FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO NO PUERPÉRIO: REVISÃO DE LITERATURA

STRENGTHENING OF THE PELVIC LINING MUSCLES IN THE PUERPERIUM: LITERATURE REVIEW.


CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO SUPERIOR DE FISIOTERAPIA


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Autora:
Ercília Rodrigues da Costa1;

Orientadora:
Dra. Thaiana Bezerra Duarte2

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos, que sempre acreditaram e torceram por mim. Obrigada!

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, por ter permitido que eu tivesse saúde е determinação para não desanimar durante toda minha trajetória acadêmica.

Ao meu esposo Edivaldo Guimarães e filhos: Brenda Caroline, Brendo Victor e Bernardo Domingos e em especial meus pais Maria Raimunda e Domingos Ramiro que me incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a minha ausência enquanto eu me dedicava à realização deste trabalho.

E não poderia deixar de agradecer aos meus professores: Cerqueira, Natália Gonçalves, Jeronice Rodrigues e Edvaldo Alves pela dedicação e conhecimentos com a qual guiaram o meu aprendizado.

A minha orientadora Thaiana Duarte que tirou um pouco de seu tempo para desempenhar tal função com dedicação.

A preceptora Milena Monteiro que me ensinou na prática todos seus conhecimentos que vou levar pra vida profissional.

Aos meus amigos, Gracilene Lago, Gian Michel, Samantha Moura, Jéssica Lilian, Bárbara Cristina, Raynanne e Hiago Nunes que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade incondicional e pelo apoio demonstrado ao longo de todo o período de faculdade.

EPIGRAFE

“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.”

(Robert Collier)

RESUMO

O puerpério é conhecido como o período pós-parto, que pode ser dividido em três fases: imediato, tardio ou remoto; destaca-se entre as disfunções ocasionadas por esse período, a diminuição da força da musculatura do assoalho pélvico (MAP). O objetivo do presente artigo é demonstrar a importância da fisioterapia na saúde da mulher, destacando o fortalecimento da MAP nas puérperas. A metodologia aplicada foi uma revisão literária descritiva e exploratória, cuja pesquisa foi feita nas bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) e Pubmed; tendo como critérios de inclusão: publicações científicas que utilizaram alguma técnica fisioterapêutica para fortalecimentos da MAP no puerpério e artigos publicados preferencialmente nos últimos 10 anos (2011-2021); os critérios de exclusão foram: publicações que não trouxessem desfechos relacionados ao fortalecimento da MAP e artigos não disponíveis na íntegra. Foram incluídas na presente revisão 9 publicações, as quais destacam que o treinamento dos músculos do assoalho pélvico e a eletroterapia são as intervenções mais benéficas no fortalecimento dos MAP, proporcionando um melhor controle da musculatura do assoalho pélvico, melhor resistência, aumento da força muscular, diminuição da taxa de incontinência urinária e redução no desconforto na região do assoalho pélvico. Portanto, para que haja o sucesso no fortalecimento dos MAP é necessário que este fortalecimento seja supervisionado pelo fisioterapeuta e que aja continuidade nos exercícios domiciliares.

Palavras-chave: Fisioterapia. Puerpério. Assoalho pélvico. Fortalecimento.

ABSTRACT

The puerperium is known as the postpartum period, which can be divided into three phases: immediate, late or remote; it stands out among the dysfunctions caused by this period, the decrease in strength of the pelvic floor muscles (PFM). The objective of this article is to demonstrate the importance of physical therapy in women\’s health, highlighting the strengthening of PFM in puerperae. The methodology applied was a descriptive and exploratory literature review, whose research was done in the Scielo (Scientific Electronic Library Online), BVS (Virtual Health Library) and Pubmed databases; the inclusion criteria were: scientific publications that used some physiotherapeutic technique to strengthen the MAP in the puerperium and articles published preferably in the last 10 years (2011-2021); the exclusion criteria were: publications that did not bring outcomes related to the strengthening of MAP and articles not available in full. Nine publications were included in this review, which highlighted that pelvic floor muscle training and electrotherapy are the most beneficial interventions in strengthening PFM, providing better control of the pelvic floor muscles, better strength, increased muscle strength, decreased urinary incontinence rates, and reduced discomfort in the pelvic floor region. Therefore, for there to be success in strengthening the PFM it is necessary that this strengthening be supervised by the physiotherapist and that there be continuity in home exercises.

