ENSURING PATIENT SAFETY: BEST PRACTICES IN THE ADMINISTRATION OF CHEMOTHERAPEUTICS
REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.13276152
Deylane De Melo Barros[1]
Francijane Albuquerque Costa[2]
Pamela Santos Almagro Da Silva[3]
Lenir Aparecida Antunes Flores[4]
Reginaldo Da Silva Canhete[5]
Camila Fortes Corrêa[6]
Rosiane Costa Vale[7]
Cristiane De Sá Dan[8]
Sheila De Lima Alexandre[9]
Rosilene Da Silva Pereira[10]
Juliana Custodio Lopes[11]
Patricia Esquivel Da Silva[12]
Rosemilda Francisco Pereira Dos Santos[13]
Rosilene Da Silva Oliveira[14] Camila De Almeida Alencar[15]
Resumo
Introdução: A quimioterapia é um tratamento essencial no combate ao câncer, porém sua administração envolve riscos significativos que podem comprometer a segurança do paciente. A adoção de boas práticas na administração de quimioterapia é crucial para minimizar esses riscos e garantir a eficácia do tratamento. Objetivos: Este estudo visa analisar a importância do conhecimento sobre boas práticas na administração de quimioterapia, destacando os benefícios da capacitação contínua dos profissionais de saúde, da comunicação eficiente entre a equipe multidisciplinar e do envolvimento ativo dos pacientes e seus familiares no processo de tratamento. Método: Este estudo descritivo e qualitativo foi conduzido por meio de uma revisão sistemática da literatura, analisando 16 estudos selecionados que abordam a administração segura de quimioterapia. A coleta de dados foi realizada através de uma análise detalhada dos estudos incluídos, utilizando técnicas de análise de conteúdo para identificar as práticas recomendadas e os principais desafios enfrentados na administração de quimioterapia. Resultados e Discussão: Os resultados evidenciam que a capacitação contínua dos profissionais de saúde e a utilização de tecnologias avançadas são fundamentais para reduzir erros e eventos adversos. A comunicação eficiente entre a equipe multidisciplinar promove um cuidado integrado e coordenado, melhorando os resultados terapêuticos. Além disso, o envolvimento ativo dos pacientes e seus familiares no processo de tratamento aumentam a adesão à terapia e reduz complicações, destacando a importância da educação do paciente como uma prática essencial. Considerações Finais: Este estudo confirma que o conhecimento sobre boas práticas na administração de quimioterapia é um diferencial crucial para a segurança e eficácia do tratamento. A capacitação contínua, a comunicação eficiente e o envolvimento ativo dos pacientes devem ser prioridades em qualquer instituição de saúde que busca oferecer um cuidado de qualidade aos pacientes oncológicos.
Palavras-chave: Quimioterapia, Boas Práticas, Segurança do Paciente, Comunicação Multidisciplinar, Educação do Paciente.
Abstract
Introduction: Chemotherapy is an essential treatment in the fight against cancer, but its administration involves significant risks that may compromise patient safety. Adopting good practices in administering chemotherapy is crucial to minimize these risks and ensure the effectiveness of the treatment. Objectives: This study aims to analyze the importance of knowledge about good practices in the administration of chemotherapy, highlighting the benefits of continuous training of health professionals, efficient communication between the multidisciplinary team and the active involvement of patients and their families in the treatment process. Method: This descriptive and qualitative study was conducted through a systematic literature review, analyzing 16 selected studies that address the safe administration of chemotherapy. Data collection was carried out through a detailed analysis of the included studies, using content analysis techniques to identify best practices and the main challenges faced in the administration of chemotherapy. Results and Discussion: The results show that the continuous training of health professionals and the use of advanced technologies are fundamental to reducing errors and adverse events. Efficient communication between the multidisciplinary team promotes integrated and coordinated care, improving therapeutic results. Furthermore, the active involvement of patients and their families in the treatment process increases adherence to therapy and reduces complications, highlighting the importance of patient education as an essential practice. Final Considerations: This study confirms that knowledge about good practices in administering chemotherapy is a crucial differentiator for the safety and effectiveness of the treatment. Continuous training, efficient communication and active patient involvement should be priorities in any healthcare institution that seeks to offer quality care to cancer patients.
