FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA ABDOMINAL COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA O PACIENTE COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Autores:

Marília Junqueira dos Santos – Acadêmica de fisioterapia

Andréa Lúcia Gonçalves da Silva – Professora mestra

Tânia Cristina Fleig – Professora mestra
Isabella Martins Albuquerque – Professora mestra

Representantes da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC
Endereço da autora Marília Junqueira dos Santos: R: Leopoldo Sulzbach, 99 , CEP: 95900-000, Lajeado/RS. Fones: (51)37142947 e (51)91474355. E-mail: lilijunque@bol.com.br

Resumo

 
Este trabalho teve como objetivo saber se o fortalecimento de músculos abdominais poderia substituir ou ao menos somar-se à terapia convencional em função de uma interferência na mecânica pulmonar percebida na alteração dos valores dos testes de obstrução ao fluxo aéreo, de PIMAX e de PEMAX. Então, foram comparadas as variáveis anteriormente citadas do grupo 1, que recebeu intervenção de fortalecimento de abdominais, com o grupo 2, que recebeu fisioterapia convencional. Nas avaliações verificou-se uma elevação de todas as variáveis testadas nas duas pacientes do grupo 1, já no grupo 2, um dos pacientes apresentou queda de todas as variáveis em função da piora em seu quadro clínico e o outro apresentou uma melhora significativa apenas no teste de Peak Flow. Desta forma, constatou-se que o fortalecimento de músculos abdominais mostrou-se mais eficaz quando observadas todas as variáveis testadas, podendo-se então sugerir à associação das duas técnicas.
 
Unitermos: DPOC, fortalecimento, músculos abdominais, fisioterapia respiratória.

Abstract

 
The objective of this work was to know if the fortification of abdominal muscles could substitute, or, at least, to be added to the conventional therapy, because of an interference in the lung mechanics, perceived in the values alteration of the aerial flow’s obstruction tests, of PIMax and PEMax. Then, the varieties from group 1, that received intervention of abdominal fortification, were compared to group 2, that was treated through conventional physiotherapy. An increasing of all varieties tested in the two patients of group 1 was verified. In one of the patients of the group 2 all varieties dropped because his clinical board became worse and the other patient showed a significant improvement only in the Peak Flow test. Then, it was confirmed that the fortification of the abdominal muscles was more efficient when all the varieties tested were observed, so, it can be suggested the association of the two techniques.
 
Key words: DPOC, fortification of abdominal muscles, breathing physiotherapy.
 

Introdução

 
O foco de interesse deste estudo se refere à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), termo que engloba a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, patologias que podem ocorrer separadamente, mas muitas vezes, se encontram associadas. O principal fator etiológico da bronquite crônica e do enfisema pulmonar é o tabagismo, que produz nos brônquios inflamação e aumento da produção de secreção pelas glândulas brônquicas, inflamação e redução do calibre das vias aéreas periféricas e enfisema no parênquima pulmonar (David, 2001).
Como principal agente causador da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tem-se o tabagismo, como já havia sido citado anteriormente, sendo que cerca de 85% dos casos são atribuídos a ele. O cigarro contém uma mistura complexa de inúmeras toxinas que provocam, em longo prazo, destruição do parênquima pulmonar e obstrução do fluxo aéreo. No maior estudo prospectivo patrocinado pela Americam Câncer Society, orientado por Hammond, constatou-se que o risco de contrair bronquite crônica e enfisema pulmonar esteve estreitamente correlacionado à quantidade de cigarros consumida diariamente, fumantes de: 1-14 cigarros 20%, 15-24 cigarros 30%, 25 ou mais cigarros 40% (Villanova, 2001).
Com relação à afirmação, anteriormente citada, de que o tabagismo representa um fator de risco grave à saúde pulmonar, desencadeando a perda de função respiratória, devemos considerar o fato de que o estudo será realizado em uma localidade cuja economia é baseada no cultivo, beneficiamento e industrialização do tabaco (COREDE, 1998). Fato esse, que leva-nos a suspeitar de que em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, o número de pessoas que fazem uso do cigarro é elevado, aumentando assim, a probabilidade desta população de desenvolver doenças pulmonares, em especial a DPOC.
No Brasil, o número de pessoas que fazem uso do tabaco também é elevado. Num país onde oito brasileiros morrem por hora devido ao consumo de cigarros, dado este referido no artigo de Rodini et al (2001), se faz necessário à utilização de meios para prevenir tal índice, promovendo uma melhor qualidade de vida para esses indivíduos e evitando que eles venham a óbito. A fisioterapia respiratória é uma importante aliada, e porque não dizer indispensável, para o tratamento de pacientes acometidos por patologias causadas pelo cigarro.
No DPOC observa-se uma dificuldade nos movimentos respiratórios, especialmente durante a fase expiratória. Esses movimentos exigem uma contração isotônica mais potente da musculatura abdominal, pois esta transmite sua força ao diafragma, elevando-o e suprindo a retração elástica pulmonar escassa ou abolida. (Azeredo, 1999).
Pertinente à relação músculo-abdominal e sua interferência no processo respiratório é possível afirmar que se tem uma escassa literatura disponível na área de fortalecimento de musculatura abdominal e de seus benefícios ao DPOC. O que faz deste estudo caso-controle, um trabalho com alta probabilidade de ganhos no que diz respeito ao tratamento de um grande contingente de pessoas acometidas por essa patologia.
Neste trabalho de estudo caso-controle existiu a pretensão de comprovar que o fortalecimento da musculatura abdominal exerce influência sobre a mecânica respiratória. Sendo assim,verificou-se a alteração na mecânica respiratória através da alteração na obstrução do fluxo aéreo, na pressão inspiratória máxima e na pressão expiratória máxima. Sendo assim, este estudo objetivou responder a seguinte problemática: O fortalecimento da musculatura abdominal é uma terapêutica eficaz o suficiente para substituir ou ao menos somar a terapia convencional utilizada?
 