Key-words: Physiotherapy. Puerperium. Pelvic floor. Strengthening.

1 INTRODUÇÃO

A musculatura do assoalho pélvico tem uma importante função na sustentação dos órgãos pélvicos e abdominais e no controle da continência urinária e fecal, além de atuar na função sexual (BØ et al., 2015). A gestação e o parto exercem influência sobre essa musculatura, podendo diminuir o seu tônus e levar a um conjunto de problemas denominados disfunções do assoalho pélvico (DAP), tais como, incontinência urinária (IU) e dispareunia, entre outros agravos que podem ser transitórios ou permanentes (YENIEL; PETRI, 2014).

A função normal do assoalho pélvico é determinada pela interação e o bom funcionamento de suas estruturas (DE OLIVEIRA et al., 2018). Entretanto, a gestação e o parto podem causar traumas e diminuir o tônus muscular. Esses problemas causam impacto negativo na qualidade de vida da mulher (SVARE; HANSEN; LOSE, 2014).

A fisioterapia na saúde da mulher tem métodos eficazes para recuperar a funcionalidade do assoalho pélvico na gravidez e pós parto (HERREN et al., 2015). Quando a intervenção ocorre precocemente, os resultados são ainda mais benéficos.

Dentre as intervenções que mais se mostram eficazes para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, estão: o treinamento da musculatura do assoalho pélvico (LATORRE, 2010), o uso do biofeedback (BARACHO, 2014), eletroterapia (BUZO et al., 2017), cones vaginais (SOUZA et al., 2020), Terapia Manual (SILVA; ABREU, 2014) e o pilates (BARBOSA, 2014).

Os objetivos diante dos exercícios de fortalecimento para o assoalho pélvico são melhorar a força dos músculos do assoalho pélvico, ganhar mobilidade pélvica, aumentar a sensibilidade clitoriana e perineal e aumentar o fluxo sanguíneo, melhorando as fases da resposta sexual, da lubrificação, da excitação, do desejo e do orgasmo, reduzindo as tensões musculares, favorecendo o relaxamento da musculatura, gerando consciência corporal e qualidade sexual (MENDONÇA et al., 2012).

Apesar de haver vários métodos de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, ainda não se sabe com total clareza como seria o protocolo ideal tampouco o momento mais adequado a ser iniciado no puerpério, pois cada paciente é única e tem necessidades individuais.

Deste modo, o presente estudo tem como objetivo destacar a importância da fisioterapia na saúde da mulher, de maneira especial no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico no puerpério, através de uma revisão de literatura. A pesquisa pretende proporcionar mais conhecimento para as puérperas, estudantes e profissionais que atuam nessa área.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 – Puerpério

O puerpério, também chamado de sobreparto ou pós-parto, é período cronologicamente variável durante o qual se desenvolvem todas as modificações involutivas das alterações causadas pela gravidez e o parto. Estas ocorrem tanto na genitália materna como no organismo de modo geral, perdurando até o retorno às condições pré-gravídicas (SANTOS; BRITO; MAZZO, 2012).

O puerpério, tempo de seis a oito semanas após o parto, didaticamente, pode ser dividido em três períodos, sendo: imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 45º dia) e remoto (a partir do 45º dia). No puerpério ocorrem modificações internas e externas, configurando-se como um período carregado de transformações psíquicas onde a mulher continua a precisar de cuidado e proteção (ANDRADE et al. 2015).

2.1.1. – Alterações dos músculos do assoalho pélvico no puerpério

O assoalho pélvico que é o conjunto de tecidos que reveste a porção inferior da pelve, sendo composto pelos diafragmas pélvico e urogenital e fáscia endopélvica. Os diafragmas são formados por músculos organizados em camadas superficiais e profundas do períneo que atuam no mecanismo de sustentação das vísceras pélvicas, na continência urinária e anal e na função sexual (CABAR, CODARIN & BUNDUKI, 2016). Quando essa musculatura perde sua integridade, aumenta o risco de ocorrer disfunções do assoalho pélvico, tais como, incontinência urinária, incontinência anal e prolapso de órgãos pélvicos (ASSIS et al., 2013).

Durante a gestação a musculatura do assoalho pélvico sofre extrema tensão, sustentando o peso extra durante as 40 semanas gestacionais, além de serem fortemente distendidas especialmente pela cabeça fetal durante o parto. É durante o período expulsivo do trabalho de parto que os músculos passam pela maior agressão de sua existência (SILVA, 2011).