Keywords: Chemotherapy, Good Practices, Patient Safety, Multidisciplinary Communication, Patient Education.
- INTRODUÇÃO
Os quimioterápicos são medicamentos essenciais no tratamento do câncer, desempenhando um papel crucial na saúde pública ao oferecer alternativas terapêuticas para milhões de pessoas globalmente. Estes medicamentos são administrados de várias formas, incluindo oralmente, permitindo tratamento domiciliar, e por via intravenosa, comum em ambientes hospitalares. Cada método de administração tem implicações específicas para a segurança do paciente e a eficácia do tratamento. Conforme descrito pela American Society of Clinical Oncology (ASCO), a escolha do método de administração deve considerar a natureza do medicamento, a condição do paciente e o ambiente de tratamento, para maximizar a eficácia e minimizar os riscos (American Society of Clinical Oncology, 2021).
Além das vias de administração, os quimioterápicos são categorizados por seu mecanismo de ação, como alquilantes, que danificam o DNA das células cancerígenas, e antimetabólitos, que interferem no metabolismo celular. Esta classificação é crucial, pois auxilia os profissionais de saúde a selecionar o tratamento mais adequado para cada tipo de câncer, minimizando riscos e maximizando a eficácia. Conforme descrito pela American Society of Clinical Oncology (ASCO), entender os diferentes mecanismos de ação dos quimioterápicos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes que se alinham com as necessidades individuais dos pacientes (American Society of Clinical Oncology, 2021).
A administração segura e eficaz dos quimioterápicos requer um conhecimento especializado e a adesão rigorosa a protocolos de segurança. Isso envolve o manejo adequado dos efeitos colaterais e a garantia de que as dosagens sejam administradas corretamente para evitar toxicidade excessiva ou tratamento inadequado. Os efeitos colaterais comuns dos quimioterápicos, como náuseas, perda de cabelo, fadiga e neutropenia, variam significativamente dependendo do tipo de medicamento e do regime de tratamento, conforme destacado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) no seu Manual de Boas Práticas – Exposição ao Risco Químico na Central de Quimioterapia. Este manual enfatiza a importância de práticas seguras na manipulação e administração de quimioterápicos para mitigar esses riscos.
No contexto da oncologia, a certificação de boas práticas e a formação contínua dos profissionais é fundamental. Instituições reguladoras como a ANVISA e a ASCO definem padrões rigorosos para assegurar a administração segura de quimioterápicos. Esses padrões incluem a dupla verificação de dosagens e a utilização de sistemas eletrônicos para minimizar erros de medicação, conforme destacado nas diretrizes de segurança da ANVISA e nos padrões de administração de terapia antineoplásica da ASCO. Além disso, práticas como o monitoramento contínuo da eficácia do tratamento e dos efeitos adversos, o uso de equipamentos de proteção individual ao manusear medicamentos, e a implementação de políticas de segurança que envolve equipes multidisciplinares são essenciais para manter a integridade do tratamento e a segurança do paciente. Estas medidas são vitais para todos os profissionais envolvidos no processo de tratamento oncológicos e devem ser uma prioridade constante
Compreender a complexidade dos quimioterápicos e dominar as melhores práticas para sua administração é fundamental. O conhecimento aprofundado e a aplicação correta de tais práticas não apenas melhoram os resultados clínicos, mas também garantem a segurança dos pacientes. Essa abordagem reforça a necessidade de uma equipe multiprofissional dedicada e um compromisso contínuo com a educação e o treinamento em oncologia conforme enfatizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em seu Manual de Boas Práticas – Exposição ao Risco Químico na Central de Quimioterapia.
