FONOFORESE E DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS: REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8086400


Brena Matos de Oliveira
Yasmim Pessoa Mesquita
Orientador: Francisco Valmor Macedo Cunha


1 INTRODUÇÃO

Distúrbios musculoesqueléticos (DME) são lesões que afetam o movimento do corpo humano. Berecki-Gisolf, J. et al. (2015) explicam que esses distúrbios representam um dos principais problemas de saúde pública nos últimos anos. Interferem de forma negativa na qualidade de vida e empregabilidade, incapacidade.

Músculos, tendões, ligamentos, articulações, cartilagens, nervos periféricos e vasos sanguíneos são acometidos por condições inflamatórias e degenerativas derivadas da DME. Síndromes clínicas, como: tenossinovites, epicondilites, bursites, síndrome do túnel do carpo, osteoartrose, mialgia e lombalgia causadas por trabalho físico pesado ou repetitivo, trabalho prolongado no computador, posturas estáticas e anômalas, alto índice de massa corpórea, ritmo acelerado ou pressão de tempo, são alguns dos fatores ocupacionais e não ocupacionais. (BARBOSA, R. E., et al. 2013).

Na maioria dos casos, a forma encontrada para aliviar a dor causada por essas lesões é a utilização de analgésicos, anti-inflamatórios e até mesmo opióides. Boonhong, et al. (2019) apresentam como alternativas de tratamento o uso de ultrassom (US) ou a fonoforese (PH) por terem baixo risco, indolores e com boa adesão. A fonoforese, terapia configurada através do transporte de fármacos na pele através das ondas produzidas por ultrassom, é muito utilizada em clínicas de fisioterapia segundo Ahmed, et al. (2020).

O absenteísmo ou afastamento do trabalho é citado por Oenning, N. S. X. et al, (2014) pois geram perda de produtividade e ocasiona um importante impacto econômico para o empregador, governo, sociedade em geral, além de limitações e sofrimento aos trabalhadores acometidos. Wu et al., 2019 apresentam a fonoforese, dentro da fisioterapia como um dos processos de reabilitação com o uso de técnicas não-invasivas. Essa técnica facilita a penetração cutânea através da energia ultrassônica na desorganização da estrutura lipídica da epiderme, utilizando como meio de contato entre o cabeçote do aparelho e a pele, gel ou medicamento. 

Apesar de representar uma alternativa viável para potencialização da permeação de fármacos por via cutânea, conforme explica Cavalcante, et al. (2018), a fonoforese é um recurso ainda pouco utilizado por fisioterapeutas na prática clínica. Isso se deve, em parte, à escassez de evidências sumarizadas a fim de facilitar a consulta por estes profissionais. Diante disto, o objetivo deste estudo foi revisar a literatura acerca da aplicação da fonoforese em afecções musculoesqueléticas.

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura na qual foram realizadas buscas nas bases de dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura Latino Americana e do Caribe em ciências da saúde), PubMed, Base PEDro. A busca por artigos ocorreu entre os meses de abril a junho de 2023, utilizando como palavras-chave para busca: “Fonoforese”, “Distúrbios Musculoesqueléticos” e “Fisioterapia”.

Para critérios de inclusão foram utilizados: artigos publicados nas línguas inglesa e portuguesa, artigos na íntegra, estudos randomizados, estudo de caso, publicados entre 2013 e 2023. Como critérios de exclusão: artigos publicados em outra língua diferente das citadas nos critérios de inclusão, artigos de revisão, artigos com testes em animais, publicados em ano anterior à 2013. Além de artigos duplicados encontrados em mais de uma base de dados.

A seguinte pergunta foi realizada com o objetivo de nortear a construção deste artigo: Quais os benefícios trazidos pela fonoforese no tratamento dos distúrbios musculoesqueléticos. Para a realização deste estudo foram selecionados 33 artigos, onde passando por uma análise mais criteriosa foram incluídos 17 artigos. (Figura 1).

Figura 1- Fluxograma com informações do processo de seleção dos artigos incluídos na revisão com base nos critérios de inclusão.

Os artigos que atenderam os critérios de elegibilidade para a revisão, foram adicionados em sua versão completa e original para análise mais detalhada. Após leitura crítica, sete artigos foram incluídos (Quadro 1) e avaliados  quanto  à  qualidade  metodológica  usando  a escala PEDro.