Metodologia


Este trabalho realizado caracterizou-se por um estudo caso-controle, pois a pesquisa compara dois grupos restritos, um deles apresentando uma característica específica e o outro destituído desta característica (Goldin, 2000). Isto é, neste caso, verificar os benefícios acrescentados aos pacientes com DPOC tratados com exercícios de fortalecimento dos músculos abdominais, e também avaliar os ganhos dos pacientes DPOC tratados por meio de fisioterapia convencional, para então comparar os efeitos acarretados para o sistema respiratório do paciente com DPOC tratado por meio do fortalecimento da musculatura abdominal aos efeitos do tratamento fisioterapêutico convencional, usualmente realizado no hospital.
Participaram desta pesquisa quatro pessoas, todas portadoras de DPOC, independente do grau de comprometimento pulmonar determinado por esta patologia, e todas fizeram uso de cigarro por um período considerável de suas vidas. Estas pessoas estiveram internadas em um dos hospitais de Santa Cruz do Sul no período de 04 de outubro a 05 de novembro apresentando idades entre 52 e 55 anos. Destes pacientes duas mulheres, com as inicias O.B.S. e A.M.S, pertenceram ao grupo que realizou fortalecimento de abdominais em seu tratamento, sob a supervisão da pesquisadora, por sua vez, o grupo que recebeu fisioterapia convencional em seu tratamento, foi constituído por uma mulher e por um homem, com iniciais de N.A.S. e R.E. respectivamente, cujos atendimentos foram supervisionados pelos acadêmicos de fisioterapia da Unisc e profissionais fisioterapeutas da própria instituição. Os atendimentos aconteceram nos turnos da manhã e da tarde para ambos os grupos, diariamente, incluindo os finais de semana, onde o atendimento acontecia somente uma vez ao dia.
Os pacientes que receberam a fisioterapia convencional como forma de tratamento foram atendidos com as manobras usualmente utilizadas pela fisioterapia. Já no tratamento que se utilizou do fortalecimento dos músculos abdominais para os pacientes do grupo caso-controle acometidos por DPOC foram desenvolvidos exercícios de fortalecimento da porção superior do músculo reto abdominal, que consistiu na elevação do tronco com os membros superiores estendidos com o auxílio de um bastão segurado pelas mãos (figura 01); e também do fortalecimento da porção inferior do mesmo músculo, que foi realizado através de uma flexão de membros inferiores em direção ao tronco, partindo de uma tríplice flexão dos membros inferiores num ângulo de 90°, apoiados pelo fisioterapeuta (figura 02). Ambos os exercícios foram realizados de forma ativa pelo paciente, em decúbito dorsal, freno labial (retardo expiratório) associado à fase de flexão do tronco ou dos membros inferiores, em três séries de oito repetições cada uma(figuras 01 e 02).
Além de fortalecidos, os músculos abdominais também foram submetidos a um alongamento. O mesmo foi realizado com uso de um rolo posicionado na região dorsal do paciente, na altura da coluna toracolombar, antes e após os exercícios de fortalecimento da musculatura abordada durante um minuto (figura 03).
Nesta pesquisa foram realizadas mensurações de velocidade de fluxo expiratório e de pressão inspiratória e expiratória máximas (PIMax e PEMax) dos dois grupos, por meio de uso da manovacuometria e do Peak Flow. Pertinente as mensurações o estudo propôs:
1-Manovacuometria: as aferições da PIMax e da PEMax, que nos deram um parâmetro de força muscular inspiratória e expiratória, foram realizadas no 1º, 3º e 6º dia de tratamento, ou pré-alta hospitalar, sendo utilizado para a coleta destes dados o manovacuometro da marca Suporte;
2-Peak Flow: as aferições da velocidade de fluxo expiratório, nos deram um parâmetro do nível de obstrução das vias aéreas, também foram realizadas no 1º, 3º, 6º dia de internação, ou pré-alta hospitalar, sendo utilizado para a coleta dos dados o Peak Flow da marca Glaxo Wellcome.
Estas aferições foram realizadas com o paciente sentado, pés apoiados em uma superfície firme, numa série de três repetições, escolhendo-se dentre estas a melhor medida aferida. As mensurações aconteciam antes do tratamento proposto. Posteriormente as mensurações de força muscular dos músculos respiratórios e de pico de fluxo aéreo os dados foram tabulados e analisados.

