FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA DO ASSOALHO PÉLVICO NA PREVENÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO PÓS-PARTO: REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10201658


Karen Fernanda Melo da Silva1
Naime de Souza Januário1
Thaiana Bezerra Duarte2


RESUMO

Introdução: A incontinência urinária é um problema para a saúde da gestante e puérpera, impactando consideravelmente na qualidade de vida, emocional e bem estar. A gravidez, pré e pós-parto é o principal fator para a incontinência urinária contendo alta prevalência, devido às alterações anatômicas durante a gestação, isso acontece pelo fato do bebê está em constante crescimento. Muitas grávidas não procuram por tratamento por compreenderem ser normal e muitas vezes por vergonha; deste modo a prevenção desta disfunção se torna improvável.  Objetivo: investigar por meio de estudos literários o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária no pós-parto. Metodologia: foi baseada na Revisão Literária, a inclusão visou buscar em bancos de dados como: Scielo, Pubmed, Lilacs e Pedro, às análises da produção científica da literatura nacional e internacional, Resultado: De um total de 24 artigos encontrados, 20 estudos preencheram os critérios necessários para inclusão. E com base nas evidências disponibilizada, foi observado que todos eles relataram a eficácia e os bons benefícios sobre fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária no pós-parto. Conclusão: A fisioterapia é a primeira linha de prevenção e tratamento, o treinamento da musculatura do assoalho pélvico se mostrou necessária, não invasivo, baixo custo benefício e alto índice de cura, por meio das técnicas fisioterápicas.

Palavras-Chave: “Assoalho pélvico”. “Incontinência Urinária”. Pós-Parto e Prevenção”.

ABSTRACT

Introduction: Urinary incontinence is a health problem for pregnant and post partum women, having a considerable impact on their quality of life, emotions and well-being, pre and post partum pregnancy is the main factor for urinary incontinence with high prevalence, due to anatomical changes during pregnancy, this happens because the baby is constantly growing. Many pregnant women do not seek treatment because they understand it is normal and often out of shame;  therefore, prevention of this dysfunction becomes unlikely. Objective: to investigate, through literary studies, the strengthening of the pelvic floor muscles in the prevention of urinary incontinence in the postpartum period. Methodology: it was based on the Literary Review, the inclusion aimed to search in databases such as: Scielo, Pubmed, Lilacs and Pedro, to analyze the scientific production of national and international literature, Result: Of a total of 24 articles found, 20 studies met the necessary criteria for inclusion. And based on the evidence available, was observed that they all reported the effectiveness and benefits of strengthening the pelvic floor muscles in preventing postpartum urinary incontinence. Conclusion: Physiotherapy is the first line of prevention and treatment, training the pelvic floor muscles proved to be necessary, non-invasive, low cost-benefit and high cure rate, through physiotherapeutic techniques.

Keywords: “Pelvic floor”. “Urinary Incontinence”. “Post Partum and Prevention”

1.   INTRODUÇÃO

De acordo com a Sociedade Internacional de Continência (ICS, 2018), a Incontinência Urinária é conceituada como qualquer perda involuntária de urina, ou seja, uma condição comum, que afeta principalmente as mulheres na idade adulta. Representa um problema de saúde conforme à sua elevada prevalência de acordo com várias pesquisas nos países e a seu impacto na qualidade de vida.

Aproximadamente 55,82% do sexo feminino que deram à luz por via vaginal e 29,80% das mulheres que deram à luz por cesariana apresentaram incontinência urinária (Bortoletto et al., 2021).

Diante do exposto a questão norteadora é: a Incontinência Urinária (IU) é extremamente relevante para estudos na saúde pela perda involuntária de urina, fator comumente relatado em puérperas, porque a puérpera pode desenvolver incontinência urinaria?

As puérperas podem desenvolver incontinência urinaria, por conta do crescimento do bebê no útero e o ganho de peso natural durante os nove meses de gestação, isso contribui para o aumento da pressão intra-abdominal e consequentemente pressiona o assoalho pélvico, portanto, ocasiona o enfraquecimento da musculatura pélvica, causando assim a incontinência urinária (Pereira et al. 2019).

