GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO: UMA ABORDAGEM SOBRE A APLICAÇÃO DE INTELIGÊNCIAS ARTIFICIAIS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10989599


Maurício Faccin da Silva
Orientador: Prof. Esp. Carlos Hoegen


RESUMO

No mundo atual, tudo que é consumido passa por uma etapa do seu processo de produção denominada de projeto e/ou planejamento. Sejam itens tangíveis ou mesmo informação. Para o sucesso ou entrega satisfatória do que é consumido é primordial que o projeto seja bem gerenciado. O gerenciamento de projetos de tecnologia da informação (ou somente TI), ao longo do tempo, vem se aprimorando com a utilização cada vez mais de ferramentas que auxiliam o gestor na qualidade da entrega e redução de prazos. Tarefas que eram e, em alguns casos, ainda são feitas de forma manual, com a aplicação unicamente das habilidades humanas, estão sendo substituídas cada vez mais por instrumentos que permitem uma confiabilidade maior na entrega da solução. Este estudo tem como objetivo abordar a utilização das modernas e recentes tecnologias de inteligência artificial (também conhecida pela sigla IA) na automatização de processos assistindo ao gestor de projetos de TI ou, então, o substituindo. Os principais motivos desta abordagem e da utilização, cada vez maior, de inteligência artificial nesta etapa do ciclo de vida do produto de TI são a qualidade e confiabilidade do produto final e a velocidade com que o mesmo é entregue. Como a maior parte dos processos relacionados ao gerenciamento de projetos de TI ainda é feita da forma tradicional e com utilização de ferramentas convencionais para o auxílio nestas etapas (MS Project para os cronogramas, por exemplo), quase toda a parte de cálculo e planejamento é executada por seres humanos que, mesmo sendo treinados e capacitados para estas devidas tarefas dentro do gerenciamento, ainda podem cometer erros e eles ocorrem. Prova disso é que existem diversas etapas dentro do ciclo de gerenciamento que servem para identificar, mitigar e corrigir estes erros e, apesar disso, o produto ainda pode ser disponibilizado com falhas. Então, para o caso da entrega de um novo aplicativo ou software, por exemplo, existem posteriores atualizações que objetivam a correção de erros. Além disso, atualmente com a evolução das próprias técnicas de gerenciamento de projetos de TI, ainda utilizando o software como exemplo, o mesmo é projetado e programado para que, no futuro, possa receber atualizações ou alterações facilmente em caso de falhas aparecerem. Através de pesquisas de mercado e entrevistas com profissionais da área, foi percebido que a inteligência artificial já é utilizada a alguns poucos anos para automatizar algumas tarefas com o intuito de acelerar etapas de projeto que, mesmo sendo necessárias e importantes, são repetitivas e “roubam” tempo de uma equipe que, agora, pode se dedicar a outras atividades mais nobres. Percebeu-se também que, no mínimo, a IA será uma assistente perfeita para o gestor de projetos de TI, cujas entregas serão impecáveis e, praticamente, instantâneas, proporcionando o investimento de tempo deste gestor em outras tarefas mais importantes do projeto. Na melhor das hipóteses, em um futuro nem tão distante assim, o gestor de projetos de TI poderá até ser substituído por uma IA.

Palavras-chave: Tecnologia. Informação. Inteligência artificial. Futuro. Gerenciamento.

INTRODUÇÃO

A forma tradicional de gerenciamento de projetos de TI ainda é a mais preponderante, isto é, a utilização de ferramentas e softwares convencionais para controlar e monitorar o andamento do projeto. Isso faz com que o gestor do projeto e todos os outros atores envolvidos ainda tenham o trabalho de executar a maior parte das tarefas complexas e importantes de cada etapa do produto, desde o início até a sua entrega. Com isso, a probabilidade de ocorrerem erros ou falhas humanas é inevitável. Dentro do ciclo de gerenciamento de projetos já existem mecanismos e fases consolidadas que são aplicadas com o intuito de mitigar estas falhas para que elas não estejam presentes no produto entregue ao cliente e, mesmo assim, os erros aparecem e correções posteriores devem ser executadas, custando, muitas vezes, mais do que o valor inicial do projeto.