Apresentação e discussão dos resultados


O grupo tratado por meio de fortalecimento da musculatura abdominal, denominado aqui como grupo 1, compôs-se de duas pacientes, ambas do sexo feminino. A paciente referente as iniciais O.B.S. tinha 52 anos de idade, 1,55m de altura, sua profissão era do lar. Ela é fumante há 38 anos, neste período consumiu aproximadamente 10 cigarros por dia, o grau de severidade da doença apresentado por ela é grave.
A outra paciente que compôs o grupo 1 portava as inicias A.M.S., com 65 anos é aposentada rural, possui 1,55m de altura e continuou a fazer uso de cigarros mesmo após o diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica. Ela utiliza o fumo enrolado em palha, ou seja, sem filtro, num número menor quando comparada a O.B.S. de 5 cigarros ao dia, mas durante um tempo maior, uma vez que é fumante há 55 anos. Esta paciente apresenta um grau de obstrução pulmonar que ainda pode ser considerado elevado, caracterizando um grau de DPOC moderado.
Já o grupo 2 , que se utilizou da fisioterapia convencional como forma de tratamento, mas que também teve um total de dois pacientes em sua composição, um do sexo feminino e outro do sexo masculino.  N.A.S. é uma paciente do sexo feminino, com 55 anos de idade, 1,78m de altura, sua principal ocupação era a organização de sua própria casa. Faz 8 anos que N.A.S. deixou de fazer uso dos 40 cigarros diários que fumou por 33 anos de sua vida.
Deste mesmo grupo também participou o paciente do sexo masculino R.E., com 62 anos de idade e 1,72m de estatura. Atualmente está aposentado, mas foi comerciante, dono de uma loja de autopeças. É ex-fumante há 4 anos, tendo feito por 40 anos uso de 30 cigarros por dia. Seu grau de obstrução pulmonar não é tão avançado, sendo que o grau de severidade da DPOC deste paciente se classifica como leve.
A título de curiosidade e já antevendo que esse fato poderia contribuir para a discussão dos dados pesquisados neste trabalho, foram verificadas as medicações utilizadas pelos pacientes. No grupo 1, a paciente A.M.S. utilizou apenas broncodilatador, já O.B.S., além de utilizar broncodilatador também fez uso de corticóide. No grupo 2, os dois pacientes usaram corticóide e broncodilatador, mas diferentemente do grupo 1, nos pacientes do grupo 2 foram administradas doses diárias de aminofilina, droga esta que caracteriza-se por um potente broncodilatador.
Ambas pacientes do grupo 1, não alcançaram o valor de normalidade esperado no teste de peak flow, uma vez que elas são acometidas por um grau de severidade elevado da DPOC, que conforme Andrade (1998) o prognóstico dos pacientes com esta patologia está relacionado com o grau de obstrução ao fluxo aéreo. Mas outro fato relevante, e porque não dizer que é o mais importante, é que tanto O.B.S. como A.M.S. melhoraram o valor de pico de fluxo no transcorrer das sessões em que o protocolo de fortalecimento dos músculos abdominais foi aplicado. De acordo com os valores encontrados nos testes realizados, O.B.S. apresentou 20,4% e A.M.S. 10,6% de melhora em seu quadro clínico (quadro 01).
Esses valores, quando elevados, significam que a obstrução pulmonar foi reduzida, e sendo assim, segundo Soares Dias e Jardim (2001) e também Scalan e Myslinski (2000), uma melhora da mecânica pulmonar prevalece. Uma vez que a força dos músculos abdominais aumenta, os tornando capazes de melhorar a força de tosse por meio de um aumento da velocidade laminar alcançada pelo ar expirado durante a sua passagem pelas vias aéreas, tem-se como conseqüência à capacidade de expulsar uma maior quantidade de secreção, desse modo desobstruindo as vias aéreas.
No quadro 02 estão especificados os valores de pico de fluxo dos pacientes do grupo 2, que realizaram fisioterapia onde as manobras usuais foram adotadas. Esses valores não se comportaram da mesma forma se comparados os dois pacientes participantes deste grupo. A paciente N.A.S. obteve um declínio nos valores de pico de fluxo no decorrer das avaliações, enquanto que o paciente R.E. desenvolveu um aumento destes valores no avançar das avaliações.
Estes pacientes, assim como os do grupo 1, não alcançaram o valor normal pré-estabelecido pelo quadro de pico de fluxo expiratório. É perceptível que no decorrer do tratamento com fisioterapia convencional os valores de pico de fluxo de N.A.S. declinaram em 2,21% enquanto que os valores obtidos por R.E. se elevaram em 36,9%.