Assim que o filho nasce, a mãe no caso entra no pós-parto e uma gama de fatores sucessivos de mudanças emocionais começam a ocorrer para devolver o corpo ao seu estado normal. De fato, é nessa etapa que o corpo da mulher também está preparado para poder cuidar do bebê. A fisioterapia pode ajudar na gravidez, pois se torna um ciclo de diversas transformações no corpo da mulher e nos músculos do assoalho pélvico devido ao peso do fique a placenta, portanto, esses fatores podem ocasionar (IU) durante o puerpério (Bezerra et al. 2018).

As intervenções da fisioterapia promovem o investimento no auto cuidado do pós-parto nas pacientes com Incontinência Urinaria, mas conviver com a mesma se torna inevitável, e têm efeito terapêutico para promover o autocontrole. A fisioterapia contribui para o diagnóstico e qualidade de vida das mulheres no pós-parto. O fortalecimento dos (MAP) músculos do assoalho pélvico é eficaz no tratamento e controle de vários distúrbios do assoalho pélvico. O treinamento ainda envolve educar e melhorar a força e resistência muscular, incluindo exercícios com cone vaginal (Sung et al. 2021).

Embora seja considerado benefício, não invasivo e efeitos colaterais, ainda precisam de pesquisas para provar benefícios da melhoria da MAP pós-parto em longo prazo, pois os estudos ainda são escassos nessa população (Bezerra et al. 2018).

O fisioterapeuta deve se apoiar no conhecimento científico, pois poderá utilizar seu papel de pesquisador para conscientizar o paciente sobre suas limitações e deveres quando se trata do tratamento da Incontinência Urinária pós-parto, poderá estimular mudanças comportamentais, prevenir possíveis complicações, facilitando assim a melhora do quadro e Qualidade de vida do paciente

Os exercícios de fisioterapia do assoalho pélvico que são de baixo risco, não invasivos e quando realizados por profissionais qualificados, podem minimizar doenças, além de promover a saúde das mulheres no pós-parto (Pereira et al. 2019). 

A atuação e a dedicação do fisioterapeuta nas pacientes do pós-parto diante das diversas complicações das mulheres grávidas possuem um rigoroso processo de monitoramento, por meio do qual são feitas a mudança para intervir rapidamente, evitando assim o agravamento do quadro clínico das pacientes, tornando essas ações necessárias para garantir a segurança das mulheres.

Dessa forma o objetivo deste estudo é investigar por meio de estudos literários o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico na prevenção da Incontinência Urinária no pósparto. Os Objetivos Específicos são: descrever a importância da fisioterapia fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária no pós-parto; identificar as principais intervenções e benefícios da fisioterapia no pós-parto na prevenção da incontinência urinaria; conhecer o processo de prevenção por meio da fisioterapia

2.  METODOLOGIA  

A pesquisa subsidiou a revisão integrativa, descritiva e qualitativa, esses métodos foram embasados pela Revisão Literária, a inclusão visou buscar em bancos de dados como: Scielo, Pubmed, Lilacs e Pedro, às análises da produção científica da literatura nacional e internacional, conforme as palavras chaves: Assoalho pélvico, incontinência urinária, pós-parto e prevenção, pesquisados em Inglês, Português e Espanhol. A busca nas bases de dados ocorreu em setembro de 2023.

Os critérios de inclusão foram estudos que verificaram a eficácia da intervenção fisioterapêutica para prevenção da incontinência urinária no puerpério e artigos publicados nos últimos 6 anos (2018 a 2023).

3.  RESULTADOS 

O artigo teve os dados publicados nos últimos 6 anos (2018 a 2023). Tal pesquisa, visou buscar nesses bancos de dados, tais como: SCIELO, PUlBMED, LILACS e PEDRO, às análises da produção científica da literatura nacional e internacional, conforme às palavras chaves e base de dados com os respectivos quantitativos ilustrados no (Fluxograma 1).

