FLORES: VERDADEIRO RESERVATÓRIO DE ANTIBIÓTICOS E RESINAS ANTIMICROBIANAS

FLOWERS: VERITABLE RESERVOIR OF ANTIBIOTICS AND ANTIMICROBIAL RESINS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202407311835


Flavia Caroline Haluch1, Silvia Mara Haluch2, Henrique Vilas Boas3


RESUMO: Resistência microbiana é a versatilidade de microrganismos em não sucumbir ao ambiente hostil e se manter em todos os compartimentos ambientais, organismos e células vivas. Esse fenômeno é um mecanismo de adaptação adquirida que impacta diretamente ao ser humano e aos animais, pois esses organismos possuem relações desarmônicas para com os mesmos, causando diversas patologias praticamente intratáveis, levando o hospedeiro à morte. A Organização Mundial da Saúde aponta, todos os anos, o aumento de microrganismos resistentes aos fármacos, tanto de uso doméstico como hospitalar, publicando em seus relatórios, a realidade assustadora de organismos resistentes a todos os medicamentos comercializados, sendo chamados de Pan-resistentes. Por isso, o objetivo do estudo é pesquisar em flores frescas, recém-colhidas, uma nova substância com poder antimicrobiano e/ou bactericida contra Enterobactérias. Das 66 flores estudadas 29 apresentaram algum efeito promissor de antibiótico/bactericida, sendo que maracujá e malva, as que mais se destacaram e em seguida, dália e munguba. O extrato de hexano da flor de maracujá apresentou halo de formação maior que Gentamicina e Amicacina, de 22 mm apenas com 0,5 g da flor. Diversos estudos descrevem a complexidade de substâncias encontradas na flor de maracujá, dificultando nesse estudo inicial, a indicação de um possível grupo orgânico ou a combinação de compostos orgânicos mistos com efeitos sinérgicos. A flor da malva, que possui a cumarina malvina e o terpenóide malvona de forma exclusiva, apresentou halo de inibição comparável com discos de antibióticos já utilizados em terapias medicamentosas, com efeito nas três Enterobactérias estudadas, Salmonella sorotipo thyphimurium NCTC® 12023, Escherichia coli multiressistente, e a bactéria pan-resistente kpcKlebsiella planticola2019, sendo um grande potencial antimicrobiano. Para efeito bacteriostático similar da própolis, 22 flores expressaram efeito glutinoso, expansivo e resinoso, no intuito de imobilização e impedimento de um agente agressor e patogênico de expressar seu metabolismo ou ciclo de vida, sendo o destaque para a azaleia, apresentando o maior halo de formação de resinas. Dessa forma, é possível inferir que a produção da própolis pelas abelhas é a somatória de colheita de resinas de diversas espécies de flores, tanto exóticas como nativas, na confecção da melhor resina de proteção de suas colmeias. Por fim, a tendência da fitoterapia aliada à ciência biotecnológica moderna, pode ser a chave para o sucesso contra os parasitas altamente especializados. Esse estudo se enquadra no ODS 13 (saúde de qualidade) e ODS 15 (vida sobre a terra) dos objetivos de desenvolvimento sustentável, demonstrando a necessidade de preservar a biodiversidade de nossas florestas e matas e proporcionar saúde e ciência para todos.

Palavras Chave: antimicrobianos, Enterobactéria, resistência, maracujá, KPC.