Timidamente estão sendo aplicadas ferramentas modernas e recentes de inteligência artificial para auxiliar nas etapas de gerenciamento. Como a grande maioria destas ferramentas de IA são muito recentes (ChatGPT, por exemplo, é a mais famosa destas ferramentas e foi lançada ao final de novembro de 2022), o aprendizado sobre o funcionamento delas ainda está no início, mas grandes avanços em sua utilização já são realizados.

O objetivo principal deste estudo é mostrar como as IAs modernas já estão sendo aplicadas e como ainda podem ser melhor aproveitadas para que a automatização do maior número possível de tarefas relacionadas ao gerenciamento de projetos de TI possa ser executado de forma autônoma, confiável e em tempo recorde, deixando para os profissionais envolvidos tarefas mais nobres e com possibilidades menores de erros. Existem exemplos famosos de softwares que apresentaram falhas e culminaram em milhões de dólares em prejuízo e este é um risco atual. Sim, hoje existem produtos da área de TI que são entregues com erros ou falhas que acarretam grandes prejuízos para o cliente e para o fornecedor da solução e não somente na área de softwares, mas de hardware também, afinal, a título de exemplo, um departamento de engenharia de uma empresa qualquer pode ter seu planejamento de notebooks e desktops subdimensionado para o poder de processamento necessário ao que a empresa necessita.

DESENVOLVIMENTO

A Inteligência Artificial (ou somente IA) pode ser definida como um software (programa de computador), que nada mais é do que um conjunto de instruções eletrônicas, com a capacidade de escolher entre um determinado número de decisões pré-programadas em diversos níveis.

Imagine que você tenha que ir ao supermercado realizar algumas compras para a sua casa de itens que estejam faltando. Primeiro você identifica o que vai precisar comprar, em seguida, verifica se tem recursos financeiros suficientes para isso e, por último, se dirige ao estabelecimento para efetivamente comprar as mercadorias. Então, neste exemplo, vamos imaginar que você esteja precisando comprar leite, ovos, café e pão. Então você separa o dinheiro para isso e pensa: se sobrar dinheiro, comprarei também uma porção de sorvete e, se ainda assim sobrar, decido na hora se trago o restante do dinheiro para casa ou se compro outra coisa, como uma barra de chocolate, por exemplo.

Hoje nós já estamos vivendo em uma época em que é possível inserir estes passos acima, incluindo o do “poder de decisão” caso sobre algum dinheiro após as compras, em um software que faça as compras on-line em uma casa inteligente. Este software faria a leitura de uma geladeira e/ou uma dispensa smart, identificaria os itens faltantes, faria o pedido no mercado online e, dentro de limites pré- estabelecidos em sua programação, compraria algo a mais e este algo a mais também teria a sua quantidade identificada antes da compra (por exemplo, não compraria chocolate ou sorvete, caso ainda houvesse em casa).

Este exemplo apresentado anteriormente é o mais simples que já existe em termos de inteligência artificial já a alguns anos. Situações muito mais complexas e que exigem um cálculo muito mais elaborado para tomada de decisão já estão sendo aplicados inclusive em robôs, por exemplo.

A empresa norte-americana de engenharia robótica Boston Dynamics cria robôs autônomos que são, hoje, os mais avançados do mundo em termos de tecnologia. São máquinas completamente autônomas, com aspecto humanoide (com tronco, membros superiores e inferiores e cabeça) que realizam diversas tarefas de altíssima complexidade e, em alguns casos, superando o que um ser humano poderia fazer. Por exemplo, são capazes de levar uma carga pesada de um ponto a outro. Carga essa com peso muito superior ao que um ser humano seria capaz de suportar.

Parece algo simples, mas para uma máquina identificar um objeto de massa considerável e calcular o ponto de contato para agarrar, a quantidade de pressão a ser aplicada e, além de tudo, transportar isso em movimento sem danos e sem acidentes, é algo sem precedentes na história da tecnologia da humanidade.

Além disso, esses robôs (e outros de outros modelos completamente diferentes) são capazes de dançar, realizar acrobacias, tarefas militares, entre outras ações. Tudo de forma autônoma.