As técnicas aplicadas nestes pacientes devem ser equiparadas para que se possa analisar as possíveis causas deste comportamento desigual encontrado entre os dois pacientes do grupo 2. As técnicas comuns aos dois pacientes consistiram basicamente em técnicas de higiene brônquica. As técnicas fisioterapêuticas que diferem entre os pacientes deste grupo consistem na vibrocompressão, aplicada somente em N.A.S., já o paciente R.E. beneficiou-se da drenagem postural, do padrão respiratório com freno labial e da deambulação.
Essas técnicas aplicadas no paciente R.E., certamente o auxiliaram a obter uma sensível melhora nos seus valores de fluxo expiratório, outro fator que provavelmente se acrescentou a essa melhora foi o grau de obstrução pulmonar deste paciente, que se caracterizou como um DPOC leve. A paciente N.A.S., que não obteve um desempenho satisfatório no teste de pico de fluxo expiratório, além de não ser beneficiada com as mesmas técnicas utilizadas em R.E., é uma paciente com um grau de DPOC severo que apresentou um quadro clínico mais delicado, tendo apresentando uma piora progressiva neste quadro, descompensando clinicamente.
Quando considerada a evolução dos testes de Peak Flow dos pacientes dos dois grupos estudados, evidencia-se no grupo que fortaleceu os músculos do abdômen, uma média de 25% de melhora no desempenho do teste. Já no grupo que se tratou por meio de manobras fisioterapêuticas convencionais, essa média caiu para 19%. Esses valores permitem a constatação de que as técnicas de fortalecimento de músculos abdominais mostrou-se mais eficaz no que se refere à quantificação de pico de fluxo expiratório quando considerados somente os grupos e não os casos individuais para este estudo.
Mas quando os pacientes dos dois grupos são analisados individualmente pode-se perceber que é possível que os pacientes reajam de forma diferente às técnicas utilizadas. No grupo 1, ambas pacientes atingiram uma melhora do desempenho no decorrer dos testes de Peak Flow. Já no grupo 2, encontramos dois pacientes que reagiram de modos opostos ao tratamento convencional. Novamente vem a contribuir alguns fatores como o grau de severidade da patologia em conjunto com as técnicas de tratamento escolhidas para cada paciente e ainda o estado clínico geral do paciente que podem ser consideradas causas responsáveis pelos valores encontrados.
Além do teste de Peak Flow, também foi realizada a manovacuometria. O quadro 03 demonstra os resultados particulares de PIMax e de PEMax das pacientes do grupo 1 nas avaliações realizadas. Segundo os pesquisadores Black e Hyatt (1992), as pressões inspiratórias e expiratórias máximas, tem seus valores normais relacionados com idade e sexo. O quadro 04 especifica os valores referidos por estes autores.
Então, de acordo com o quadro 04 o valor de PIMax normal pré-estabelecido que a paciente do grupo 1, O.B.S., deveria alcançar nas avaliações é de -77 cmH2O. Conforme foi demonstrado no quadro 03, a força muscular inspiratória desta paciente elevou-se progressivamente, alcançando uma melhora de 84,4%, onde esse valor pré-estabelecido, de –77 cmH2O, foi atingido.
Quanto a PEMax, a melhora não demonstrou-se tão expressiva, uma vez que o valor pré-estabelecido pelo quadro 04 não foi alcançado. Mas, a evolução no decorrer do tratamento de O.B.S. foi evidente, pois é ao visualizar no quadro 03 é possível constatar um aumento da PEMax de 17,41%, da avaliação inicial em relação as demais.
O valor de normalidade de pressão inspiratória máxima apresentado no quadro 04 para a outra paciente do grupo 1, A.M.S., é de -70 cmH2O. Os valores de PIMax desta paciente também elevaram-se, constatando-se uma melhora de 178,5% no decorrer do tratamento, também ultrapassando o valor de normalidade esperado para a paciente A.M.S. Já os valores de PEMax desta paciente não evoluíram de forma tão expressiva como os valores referentes a PIMax, o que significou uma melhora de apenas14,8%.