Um terço das mulheres durante a vida apresentam disfunções do assoalho pélvico com gravidades variadas (DE OLIVEIRA et al. 2018). A incontinência urinária e incontinência anal são situações angustiantes e, em longo prazo, potencialmente incapacitantes que afetam mulheres de idades variadas, frequentemente com o primeiro episódio ocorrendo durante a gravidez ou após o parto (BROWN et al., 2014).

2.2 – Métodos de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico

A musculatura do assoalho pélvico também precisa ser avaliada no puerpério, seja pós parto vaginal ou parto cesárea, pois durante a gestação os mesmos são enfraquecidos. Para isso, podem-se solicitar contrações dos músculos e observar se o movimento que está sendo feito pela puérpera está correto. Vale salientar que o ideal é avaliar os músculos do assoalho pélvico por palpação vaginal para certificar-se da execução correta da contração. Isso é fundamental para diminuir a chance dessas contrações estarem sendo realizadas de maneira incorreta. O movimento dos MAP em contração deve ser no sentido ântero superior e o relaxamento, no sentido oposto. (SILVA; MARQUES; AMARAL, 2019).

Alguns métodos de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico são: treinamento dos músculos do assoalho pélvico, biofeedback, eletroterapia, cones vaginais e pilates.

2.2.1 – Treinamento dos músculos do assoalho pélvico

O treinamento da musculatura do assoalho pélvico consiste na execução dos exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, que determina trabalhar a musculatura perineal para o tratamento da hipotrofia do assoalho pélvico. De maneira geral, consiste em contrair a musculatura do assoalho pélvico com o máximo de força possível, podendo ser contrações fracionadas, sustentadas ou rápidas (NAGAMINE; DANTAS; SILVA, 2021).

O treinamento da musculatura do assoalho pélvico consiste nas contrações voluntárias da musculatura do assoalho pélvico, intercalando com as contrações mantidas com o objetivo de estimular as fibras musculares do tipo I e do tipo II do assoalho pélvico. O posicionamento do paciente em decúbito dorsal e ventral proporcionam maior facilidade e eficiência na contração do períneo (LATORRE, 2010).

Estudos mostram que, para que haja efetividade no treinamento, é necessário um período de tratamento de no mínimo três meses, além da compreensão dos comandos dados pelo fisioterapeuta e conscientização da localização destes músculos, bem como a aceitação, motivação e incorporação dos exercícios de contração às atividades do dia a dia (GLISOI; GIRELLI, 2011).

A contração muscular proporciona estímulos proprioceptivos por meio de receptores localizados no ventre e tendões musculares, possibilitando um melhor entendimento da sensação de contração e relaxamento, melhorando suas funções e prevenindo disfunções, como por exemplo a incontinência urinaria, a anorgasmia (ausência de orgasmos na relação sexual), prolapso genital, o vaginismo e a deficiência muscular que pode ocorrer no puerpério (BUZO et al, 2017).

2.2.2 – Biofeedback

O biofeedback é um dos aparelhos mais usados na reabilitação da musculatura do assoalho pélvico. Essa técnica consiste em um retrocontrole biológico, que possibilita a conscientização objetiva de uma função fisiológica inconsciente. Essa conscientização muscular é conseguida através da utilização de um sinal sonoro e/ou visual. Pode-se utilizar o biofeedback através do exame eletromiográfico, que requer potencial de ação para estimular um movimento, a curva de contração perineal deve ser linear, quantificável e compreensível em ambos os casos (BARACHO, 2014).

Hirakawa et al. (2013), em um estudo onde avaliaram o uso do biofeedback no treinamento da musculatura do assoalho pélvico mostram que houve um aumento da força da musculatura, diminuição dos episódios de incontinência e melhoria da qualidade de vida.

2.2.3 – Eletroterapia

A aplicação dessa técnica tem como objetivo de promover a contração passiva da musculatura perineal, mostrando extrema importância na conscientização da contração desta musculatura em pacientes que têm dificuldade de reconhecê-la. A aplicação é feita através de eletrodos endovaginais que estão interligados a um gerador de impulsos elétricos, proporcionando a contração perineal (SILVA, 2017).