ABSTRAT: Microbial resistance is the versatility of microorganisms not to succumb to the harsh environment and to maintain themselves in all environmental compartments, organisms and living cells. This phenomenon is a mechanism of acquired adaptation that directly impacts humans and animals, as these organisms have disharmonious relationships with them, causing several practically intractable pathologies, leading to the death of the host. The World Health Organization points out, every year, the increase of microorganisms resistant to drugs, both for domestic and hospital use, publishing in its reports, the frightening reality of organisms resistant to all commercialized drugs, being called Pan-resistant. Therefore, the objective of the study is to investigate in fresh, freshly picked flowers, a new substance with antimicrobial and/or bactericidal power against Enterobacteria. Of the 66 flowers studied, 29 showed some promising antibiotic/bactericidal effect, with passion fruit and mallow being the ones that stood out the most, followed by dahlia and munguba. The hexane extract of the passion fruit flower showed a halo of formation greater than Gentamicin and Amikacin, of 22 mm with only 0.5 g of the flower. Several studies describe the complexity of substances found in passion fruit flower, making it difficult to indicate a possible organic group or the combination of mixed organic compounds with synergistic effects. The mallow flower, which has the coumarin malvina and the terpenoid malvona exclusively, presented an inhibition halo comparable to antibiotic discs already used in drug therapies, with an effect on all three Enterobacteriaceae studied, Salmonella serotype thyphimurium NCTC® 12023, multiresistant Escherichia coli, and the pan-resistant bacterium kpcKlebsiella planticola2019, being a great antimicrobial potential. For a similar bacteriostatic effect of propolis, 22 flowers expressed a glutinous, expansive and resinous effect, in order to immobilize and prevent an aggressive and pathogenic agent from expressing its metabolism or life cycle, with the highlight being azalea, presenting the largest halo.Thus, it is possible to infer that the production of propolis by bees is the sum of the harvesting of resins from several species of flowers, both exotic and native, in the manufacture of the best resin to protect their hives. Finally, the trend of phytotherapy combined with modern biotechnological science may be the key to success against highly specialized parasites. This study falls under SDG 13 (quality health) and SDG 15 (life on land) of the development goals.

Key words: Antimicrobials, Enterobacteria, resistance, passion fruit, KPC.

INTRODUÇÃO

Chamamos de resistência microbiana a capacidade e versatilidade de bactérias, fungos, vírus, protozoários e outros agentes que induzem uma patologia, em resistir à ação de substâncias e medicações aos quais incluem bactericidas, bacteriostáticos, antifúngicos, antivirais, antibióticos, ou seja, qualquer antimicrobiano ou substância que possui ativos contra parasitas. Essa versatilidade é conquistada pelo desenvolvimento de mecanismos de defesa, adaptação, mutação genômica, no intuito de conquistar espaços e se prevalecer nos compartimentos ambientais, fazendo que uma patologia que até então era de domínio clínico, torne-se intratável, gerando impacto em plantas, animais e seres humanos (Haluch et al., 2023; ANVISA, 2013; WHO,2005).

Esse fenômeno é relatado de forma global e a cada ano, os índices de mortes por sepsemia causado por superbactérias aumentam a níveis catastróficos, tornado o fato um apelo científico internacional na busca de soluções (Xiujuan et al., 2017; Spanu et al., 2012; Almeida et al., 2012; Giske et al., 2011; ; Limbargo et al., 2011; Moraes et al., 2009;  Goodwin et al., 1996).

Em 2017 a OMS – Organização Mundial da Saúde listou os níveis de prioridade segundo os critérios de infecções que acometem os estabelecimentos de Saúde, visando o perfil de resistência e mortalidade. Os índices de maior criticidade estão o filo Proteobactérias que são o maior reino existente das bactérias, sendo a classe de Gamaproteobacterias de grande interesse internacional, representadas pelo gênero Pseudomonas, Acinetobacter e a família Enterobacteriaceae. Em 2022 a OMS publica um novo relatório que já foi detectada em diversos países resistência ao medicamento Colestina, que era o último recurso no tratamento contra Enterobacterias. As bactérias Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Enterobacter spp, Serratia spp, Proteus spp, Providencia spp e Morganella spp são citadas constantemente em relatórios internacionais. (PAHO, 2023; WHO, 2017).

No Brasil, segundo a ANVISA (2004; 2013), as bactérias mais resistentes são a Gram-negativas representadas pela Escherichia coli, Pseudomonas sp, Klebsiella sp, Proteus sp, Serratia sp e os Gram-positivos, representadas por Streptococcus sp, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermitis.

A família Enterobacteriaceae é classificada como microrganismos Gram negativos, ou seja, parede celular formada por lipopolissacarídeos, procariotos na maioria de forma bacilar, flagelada ou não, podendo ser fototróficos, heterotróficos e quimiolitotróficos. Podem ser encontrados em todos os compartimentos terrestres, mas normalmente estão alojados, em sua totalidade, no trato gastrointestinal de animais e humanos. Porém, a Klebsiella sp e Serratia sp são ainda facilmente isoladas do trato respiratório e em feridas; enquanto E. coli são facilmente encontradas nos líquidos urinários e no sangue (Xiujuan et al., 2017; Spanu et al., 2012; Almeida et al., 2012).