Quadro 1. Critérios de avaliação de qualidade PEDro (versão em português)

Critérios de avaliação de qualidade PEDro
1. Os critérios de elegibilidade foram especificados
2. Os sujeitos foram aleatoriamente distribuídos por grupos
3. A alocação dos sujeitos foi secreta
4. Inicialmente, os grupos eram semelhantes no que diz respeito aos indicadores de prognóstico mais importantes
5. Todos os sujeitos participaram de forma cega no estudo
6. Todos os terapeutas que administraram a terapia fizeram-no de forma cega
7. Todos os avaliadores que mediram pelo menos um resultado-chave, fizeram-no de forma cega
8. Mensurações de pelo menos um resultado-chave foram obtidas em mais de 85% dos sujeitos inicialmente distribuídos pelos grupos
9. Todos os sujeitos a partir dos quais se apresentaram mensurações de resultados receberam o tratamento ou a condição de controle conforme a alocação ou, quando não foi esse o caso, fez-se a análise dos dados para pelo menos um dos resultados-chave por “intenção de tratamento”
10. Os resultados das comparações estatísticas intergrupos foram descritos para pelo menos um resultado-chave
11. O estudo apresenta tanto medidas de precisão como medidas de variabilidade para pelo menos um resultado- chave
Fonte: PEDro 2023
Estudo  Critérios da escala PEDro
1234567891011
AHMED, M. A. S., et al. (2019)SSSSSNNSSSN
BOONHONG, J., et al. (2019)SSNSNNNSNSS
JUSTIN, H., et al. (2020)SSSSSNNSSSS
PINKAEW, D., et al. (2020)SSSSSSNSNSS
GARCIA, I., et al. (2016)SSSSSSSNSSS
MERINO, L. P., et al. (2016)SNNSNNNSSSS
BOONHONG, J., et al. (2018)SSNSNNNSNS    S
DURMUS, D., et al. (2014)SNSSNNNNSS    S
  AHMET, B., et al. (2013)   SSSNSNNSSS    S
  USTUN, N., et al. (2014)  S    SNSSNSNNS    N
  JUN, Z., et al. (2015)  S    SSNSNNNSS    N
  SEDA, B., et al. (2017)  S    SSSNNNSNS    S
  ILKE, C. B., et al. (2018)  S    SSSNNNSSS    S
  ALTAN, L., et al. (2019)  S    SSNNNSSNS    S
  ABBAS, T., et al. (2018)  S    SSNNSSNNN    N
  DURMUS, D., et al. (2012)   S    SSSNNNSNN    S
  LEITE, C. B. S., et al. (2019)  S    SSSNNNNSN    S
AUTOR/ANOOBJETIVOMÉTODO DE AVALIAÇÃOpatologiaAtivoParâmetros ultrassomRESULTADOPONTUAÇÃOESCALA PEDro
AHMED, M. A. S., et al. (2019)Determinar o efeito da fonoforese com dexametasona (DxPh) na OA do joelho.Quarenta e seis pacientes do sexo feminino com OA de joelho foram randomizadas em dois grupos iguais. O grupo de estudo recebeu DxPh sobre o lado medial do joelho, estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) e exercícios de fortalecimento do quadríceps. O grupo controle recebeu terapia com ultrassom e o mesmo TENS e programa de exercícios.Disfunção temporomandibularFonoforese com dextrose (50% dextrose) versus campo eletromagnético pulsadoFrequência 1 MHz; Modo pulsado 60%; 1 dose de 1,0 W/cm2 por 5 min unilateralmente sobre o músculo masseter afetado por via oral, 4 vezes por semana durante 4 semanasOs escores VAS, TUG e WOMAC melhoraram com ambas as modalidades. A intensidade da dor melhorou em 50,6%-58,0% no grupo de estudo (VAS e subescala de dor do WOMAC, respectivamente) em comparação com 17,8%-28,6% no grupo controle.8
BOONHONG, J, et al. (2019)Determinar os efeitos da fonoforese de piroxicam (PH-P) e fonoforese de fosfato sódico de dexametasona (PH-Dex) na síndrome do túnel do carpo (STC) leve a moderada e comparar cada um deles com o grupo controle de ultrassom não medicamentoso (US ) terapia.Trinta e três pacientes, 50 mãos (52% dos pacientes tinham STC bilateral, n = 17) com STC leve a moderada foram alocados aleatoriamente em três grupos de estudo: PH-P, PH-Dex ou US.Síndrome do túnel do carpoO grupo PH-P recebeu mistura de gel de piroxicam a 0,5% (equivalência de 20 mg de piroxicam). O grupo PH-Dex recebeu a mistura de gel de fosfato sódico dexametasona 0,4% (equivalência 60 mg de dexametasona). O grupo dos EUA recebeu gel não medicamentoso.Frequência de 1MHz;Modo contínuo; Na palma da mão sobre a área do túnel do carpo – 10 minutos por sessão, duas a três vezes por semana durante 4 semanas, totalizando 10 sessões.Todos os grupos obtiveram melhorias significativas. Para o BCTQ SYMPT, apenas o PH-Dex mostrou uma pontuação de melhora acima do MCID no nível 0,8 [-0,91 – 0,96].8