Figura 1: Robô Atlas em corrida de obstáculos

Se no mundo real, físico, as IAs já podem ser aplicadas de forma tão fantástica, no mundo virtual, apenas em softwares, sua utilização parece ser ainda mais impressionante. Imagens, vídeos, canções e textos gerados absolutamente do “zero”. Isso é o que já é possível hoje. Pode-se literalmente dar um comando para uma destas IAs ordenando que a mesma crie um vídeo de um comercial de refrigerantes, por exemplo, e esta IA irá criar isso baseado em toda a informação de que a mesma possui sobre o tema (que, basicamente, é tudo que existe na internet hoje). Já é possível conversar com uma IA sobre qualquer assunto e ela irá lhe responder com uma inteligência e naturalidade tão grande que é perfeitamente possível se passar por outro ser humano. Inclusive algumas IAs já estão conseguindo passar pelo teste de Turing (teste desenvolvido por Alan Turing, um dos pais da ciência da computação, para identificar se uma IA é avançada o suficiente para enganar os seres humanos).

Apesar destes impressionantes exemplos apresentados que demonstram um pouco da capacidade das IAs, existem tarefas executas por humanos que requerem ainda mais “poder de processamento”. Quando se fala de gestão de projetos, ainda mais de projetos da área de tecnologia, fala-se de muita complexidade, dinheiro e curtos prazos envolvidos. Então, para a gestão de um projeto de TI (software e/ou hardware), profissionais altamente capacitados ainda estão no comando de decisões que precisam de cálculos e análises exaustivas para serem tomadas e nestas fases as IAs podem entrar apenas como coadjuvantes auxiliando o gestor. O comando saudável de suas equipes também é observado de forma clínica para que os resultados pretendidos sejam alcançados com êxito. Tudo isso ainda não está sob o comando de uma IA, mas elas já estão sendo utilizadas pelos gestores e seus times para agilizar e automatizar muitas partes do processo.

Falamos sobre inteligência artificial desde a década de 1980. Nada aconteceu; isso não afetou os negócios. De repente, a computação em nuvem tornou possível a coleta em tempo real de infinitas quantidades de dados. Isso abre possibilidades para a IA. Os robôs também foram fabricados nos anos 80. Mas por que estamos falando deles agora de novas maneiras? Porque hoje o robô também está conectado a nuvem. De repente, a memória, a capacidade analítica e o conjunto de dados disponível para o robô são infinitos. A Internet das Coisas interage com ambos. Deixe-me colocar um chip ou sensor em qualquer lugar do sistema e posso coletar ainda mais dados, em grandes volumes, em tempo real. À medida que isso entra, minha capacidade de fazer análises se expande. Agora estamos nos movendo para o mundo da computação antecipativa. Não estamos apenas coletando dados em tempo real, mas também antecipando os dados que virão. Você pode dizer o que provavelmente acontecerá nos próximos 30 segundos. E se você puder prever isso nesse tempo, esse é todo o tempo que você precisa para evitá-lo ou fazer uso dele. (Natarajan Chandrasekaran in 22nd Annual Global CEO Survey, 2019, p.37)

De acordo com o PMI (Project Management Institute), as organizações e gestores de projetos esperam um crescimento de 37% no gerenciamento de projetos utilizando IA. Somente em produtividade, de acordo com o relatório AI Transforming the Enterprise (KPMG), as empresas que já investiram em IA relatam um crescimento de 15%. O que é utilizado atualmente, na maioria dos casos, são ferramentas baseadas em IA. Essas ferramentas já são capazes de planejar reuniões, bem como gravá-las e registrar tudo com legendas e, se for o caso, traduzir para qualquer idioma, gerar lembretes e outras diversas tarefas administrativas que normalmente são (ou eram) de responsabilidade dos gestores e suas equipes. Agora, as empresas que já utilizam estas ferramentas, podem permitir que seus profissionais realizem tarefas de nível superior e produzam mais e melhor, principalmente na área de TI.

No caso de criação e produção de software, as equipes envolvidas terão mais tempo para efetivamente trabalhar no produto. A aplicação de ferramentas de IA para automatizar as tarefas administrativas faz com que não se perca mais tempo com isso e, se tratando de programação, as IAs atuais podem auxiliar em mais alguns aspectos que vão além de organizar reuniões e agendas.