De acordo com Buzo et al (2017), a eletroterapia constitui-se na aplicação intravaginal de um dispositivo aproximadamente 7cm de comprimento e 2,5 de diâmetro. Esta corrente define como um estímulo elétrico de baixa frequência de 10 a 50Hz, onde sua intensidade é ajustada a nível da paciente, para que não cause desconforto, sendo eficiente para a percepção da contração da musculatura pélvica.

A eletroterapia é muita citada no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, visto que os seus efeitos terapêuticos como analgesia, contração e relaxamento muscular, e aumento da circulação local, podem promover melhora nas queixas das mulheres no puerpério, cujos sintomas englobam dor, aumento da tensão muscular e diminuição da circulação sanguínea local (ALVES et al. 2015).

2.2.4. – Cones vaginais

Os cones vaginais são recursos que ajudam as pacientes a identificar e fortalecer o assoalho pélvico, utilizando dos princípios do biofeedback, pois comprova ser possível aprender a contrair os músculos do assoalho pélvico por meio de sustentar os cones vaginais introduzidos aumentando o peso progressivamente sendo ele um dispositivo de mesmo modelo e volume, com peso que varia de 20 a 120 g favorecendo o aumento da resistência muscular e da força por meio do recrutamento da musculatura pubococcígea que auxilia na periferia e na conscientização perineal (SOUZA et al, 2020).

Os cones vaginais proporcionam uma atividade contrátil muscular mais específica e eficiente, mas para que a paciente possa mantê-los na vagina precisa de contração dos músculos do assoalho pélvico que influenciam na estimulação e recrutamento das fibras do tipo I (contração lenta) e do tipo II (contração rápida), estimulando a propriocepção e estabelecendo o aumento de força muscular do períneo (SILVA; OLIVA, 2011).

2.2.5. – Pilates

Nagamine, Dantas e da Silva (2021), o método Pilates é um seguimento de exercícios que proporciona conscientização corporal, melhora da postura, minimizando quadro álgico na coluna, nas articulares, por meio da liberação de hormônios como: endorfinas e serotoninas. Dentre os benefícios do Pilates estão a melhora do alongamento o alinhamento corporal, associando a respiração durante a realização dos exercícios onde o foco é o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, enfatizando a postura e a força. Nagamine, Dantas e da Silva (2021), as gestantes que praticam Pilates tem tendência a ter uma recuperação mais rápida no puerpério.

Pelo fato dos exercícios de Pilates recrutar as fibras musculares do assoalho pélvico, o método produz um aumento significativo na força e na contratilidade da musculatura e por esse motivo promove a melhora da função dos músculos do assoalho pélvico. O método pode ser um aliado no tratamento e prevenção de disfunções do assoalho pélvico, como as que ocorrem no puerpério (BARBOSA, 2014; LIRA et al. 2017).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo trata-se de uma revisão de literatura descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa, tendo como base para sua discussão teórica de artigos científicos (PEREIRA et al., 2018). O levantamento de dados foi realizado nas bases de dados: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) e Pubmed no período de fevereiro de 2021 e atualizado em setembro de 2021. Foram utilizadas as palavras chave em português: puerpério, assoalho pélvico, fisioterapia, saúde da mulher e fortalecimento, e em inglês: puerperium, pelvic floor, physical therapy, women\’s health, and strengthening.

Os critérios de inclusão para a presente revisão foram: publicações científicas que tenham utilizado alguma técnica fisioterapêutica para fortalecimentos dos músculos do assoalho pélvico no puerpério, publicados preferencialmente nos últimos 10 anos, compreendendo o período de 2011 a 2021. Os critérios de exclusão foram: publicações que não trouxessem desfechos relacionados ao fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico e artigos não disponíveis na íntegra.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A base PubMed retornou 177 artigos. As buscas na base SCIELO retornaram 10 artigos e na base BVS foram encontrados 187 artigos relacionados ao tema. Destes, 320 foram selecionados para leitura de título e resumo, excluindo-se 311 estudos, resultando em 9 artigos inclusos nesta revisão, de acordo com o demostrado na Figura 1.

Figura 1 – Fluxograma do estudo.

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A síntese dos estudos incluídos na presente revisão encontra-se no Quadro 1.

Quadro 1 – Descrição dos objetivos, técnica de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico e resultados dos estudos incluídos na revisão.