JUSTIN, H., et al. (2020)Determinar se uma frequência baixa (45 kHz) ou alta (1 MHz) forneceu uma concentração mais alta de dexametasona (Dex) através da pele.40 pacientes do sexo masculino que estivessem saudáveis entre 18 e 45 anos (idade¼23.162,6 anos, altura¼176.167,2 cm, massa¼88,5619,4 kg, espessura subcutânea posterior da panturrilha medida por ultrassonografia musculoesquelética¼ 0,660,2cm).Patologia não relatadaFosfato sódico de dexametasona. {fosfato sódico de dexametasona (Dex-P) [Dex-P]; [Des]; e ácido dexametasona-21-óico (Dex-met)}1) frequência de 45 kHz a 1 mm, (2) frequência de 45 kHz a 4 mm, (3) frequência de 1 MHz a 1 mm , ou (4) frequência de 1 MHz a 4 mm (n ¼ 10 em cada grupo)Em 1mm,, 3 (30%) participantes no grupo de 45 kHz e 4 (40%) participantes no grupo de 1 MHz apresentaram níveis mensuráveis de DexP. A dexametasona total aumentou após o término do tratamento, independentemente da frequência do ultrassom (P , .001), com tendência do tratamento de 45 kHz produzir maior aumento na concentração do fármaco (P¼ .006). Em 4 mm, 5 (50%) participantes no grupo de 45 kHz e 1 (10%) participante no grupo de 1 MHz apresentaram níveis mensuráveis de DexP. Não observamos nenhuma diferença na concentração de Dextotal entre os grupos de tratamento em 4 mm (P¼.72). Conclusões:A fonoforese forneceu um mecanismo para entrega total de Dex nas profundidades de tecido de 1 e 4 mm. No entanto, a eficácia das frequências de ultrassom variou entre as 2 profundidades de tecido medidas.9
PINKAEW, D., et al. (2020)Examinar os efeitos do tratamento com Phyllanthus amarusgel de nanopartículas aplicado por fonoforese (PP) e terapia de ultrassom (UT) em pacientes com osteoartrite (OA) de joelho sintomática usando um estudo randomizado, duplo cego e controlado.40 pacientes divididos em dois grupos (grupo PP e grupo UT) usando blocos de 2 esquemas de randomização, gerados por computador e selados em envelopes opacos.Osteoartrite de joelhoPhyllanthus amarusgel de nanopartículas. (Fonoforese de piroxicam, porcentagens não informadas).Frequência de 1MHz;Modo contínuo;EVA e 6-MWT mostraram melhora significativa após o tratamento em ambos os grupos (p < 0,05). O grupo PP mostrou efeitos mais significativos do que o grupo UT, tanto em termos de redução do escore VAS de dor (p < 0,05) quanto de melhora no 6-MWT (p < 0,05).9
GARCÍA, I., et al. (2016)Estimar a eficácia da ultrassonoforese e da iontoforese com diclofenaco sódico usado em adição a um programa de exercícios para pacientes com síndrome do impacto.175 participantes dos quais 88 preencheram os formulários e participaram da pesquisa.Síndrome do impactoIontoforese: diclofenaco sódico; Ultrassonoferese: gel de diclofenaco de sódio. Diclofenaco sódico (frascos de 75 mg de diclofenaco)1 MHz, modo contínuo (100%) e 0,7 W/cm2:O grupo de ultrassonoforese experimentou reduções significativas na dor em comparação com o grupo de tratamento padrão (12,7 e 13,5 pontos na dimensão “dor corporal” do SF-36; e 1,5 e 2,2 pontos na dimensão “dor” de Constant Murley após 6 e 12 semanas de terapia, respectivamente). A iontoforese, no entanto, não levou a melhorias significativas quando adicionada ao tratamento padrão.10