Determinadas IAs podem ser alimentadas com projetos de softwares anteriores e, com base nestes dados, podem ajudar a manter o projeto atual dentro do cronograma de entrega e orçamento.

Na criação de jogos virtuais (que também é software cujo mercado cresce cada vez mais) as IAs já estão sendo utilizadas, principalmente na parte gráfica, com a criação de bases para cenários e personagens. Também são utilizadas para geração de diálogos e nomes para os próprios personagens e mapas de jogos. É claro que tudo passa por uma revisão e refinamento de uma equipe humana de desenvolvedores, mas, agora, nada precisa ser imaginado e criado do zero.

Ainda falando de jogos, tarefas mais complexas relacionadas a este tipo de software ainda não podem ser delegadas inteiramente a uma IA. A história e enredo de um jogo é algo difícil de ser imaginado por um ser humano, o level design (como será cada fase do jogo) é tão ou mais difícil ainda.

Segundo Leandro Nunes (2023) “falando de jogos, é pouquíssimo provável que uma IA possa ajudar em level design e código de jogo devido à complexidade. Mas, num futuro não distante, isso pode acontecer. Talvez entre 5 a 10 anos, ou menos.”

Mesmo assim, já foi criado um jogo totalmente por IA. A arte, a história e até a música dele foi criada por IA. Ele se chama This Girl Does Not Exist e está à venda em algumas plataformas online. De qualquer forma, o seu autor, humano, esteve por traz de todo o planejamento “supervisionando” o que a IA criava e inserindo parâmetros para que algo sem sentido não fosse criado. Claro que se trata de algo simples, sem a complexidade dos grandes jogos das empresas carimbadas e famosas do ramo, como Blizzard Entertainment e Rockstar Games, por exemplo,

que criam títulos de sucesso, com milhões de dólares em investimento e vendas, mas isso mostra o que as IAs atuais, praticamente “recém nascidas” já podem fazer.

Figura 2: Jogo This Girl Does Not Exist

Não é só na indústria privada de softwares que a IA está sendo utilizada, mas nas empresas e instituições públicas, também. Atendimentos personalizados em chats já são aplicados, fazendo com que o usuário tenha sua solicitação atendida sem a necessidade de se comunicar com algum ser humano. E, em grande parte das vezes, mais rápido do que os atendimentos tradicionais.

Além disso, os investimentos continuam sendo aplicados nesta área quando se tratam de serviços públicos, pois também esta categoria já entendeu que as IAs, tanto para a parte gerencial quando para a criação, serão primordiais para uma entrega de qualidade à população. De acordo com Glauco Chaves (2023), a aplicação de IA em toda a cadeia de processo “não é um cenário futuro, mas sim atual. Não há outro caminho possível senão através de IA. Importante é estudarmos e entendermos o funcionamento, aplicabilidade e limitações para que possamos prover um ambiente construtivo com o uso dessa tecnologia.”

A Inteligência Artificial veio para ficar. E agora, com o seu aprimoramento fazendo com que ela chegue cada vez mais ao nível de inteligência humana, sua aplicabilidade e suas possibilidades começam a ser cada vez mais exploradas por todos os profissionais, desde utilizações gerenciais até tarefas relativamente simples, permitindo que gestores e suas equipes se dediquem a tarefas mais complexas e importantes que as IAs (ainda) não podem executar.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Importantes e recentes publicações de portais idôneos especializados tanto na área corporativa quando na tecnológica vem realizando e apresentando pesquisas e análises sobre a inteligência artificial e sua aplicação no mundo dos negócios, principalmente no campo gerencial.

A Emeritus (que é parte do grupo indiano Eruditus) é focada em educação de ponta em parceria com universidades renomadas de todo o mundo. Em uma das suas publicações sobre a aplicação de IAs em gerenciamento de projetos, ela aborda resultados de pesquisas realizadas através da PWC (empresa que presta serviços de auditoria e consultoria tributária no âmbito corporativo) que informam que as IAs revolucionarão a forma com as empresas funcionam a curto prazo, aumentando a eficiência destas.