Figura 1 – Fluxograma do Estudo.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2023).

Os critérios de exclusão foram os artigos publicados anteriormente ao ano de 2018, que se apresentavam duplicados e repetidos, como também artigos em inglês e espanhol, editoriais, relatos de experiência, estudos de caso e que não atendiam ao estudo em questão, foram submetidos a primeira etapa do trabalho sobre o Fortalecimento da Musculatura do Assoalho Pélvico Na Prevenção da Incontinência Urinária no Pós Parto de um modo amplo. Após a leitura minuciosa dos títulos dos artigos selecionados de acordo com a temática abordada na pesquisa, foram selecionados apenas 24 artigos. Posteriormente à leitura dos resumos, 20 estudos foram selecionados para serem incluídos na leitura crítica e integral. Por fim, permaneceram os 20 estudos que atenderam aos critérios de inclusão sobre a importância da intervenção da (UI), como prevenção do trato urinário.

Verificou-se que 20 trabalhos atenderam a temática do estudo foram pertinentes para com o tema abordado, as literaturas foram encontradas na base de dados SCIELO, PULBMED, LILACS e PEDRO, os trabalhos selecionados estão (Quadro 1), onde mostra esses resultados. 

     Quadro 1 – Características das referências literárias.

  CARACTERÍSTICAS DAS REFERÊNCIAS LITERÁRIAS      
  AUTORES    OBJETIVOS  METODOLOGIARESULTADOSANOBASE DE DADOS
1ASKLUND I, et al.    Conhecer o aplicativo móvel para tratamento da in- continência urinária.    Revisão Literária.O aplicativo não pode descartar o profissional fisiotera- peuta da prevenção e tratamento da (UI).2018SCIELO
2ASSIS, et al.  Descrever os efeitos de um pro- grama de exercí- cios para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico.  Revisão Integrativa.O programa de exercícios para o fortalecimento dos músculos do assoalho pél- vico deve ser acom- panhado pelo fisioterapeuta.2021PUBMED
3BARBOSA, et al.Identificar os principais exercícios para o fortaleci- mento dos músculos do assoalho pélvico: Prevenção.  Revisão Literária.Deitar no chão, flexionar os joelhos e coloque os pés no chão. Alinhar os joelhos com a largura dos quadris; manter a lombar protegida, contrair os músculos do assoalho pélvico e levantar os quadris do chão, sempre mantendo as costas retas. Deve seguir essa posição por 10 segundos e depois soltar e repetir.2018LILACS
4BARROS, et al.Investigar os treinamentos dos músculos do assoalho pélvico na prevenção da in- continência uriná- ria naRevisão Integrativa.O treinamento do assoalho pélvico é de suma importância na prevenção da (IU).2021PEDRO
  gestação.      
5BEZERRA, K. C. et al.Intervenções para prevenção da in- continência urinária durante Parto pré-natal.  Revisão Integrativa.Intervir por meio do tratamento do fortalecimento do assoalho pélvico.2018SCIELO
6BORTOLETTO, JC. et al.Investigar sobre os Fatores associados à incontinência urinária em mulheres no pós-parto.Revisão Integrativa.No caso das puérperas, a incontinência urinária acontece por conta do peso do bebê.2021PUBMED
7CARRARA, et al.Investigar a avaliação do nível de orientação das mulheres no climatério sobre o papel da fisioterapia na prevenção e no tratamento da incon- tinência urinária.  Estudo de Campo.Profissional da fisioterapia tem o dever de informar sobre a prevenção e trata- mento para as mu- lheres no climatério e puérperas.2022LILACS
8DUFOUR, S. et al.Explorando o impacto de uma solução móvel de sa- úde para o treina- mento muscular do assoalho pélvico pós-parto.  Revisão Bibliográfica.A (IU) Impacta diretamente o trato urinário.2019LILACS
9FAGUNDES, et al.Conhecer a Importância da Fisioterapia no Fortaleci- mento do Assoa- lho Pélvico como Prevenção da Incontinência Urinária no Período Gestacional.Revisão Bibliográfica.O treinamento fisioterápico é importante pois previne a (IU), no período gestacional.2023PEDRO
10MOSER, et al.Identificar a prevalência dos subtipos de IU em mulheres de um ambulatório de referência em um hospital pú- blico de Curitiba, PRRevisão integrativaDelinearam os subtipos de IU e as características obstétricas das mulheres permitindo que fossem elaborados estratégias e planejamento.2022SCIELO
11JOHANNESSEN, H. et al.Descrever sobre o exercício pré-natal regular, incluindo o treinamento dos músculos do asso- alho pélvico, reduz a incontinência urinária 3 meses após o parto  Revisão Literária.O tratamento fisioterápico exerce seu papel através do fortalecimento da MAP2021PUBMED
       