Os genes que traduzem a importância ao grupo são os blaKPC, blaOxa, blaIMP, blaVIM, blaNdm, sendo chamada de forma comum nos serviços de saúde como KPC, devido sua maior relevância, e são classificadas na Classe A, grupo 2F e resistentes a carbapenemicos, penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos (Almeida et al., 2012; Giske et al., 2011; Limbargo et al., 2011; Moraes et al., 2009). Uma das causas dessa capacidade de resistência está na produção da enzima betalactamase, pois a proteína degrada o anel betalactâmico, inativando o antimicrobiano, consequentemente não terá nenhuma atividade na síntese da parede celular (Xiujuan et al., 2017; Spanu et al., 2012; Almeida et al., 2012). Atualmente as betalactamases de espectro ampliado ou estendido – ESBL e carbapenemases, são predominante nos gêneros Klebsiella, Enterobacter, Escherichia, Serratia, Citrobacter, Salmonella, Proteus e Morganella (Xiujuan et al., 2017). Atualmente as linhagens de Klebsiella possuem ß-lactamase/AmpC que age hidrolisando a cefoxitina, carbapenemase e metalo-carbapenemase (ANVISA, 2013; TORTORA, 2017; Giske et al., 2011).

KPC é o termo associado principalmente às linhagens de Klebsiella que foi isolada pela primeira vez nos Estados Unidos (Carolina do Norte) em 1996 (Spanu et al., 2012). Ao longo dos anos, foram observados que as informações genéticas dessas bactérias estavam sendo transmitidas entre interespécies, ou seja, parte de código genético estavam sendo replicados em outra bactéria que até então não apresentava esse códon genético em seu genoma, o que se concluiu que ocorreria a transferência horizontal de genes (Almeida et al., 2012; Giske et al., 2011; Haluch et al., 2020).

Os primeiros mecanismos de resistência se iniciaram no contato do microrganismo com elementos traços de um fármaco e a detecção de um ambiente hostil, dando gatilho na busca defesas, sendo em primeiro plano, bloquear e expulsar a substância deletéria de sua célula e depois buscar mudança em seu código genético. O bloqueio da entrada do fármaco se dá por simples alteração da permeabilidade celular, pela bomba de efluxo, que é a eliminação imediata por expulsão, pela alteração do sítio ativo e pela degradação enzimática por hidrólise ou outros mecanismos. Posteriormente, o microrganismo busca a inclusão de um plasmídeo, um príon, ou um transposons extracromossômico, por um simples englobamento celular, ou a utilização de trocas entre interespécies através dos pilus ou fímbrias sexuais, organela presente nas Enterobactérias, formando uma verdadeira ponte de comunicação e trocas genéticas, sendo a chave para o sucesso do fenômeno de resistência microbiana (Haluch, 2019ª,b; Haluch et al., 2023).

Dessa forma, buscar novas alternativas que possuam efeitos ou potencial para novos medicamentos é de extrema necessidade no contexto atual. Segundo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas, países como o Brasil, detém a maior diversidade de plantas medicinais do mundo e com potencial de desenvolver pesquisas visando novas tecnologias terapêuticas (Brasil, 2006). Por isso, o trabalho é de grande relevância no contexto atual, visando a busca de potenciais substâncias antimicrobianas presentes em flores comuns e cosmopolitas, nativas ou exóticas, encontradas no estado do Paraná, buscando algum efeito contra Enterobactérias resistentes a diversos antibióticos comerciais.

MATERIAL E MÉTODOS

Meio de cultivo e microrganismos

O meio de cultivo utilizado foram os ágares Mac Conkey e EMB – eosina azul de metileno, da marca Himedia, para a manutenção dos microrganismos testados. Os meios sólidos foram confeccionados em ambiente asséptico em placas de petri 90×15, com autoclavação por 15 minutos em 121o C, semeados pela técnica de estrias com alça de platina. A incubação das bactérias seguiram na temperatura de 35 ±0,5o C por 48 horas.