Iniciando esta análise pelo que consideram Feltrim e Jardim (1995), que os pulmões quando hiperinsuflados, e assim, apresentando uma CRF elevada, dão vasão a um encurtamento das fibras musculares do diafragma, que tem a sua curvatura reduzida. David (2001), segue a mesma linha de raciocínio, quando afirma que a capacidade da fibra muscular de produzir tensão é diretamente influenciada pela relação tensão-comprimento, tensão-velocidade, tensão-freqüência e tensão-tempo. Então no DPOC além de pulmões hiperinsuflados, há presença de uma alta freqüência respiratória e conseqüentemente uma respiração superficial, esses fatores levam a um encurtamento e a uma alta velocidade de contração da fibra muscular que por sua vez determinam uma redução da força de contração do diafragma.
Então, um músculo abdominal fortalecido, quando contrai-se, segundo Wolfson, Bhutani e Shaffer (1994), auxilia no deslocamento cefálico do diafragma, uma vez que, durante a inspiração, o diagragma é alongado e a musculatura abdominal é encurtada, a relação comprimento tensão é otimizada, levando a uma maior contração dos músculos abdominais para uma respiração diafragmática mais eficaz.
Essa melhora da força de músculo abdominal, embora não tão significativa quanto a de músculo inspiratório, encontrada nas duas pacientes do grupo 1 se deu da seguinte forma, O.B.S. teve um ganho de força equivalente a 17,41%, enquanto que A.M.S. ganhou  até o término de seu tratamento 14,8%. É provável, que O.B.S poderia ter obtido ao final da intervenção fisioterapêutica, que utilizou-se do fortalecimento do reto abdominal, um ganho de força muscular ainda um pouco superior ao constatado, se considerarmos que enquanto internada no setor de Pneumologia esteve incluído em sua terapia o uso corticóide. Este medicamento caracteriza-se por um antiinflamatório, e segundo consta no dicionário de mediações do hospital, ele tem como um de seus efeitos adversos alterações osteo-musculares, e estas incluem fraqueza muscular e perda de massa muscular. Já a paciente A.M.S., que não fez uso de corticóide durante o período de internação hospitalar, embora com somente três dias de intervenção, obteve um ganho de força bem próximo ao obtido por O.B.S..
O grupo 2, que recebeu intervenção da fisioterapia convencional, tem seus resultados demonstrados no quadro 05 que coloca os valores de pressão inspiratória e expiratória máximas dos pacientes deste grupo.
Conforme o quadro 04, onde estão descritos os valores normais das pressões respiratórias, a paciente N.A.S. deveria fixar seu valor normalidade da PIMax em -77 cmH2O. Com o decorrer do tratamento fisioterapêutico convencional sofreu queda de 97,4%, De modo semelhante de comportou a pressão expiratória máxima desta paciente, só que no caso desta, a queda não foi tão brusca, uma vez que a redução foi de 17,2% (quadro 05).
Já no paciente R.E. não foram encontrados resultados de pressões respiratórias que variassem muito entre uma avaliação e outra, representando uma queda de 4,8%. O valor pré-estabelecido pala tabela 04 em função do desvio padrão pode sofrer uma variação, e desse modo os índices alcançados por R.E. ainda caracterizam-se dentro da normalidade.
No grupo convencional, o único valor que se elevou foi o referente a PEMax de R.E., obtendo um ganho total de força de musculatura de abdominais de 2,39% (quadro 05). Este percentual de melhora da PEMax não significa necessariamente que tenha ocorrido ganho de força, pois a capacidade do paciente de aprimorar a realização da técnica pode ser a responsável por um melhor desempenho no teste quando a porcentagem de evolução é pequena. Estes valores atingidos por R.E. estão abaixo do esperado de acordo com o quadro 04.
Estes resultados de PIMax e de PEMax encontrados não se comportaram de maneira similar entre os pacientes. A hipótese mais provável para os valores da paciente N.A.S. declinarem determina-se em função da piora de seu quadro clínico no decorrer de sua internação, além do uso de corticóide, que como já foi referido anteriormente, pode acarretar em diminuição de força e de massa muscular.
Como já foi referido, o paciente R.E., não apresentou alterações importantes nos valores de PIMax e PEMax, uma vez que seu quadro clínico foi bom, e que este paciente não apresentou intercorrências que prejudicassem esse quadro durante  o período de internação hospitalar. Já no que se refere a ao teste que mensura a obstrução ao fluxo aéreo, R.E. apresentou uma excelente evolução, isso porque foram utilizadas técnicas de desinsuflação pulmonar mais efetivas, fato este que mais uma vez vem demonstrar que não houve correlação na presente pesquisa entre a desobstrução das vias aéreas e o aumento da força da musculatura respiratória.