Em outra publicação, a PMI (Project Management Institute), que é uma instituição internacional referência quando o assunto é gestão e controle de projetos, traz conteúdos sobre algumas implicações que a inteligência artificial terá sobre o gerenciamento de projetos como um todo. Na entrevista realizada pelo próprio instituto com profissionais da área de gestão, em 2021, foi constatado que espera-se que, nos próximos 3 anos a partir da data da entrevista, haveria um aumento de 23% para 37% na proporção de projetos gerenciados usando IA. Neste mesmo estudo também foi levantado, por meio de um relatório criado pela KPMG (outra gigante global na área de auditoria, impostos e consultoria empresarial), que as IAs assumirão tarefas administrativas dos gestores de projetos.

A Harward Business Review, ou somente HBR, em uma publicação recente feita em fevereiro de 2023, faz uma previsão de como uma IA poderia auxiliar uma CEO de uma grande empresa em pouquíssimos anos. Logo em seguida, em contraste, já informa que cerca de 48 trilhões de dólares são investidos em projetos anualmente e que, destes projetos, apenas 35% são bem-sucedidos e reforça que as IAs poderão ajudar a resolver este problema.

Diversos portais de notícias anunciaram o primeiro jogo de computador feito inteiramente utilizando-se inteligência artificial. Inclusive este jogo está a venda na loja online de jogos Steam, uma das maiores do mundo no ramo de entretenimento virtual.

METODOLOGIA

Para este artigo foram necessárias fontes de dados virtuais, pessoais e dados do material didático disponibilizado pela Unibf durante as aulas. Primeiramente, como trata-se de um tema tecnológico cujo assunto principal é uma tecnologia recente, foi-se pesquisado em portais virtuais de empresas conceituadas que publicaram relatórios, entrevistas, notícias e pesquisas sobre o tema. Em seguida, visto que o autor deste artigo possui formação na área de tecnologia da informação, parte do texto foi elaborada segundo o seu próprio conhecimento e, por fim, foram realizadas duas entrevistas com profissionais da área que utilizam a inteligência artificial no seu dia a dia de trabalho, sendo um desenvolvedor autônomo de jogos virtuais e, o outro, coordenador da área de segurança de dados de uma empresa pública.

O questionário das entrevistas foi composto por 5 perguntas para cada um dos dois profissionais, sendo elas:

  • Quais ferramentas de inteligência artificial você utiliza para facilitar e/ou automatizar os processos relacionados a sua atividade em desenvolvimentos de jogos/softwares e por que utiliza estas em específico?
  • Qual o objetivo na utilização das ferramentas de inteligência artificial no desenvolvimento das suas atividades? Facilitar o trabalho humano ou substituir o trabalho humano?
  • Desde quando você utiliza inteligência artificial nas suas atividades profissionais na área de TI e quais foram os motivos ou critérios de escolha das ferramentas mais adequadas que você utiliza?
  • Na sua opinião profissional, a inteligência artificial poderá substituir parcial ou totalmente o ser humano na produção de jogos/softwares ou em qualquer outro campo no futuro? Por quê?
  • Observações adicionais e comentários à vontade.

Após a obtenção do material dos portais e das respostas do questionário da entrevista, foi realizada uma análise e uma triagem do que seria analisado e/ou inserido no artigo de forma que o texto ficasse coerente e condizente com a realidade atual do assunto abordado e, também, para que servisse de norteador aos leitores que desejam se aprofundar um pouco mais sobre o tema.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

A publicação da Emeritus, que utiliza como parte de seu relatório uma pesquisa realizada pela PWC, enfatiza e apoia a utilização de IA para a gestão de projetos apresentando tanto pontos positivos quanto negativos, mas em um contexto geral, assegurando que a IA, além de já estar sendo utilizada, será cada vez mais útil, dominando mais as tarefas administrativas e com maior importância. A própria pesquisa da PWC já reforça que 85% dos CEOs entrevistados, ainda em 2019, concordavam que a IA mudaria a forma como as empresas funcionam.

A PMI, cuja publicação utilizada para este artigo data de dezembro de 2021, fala dos impactos positivos das IAs para o gerenciamento de projetos. Ela utilizou-se de 2 pesquisas nesta publicação. Uma delas, realizada pelo próprio instituto, fala do crescimento dos projetos gerenciados com utilização de IAs em virtude de seus benefícios. A outra pesquisa, baseada em um relatório da KPMG, já fala do aumento da produtividade que empresas que aplicaram IA na gestão de projetos verificaram.