As bactérias selecionadas foram a Salmonella entérica, cepa Salmonella sorotipo thyphimurium NCTC® 12023 (WDCM 00031), MRCSE2-01, material de referência certificado de acordo com a NBR ISO 17034 e 17025 da Empresa com acreditação e referência em produção de material certificado, a Control-lab, localizada no Rio de Janeiro – Brasil. A segunda cepa foi a Escherichia coli multiressistente, isolada de solo de cemitério, identificada por testes bioquímicos e por fim, a bactéria pan-resistente, que não possui sensibilidade a todos os antibióticos comerciais e hospitalares disponíveis comercialmente, kpcKlebsiella planticola2019,encontrada em água subterrânea de aterro hospitalar, devidamente identificada e sequenciada por técnicas genéticas.

Teste de resistência

Os testes de resistência, também chamados de antibiograma, seguiram a técnica descritas na NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory Standards) e CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) (CLSI, 2011; NCCLS, 2003).

De duas a três colônias das bactérias selecionadas para o estudo foram transferidas para tubos de ensaio já contendo solução salina estéril a 2,5%. A medição da turbidez dessa solução foi comparada com uma solução contendo 0,5 McFarland, a fim de garantir que ocorra o crescimento uniforme, em toda extensão da placa do meio de cultura Mueller-Hinton (MH). O meio MH marca comercial Himedia, foi preparado de forma asséptica e autoclavado por 15 minutos em 121o C.

O espalhamento da solução salina contendo as bactérias foi realizado pelo auxílio de um swab estéril, através de movimentos suaves e em toda superfície do meio MH. Após o espalhamento, foram colocados os discos adquiridos comercialmente e já validados pelo controle de qualidade com cepa padrão de E. coli ATCC 25922 e os discos preparados com os extratos das flores a serem estudadas. A placa por fim, foi incubada por 18 horas em atmosfera comum e na temperatura de 37º C aproximadamente.

A resistência a antibióticos foram estabelecidos  utilizando cefalexina (CRO), cloranfenicol (CLO), sulfa + bacitracina (SBA), ciprofloxacina (CIP), amicacina (AMI), imipenem (IPM), azitromicina (AZI), amoxicilina (AMO), ampicilina (AMP), gentamicina (GEN),  Doxiciclina (DOX),  Fosfomicina (FOS), Aztreonam (ATM),  Amoxicilina + ácido clavulânico (AMC),   Trimetoprim + sulfametoxazol (SUT),  Cefaclor (CFC),  Norfloxacin (NOR), ácido nalidixico (NAL), eritromicina ( ERI), Colestina (COL) e vancomicina (VAN) como controle interno, devido à resistência intrínseca.

Após a incubação os halos formados foram medidos por paquímetro e os dados obtidos para a averiguação do perfil de resistência das bactérias utilizadas nos testes foram comparados com os valores de referência internacional, visando à resistência, sensibilidade ou grau intermediário do antibiótico testado (CLSI, 2011).

Extratos

As flores foram adquiridas em parques, bosques e floriculturas e de forma aleatória. O método de pesquisa foi baseado e aprimorado dos estudos de Haluch et al. (2020). As amostras foram preparadas frescas, com todo conteúdo da flor, pesadas e transferidas para frascos tipo vial. Os extratos foram o hidroalcóolico (álcool 70%) e com hexane de alta pureza (PA), visando a liberação de metabolitos alcóolicos e óleo essencial, respectivamente. Foram utilizados a proporção de 0,5 g para 10 mL de solvente. Aos extratos foram acrescentados discos de membrana fibra de vidro da marca Whatman CAT 1827-024 de diâmetro de acordo com o estabelecido pela National Committee for Clinical Laboratory Standards para impreginação dos metabólitos (NCCLS- CLSI, 2011). O tempo de contato do disco-extrato foram de 14 dias e ao final, os solventes foram evaporados e os discos foram inoculados em contato com as bactérias selecionadas na placa de antibiograma.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para aferir a resistência e sensibilidade dos microrganismos testados, os resultados de testes de resistência qualificam a E. coli; Salmonella thyphimurium a K. planticola de acordo com a tabela abaixo.