Considerações finais

 
Este estudo propôs-se a verificar os efeitos do fortalecimento da musculatura abdominal como forma de tratamento para o DPOC, a fim de constatar se esse método terapêutico é capaz de substituir a fisioterapia convencional ou ao menos se somar a ela. Para tanto foi necessário aplicar o método terapêutico em questão e realizar testes de Peak Flow e Manovacuometria nos pacientes submetidos à técnica, assim como nos pacientes que receberam intervenção da fisioterapia convencional em seu tratamento, para enfim comparar os resultados com as informações já referenciadas na literatura.
Existem inúmeras variáveis que podem interferir nos resultados dos testes realizados. Algumas não foram consideradas pela pesquisadora deste trabalho, tais como: a capacidade do paciente aprender a realizar o teste, ou seja, uma variável cognitiva, o uso de oxigenoterapia, alimentação, estado emocional do paciente, entre outras. Já o grau de severidade do quadro obstrutivo da DPOC, a ação medicamentosa de fármacos como broncodilatadores e corticóides foram variáveis significantes na avaliação dos resultados desta pesquisa.
A variável do método de tratamento utilizado é muito importante, mas outra variável que causou grande interferência nos valores obtidos nos testes foi o estado clínico geral do paciente. Está variável ficou bem salientada no grupo 2, onde a paciente que adquiriu um mal estado geral no transcorrer do período de internação foi a única paciente em que se observou um declínio de todas as mensurações realizadas. Quando comparada ao seu companheiro de grupo, ou seja, o paciente que recebeu o mesmo tipo de intervenção que ela, este apresentou elevação dos valores de pico de fluxo em função do que propôs a sua terapêutica, onde nenhum exercício específico de treino muscular respiratório foi realizado, uma vez que a ênfase se deu em torno das manobras de higiene brônquica.
 
Outro ponto importante a ser observado é que no grupo em que os músculos abdominais foram fortalecidos percebeu-se um aumento da força destes, mas os valores que mais se elevaram foram os de força muscular inspiratória. Esse resultado dá a entender que o desenvolvimento da força diafragmática está intimamente ligado a melhora da força dos músculos abdominais, uma vez que estes interferem na mecânica respiratória, elevando a quantidade de ar expirado e conseqüentemente reduzindo a hiperinsuflação pulmonar encontradas no DPOC. Essa hipótese concorda com Soares, Dias e Jardim (2001) quando eles afirmam que em caso de estar presente uma hiperinsuflação pulmonar a PEMax estará diminuída em função do encurtamento das fibras musculares inspiratórias.
Ainda há mais um fator que interfere na manutenção, e até no desenvolvimento, da força dos músculos inspiratórios. A redução da obstrução ao fluxo das vias aéreas também beneficia a mecânica respiratória por meio de uma redução da resistência ao fluxo aéreo.
Por meio do fortalecimento dos músculos abdominais pode-se ocasionar uma elevação da força e da eficácia da tosse, e dessa forma auxiliar na expectoração das secreções, reduzindo o acúmulo destas nas vias aéreas. Esse princípio se assemelha muito ao mecanismo gerador do pico de fluxo expiratório, uma vez que a força necessária para produzir a tosse é mesma força necessária para gerar um fluxo mais elevado na realização do teste de Peak Flow. Pois quando os músculos abdominais se contraem são capazes de produzir um maior esforço expiratório.
Quando analisados os efeitos da terapia convencional e os da terapia que consiste no fortalecimento de músculos abdominais, observou-se que a convencional ocasionou um maior benefício na otimização do teste de pico de fluxo, onde a obstrução pulmonar foi amenizada em função das inúmeras manobras de higiene brônquica utilizadas. Já no método terapêutico testado observou-se uma elevação de todas as variáveis, inclusive nas variáveis de melhora da força dos músculos respiratórios.
Desta forma, os resultados encontrados neste trabalho de pesquisa, mostrando a eficácia do fortalecimento dos músculos abdominais no tratamento do DPOC, vieram ao encontro a proposta feita por ele, que concorda com o que já referenciou Oliveira el al (1999). Estes autores sugerem que a associação das técnicas de fisioterapia convencional ao treino de músculos respiratórios devem ser adicionadas ao tratamento de pacientes com DPOC. Desse modo se conseguirá um tratamento mais completo que terá como objetivos maiores o bem estar do paciente e a alta hospitalar precoce.
Com o intuito de verificar os efeitos do método em questão na vida diária dos pacientes acometidos por doença pulmonar obstrutiva crônica, sugere-se estender o período de intervenção, de modo a fazer com que os atendimentos ocorram fora do período de internação, por um período maior, para analisar se é possível melhorar a função pulmonar destes pacientes através do fortalecimento dos músculos abdominais, e dessa forma, prevenir freqüentes internações hospitalares.
Para finalizar, sugere-se também, a realização de novos estudos na área de fisioterapia respiratória, em especial, no aprofundamento de novas técnicas que venham ampliar o leque de métodos fisioterapêuticos para o tratamento dos indivíduos acometidos por alguma patologia pulmonar. A comprovação científica destas tem o intuito de apresentar cada vez mais conhecimento sobre a fisioterapia respiratória, a fim de respaldar nossa terapêutica frente ao paciente e ao demais profissionais de saúde

