REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202505041445
Kauã Lucca Moura Segamarchi Chaves; André Giroto Neto; Júlia Franzolin Stoco; Joyce Emanuelle Sousa; Victoria Mendes Ferreira; Laura Silva de Carvalho Quintino; Julia de Paula Panzan; Carolina Trujilo; Guilherme Jecobsen Luchi
RESUMO: INTRODUÇÃO: O presente estudo analisa a incidência e os desfechos de fraturas múltiplas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil ao longo de seis anos. Com base em dados epidemiológicos, busca-se identificar padrões e disparidades no atendimento desses casos, considerando aspectos socioeconômicos e estruturais da saúde. A comparação entre as regiões permite sugerir melhorias na abordagem clínica e na distribuição de recursos para o atendimento emergencial de fraturas múltiplas. OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho foi realizar o levantamento epidemiológico acerca da fratura múltipla, em duas regiões (Região Sudeste e Centro-Oeste), durante período de 6 anos. METODOLOGIA: O presente estudo trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, descritivo, transversal e retrospectivo. Os dados foram coletados a respeito dos casos novos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a respeito da fratura múltipla, em duas regiões (Região Sudeste e Centro-Oeste), durante 2018 a 2023, os quais encontram-se disponíveis no banco de dados online do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A coleta dos dados foi realizada em 2025, utilizando-se as variáveis: distribuição anual e regional, raça, faixa etária e sexo (CID T020). RESULTADOS: Entre os anos de 2018 a 2023 houveram 92.430 casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste. Sendo a distribuição por localidade: i) Região Sudeste: 72.775 (78,7%) e ii) Região Centro-Oeste: 19.655 (21,3%). A distribuição anual dos casos se deu: 1) 2018: 1.273 (1,3%), 2) 2019: 18.105 (19,6%), 3) 2020: 17.177 (18,6%), 4) 2021: 18.183 (19,7%), 5) 2022: 18.916 (20,4%) e 6) 2023: 18.776 (20,4%). A distribuição por sexo se deu: i) masculino: 58.880 (63,7%) e ii) feminino: 33.550 (36,3%). A distribuição dos acidentes por raça se deram: 1) branca: 24.626 (26,6%), 2) preta: 5.141 (5,5%), 3) parda: 40.940 (44,3%), 4) amarela: 1.231 (1,3%), 5) indígena: 134 (0,1%) e 6) sem informação: 20.358 (22,2%). A faixa etária das fraturas se deu: i) menor de 1 ano: 207 (0,2%), ii) 1 a 9 anos: 2.300 (2,5%), iii) 10 a 19 anos: 6.506 (7%), iv) 20 a 29 anos: 14. 887 (16,1%), v) 30 a 39 anos: 13.884 (15%), vi) 40 a 49 anos: 13.354 (14,4%), vii) 50 a 59 anos: 12.401 (13,4%), viii) 60 a 69 anos: 10.968 (11,9%), ix) 70 a 79 anos: 8.693 (9,4%) e x) 80 anos e mais: 9.273 (10,1%). CONCLUSÃO: Conclui-se que no período analisado houveram 92.430 casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste. A Região Sudeste apresentou o maior número de casos. O ano de 2022, sexo masculino, raça parda e a faixa etária de 20 a 29 anos a mais prevalente foram as varaíaveis epidemiológicas mais prevalentes.
PALAVRAS-CHAVE: “Fraturas múltiplas”; “Fraturas ósseas” ; “Traumatismo múltiplo”.
INTRODUÇÃO:
As fraturas múltiplas representam um importante desafio na medicina de emergência, pois estão associadas a altos índices de morbidade e mortalidade. A distribuição geográfica desses casos pode estar relacionada a fatores socioeconômicos, infraestrutura de saúde e características populacionais. Estudos apontam que a incidência de fraturas múltiplas varia conforme a região do país, sendo essencial compreender esses padrões para otimizar os recursos e melhorar o prognóstico dos pacientes (SOUZA; SILVA, 2020).
A região Sudeste do Brasil é marcada por uma maior concentração populacional e avançada rede hospitalar, o que pode influenciar diretamente no atendimento e nos desfechos dos casos de fraturas múltiplas. Por outro lado, a região Centro-Oeste apresenta particularidades relacionadas à dispersão populacional e à infraestrutura hospitalar, podendo impactar na rapidez do atendimento e na recuperação dos pacientes (MARTINS et al., 2021). Assim, comparar os dados dessas regiões permite identificar disparidades no tratamento e propor melhorias no sistema de saúde.
Estudos epidemiológicos sobre fraturas múltiplas são fundamentais para compreender os fatores de risco e suas implicações na saúde pública. A análise comparativa entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste ao longo de seis anos possibilita avaliar tendências, incidência e desfechos clínicos, contribuindo para a formulação de estratégias preventivas e de tratamento mais eficazes (FERREIRA; ALMEIDA, 2019).
OBJETIVOS:
O objetivo do presente trabalho foi realizar o levantamento epidemiológico acerca da fratura múltipla, em duas regiões (Região Sudeste e Centro-Oeste), durante período de 6 anos.
METODOLOGIA:
O presente estudo trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, descritivo, transversal e retrospectivo. Os dados foram coletados a respeito dos casos novos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a respeito da fratura múltipla, em duas regiões (Região Sudeste e Centro-Oeste), durante 2018 a 2023, os quais encontram-se disponíveis no banco de dados online do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
A coleta dos dados foi realizada em 2025, utilizando-se as variáveis: distribuição anual e regional, raça, faixa etária e sexo (CID T020).
Em conformidade com a Resolução no 4661/2012, como o estudo trata-se de uma análise realizada por meio de banco de dados secundários de domínio público, este não foi encaminhado para apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS:
Entre os anos de 2018 a 2023 houveram 92.430 casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste. Sendo a distribuição por localidade: i) Região Sudeste: 72.775 (78,7%) e ii) Região Centro-Oeste: 19.655 (21,3%) (Gráfico 1). Sendo a Região Sudeste com maior número de casos.
Gráfico 1. Distribuição dos casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste, entre 2018 a 2023.