Tabela 1 – Resultados dos testes de sensibilidade dos microrganismos usados para o estudo.

Fonte: autores

Segundo a PAHO (2023) a colistina é enquadrado como último recurso contra Enterobactérias mortais, ou seja, resistentes a carbapenêmicos, praticamente intratáveis. Essa resistência se dá principalmente pela ponte de comunicações entre bactérias, mecanismo do pílus sexuais, demonstrando pela figura 01 A. Dentre as bactérias testadas, e E. coli se apresenta intermediária para colestina, Salmonela sensível e K. planticola resistente. A qualificação da E.coli mostra-se intermediária para 3 antibióticos e resistentes aos demais, sendo enquadrada como multirresistente. A Salmonela entérica, figura 1B, é sensível para 3 antibióticos, intermediária para outros 2 e resistente para os demais, sendo a bactéria enquadrada como resistente. A KPCK. plantícola, figura 1C, é resistente para todos os antibióticos testados, sendo enquadrada como Pan-resistente.

Figura 01: A: Microscopia eletrônica do pilus sexuais de comunicação das Enterobacterias.  Fonte: Charles C. Brinton Jr.  B: Bactéria Salmonella typhimurium (NCTC® 12023 (WDCM 00031), MRCSE2-01) em meio de cultura laboratorial SS ágar.  Fonte: Autores. C: KPCKlebsiela plantícola2019 em ágar EMB. Fonte: Autores.

Dessa forma devidamente qualificadas, as bactérias foram utilizadas para confronto com os extratos das flores pesquisadas. Os resultados dos testes com os extratos etanólicos e de óleos essenciais estão descritos na tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Resultados dos testes das flores.

Halo pequeno (maior que 3 até 9 mm), halo médio (maior que 9 até 15 mm), halo grande (maior que 15 mm)
– : não hove ocorrência de halo.  Fonte: autores.

As flores que apresentaram de forma singela ou expressiva capacidade antimicrobiana, com potencial antibiótico, foram: maracujá (1), palma-de-são-josé (2), tagetes (3), salsinha (4), ipê-roxo (6), cerejeira (8), cacto da páscoa (11), azaleia (16), araçá (22), abóbora (24), trevo branco (33), jacarandá mimoso (34), coroa-de-cristo (36), munguba (38), olho de tigre (41), hibisco (43), beladona falsa (44), rosa de jardim (46), malva (49), dália (51), galinsoga (53), lírio (54), poaia branca (55), saudades (56), margarida (57), Pitanga (60), Leucema (61), estrelícia (66).

Portanto, das 66 flores estudadas 29 expressaram algum efeito antimicrobiano, sendo que 3 apresentaram extrema eficácia e formação de halo, que são a flor-de-maracujá, figura 02A, (antes da floração/fechado), munguba e malva, figura 2 B e C, respectivamente.

Figura 02: A: efeito da flor-de-maracujá (antes da floração/fechado). B: flor de malva com efeito nas três bactérias selecionadas. C: efeito de malva com halo aproximado. Fonte: Autores.

Das flores estudadas, apenas uma apresentou uma zona fantasma, o dente de leão, não iremos descrever sobre possível ação farmacológica. Porém, Yapias (2022) estudou o todas as partes do dente de leão e descreve que essa planta é rica em vitaminas, fitoesterois, amoniácidos, minerais, insulina, flavonoides, fenóis e saponinas. Nos seus estudos comprovou que a planta possui ação antimicrobiana contra Escherichia coliStaphylococcus aureus.

As flores que possuem efeito bacteriostático, ou seja, comportamento e efeito de barreira física, pela capacidade de liberação de resina foram: maracujá (1), tagetes (3), bulbo de rosa comum de jardim (7), azaleia (16), jacarandá (18), Antúrio (19), flor de palma de são-josé (35), coroa de cristo (36), amaryllis (37), Aloe (40), manacá-da-serra (42), hibisco (43), beladona falsa (44), Poinsétia (48), malva (49), dália (51), galinsoga (53), lírio (54), Poiaia (55), Saudades (56), Margarida (57), flor de mamão (58).