\"\"

 

\"\"

\"\"\"\"

 

Referências bibliogràficas

 
ANDRADE, E. DPOC e Assistência Domiciliar. JBM – Jornal Brasileiro de Medicina. São Paulo, vol. 75, p. 41-46, julho, 1998.
AZEREDO, C. A. C. Padrões Musculares Respiratórios. In: ____. Fisioterapia Respiratória Moderna. 3. ed. São Paulo: Manole, 1999.
AZEREDO, C. A. C. Pressão abdominal. In: ____. Fisioterapia Respiratória Moderna. 3. ed. São Paulo: Manole, 1999.
BLACK, L. F., HYATT, R. E. Maximal Respiratóry Pressures: Normal Values And Relatonship To Age End Sex. P. 696-701, September, 1992.
BRUNETTO, A. F., PAULIN, E. Melhora da Performance Física Após Fisioterapia Respiratória no Paciente Com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Revista Brasileira de Fisioterapia. Rio de Janeiro, V. 3, p. 29-34, No. 1, 1998 .
BURGENER, F. A., KORMANO, M. Pulmões. In: ____. Diagnóstico Diferencial em Tomografia Computadorizada. Tradução Raimundo Rodrigues Santos. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.
CARDOSO, N. C. et al. Reabilitação Pulmonar em Portadores de Insuficiência Respiratória – Um Trabalho Multiprofissional no Hospital Universitário João de Barros Barreto. Fisioterapia em Movimento – Revista de fisioterapia da PUCRS – PR. Curitiba, V. VII, p. 47-58, out./març. 1995.
Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (COREDE). Plano Estratégico de desenvolvimento do Vale do Rio Pardo. 1ª parte. Santa Cruz do Sul: COREDE-VRP: EDUNISC, 1998.
 