AUTOR/ANOOBJETIVOTÉCNICA DE FORTALECIMENTO DO MAPRESULTADOS
Ahlund et al., 2013Avaliar o efeito do treinamento muscular do assoalho pélvico na força muscular do assoalho pélvico e na incontinência urinária em primíparas submetidas a um programa de treinamento domiciliar entre três e 9 meses após o parto.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico.Os resultados indicam que o treinamento muscular do assoalho pélvico domiciliar é eficaz. No entanto, as instruções de treinamento por escrito foram tão eficientes quanto o treinamento em casa, com visitas de acompanhamento a cada seis semanas.
Hilde et al., 2013Avaliar se o treinamento da musculatura do assoalho pélvico pós-parto diminui a prevalência de qualquer incontinência urinária em primíparas com e sem incontinência urinária.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico.O treinamento do assoalho pélvico pós – parto não diminuiu a prevalência de incontinência urinária 6 meses após o parto em primíparas.
Kocaöz ;Eroğlu ; Sivaslıoğlu, 2013Determinar o papel dos exercícios para músculos do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária de esforço durante a gravidez e no período pós-parto.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico.Os exercícios musculares do assoalho pélvico são eficazes na prevenção da incontinência urinária por esforço durante a gravidez e no período pós-parto. Portanto, recomenda-se que os profissionais de saúde forneçam educação e aconselhamento às mulheres grávidas sobre a prevenção da incontinência urinaria por esforço.
et al., 2014Avaliar o efeito do treinamento muscular do assoalho pélvico na prevenção e tratamento dos sintomas e sinais de prolapso de órgãos pélvicos em puérperas primíparas.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico.Nenhum efeito foi encontrado do treinamento muscular do assoalho pélvico pós-parto sobre os prolapsos de órgãos pélvicos em mulheres primíparas.
Melo; Michelowski; Simão, 2014Verificar eficácia da cinesioterapia no puerpério imediato.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico + exercícios abdominais.O grupo intervenção realizou cinesioterapia com contrações abdominais, controle respiratório e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, enquanto que o grupo controle somente foi submetido à avaliação fisioterapêutica. Ao comparar o antes e o depois das medidas em ambos os grupos, pode-se verificar que houve diferença entre eles, visto que houve maior redução das disfunções do assoalho pélvico nas três medidas do grupo intervenção.
Tennfjord et al., 2015Avaliar o efeito do treinamento dos músculos do assoalho pélvico sobre os sintomas vaginais e questões sexuais, dispareunia e incontinência coital em primíparas.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico.A análise não ajustada mostrou que em mulheres com defeito importante do músculo levantador do ânus, um número significativamente menor no grupo de treinamento apresentou o sintoma “vagina parece frouxa ou frouxa” em comparação com o grupo controle.
Sigurdardottir et al., 2019Estudar os efeitos do treinamento supervisionado e individualizado da musculatura do assoalho pélvico no período pós-parto inicial, na incontinência urinária e anal e incômodo relacionado, bem como na força e resistência muscular do assoalho pélvicoTreinamento dos músculos do assoalho pélvico.O treinamento pós – parto dos músculos do assoalho pélvico diminuiu a taxa de incontinência urinária e o incômodo relacionado 6 meses após o parto e aumentou a força e a resistência musculares.
Li et al., 2020Avaliar os efeitos de diferentes protocolos de estimulação elétrica no tratamento de puérperas com força muscular do assoalho pélvico extremamente fraca.Estimulação elétricaPara mulheres no pós-parto com força muscular extremamente fraca, o uso da estimulação elétrica por 5 vezes pode ser mais benéfico para a capacidade de controle das contrações da musculatura do assoalho pélvico e aumento da força muscular, mesmo em tratamento de curta duração.
Sacomori et al. 2020Avaliar a eficácia de uma única sessão de treinamento da musculatura do assoalho pélvico imediatamente após o parto para prevenir a incontinência urinária no seguimento de 3 meses; e verificar as taxas de adesão ao exercício da musculatura do assoalho pélvico domiciliar entre mulheres multíparas e primíparas.Treinamento dos músculos do assoalho pélvico supervisionado por um fisioterapeuta e uma abordagem educacional por meio da distribuição de brochuras sobre exercícios para a musculatura do assoalho pélvico em casa (sem supervisão).Embora a intervenção proposta não tenha prevenido os sintomas de incontinência urinária, a taxa de adesão ao treinamento da musculatura do assoalho pélvico foi alta.