Portanto, das 66 flores estudadas 22 expressaram o efeito resinoso bacteriostático similar à da própolis, ou seja, é um efeito físico de bloqueio de movimento, na qual o microrganismo fica estático e imóvel, não conseguindo executar seu ciclo e metabolismo, levando à morte celular ou interrompendo sua ação patogênica.

A figura 3 demonstra claramente o efeito bloqueador resinoso liberado pelas flores, apresentando efeito glutinoso, aderente e expansivo no intuito de imobilização e impedimento de um agente de expressar seu metabolismo e ciclo de vida e consequentemente, morte celular.

Figura 03: A: efeito da flor-de-maracujá petrificando/Inertizando a bactéria kpcK. planticola2019. B: efeito físico de resina da flor de mamão. Fonte: Autores.

Na figura 3A a bactéria KPCKlebisiella planticola em aproximação ao disco contendo metabólitos da flor de maracujá, foi recoberta e encapsulada de forma a bloquear seus movimentos, bloqueando a conquista de nutrientes essenciais para o metabolismo celular e respiração. Esse fenômeno pode ser chamado de fossilização e inertização. A figura 3B do extrato da flor de mamão, também contra a bactéria KPCKlebisiella planticola, já apresenta um formato mais robusto da resina, bloqueando de forma altamente eficaz qualquer aproximação de organismos.

A função de um agente bacteriostático é inibir o crescimento de bactérias pelo impedimento de replicação do código genético e qualquer outra atividade metabólica, levando ao estado vegetativo ou morte celular (Moraes et al., 2009;  Goodwin et al., 1996; Haluch, 2019ª,b). Assim é o funcionamento da própolis, um composto resinoso que age de forma bacteriostática, sendo usada há milênios devido à capacidade de inibir o crescimento de microrganismos, além de ação antioxidante, antitumoral, anestésico, antitumoral, antimutagênica e diversos outros benefícios já amplamente estudados e divulgados (Marcucci et al., 2001).

A própolis é uma substância química de misturas de resinas, geradas pela coleta botânica pelas abelhas, no intuito de proteger suas colmeias (Santos et al., 2020; Bratty et al., 2020).  Com as evidências observadas nesse estudo, podemos verificar e garantir que as resinas são produzidas pelas flores e apenas coletadas pelas abelhas, e assim a famosa mistura complexa é dada pela junção da passagem das abelhas em diversas flores tanto nativas como exóticas. E mais ainda, podemos inferir que quando as abelhas buscam a produção de mel elas partem para um tipo de flor e quando as mesmas buscam a produção da própolis, elas procuram de forma específica, aquelas que produzem mais resinas de interesse.

No estudo realizado as flores que apresentaram grandes evidências de halo de proteção são as flores de Mamão, Margarida, Saudades, Beladona falsa, Hibisco, Coroa de Cristo, Aloe, Palma-de-são-José, Maracujá, Antúrio e Azaléia.

A flor de azaleia apresentou 25 mm de halo de proteção em torno do disco, o que corresponde no maior halo obtido nos testes e que ultrapassam todos os valores de sensibilidade tabelados pela CLSI para Enterobactérias, sendo um dos resultados mais expressivos sobre o contexto de agentes bacteriostáticos.

As azaleias pertencem a família Ericaceae e produzem substâncias como diterpenóides e andromedotoxinas que são tóxicos para vários mamíferos (Junior et. al, 2014). Wang et al. (2024) descreveram que  Rhododendron simsii  além de inibir corrosão do metal cobre, possui ação medicinal, anti-inflamatória e antimicrobiológica. 

Flor de maracujá (Passiflora edulis Sims.)

A planta de maracujá, flor 01, faz parte da Família Passifloraceae, nativa do Brasil, com propriedades já estudadas como calmante, sedativo, sonífero e anti-helmíntico. O Brasil é o maior exportador da fruta e seu suco possui vitamina A, C, B1, B2, B5, cálcio, fósforo e ferro. Seus metabóltios trazem pectina, flavonoides, benzoflavona, passiflora, maracugina e calmofilase. Não há muitos relatos de estudos para ação antimicrobiana e sim nutricional (Ou et al., 2001; IICA, 2017).