COSTA, D. Cinesioterapia. Reeducação Funcional Respiratória e Reabilitação Pulmonar. In: ____. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo: Atheneu, 1999.
COSTA, D. Recursos Manuais da Fisioterapia Respiratória. In: ____. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo: Atheneu, 1999.
COSTA, D. Recursos Mecânicos da fisioterapia respiratória. In: ____. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo: Atheneu, 1999.
DAVID,C. M. Trabalho respiratório e fadiga muscular. In: ____. Ventilação Mecânica da Fisiologia à Prática Clínica. Rio de janeiro: Revinter, 2001.
DAVID, C. M. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: Aspectos gerais e ventilação Mecânica. In: ____. Ventilação Mecânica da Fisiologia à Pratica Clínica. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
FELTRIM, M. I. Z., JARDIM, J. R.. B. Fisiologia Muscular Respiratória. In: AULER, C. J., AMARAL, G. Assistência Ventilatória Mecânica. São Paulo: Atheneu, 1995.
FERGUNSON, G. T., CHERNIACK, R. M. Tatamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. The New England Journal of Medicine. V. 328, Nº 14, p.1017 – 1022, abril, 1993.
GILMAN, A.G.,GOODMAN, L. S., GILMAN, A. The Farmacological Basis of Therapeuticas. 6. ed. New York: Macmillan, 1980.
GOLDIN, J. R. Os Delineamentos de Pesquisa. In: ____. Manual de Iniciação à Pesquisa em Saúde. 2. ed. Ver. Ampl. Porto Alegre: Dacasa, 2000.
GUYTON, A. C. Respiração. In: ____. Fisiologia Humana e Mecanismo das Doenças. Tradução Charles A. Esbérard, Claudia L. C. Araújo, Fernando D. Mundim. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.
HAEBISCH, H. Volumes Pulmonares. In: ____. Fundamentos de Fisiologia Respiratória Humana. São Paulo: EPU – EDUSP, 1980.
HETZEL, J. L. et al. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). In: SILVA, L. C. Condutas em Pneumologia. V. II. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
JUHL, J. H., CRUMMY, A. B. Doenças Respiratórias. In: ____. Interpretação Radiológica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996.
KISNER, C., COLBY, L. A. Fisioterapia Respiratória. In: ____. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. Tradução Lilia B. Ribeiro. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998.
OLIVEIRA et al. Treinamento dos Músculos Respiratórios Associado a Exercícios de Recondicionamento Geral em Pacientes Com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Revista Brasileira de Fisioterapia. V. 3, p. 61-67, No. 2 1999.
OMS – Organização Mundial de Saúde. O Mundo da Saúde. In: Silva, A.L. G. Estudo Sobre o Sistema Respiraório dos Trabalhadores das Indústrias de Santa Cruz do Sul, 2000. Dissertação- Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado – Universidade de Santa Cruz do Sul.
PRYOR, J. A. et al. Técnicas Fisioterápicas. In: PRYOR, J. A., WEBBER, B. A. Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. Tradução Valdir de Sousa Pinto. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
REGAN, K., KLEINFELD, M. E., ERICK, P. C. Fisioterapia Para Pacientes Com Cirurgia Abdominal e Torácica. In: IRWIN, S., TECKLIN, J. S. Fisioterapia Cardiopulmonar. Tradução Solange A. C. P. Siepierski. 2. ed. São Paulo: Manole, 1994.
REGENGA, M.M. Fisioterapia Versus Desnutrição: Custo-benefício. In: ____. Fisioterapia em Cardiologia: da U.T.I. à Reabilitação. 1. ed. São Paulo: Roca, 2000.
RODINI, V. et al. Inclusão do Tabagismo no Código Internacional de Doenças-CID. Revista de Medicina da PUCRS. Porto Alegre, V. 11/12, p. 87-180, abr./junh. 2001.
RUPPEL, G. L. Ventilação. In: SCALAN, C. L., WILKINS, R. L., STOLLER, J. K. Fisioterapia respiratória de Egan. Tradução Marcos Ikeda. 7. ed. São Paulo: Manole, 2000.
SCALAN, C., MYSLINSKI, M. J. Terapia de Higiene Brônquica. In: ____. Fundamentos de Terapia Respiratória de Egan. Tradução Marcos Ikeda. 7. ed, São Paulo: manole, 2000.
SHAFFER, T. H., WOLFSON, M. R., GAULT, J. H. Fisiologia Respiratória. In: IRWIN, S., TECKLIN, J. S. Fisioterapia Cardiopulmonar. Tradução Solange A. C. P. Siepierski. 2. ed. São Paulo: Manole, 1994.
SOARES, P. R., DIAS, A.S., JARDIM, J. R. B. Fisioterapia Respiratória para o Paciente Pneumológico. In: SILVA, L. C. Condutas em Pneumologia. VolI. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
STIMAC, G. K., HARTSHORNE, M. F., WILLIAMSON, S. L. Radiologia Torácica. In: STIMAC, G. K. Diagnóstico por Imagens. Tradução André L. S. Melgaco et al. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 1994.
VILANOVA, C. A. C. Tabagismo Como Fator de Risco. In: SILVA, L. C. Condutas em Pneumologia. Vol I. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
WEST, J. B. Mecânica da Respiração. In: ____. Fisiologia Respiratória Moderna. Tradução Nelson G. Oliveira. 5. ed, São Paulo: Manole, 1996a.
 
WEST, J. B. Ventilação. Fisiologia Respiratória Moderna. Tradução Nelson G. Oliveira. 5. ed, São Paulo: Manole, 1996a.
WEST, J. B. Doenças Obstrutivas. In: ____. Fisiopatologia Pulmonar Moderna. Tradução Nelson g. Oliveira. 3. ed. São Paulo: Manole, 1996b.
WILKINS, R. L., SCALAN, C.L. Terapia de Expansão Pulmonar. In: IRWIN, S., TECKLIN, J. S. Fisioterapia Cardiopulmonar. Tradução Solange A. C. P. Siepierski. 2. ed. São Paulo: Manole, 1994.
WOLFSON, M. R., BHUTANI, V. K., SHAFFER, T. H. Músculos Respiratórios. In: IRWIN, S., TECKLIN, J. S. Fisioterapia Cardiopulmonar. Tradução Solange A. C. P. Siepierski. 2. ed. São Paulo: Manole, 1994.
ZADAI, C. C. Reabilitação do Paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. In: IRWIN, S., TECKLIN, J. S. Fisioterapia Cardiopulmonar. Tradução Solange A. C. P. Siepierski. 2. ed. São Paulo: Manole, 1994.
ZIN, W. A, ROCCO, P. R. M. Mecânica Respiratória Normal. In: AULER, C. J., AMARAL, G. Assistência Ventilatória Mecânica. São Paulo: Atheneu, 1995.