Ainda de acordo com o PMI, “os sistemas de inteligência artificial podem ajudar a manter os projetos dentro do cronograma e orçamento”.

A Harward Business Review destaca logo de início a economia financeira que as IAs poderão trazer na gestão de projetos. Isso se traduz com os números apresentados na sua publicação, onde é informado que 65% dos projetos não são bem-sucedidos e que isso representa desperdícios na casa dos trilhões de dólares.

Falando ainda em termos financeiros, mas também em entretenimento, o primeiro jogo virtual criado totalmente utilizando-se inteligência artificial está à venda e, até o final do mês de novembro de 2023, havia mais avaliações positivas do que negativas dos usuários que o compraram e jogaram. Isso significa que a IA cumpriu o seu propósito neste caso e foi um sucesso.

Por fim, os profissionais entrevistados para este artigo são unânimes em afirmar que a IA, apesar de ainda ter algumas limitações, é o futuro do gerenciamento de projetos e da produtividade como um todo e que este futuro está muito próximo.

Inclusive, um destes profissionais, que é desenvolvedor de jogos, já está utilizando a IA para produção de material para um novo jogo que está sendo desenvolvido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nunca se produziu tanta tecnologia na humanidade quanto nos últimos 100 anos da história. Agora estamos conseguindo replicar o cérebro humano dentro de um chip de computador. Máquinas não são mais apenas máquinas. Elas já não precisam mais obedecer aos nossos comandos. Elas agora podem pensar, tomar decisões e agir de acordo com o melhor resultado possível. Claro que ainda sob a nossa supervisão, mas daqui a pouquíssimo tempo, sem ela.

Em um futuro muito próximo, levando-se em conta o crescimento exponencial da criação de novas e revolucionárias tecnologias, as IAs dominarão o nosso cotidiano assim como os smartphones o fizeram a pouco mais de uma década. Então, tudo, desde o gerenciamento de grandes projetos até tarefas habituais, ficará a cargo das IAs e, inevitavelmente, correremos o risco de, talvez, não conseguirmos viver mais sem elas.

Assim como o desenvolvimento e aprimoramento das diversas tecnologias de inteligência artificial, devemos nos preocupar também sobre como nós conviveremos em uma sociedade que estará preenchida com soluções tecnológicas que serão desenvolvidas e geridas por máquinas e softwares.

Este artigo serve como prognóstico e alerta sobre a próxima revolução tecnológica que as IAs irão nos proporcionar. Prognóstico, pois, levando-se em consideração todo o material utilizado como fonte para este artigo e também disponível em todas as mídias, já é dedutível que as IAs irão permear todos os meios de nossas vidas e alerta porque nós poderemos nos tornar totalmente dependentes dela e, com isso, poderemos retroceder em alguns aspectos humanos relevantes, como, por exemplo, a criatividade. Mas, de uma forma geral, até aqui, as IAs têm nos trazido mais benefícios do que malefícios e é importante que a sociedade trabalhe para que o desenvolvimento desta tecnologia continue sendo aprimorado para que ela trabalhe sempre a nosso favor mas, fatalmente, sempre haverá aqueles que a utilizarão para fins não tão nobres, como o cometimento de ilícitos, por exemplo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Disponível em: <https://www.profissionaisti.com.br/alguns-dos-mais-famosos-erros-de- softwares-da-historia/> Acesso em: 29 nov. 2023.

Disponível em: <https://www.pwc.com/gx/en/ceo-survey/2019/report/pwc-22nd-annual- global-ceo-survey.pdf> Acesso em: 29 nov. 2023.

ROCHA, Leandro Felipe Nunes da. Desenvolvedor de jogos virtuais. Entrevista cedida a Maurício Faccin da Silva. São Paulo – SP. Novembro. 2023.

CHAVES, Glauco. Coordenador da equipe de tratamento de incidentes cibernéticos e violação de dados. Entrevista cedida a Maurício Faccin da Silva. São Paulo – SP. Novembro. 2023.