12KAHYAOGLU, S. et al.  Identificar os efeito do exercício muscular do assoalho pélvico na atividade muscular do assoalho pél- vico e funções miccionais durante a gravidez e o período pós-parto.  Revisão Integrativa.A tendencia é promover e otimizar a musculatura pélvica, dentre os tratamentos fisioterapêuticos.2018LILACS
13MONTEIRO, M. N. et al.Programa de treinamento muscular do assoalho pél- vico para mulheres no período puerpe- ral:  Projeto de intervenção.Nó pré-natal a gestante deve ser orientada quanto a neces- sidade da fisioterapia para prevenir a (IU)2021PEDRO
14ZEMOLIN E DREHER.identificar a prevalência de inconti- nência urinária em mulheres que passaram por parto nos últimos cinco anos verificando as condições que po- dem ter associação a essa disfunção  Estudo quantitativo de caráter descri- tivoIdentificou-se que o fator de risco com maior prevalência para essa disfunção foi o tipo de parto vaginal.2023SCIELO    
15NEVES, et al.Conhecer Eficácia Do Treinamento Da Musculatura Do Assoalho Pélvico, No Trata- mento Da Inconti- nência Urinária Pós-PartoRevisão Literária.O treinamento do assoalho pélvico ga- rante a prevenção da (IU).2023PUBMED
16OLIVEIRA.Cinesioterapia no tratamento da in- continência urinária em Puérperas.Revisão Literária.Nesse âmbito o intuito é promover a otimização da musculatura pélvica, dentre os tratamen- tos fisioterapêuticos destacam-se a eletroestimulação, o bio- feedback, cinesiote- rapia, o uso de cones vaginais e por meio cirúrgico2018PEDRO
17OLIVETTO, et al.A intervenção da fisioterapia no tratamento da incon- tinência urinaria de esforço.Revisão Literária.A intervenção é um processo que de- manda dos exercí- cios associados ou não a outras inter- venções, que apresentam resposta positiva.  2021LILACS
18PEREIRA, et al.Investigar sobre a Incontinência urinária feminina.Revisão Integrativa.O restabelecimento da função urinária é fundamental pois confirma a integri- dade da musculatura adjacente ao canal do parto, mesmo com a realização de episiotomia e posterior episiorrafia.2019PEDRO
19ROSSI T, et al.Conhecer a importância da fisiotera- pia para tratamento de incontinência urinária no pósparto e puerpério.Estudo de caso.A prescrição da terapêutica e recomendações para a auto vigilância eram reforçadas e explica- das à puérpera antes da alta das puérperas.2020SCIELO
20SERPA, et al.Investigar sobre a abordagem fisioterapêutica em pacientes com incontinência urinaria de esforço no puerpério.Pesquisa Exploratória.O médico obstetra deve encaminhar a gestante para um profissional de fisioterapia para que a mesma faça uma prevenção, afim de evitar a patologia da (IU).2020PUBMED

     Fonte: Elaborada pelas autoras (2023).

A seleção dos artigos foi realizada por revisores independentes com base na leitura dos títulos, seguida da análise de revisão do texto completo dos artigos e suas referências para determinar os estudos relevantes, mas não incluídos na versão eletrônica.