A distribuição anual dos casos se deu: 1) 2018: 1.273 (1,3%), 2) 2019: 18.105 (19,6%), 3) 2020: 17.177 (18,6%), 4) 2021: 18.183 (19,7%), 5) 2022: 18.916 (20,4%) e 6) 2023: 18.776 (20,4%) (Gráfico 2). Sendo o ano de maior ocorrência em 2022.
Gráfico 2. Distribuição anual dos casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste, entre 2018 a 2023.

A distribuição por sexo se deu: i) masculino: 58.880 (63,7%) e ii) feminino: 33.550 (36,3%) (Gráfico 3). Sendo o sexo masculino com o maior número de casos.
Gráfico 3. Distribuição por sexo dos casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste, entre 2018 a 2023.

A distribuição dos acidentes por raça se deram: 1) branca: 24.626 (26,6%), 2) preta: 5.141 (5,5%), 3) parda: 40.940 (44,3%), 4) amarela: 1.231 (1,3%), 5) indígena: 134 (0,1%) e 6) sem informação: 20.358 (22,2%) (Gráfico 4). A raça mais acometida foi a parda.
Gráfico 4. Distribuição por sexo dos casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste, entre 2018 a 2023.

A faixa etária das fraturas se deu: i) menor de 1 ano: 207 (0,2%), ii) 1 a 9 anos: 2.300 (2,5%), iii) 10 a 19 anos: 6.506 (7%), iv) 20 a 29 anos: 14. 887 (16,1%), v) 30 a 39 anos: 13.884 (15%), vi) 40 a 49 anos: 13.354 (14,4%), vii) 50 a 59 anos: 12.401 (13,4%), viii) 60 a 69 anos: 10.968 (11,9%), ix) 70 a 79 anos: 8.693 (9,4%) e x) 80 anos e mais: 9.273 (10,1%) (Gráfico 5). Sendo a faixa etária de 20 a 29 anos a mais prevalente.