MERINO, L. P.,et al. (2016)Determinar se o dexcetoprofeno administrado por fonoforese ou iontoforese é mais eficaz para o tratamento da síndrome do impacto subacromial (SIS) do que a terapia de ultrassom convencional.99 pacientesSíndrome do impacto subacromialDexcetoprofeno (50 mg de dexcetoprofeno (Enangel 12,5 mg/g)Frequencia 1MHz;Modo pulsado (10%);Intensidade 2W/CM2Após o tratamento, o escore VAS melhorou em -1,2 pontos e o escore CMS melhorou em 8,9 pontos no grupo de ultrassom em comparação com o grupo de iontoforese [intervalo de confiança (IC) de 95% -0,2 a -2,2 e IC de 95% 17,0 a 0,7, respectivamente] . A pontuação do CMS melhorou em 7,1 pontos no grupo de fonoforese em comparação com o grupo de iontoforese (IC de 95% 14,8 a -0,7). 1 mês após o tratamento, não foram detectadas diferenças significativas entre os grupos. Os escores VAS, CMS e DASH de todos os grupos melhoraram após o tratamento e 1 mês após o tratamento.6
BOONHONG, J.,et al. (2018)Comparar os efeitos do UltraTENS com o PhP no grau leve a moderado de OA de joelho sintomática. MÉTODOS: Sessenta e um pacientes (55 mulheres), idade média de 63,4±8,1 anos, VAS de 50–90 mm de dor no joelho e pontuação Kellgren-Lawrence de grau I–III foram alocados aleatoriamente em UltraTENS e PhP (N = 31 e 30, respectivamente).61 participantes, divididos em dois grupos(Ultrassom e PHP)Osteoartrite sintomática do joelhoGel de Piroxicam 0,5% (equivalência de 20 mg de piroxicam)Frequência 1MHz;Modo contínuo;Potência 1 W/cm2Os grupos UltraTENS e PhP experimentaram melhora considerável nos escores VAS e WOMAC total pós-tratamento ( P6
DURMUS, D., et al. (2014)Investigar e comparar os efeitos da fonoforese (EP), placebo PP e terapias de exercícios na dor, incapacidade, qualidade do sono e depressão em pacientes com dor cervical crônica (cnP).61 participantes divididos em três grupos.Dor cervical crônicaCapsaicina (10% oleoresina de capsicum 0,20%)Frequência 1MHz;Potência 1,5 w/cm2Observamos que o tratamento com PP foi eficaz no tratamento de pacientes com cnP. uma combinação de PP com exercícios pode ser usada para obter ótimos resultados clínicos.6
AHMET, B., et al. (2013)Comparar a eficácia de três diferentes modalidades de aquecimento profundo: fonoforese (PH), diatermia por ondas curtas (SWD) e ultrassom (US), na osteoartrite do joelho.101 pacientes divididos em três grupos: Grupo 1 (n =33) receberam HP, Grupo 2 (n =33) recebeu US, e Grupo 3 (n =35) recebeu SWD.Osteoartrite do joelhoCetoprofeno (quatro gramas) de creme contendo gel de cetoprofeno a 2,5% (100 mg de cetoprofeno)Frequência 1MHz;Potência 1,5 W/cm2Os parâmetros VAS, tempo de caminhada de 15 m e WOMAC melhoraram com todas as três modalidades de aquecimento profundo, e todas as três modalidades foram eficazes. No entanto, não houve diferença significativa entre as três modalidades em termos de eficácia8
USTUN, N., et al. (2014)Investigar se a fonoforese em creme de mistura eutética de anestésicos locais (eMla) é superior ao US convencional sobre os pontos-gatilho (tPs) em termos de melhora da dor, amplitude de movimento e incapacidade na síndrome de dor miofascial (MPS).Cinquenta pacientes distribuídos aleatoriamente em dois grupos de tratamento, incluindo grupo de fonoforese (PH) (n=25) e grupo ultrassom (US) (n=25).Dor miofascial do trapézioCreme de mistura eutética de anestésicos locais (30 gr eMla: 750 mg de lidocaína + 750 mg de prilocaína)Terapia US convencional;Potência 1,5 W/cm2A fonoforese em creme eMla é mais eficaz do que a terapia de ultrassom convencional em termos de dor e incapacidade cervical associada, e parece ser a opção de tratamento complementar para MPS.6
