FREQUÊNCIA DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA ODONTOLÓGICA E VETERINÁRIA: UM ESTUDO ESTATÍSTICO EM CLÍNICAS DA REGIÃO DE AÇAILÂNDIA

FREQUENCY OF EMERGENCY DENTAL AND VETERINARY CARE: A STATISTICAL STUDY IN CLINICS IN THE AÇAILÂNDIA REGION

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch102025091459


Aylane da Silva Lira1
Brenda Vitoria de Oliveira Wanderley2
Davi Magalhães Pereira3
Deborah Christina Gomes Mesquita Mendes4
Lidiomar Luan Chaves de Oliveira5
Orientador: Bernardo Rurik Aparecido Gomes6


Resumo

Este artigo apresenta uma análise estatística da frequência de atendimentos de urgência em clínicas odontológicas e veterinárias na região de Açailândia. A pesquisa visa compreender os padrões de demanda por serviços de urgência nessas duas áreas da saúde, utilizando dados coletados por meio de questionários aplicados em clínicas locais. A metodologia adotada inclui a aplicação de estatística descritiva, construção de gráficos e análise comparativa entre os dois tipos de serviços. Os resultados indicam uma maior incidência de atendimentos de urgência em clínicas odontológicas, especialmente relacionados à dor intensa e infecções. Já nas clínicas veterinárias, os atendimentos de urgência são mais variados, envolvendo acidentes, intoxicações e doenças súbitas. A análise inferencial sugere que fatores como dia da semana, horário e perfil do paciente (ou tutor) influenciam significativamente a demanda. As conclusões destacam a importância da organização de protocolos eficientes e da capacitação contínua das equipes para lidar com situações emergenciais, contribuindo para um melhor planejamento dos serviços.

Palavras-chave: Urgência odontológica. Urgência veterinária. Estatística aplicada. Atendimento clínico. Análise comparativa.

1  INTRODUÇÃO

O atendimento de urgência em saúde representa um componente essencial para garantir o bem-estar e a segurança de pacientes em situações críticas, sejam humanos ou animais. Nos últimos anos, clínicas odontológicas e veterinárias têm percebido um aumento na procura por esse tipo de serviço, o que levanta questões importantes sobre a frequência, os motivos e os fatores que influenciam essa demanda.

Em Açailândia (MA), onde o presente estudo foi realizado, a expansão dos serviços de saúde bucal e animal exige uma análise criteriosa da capacidade de resposta diante de emergências. Considerando o contexto regional e a escassez de dados sistematizados sobre esse fenômeno, este trabalho se propõe a investigar, por meio de ferramentas estatísticas, os padrões de frequência dos atendimentos de urgência em clínicas odontológicas e veterinárias locais.

A problemática central desta pesquisa é: qual a frequência e a natureza dos atendimentos de urgência nas clínicas odontológicas e veterinárias da cidade de Açailândia? Como objetivo geral, busca-se analisar a frequência desses atendimentos e, como objetivos específicos, identificar os principais motivos, os horários de maior demanda e as possíveis diferenças entre os dois tipos de clínicas.

Justifica-se a presente pesquisa pela relevância de se compreender como os serviços de saúde reagem a demandas inesperadas, bem como pela contribuição que essa análise pode oferecer para o aprimoramento do atendimento de urgência. Estudos como os de Kingston et al. (2010) já apontaram que a qualidade do atendimento emergencial está diretamente ligada à organização dos serviços e à formação dos profissionais.

Ao final da introdução, define-se o objeto de estudo: a análise estatística da frequência de atendimentos de urgência em clínicas odontológicas e veterinárias de Açailândia.

2  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Silva & Borges (2017), o atendimento de urgência é caracterizado por situações que exigem intervenção imediata, visando aliviar sintomas agudos ou prevenir complicações maiores. No âmbito da odontologia, isso inclui casos de dor severa, infecções, fraturas dentárias e abscessos. Já na medicina veterinária, o espectro é ainda mais amplo, podendo abranger acidentes, intoxicações, partos complicados e doenças infecciosas agudas (ARAÚJO et al., 2019).

A literatura aponta que a frequência e o tipo de urgência variam conforme a população atendida e a estrutura disponível nas clínicas. Estudos realizados por Lima (2015) mostram que clínicas bem estruturadas tendem a atender um número maior de emergências com maior eficiência, enquanto locais com limitações estruturais enfrentam dificuldades logísticas e clínicas.

O uso de ferramentas estatísticas em estudos de saúde permite identificar padrões e tendências, como destacado por Cohen & Franco (2012), o que contribui para a melhoria dos processos de triagem e atendimento. Na área veterinária, a estatística também tem sido usada para traçar perfis epidemiológicos e planejar recursos (CARVALHO et al., 2020).

Assim, a fundamentação teórica deste trabalho apoia-se em estudos que tratam da gestão de emergências clínicas, do comportamento de usuários dos serviços de saúde e da aplicação de métodos quantitativos na análise da demanda por atendimentos urgentes.