Além disso, a importância do conhecimento das boas práticas se destaca ainda mais diante do câncer, uma significativa questão de saúde pública que afeta inúmeras vidas. A oncologia, como campo que tem experimentado um crescimento substancial, requer uma atenção especial para a implementação de práticas que assegurem tratamentos eficazes e seguros, minimizando o impacto adverso sobre os pacientes. Este compromisso com as boas práticas é crucial para enfrentar os desafios de um setor em constante evolução. Segundo a American Society of Clinical Oncology (ASCO), a segurança do paciente é a pedra angular nas práticas de tratamento do câncer, exigindo que todas as intervenções sejam planejadas e executadas com precisão para evitar erros que podem ser prejudiciais
- MÉTODO
Este artigo é uma revisão integrativa que busca explorar e sintetizar as melhores práticas na administração de quimioterápicos. A revisão integrativa permite a combinação de dados de estudos teóricos e empíricos com o objetivo de fornecer uma compreensão mais ampla sobre um tema específico. Esse método é particularmente valioso em áreas complexas como a oncologia, onde compreender as nuance dos tratamentos e sua aplicação segura é crucial. Identifica também lacunas no conhecimento que precisam de investigação adicional, facilitando a atualização contínua das práticas conforme novas evidências são disponibilizadas.
Este artigo constitui uma revisão integrativa, cuja busca por estudos foi realizada em janeiro de 2024. As bases de dados consultadas incluem o Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) via PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados em Enfermagem (BDENF) via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Index To Nursing And Allied Health Literature (CINAHL), e Google Acadêmico. Adicionalmente, foram utilizadas bases mencionadas nas referências iniciais do artigo, como a American Society of Clinical Oncology (ASCO) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que fornecem diretrizes cruciais sobre as práticas de segurança na administração de quimioterápicos. Esta revisão integrativa visa sintetizar conhecimentos das práticas seguras e eficazes, identificar lacunas existentes na literatura e sugerir direções para futuras pesquisas na área de oncologia.
Durante a fase inicial deste estudo de revisão integrativa, uma seleção cuidadosa foi realizada para identificar estudos que atendessem aos critérios de elegibilidade estabelecidos. Dois avaliadores independentes examinaram os títulos e resumos para determinar a relevância potencial dos artigos. Quando os resumos não eram conclusivos ou estavam ausentes, acessava-se o texto completo para uma avaliação mais aprofundada quanto ao cumprimento dos critérios de inclusão. Qualquer divergência entre os revisores era resolvida através de um consenso com um terceiro revisor.
Para facilitar a gestão e organização das referências bibliográficas, utilizou-se o software EndNote, que proporcionou uma revisão sistemática e minuciosa dos materiais. Na fase subsequente, após uma leitura detalhada dos estudos selecionados, procedeu-se à extração de dados utilizando uma ferramenta especialmente adaptada para este fim. Essa etapa envolveu a coleta de detalhes sobre os autores, o período de estudo, ano de publicação, país de origem, bases de dados utilizadas, metodologias empregadas, tamanhos das amostras e as ferramentas de coleta de dados, bem como as principais conclusões de cada estudo incluído.
O processo de coleta de dados foi realizado por dois pesquisadores utilizando o software Microsoft Word® para sintetizar as informações dos estudos selecionados para a revisão. Durante a busca bibliográfica, foram inicialmente identificados 22 artigos. Desses, 6 estudos foram eliminados: 3 por estarem em idiomas diferentes do estipulado (inglês e português) e 3 por não atenderem aos objetivos ou estarem fora da temática do estudo. Após essas exclusões, restaram 16 estudos que foram incluídos para análise de elegibilidade, atendendo aos critérios estabelecidos na metodologia deste estudo.
- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da revisão demonstram que a implementação de boas práticas na administração de quimioterapia é fundamental para garantir a segurança e a eficácia do tratamento. Estudos como o de Silva et al. (2018) destacam que protocolos rigorosos e a capacitação contínua dos profissionais de saúde são essenciais para minimizar erros na administração dos medicamentos. Além disso, a utilização de tecnologias avançadas, como bombas de infusão e sistemas de prescrição eletrônica, contribui significativamente para a redução de erros e eventos adversos relacionados à quimioterapia (Silva et al., 2018).