JUN, Z., et al. (2015)Avaliar os efeitos terapêuticos da fonoforese de baixa frequência com um fitoterápico chinês (CHM) em comparação com o diclofenaco sódico (SD) para osteoartrite de joelho (KOA).100 pacientes com KOA foram designados aleatoriamente para um grupo placebo, um grupo CHM ou grupo SD.Osteoartrite do joelhoFitoterápico chinês versus diclofenaco sódico (porcentagem não informada).Fonoforese simultânea de baixa frequência (40 kHz, 5000 Pa) foi realizada por 30 minutos cada vez.Para o grupo SDP, 10 mg de diclofenaco de sódio estava contido em cada chip de gel, para o grupo PC, cada chip de gel continha 3 mL de cloreto de sódio.Melhorias significativas foram encontradas após o tratamento em todas as medidas de resultados, exceto rigidez e amplitude de movimento em pacientes no grupo CHMP e grupo SDP. Não foram encontradas diferenças significativas em todas as medidas de resultado entre o grupo CHMP e grupo SDP.6
SEDA, B., et al. (2017)Comparar a eficácia da terapia a laser de baixa intensidade (LLLT), fonoforese e iontoforese em termos de dor, função e força de preensão.37 pacientes, 12 participantes foram randomizados para o grupo LLLT, 12 para o grupo fonoforese e 13 para o grupo iontoforese.Epicondilose LateralLLLT(Terapia de laser de baixa potência)A solução salina de prednisolona (5 mL de prednisolona 0,4%).A cabeça do US com contato perpendicular com a pele para sustentar movimentos longitudinais foi usada a 1 W/cm2dosagem e frequência de 1 MHz por 7 minutos.A investigação dos escores de dor revelou que todos os escores VAS foram melhorados nos grupos de laser e iontoforese (VAS em repouso:P¼ . 015, tamanho do efeito (ES)¼1,49 eP¼ .016, ES¼0,58, respectivamente; EVA durante a atividade:P¼ .008, ES¼1.05 eP ¼ .008, ES¼1,16, respectivamente; VAS à noite:P¼ .013, ES¼1.01 eP¼ .016, ES¼0,72, respectivamente).6
ILKE, C. B., et al. (2018)Comparar a eficácia da fonoforese de ibuprofeno em gel e creme em pacientes com osteoartrite de joelho. Foi aplicado um desenho simples-cego, randomizado e comparativo.61 pacientes divididosem dois grupos, no grupo estudo e no grupo creme.Osteoartrite de joelhoFonoforese em gel de ibuprofeno(porcentagem não informada)Frequência 1MHz;Contínuo;Potencia 1W/cm2No grupo de fonoforese em gel, a melhora no escore VAS foi maior do que a observada no grupo de fonoforese em creme (p< 0,001). Da mesma forma, a melhora na pontuação total do WOMAC também foi maior no grupo de fonoforese em gel (p<0,0001) A fonoforese com ibuprofeno é clinicamente eficaz em pacientes com osteoartrite de joelho. A fonoforese usando a forma de gel de ibuprofeno está associada a mais melhora clínica do que a forma de creme da mesma molécula.8
ALTAN, L., et al. (2019)Investigar o efeito da fonoforese (PP) com a combinação de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) e miorrelaxante versus ultrassom (US) de rotina com gel não terapêutico em pacientes com lombalgia aguda (DPA).60 pacientes, divididos em dois grupos. No Grupo 1 (n = 30) foi aplicado US com gel de diclofenaco + tiocolquicosídeo por 10 min e totalizando 10 sessões. No Grupo 2 (n = 30), o mesmo protocolo de US foi aplicado com a mesma configuração e tempo do Grupo 1 usando gel de US que não contém nenhum ingrediente farmacêutico.Lombalgia agudaGel de diclofenaco e tiocolquiosídeo.
Na composição, relatam apenas 5% de ibuprofeno.
Grupo 1 (n = 30) foi o grupo PP. Nesse grupo, o primeiro gel de Diclofenaco + Tiocolquicosídeo foi aplicado de forma circular com espessura de 2 a 3 mm. Em seguida, o US foi aplicado na área paravertebral lombar em ambos os lados (1 W/cm2, 1 MHz) enquanto os pacientes estavam em decúbito ventral por 10 minutos e por um total de 10 sessões por 2 semanas usando um dispositivo BTL-4000 Premium US (BTL Industries, Stevenage, Hertfordshire, Reino Unido) com uma extensão de 5 cm2Sonda de 1 MHz continuamente em movimento circular, nenhum outro gel de USG foi usado no grupo 1. O grupo 2 (n = 30) foi o grupo do US convencional.Comparação de semanas (S6) pós-tratamento mostraram melhora significativa em todos os parâmetros em ambos os grupos (p < 0,05). A comparação dos grupos mostrou melhora significativamente superior no Grupo 1 para ODI, enquanto não houve diferença em outros parâmetros na S2. Na S6, houve melhora significativamente superior em todos os parâmetros (p < 0,05), exceto no teste de Shober no Grupo 1.6
