saúde estética e estimulando a contínua investigação e aprimoramento das práticas clínicas nesse campo dinâmico e em constante evolução.

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aCentro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU, São Paulo, SP
bUniversidade de Mogi das Cruzes – UMC, Mogi das Cruzes, SP, Brasil; Instituto Universitário Italiano de Rosário – IUNIR, Rosário, Argentina