Na síntese de resultados, os métodos e sessões, as quaisquer divergências conforme este processo foram devidamente resolvidas por consenso. Os resultados das intervenções nesta pesquisa se destacaram nos efeitos positivos e eficazes para o “Assoalho Pélvico” no pós-parto, sejam eles imediatos ou tardios. Entre as formas diversas de avaliação de desempenho estão o uso de medidas direcionadas, como avaliação sistemática da força muscular, e medidas subjetivas, como avaliação muscular com palpação e instrumentos para medir a presença da força muscular.

Na visão geral da intervenção está incluído um resumo dos principais estudos, as variáveis medidas, as conclusões e a prevalência de Incontinência Urinaria pós-intervenção. Os resultados na revisão poderão contribuir para a prática da saúde ao esclarecer a efetividade das intervenções implementadas, orientando decisões clínicas mais seguras.

4.  DISCUSSÃO  

Durante a gravidez, o aumento do índice de massa corporal é considerado um fator de risco para incontinência urinária pós-parto. Existem outros fatores causais como idade da mãe, perímetro cefálico do recém-nascido e outros (Kahyaoglu et al. 2018). 

Bortoletto et al. (2021) comentam que essa condição de incontinência acarreta uma série de acontecimentos na saúde negativos para a mulher, como qualidade de vida e aspectos, psicológicos. Desta forma, a incontinência tem consequências drásticas em todos os aspectos da saúde da mulher, que devem ser prevenidas e, caso as suas manifestações sejam controladas, tratadas com a ajuda de especialistas competentes podem ser controlados e evitados.

Neves et al. (2023) ensinam que no período gestacional o assoalho pélvico protege gerando e sustentando o embrião durante estágio de desenvolvimento. Esfíncter anal externo, sua função é estabilizar a vagina, uretra e anus em sua porção mais baixa. 

Para Holzschuh e Sudbrack (2019), as disfunções do assoalho pélvico se dão devido ao aumento da pressão sobre essa região, gerando o enfraquecimento da musculatura podendo ocorrer disfunção sexual, fecal e urinária. Os principais fatores de risco para a IU, estão associados à idade, sobrepeso, gravidez, parto vaginal, menopausa, peso do útero e patologias pélvicas, anomalias neurológicas, predisposição familiar, cirurgias pélvicas, radioterapia e medicações. 

Segundo Assis et al. (2021), se trata de um importante problema de saúde pública, devido a sua elevada prevalência, gerando grandes impactos físicos, psíquicos, sexuais, sociais, psicoemocionais, socioeconômicos e socioculturais. Interferindo diretamente na saúde, qualidade de vida, autonomia, atividades de vida diárias e em sua participação social. Além dessas problemáticas, as pacientes comumente relatam preocupação e desconforto com o odor de urina, dificuldade durante o intercurso sexual, também apresentam alteração de sono oriundas ao seu quadro clínico. 

Para Fagundes et al. (2023), em média, um 1/4 das mulheres gestantes apresentam incontinência urinária pós-parto. O treinamento da musculatura do assoalho pélvico (TMAP) pode ser utilizado como meio da prevenção da IU, o treinamento de fortalecimento da musculatura pré-natal, reduz e previne as probabilidades da IU ao final da gestação e puerpério.

Serpa et al. (2020) relatam que, é no período da gestação que se deve prevenir a incidência de incontinência urinária, isso porque 75,25%, das mulheres grávidas são acometidas pela IU, e no puerpério 37,9%.

Segundo o Ministério da Saúde (2018), no Brasil são realizados dois tipos de partos, vaginal e cesariana, ambos são fatores de risco para incontinência urinária, sendo, partos naturais de 44,5% e cesariana é de 55%, ambas as vias de parto geram impacto significativo na musculatura do assoalho pélvico.