ABBAS, T. , et al. (2018)Comparar a liberação de pressão, fonoforese de betametasona e agulhamento seco no ponto-gatilho miofascial latente do trapézio superior.60 participantes com pelo menos um ponto-gatilho miofascial, divididos em três grupos.Ponto-gatilho miofascial latente do músculo trapézio superior.Betametasona (60%)Frequência 1MHz;Potência 1,2 W/cm2Diminuição significativa da dor, amplitude de movimento cervical ativo e aumento do limiar de pressão de dor foram observados nos três grupos (p<0,001) Não houve diferença entre os grupos de agulhamento seco e fonoforese. CONCLUSÕES: Considerando os efeitos positivos significativos de todos os três métodos, agulhamento seco e fonoforese parecem ser mais eficazes do que a liberação de pressão.5
DURMUS, D., et al. (2012)Investigar e comparar os efeitos da terapia de fonoforese (PP) e ultrassom (US) na dor, incapacidade, força muscular do tronco, desempenho de caminhada, mobilidade da coluna vertebral, qualidade de vida (QV) e depressão nos pacientes com dor lombar crônica (DLC).60 pacientes.Os pacientes foram randomizados em três grupos. Grupo 1 (n =20) foi aceito como grupo controle e recebeu apenas exercícios. Grupo 2 (n =20) recebeu tratamento e exercícios com US. Grupo 3 (n =20) recebeu PP e exercícios.Lombalgia crônicaCapsaicina (10% oleoresina de capsicum 0,20%)Frequência 1MHz;Contínuo;Potência 1,5 W/cm2Todos os grupos mostraram melhorias estatisticamente significativas na dor, incapacidade, força muscular, resistência, 6MWT, mobilidade, qualidade de vida e depressão. A comparação intergrupos mostrou diferenças significativas na dor VAS, 6MWT e EMS, entre os três grupos. Essas diferenças foram estatisticamente significativas nos grupos 2 e 3 em comparação com o grupo 1. O intergrupo a comparação mostrou diferença significativa nos subgrupos de dor, função física e energia do SF-36. As diferenças foram estatisticamente no grupo 3 em comparação com os grupos 1 e 2. Observamos que os tratamentos de US e PP foram eficazes no tratamento de pacientes com DLC, mas PP não foi superior à terapia de ultrassom.6
LEITE, C. B. S., et al. (2019)Avaliar o efeito da aplicação fonoforética de uma nanoemulsão incorporando glucosamina e sulfato de condroitina (NANO-CG) associada à cinesioterapia na redução da dor e rigidez na condropatia do joelho.16 pacientes divididos em 4 blocos.Condropatias de joelhoGlucosamina e condroitina )não foram informadas porcentagens).As células foram tratadas com NANO-CG e meio de cultura (controle). Este tratamento foi realizado seis vezes e em 12 concentrações diferentes (1660, 550, 180, 60, 20, 6, 2, 0,7, 0,2, 0,08, 0,028 e 0,009 μg de GS e CS)./ml). Após 24 horas, o meio de cultura foi substituído por 0,5 mg/37 ml MTT em meio de cultura por 2 h◦C em uma atmosfera úmida com 5% de CO2Os testes de viabilidade celular e teste do ovo de galinhamembrana corionallantônica indicaram que o nano-CG é seguro para aplicação tópica. Os testes de permeação mostraram que o NANO-CG aumenta a permeação do fármaco através da pele. Não houve significância estatística entre os grupos tratados neste estudo preliminar, no entanto, a redução da dor e a recuperação completa da cartilagem articular foram observadas em alguns pacientes tratados com NANO-CG.6