3  METODOLOGIA

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo quantitativo, de caráter descritivo e exploratório, com recorte transversal. A coleta de dados foi realizada entre março e abril de 2025 em 6 clínicas odontológicas e 5 clínicas veterinárias da cidade de Açailândia (MA).

Foi aplicado um questionário semiestruturado aos responsáveis técnicos das clínicas, contendo questões sobre o número médio de atendimentos de urgência por semana, principais causas, horários de maior incidência, e procedimentos adotados. Os dados coletados foram organizados em planilhas e analisados com o auxílio do software Excel.

A amostragem foi não probabilística, por conveniência, contemplando clínicas que aceitaram participar da pesquisa. A análise dos dados incluiu medidas de tendência central (média, moda, mediana), construção de gráficos de colunas e setores, e aplicação de testes estatísticos (teste qui-quadrado e análise de variância – ANOVA), para verificar diferenças entre os tipos de clínicas e variáveis temporais.

4  RESULTADOS E DISCUSSÕES

A análise revelou que clínicas odontológicas atendem, em média, 12 urgências por semana, enquanto as clínicas veterinárias registram cerca de 7 atendimentos emergenciais semanais. Em relação aos motivos, a dor dentária aguda (38%) e infecções (21%) lideram no setor odontológico. Já na área veterinária, os principais motivos foram acidentes (31%), intoxicações (19%) e vômitos/diarreia severos (17%).

Os gráficos demonstram que os atendimentos de urgência se concentram entre as 17h e 21h, nos dias úteis, com picos às segundas-feiras. O teste qui-quadrado mostrou diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) entre os tipos de clínica em relação à frequência dos atendimentos por turno.

A ANOVA indicou variações na média de atendimentos entre os dias da semana, com maior concentração às segundas e sextas-feiras. Esses dados corroboram estudos anteriores (SILVA & BORGES, 2017; CARVALHO et al., 2020), que apontam a influência do comportamento dos pacientes e das rotinas familiares nos padrões de procura por urgência.

As clínicas odontológicas relataram uma organização mais padronizada para os atendimentos emergenciais, com prontuários específicos e triagem protocolar, enquanto as clínicas veterinárias mostraram maior variação nos procedimentos adotados.

5  CONCLUSÃO

O presente estudo permitiu verificar que há diferença significativa na frequência e nos motivos dos atendimentos de urgência em clínicas odontológicas e veterinárias da cidade de Açailândia. Os resultados indicam uma maior concentração de urgências odontológicas, com predominância de dor aguda, enquanto as urgências veterinárias são mais diversificadas e exigem ampla capacidade de resposta clínica.

Conclui-se que a organização dos serviços e a preparação das equipes influenciam diretamente a eficácia do atendimento de urgência. A pesquisa alcançou seus objetivos ao traçar um panorama local e propor reflexões sobre melhorias possíveis na gestão do atendimento emergencial em ambas as áreas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, J. F.; NOGUEIRA, M. R.; RAMOS, T. C. Atendimentos emergenciais em clínicas veterinárias urbanas. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v. 41, n. 2, 2019.

CARVALHO, P. L. et al. Perfil dos atendimentos de emergência em clínicas odontológicas universitárias. Revista Ciência e Saúde, v. 3, n. 1, p. 44–52, 2020.

COHEN, E.; FRANCO, R. Avaliação de Projetos Sociais. 10. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.

KINGSTON, R. et al. Emergency response time and patient outcomes. Journal of Health Studies, v. 18, n. 3, p. 212–225, 2010.

LIMA, R. M. Urgência odontológica: organização e fluxo. São Paulo: Santos, 2015.

SILVA, D. A.; BORGES, L. A. Atendimento odontológico de urgência: um estudo em centros públicos. Revista de Odontologia Pública, v. 10, n. 1, p. 7–13, 2017.


1Discentes do Curso Superior de Medicina Veterinária e Odontologia do Instituto Favale –
Faculdade Vale do Aço, Campus Açailândia, Maranhão, Brasil. E-mail: aylanedasilvalira9@gmail.com
2Discentes do Curso Superior de Medicina Veterinária e Odontologia do Instituto Favale –
Faculdade Vale do Aço, Campus Açailândia, Maranhão, Brasil. E-mail: brendawanderley7@gmail.com
3Discentes do Curso Superior de Medicina Veterinária e Odontologia do Instituto Favale –
Faculdade Vale do Aço, Campus Açailândia, Maranhão, Brasil. E-mail: davimagal449@gmail.com
4Discentes do Curso Superior de Medicina Veterinária e Odontologia do Instituto Favale –
Faculdade Vale do Aço, Campus Açailândia, Maranhão, Brasil. E-mail: deborahgomes4248@gmail.com
5Discentes do Curso Superior de Medicina Veterinária e Odontologia do Instituto Favale –
Faculdade Vale do Aço, Campus Açailândia, Maranhão, Brasil. E-mail: Luanchaves865@gmail.com
6Professor Orientador: Graduação em Engenharia de Alimentos, Mestre em Ciência dos Materiais; Docente da disciplina de Bioestatística do Instituto Favale – Faculdade Vale do Aço, Campus Açailândia, Maranhão. E-mail: bernardorurikg@gmail.com