Barbosa (2018) comenta que a fisioterapia, detém seus recursos, técnicos e métodos interventivos fornecendo tratamento conservador, preventivo, não invasivo e acessível. O TMAP gera inúmeros benefícios, sendo eles: fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, promovendo a sustentação dos órgãos da pelve, mantendo preservada as funções urinária, fecal e sexual, prevenindo a perda de urina.

 Considerado por Serpa et al. (2020), como um padrão de extrema importância da prevenção da IU, as mulheres grávidas devem buscar ajuda profissional para prevenir a IU, tendo em vista que na maioria dos casos as futuras mamães já apresentam disfunções da pélvica durante a gravidez. Para Rossi et al. (2020), a prevenção envolve um trabalho de treino de percepção corporal e do tônus muscular pélvico. Podendo ser utilizados TMAP, cinesioterapia associada a respiração, terapia manual, cones vaginais, biofeedback, eletroestimulação, apresentando melhora em 85% dos sintomas de perda de urina. 

Portanto, a incontinência urinária, pode ser prevenida antes de chegar no puerpério, conhecido como pós-parto, melhorando consideravelmente a qualidade de vida, a subjetividade e a autoestima da mulher. 

Fagundes et al. (2023), relatam que o alvo da prevenção é por meio do TMAP, como sendo um recurso fisioterapêutico no tratamento da Incontinência Urinaria, no pré e pós-parto, associado às evidências científicas que contam nas literaturas, em prol da prevenção desta patologia, associado ao tratamento em função da saúde, a qualidade de vida, empoderamento da mulher, portanto, a fisioterapia no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico na prevenção da incontinência urinária no pós parto através da atuação do profissional fisioterapeuta na incontinência urinária é de suma importância no período gestacional.

Carrara (2022) pontuam que para prevenir a incontinência urinária é de extrema importância a integridade do assoalho pélvico, além de funcionar como uma rede de sustentação para os órgãos. A sua integridade influencia também na vida sexual da mulher e na função esfincteriana. Para um tratamento adequado é necessária uma anamnese, juntamente com a adição do exame físico, sendo indispensável para se traçar a prevenção e tratamento adequado para as puérperas. 

Olivetto et al. (2021) relatam que o real tratamento pode ser, especialmente com fisioterapia, incluindo exercícios para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (MAP), mas se o diagnóstico for mais grave e piorar, muitas vezes os fisioterapeutas especializados recomendam o seguimento médico para avaliar a necessidade de cirurgia.

5.  CONCLUSÃO

Com base na revisão de literatura foi possível concluir que é extremamente importante a prevenção primária das disfunções do assoalho pélvico, pois o treinamento da MAP pode ser utilizado como prática preventiva e tem indicação em algumas fases da vida das grávidas e puérperas. 

Portanto, é recomendável que independentemente da presença de sintomas de incontinência urinária durante a gravidez, é aconselhável que todas as mulheres grávidas façam um programa de prevenção por meio de exercícios da reabilitação do assoalho pélvico antes e após o parto.  

Portanto, as puérperas que são submetidas a reabilitação da MAP através de exercícios associados ou não a outras intervenções, apresentam resposta positiva na melhora das micções noturnas e diárias, demonstrando eficácia no tratamento do fortalecimento do assoalho pélvico, assim, diminuindo ou eliminando definitivamente a incontinência urinária, e consequentemente contribuindo para melhora na qualidade de vida da mulher. 

A fisioterapia é a primeira linha de prevenção e tratamento, o treinamento da musculatura do assoalho pélvico se mostrou necessário, não invasivo, baixo custo benefício e alto índice de cura, por meio das técnicas fisioterapêuticas.

Pelo fato das limitações, é pertinente que novos estudos sejam elaborados a respeito da incontinência em puérperas para auxiliar na tomada de decisão e conduta fisioterapêutica, principalmente relacionado à prevenção. 

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1Discentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.

2Doutorado em reabilitação e desempenho funcional. Docente do curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE e do Curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas -Itacoatiara.

Endereço: Av. Djalma Batista, 122, Chapada | Manaus | AM | CEP: 69050-010 | (92) 3212-5000.