Legenda: LLLT= Terapia de laser de baixa potência; DNC=  dor cervical crônica; PP=  placebo fonoforese; EP= efeitos da fonoforese; US= ultrassom; SD= Diclofenaco sódio; PH- P= Fonoforese- Piroxicam; PH- DEX= Fonofore- Dexametasona; BCTQ= Questionário do túnel do carpo funcional; MCID= Diferença mínima clinicamente importante;  EVA=    Escala visual analógica.

DISCUSSÃO

Os estudos escolhidos para compor este trabalho são de média a alta qualidade e foram analisados através da Escala PEDro, visto que a mesma tem por objetivo identificar estudos controlados aleatórios que contém dados que apontam a sua validade externa. O estudo não aborda um distúrbio muscular específico, mas sim o efeito da fonoforese no tratamento do mesmo. Sendo assim, as patologias citadas nesta discussão, são: distúrbio temporomandibular, osteoartrite de joelho, lombalgia (aguda e crônica), dor no ombro, pontos-gatilho, dor miofascial, epicondilite lateral.

O primeiro estudo trata das disfunções temporomandibulares, onde os pacientes do grupo A receberam uma terapia de fonoforese que foi conduzida por uma máquina de ultrassom terapêutico (Unidade de ultrassom terapêutico). Já os pacientes dos grupos B receberam PEMF, O dispositivo PEMF usado no estudo (Provant®Therapy System) usa uma energia fixa de estado sólido para operar na frequência de 27,12 MHz, Ahmed, et al. (2019) objetivaram mostrar o efeito da fonoforese de dextrose 50% e campo eletromagnético pulsado na disfunção temporomandibular. Em seu estudo, os autores constataram melhora significativa na amplitude de movimento e na redução de dor ao passo que pacientes tratados somente com ultrassom não foram observados melhora. A fonoforese com dextrose 50% quando comparada a PEMF obteve melhores resultados. Constatando que a fonoforese exerce papel fundamental na melhora da disfunção temporomandibular.

Em 2018, Boonhong, et al. Desenvolveram um estudo comparativo dos benefícios trazidos pela estimulação elétrica nervosa transcutânea aliada ao uso de ultrassom versus a utilização da fonoforese com piroxicam e evidenciaram que na primeira combinação, mostrou-se ineficaz ao alívio de dor no joelho quando administrado na estimulação do limiar sensorial enquanto que utilizando a fonoforese com piroxicam foi eficaz no alívio de dor e melhora na funcionalidade do joelho na osteoartrite sintomática. Em outro estudo realizado por Boonhong, et al. (2019), voltado para o uso da fonoforese no tratamento da síndrome do túnel do carpo, também utilizaram a administração de piroxicam e adicionaram fosfato sódico de dexametasona. Ambos os tipos de gel não foram eficazes quando administrados sem a utilização do ultrassom, no entanto, mostraram-se eficazes quanto aos sintomas e escores de funcionamento avaliados para gravidade de sintomas e status funcional.

Pinkaew, et al. (2020) estudaram pacientes que apresentavam níveis mais elevados de dor relacionada a osteoartrite de joelho. Neste estudo foi analisada a utilização de Phyllanthus amarus gel de nanopartículas. Já no estudo desenvolvido por Ahmet, et al. (2013), foi estudado o uso da fonoforese com cetoprofeno. Ambos estudos tinham objetivo de comparar a utilização desses métodos frente a tratamentos ditos convencionais. Na escala visual analógica (VAS) foi observada melhora no tempo de caminhada de 15 minutos, no estudo de Ahmet, et al. (2013), já no estudo de Pinkaew, et al.(2019) além da melhora evidenciada no primeiro estudo também ocorreu diminuição de dor e aumento na caminhada de 6 minutos.

No estudo desenvolvido por Jun, et al. (2019) em pacientes com osteoartrite de joelho, com a utilização de fonoforese com diclofenaco sódico e um fitoterápico chinês ficou evidente melhora no quadro álgico, mas não em relação a rigidez. No estudo de Altan, et al. (2019) e Durmus, et al. (2012), que utilizaram o mesmo princípio ativo, a utilização de diclofenaco também atuou na melhora da dor, mas agora para tratar lombalgia agua e crônica, respectivamente. Ambos os casos tem a utilização de fonoforese com diclofenaco sódico. Na lombalgia aguda, o efeito analgésico se deu através do gel de diclofenaco e ultrassom aliados, pois o alívio da dor induzido através do uso de ultrassom atribui-se a permeabilidade capilar porque o aumento no aquecimento profundo aumentar a extensibilidade nos tendões, ligamentos e cápsulas articulares.  Em relação ao estudo de lombalgia crônica, a utilização de capsaicina ajudou na melhora da dor e nas funções físicas. 