DISCUSSÃO:
Estudos indicam que a incidência de fraturas múltiplas está diretamente relacionada a fatores como violência urbana, acidentes de trânsito e quedas de altura (OLIVEIRA; COSTA, 2020). No Sudeste, onde a densidade populacional e o tráfego são mais intensos, observa-se um maior número de casos relacionados a colisões automobilísticas. Já no Centro-Oeste, a predominância de atividades agropecuárias e o uso de veículos pesados resultam em um perfil distinto de fraturas, com maior incidência de traumas envolvendo maquinário agrícola (SANTOS et al., 2022).
Outro aspecto relevante é a infraestrutura hospitalar, que impacta diretamente na qualidade do atendimento e nos desfechos clínicos dos pacientes. A região Sudeste conta com centros de referência em trauma, possibilitando intervenções mais rápidas e eficazes. No Centro-Oeste, a dispersão geográfica pode retardar o atendimento, influenciando negativamente na taxa de recuperação e no prognóstico (PEREIRA; LIMA, 2021).
Diante desses achados, torna-se evidente a necessidade de políticas públicas voltadas para a melhoria da infraestrutura de atendimento a traumas, principalmente em regiões com menor acesso a serviços especializados. Investimentos em transporte aeromédico e capacitação de profissionais são medidas fundamentais para reduzir as disparidades regionais e aprimorar o tratamento das fraturas múltiplas (ROCHA et al., 2023).
CONCLUSÃO:
Conclui-se que no período analisado houveram 92.430 casos de fraturas múltiplas na Região Sudeste e Centro-Oeste. A Região Sudeste apresentou o maior número de casos. O ano de 2022, sexo masculino, raça parda e a faixa etária de 20 a 29 anos foram as variáveis mais prevalentes. Esses dados fortificam um monitoramento mais aprofundado de epidemiologia e reforçam uma necessidade maior de políticas públicas voltadas a prevenção de traumas em adultos mais jovens.
A grande desproporção entre as regiões analisadas mostram também uma diferença significativa na área de infraestrutura da saúde, o que pode contribuir para o acesso e a qualidade do tratamento. Diante disso recomenda-se a ampliação e a melhora de investimentos em serviços de emergência e transporte médicos especializados em, especial na região Centro-Oeste.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FERREIRA, J.; ALMEIDA, R. Epidemiologia de Fraturas no Brasil. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 54, n. 3, p. 215-229, 2019.
MARTINS, L. et al. Atendimento a Traumas em Regiões Brasileiras: Uma Abordagem Comparativa. Jornal de Medicina Emergencial, v. 12, n. 2, p. 98-112, 2021.
OLIVEIRA, P.; COSTA, M. Acidentes e Fraturas: Análise Regional. Saúde Pública e Trauma, v. 7, n. 4, p. 33-47, 2020.
PEREIRA, S.; LIMA, C. Infraestrutura Hospitalar e Prognóstico de Pacientes com Fraturas. Revista de Saúde Regional, v. 5, n. 1, p. 120-134, 2021.
ROCHA, D. et al. Políticas de Atendimento a Traumas: Necessidades e Soluções. Boletim de Saúde Pública, v. 15, n. 6, p. 200-218, 2023.
SANTOS, F. et al. Perfis de Fraturas Múltiplas em Diferentes Regiões do Brasil. Arquivos de Medicina Traumatológica, v. 10, n. 1, p. 50-65, 2022.
SOUZA, A.; SILVA, B. Impacto das Fraturas Múltiplas na Saúde Pública. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 11, n. 5, p. 78-90, 2020.