A análise dos 16 estudos incluídos revelou que a adesão às boas práticas está diretamente associada à redução de complicações nos pacientes. Segundo Oliveira et al. (2019), hospitais que implementaram programas de treinamento específicos para enfermeiros e farmacêuticos observaram uma diminuição significativa nas taxas de neutropenia febril e infecções hospitalares. Isso corrobora a importância de uma educação continuada e da supervisão rigorosa no ambiente clínico, reforçando que o conhecimento atualizado é um diferencial crucial para a segurança do paciente (Oliveira et al., 2019).
Outro achado relevante foi a importância da comunicação eficiente entre a equipe multidisciplinar. De acordo com Santos e Pereira (2020), a integração entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos promove uma abordagem mais holística e coordenada no cuidado ao paciente oncológico. A troca de informações detalhadas sobre o plano de tratamento, as possíveis interações medicamentosas e os efeitos colaterais esperados permitem uma intervenção precoce em casos de complicações, melhorando os resultados terapêuticos (Santos & Pereira, 2020).
Finalmente, os estudos analisados ressaltam que o envolvimento do paciente e de seus familiares no processo de tratamento é vital para o sucesso da terapia. Rodrigues et al. (2021) evidenciam que pacientes bem informados sobre seu tratamento e sobre as medidas preventivas a serem adotadas em casa apresentam uma melhor adesão à terapia e menos complicações. A educação do paciente, portanto, emerge como uma prática essencial, evidenciando que o conhecimento não é apenas um diferencial, mas um componente indispensável para a eficácia e segurança do tratamento quimioterápico (Rodrigues et al., 2021).
- CONCLUSÃO
Diante dos resultados deste estudo, torna-se evidente que a implementação de boas práticas na administração de quimioterapia é crucial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento oncológico. A revisão dos 16 estudos selecionados confirmou que a capacitação contínua dos profissionais de saúde, o uso de tecnologias avançadas e a adesão rigorosa a protocolos são fatores determinantes para a minimização de erros e eventos adversos. Esses achados destacam a importância de investir em treinamento e supervisão constante, assegurando que os profissionais estejam sempre atualizados e preparados para lidar com os desafios do tratamento quimioterápico.
Além disso, a análise dos estudos revelou que a comunicação eficiente entre a equipe multidisciplinar é essencial para um cuidado integrado e coordenado ao paciente. A troca de informações detalhadas e a colaboração entre médicos, enfermeiros e farmacêuticos permitem uma intervenção precoce em casos de complicações, melhorando significativamente os resultados terapêuticos. Esse aspecto reforça a necessidade de um ambiente de trabalho colaborativo, onde a comunicação clara e precisa seja uma prioridade constante.
A participação ativa dos pacientes e seus familiares no processo de tratamento também foram amplamente enfatizados pelos estudos. Pacientes bem informados sobre seu tratamento e sobre as medidas preventivas que devem ser adotadas em casa apresentaram melhor adesão à terapia e menos complicações. A educação do paciente surge, portanto, como uma prática essencial para a eficácia do tratamento quimioterápico. Este estudo confirma que a informação e o conhecimento são fundamentais para empoderar os pacientes, permitindo-lhes participar ativamente de seu próprio cuidado e tomar decisões informadas.
Por fim, este estudo atingiu seus objetivos ao demonstrar que o conhecimento sobre boas práticas na administração de quimioterapia é um diferencial crucial para a segurança e eficácia do tratamento. A capacitação contínua dos profissionais de saúde, a comunicação eficiente entre a equipe multidisciplinar e o envolvimento ativo dos pacientes são elementos indispensáveis para aperfeiçoar os resultados terapêuticos e minimizar os riscos associados ao tratamento quimioterápico. A adoção dessas práticas deve ser uma prioridade em qualquer instituição de saúde que busca oferecer um cuidado de qualidade aos pacientes oncológicos.
REFERÊNCIAS
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[1]Enfermeira Assistencial – HU UFPR/EBSERH. e-mail: lanemelob@gamil.com
[1]Enfermeira Assistencial – HU UFPI/EBSERH. e-mail: janycosta24@hotmail.com
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[1] Enfermeira Assistencial – UFGD. Residência Multiprofissional Atenção ao Paciente Crítico pela UFMS. Enfermeira Assistencial pela UEMS e-mail: camila.alencar.almeida@hotmail.com