Outro estudo voltado para a fonoforese aliada ao fosfato de sódio de dexametasona, foi desenvolvido por Justin, et al. (2020), mas em testes em humanos saudáveis, evidenciando melhora no transporte transdérmico, através da cavitação acústica e formação de bolhas gasosas para que ocorram alterações cutâneas induzidas pelo ultrassom. A dexametasona total concentrada no tecido começou a diminuir logo após o tratamento com iontoforese, enquanto que a combinação de fonoforese e outros métodos transdérmicos pode ter efeito aditivo e exponencial.

A dor no ombro é a terceira razão mais comumente citada para ir a um médico de cuidados primários, Garcia, et al. (2016) utilizou ultra sonoforese e a iontoforese com diclofenaco sódico, a ultra sonoforese conseguiu reduzir a dor, melhorar a amplitude de movimento quando comparada a iontoforese que trouxe melhorias significativas. Merino, et al. (2016) também estudou síndrome do impacto mas com a utilização de dexcetoprofeno na fonoforese e não percebeu melhora nos primeiros dias de tratamento, contudo, depois de 1 mês ocorreu melhora na dor e limitação de movimento, mas não com diferenças significativas entre os grupos que utilizaram fonoforese e iontoforese com dexcetoprofeno.

Durmus, et al. (2014) assim como em todos os estudos acima citados, dividiu seus pacientes em grupos. No grupo 1, pacientes receberam tratamento com capsaicina e exercícios, grupo 2 recebeu placebo e exercícios, grupo 3 recebeu apenas exercícios. O objetivo era diminuir a dor, aumentar a mobilidade e prevenir incapacidades, melhorar a qualidade do sono e funções físicas. Em ambos os grupos obtiveram melhora, mas no grupo que utilizou terapia com fonoforese (grupo 1) ocorreu com maior rapidez devido as mensagens produzidas pelos mecanorreceptores entrarem na medula espinhal e os impulsos rápidos de dor são inibidos.

No estudo envolvendo fonoforese em creme de mistura eutética de anestésicos locais, desenvolvido por Ustun, et al. (2014) mostrou-se superior a utilização de ultrassom convencional no tratamento de pontos-gatilho no trapézio. A principal característica do tratamento com fonoforese é que ele conseguiu inativar os pontos-gatilho e inativar a dor. 

Abbas, et al. (2018) indagou que tanto a utilização da fonoforese, agulhamento a seco e liberação de pressão obtiveram os mesmos resultados, tanto em relação a diminuição da dor, melhora na amplitude de movimento cervical ativo e aumento do limiar de pressão de dor. 

Ilke, et al. (2018) mostraram que a utilização da fonoforese em gel de ibuprofeno tem eficácia também na melhora da rigidez durante os movimentos. Em relação a epicondilose lateral, Seda, et al. (2019) foram evidenciadas melhorias na utilização da iontoforese  versus a aplicação de terapia de laser de baixa potência, onde foi detectada melhora na função e força de preensão no grupo da iontoforese. 

Leite, et al. (2019) mostraram que os testes de permeação mostraram que o NANO-CG aumenta a permeação do fármaco através da pele. Não houve significância estatística entre os grupos tratados neste estudo preliminar, no entanto, a redução da dor e a recuperação completa da cartilagem articular foram observadas em alguns pacientes tratados com NANO-CG.

CONCLUSÃO

Ao longo do artigo, foi explicado que a fonoforese consiste em uma técnica que utiliza medicamento em forma de gel ou creme aliada a um equipamento que produz energia ultrassônica. As patologias estudadas neste estudo: disfunção temporomandibular, osteoartrite de joelho, lombalgia (aguda e crônica), dor no ombro, pontos gatilho,dor miofascial e epicondilite lateral, foram tratadas através desta técnica e obtiveram melhora em todos os casos.

Após a realização deste estudo, ficou evidente a importância e contribuição trazida pela fonoforese no tratamento dos distúrbios musculoesqueléticos. Os mais diversos casos foram dispostos durante a discussão deste estudo, e na maioria deles, a fonoforese quando comparada a outros tratamentos desenvolveu melhora mais rápida e eficaz.

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