As disfunções do assoalho pélvico podem ser vistas ao longo da vida das mulheres, frequentemente durante a gravidez ou no puerpério (BROWN et al., 2014; DE OLIVEIRA et al., 2018). Para Nagamine, Dantas e Silva (2011) e Glisoli e Girelli (2011), há uma necessidade de tratamento para essa musculatura, que consiste no treinamento da musculatura do assoalho pélvico. Em razão disso, é necessário que as mulheres estejam bem orientadas e tenham a conscientização da localização destes músculos (GLISOI; GIRELLI 2011). A importância dessas orientações e conscientização podem ser vistas nos estudos realizados por Kocaöz, Eroğlu e Sivaslıoğlu (2013), no qual as puérperas apresentaram resultados benéficos por terem dado continuidade nos exercícios para musculatura do assoalho pélvico em âmbito familiar, após receberem instruções de como realizá-los e a frequência.

Dentre as intervenções mais utilizadas nos estudos incluídos nesta revisão estão: eletroterapia (LI et al., 2020), e treinamento dos músculos do assoalho pélvico (AHLUND et al., 2013; HILDE et al., 2013; KOCAÖZ; EROĞLU; SIVASLIOĞLU, 2013; et al., 2014; MELO, MICHELOWSKI & SIMÃO, 2014;  TENNFJORD et al., 2015; SIGURDARDOTTIR et al., 2019; SACOMORI et al. 2020). Assim como Li et al. (2020), Alves et al. (2015), Buzo et al. (2017) e Silva et al. (2017) também utilizaram um protocolo de eletroterapia para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico. Entretanto, sabe-se que a literatura científica já recomenda o treinamento dos músculos do assoalho pélvico como nível 1 de evidência e grau A de recomendação como método mais eficaz para o tratamento da incontinência urinária e prolapsos de órgãos pélvicos, devido sua alta vantagem quanto ao fortalecimento muscular do assoalho pélvico. É importante destacar que esse fortalecimento deve ser supervisionado pelo fisioterapeuta.

Considerando os estudos incluídos na presente revisão, verificou-se que três não demonstraram resultados positivos quanto ao treinamento da musculatura do assoalho pélvico (HILDE et al., 2013; BO et al., 2014; SACOMORI et al., 2020).

Hilde et al. (2013) apontam que o treinamento do assoalho pélvico pós – parto não diminuiu a prevalência de incontinência urinária 6 meses após o parto em primíparas. Bo et al. (2014) e Sacomori et al. (2020) em seus estudos concluíram que a intervenção no pós-parto imediato não preveniu os sintomas de prolapsos de órgãos pélvicos e incontinência urinária, porém houve um grande índice de puérperas que aderiram a um programa de reabilitação da musculatura do assoalho pélvico. Esses resultados precisam ser interpretados com cautela, uma vez que a melhora na sintomatologia das disfunções do assoalho pélvico depende da intensidade do programa de treinamento dos músculos do assoalho pélvico e da adesão da paciente ao tratamento proposto.

Já para Ahlund et al. (2013), Kocaöz; Eroğlu e Sivaslıoğlu (2013), Melo, Michelowski e Simão (2014), Tennfjord et al. (2015), Sigurdardottir et al. (2019) e Li et al. (2020), o treinamento da musculatura do assoalho pélvico resultou em benefícios para as puérperas após as intervenções. Dentre esses benefícios destaca-se: melhor controle da musculatura do assoalho pélvico, melhor resistência e maior força muscular, diminuição da taxa de incontinência urinária e redução no desconforto na região do assoalho pélvico, em até seis meses após o parto.

Desse modo, verifica-se que o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico pode ser um dos objetivos a serem trabalhados durante o puerpério, de modo a proporcionar maior suporte do colo vesical e sustentação dos órgãos pélvicos, prevenindo-se e tratando-se as incontinências urinárias e prolapsos de órgãos pélvicos decorrentes da gestação. Dentre as técnicas de fortalecimento muscular destacam-se o treinamento dos músculos do assoalho pélvico e a eletroterapia. Cabe ressaltar que a escolha pela técnica deve levar em consideração a expertise do fisioterapeuta e a preferência da puérpera.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão demonstrou que as intervenções que foram mais utilizadas para o fortalecimento muscular do assoalho pélvico de puérperas foram o treinamento dos músculos do assoalho pélvico e a eletroterapia.

Cabe ressaltar que para o sucesso no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico é necessário que este fortalecimento seja supervisionado pelo fisioterapeuta e que aja continuidade nos exercícios domiciliares.

6 REFERÊNCIAS

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