Nos testes realizados, o halo de formação foi de 22 mm com apenas 0,5 g da flor/bulbo/fechada em extrato de hexano, ou seja, se trata de óleo essencial da flor em estado anterior da completa floração, tendo a maior concentração do metabólito que possui a ação antimicrobiana. A flor aberta, longos períodos, foi também testada e o extrato de hexano não apresentou efeito de antibiótico, apenas a liberação de resina de efeito similar à própolis. Com esse resultado, é possível descrever que a flor imatura apresenta alto teor de substância volátil que age como bactericida e após sua abertura focada na atração de insetos polinizadores, com o intuito de fecundar e gerar novos frutos ocorre à liberação dessas substâncias de ação inibitória com formação halo expressivo contra a E. coli. Cabe à proteção da flor, após floração, os compostos resinosos de alto peso molecular com efeito bacteriostático e assim, a abelha ainda pode utilizar a flor de maracujá para produção de própolis, sendo outro atrativo para a polinização.

O odor único das flores de maracujá se traduz em inúmeras substâncias voláteis que são evidenciadas em corridas cromatográficas (Tominaga et al., 2000; Casimir et al., 1981). Só de compostos orgânicos contendo enxofre são mais de 100 substâncias voláteis (Werkhoff et al., 1998). Os estudos relatam que pelo menos 48 substâncias voláteis constituem o odor próprio e característico, que as flores e frutos possuem 59% de ésteres, 15% de aldeídos, 11% de cetonas e 6% de álcoois (Narain et al., 2004).

As flores são hermafroditas, vistosas, com várias cores e tons formada por uma base, uma corona com vários filamentos derivada acredita-se por sépalas e pétalas e no centro, consta um androginóforo colunar, um ovário com globos e multiovulado. A parte feminina está conectada na base e a parte masculina formado por 5 estames conectados na base e com antenas versáteis.  A abertura da flor pode ser matutino, noturno ou vespertino e algumas precisam de muita luz para induzir a floração (Jesus et al., 2015; Madalena et al., 2013; Chau et al., 2005)

A planta é utilizada para problemas nervosos, crises de ansiedade, depressão e insônia (Drawan et al., 2004; Narain et al., 2004; Chau et al., 2005; Tominaga et al., 2000). Pelo resultado obtido nesse estudo, a flor de maracujá antes da floração, pode ser usada em extratos florais com benefícios antimicrobianos contra E. coli.

Flor de Malva (Malva sylvestris L.)

A Malva, flor 49, família Malvaceae, já foi amplamente estudada pelo Ministério da Saúde, com dados publicando dados realativos o poder nutracêutico, portanto aminoácidos, flavonoides, proteínas, terpenoides, mucilagem, derivados fenólicos, vitaminas, cumarinas, enzimas, esteroides, ácidos graxos e pigmentos (Brasil, 2010; Gasparetto et al, 2012).

Os flavonoides principais (figura 4A e B) são encontrados em grande escala nas flores especialmente a cumarina malvidina 3,5-diglucoside (malvina) que ocorre na forma catiônica; delfinidina 3 O-glicosídeo; malvidina 3-O-(6”-O-malonilglucosideo)-5-O-glicosídeo (delfinidina);  malvidina 3-O-glicosídeo (oenina); genisteína, cloreto de malvidina, miricetina, quercetina, apigenina, campferol, leucoanthocianinas, cianidina, petunidina e outras cumarinas de baixa concentração (Takeda et al., 1989; Farina et al., 1995; Classen et al., 1998).

Todas as partes da planta produzem mucilagem usados como broncodilatador. Essas mucilagens são formadas de ácido galacturonico, glucuronico, frutose, rammnose, sacarose, arabinose, manose, xilose, fucose, rafinose e xilotriose (Brasil, 2010; Tomoda et al., 1989).

Outras substâncias foram encontradas na malva como terpernóides, linalol, diversos ácidos linalóicos, blumerol, terpineol, malvona A (A (2-metil-3-metoxi-5,6-di-hidroxi-1,4 naftoquinona) uma fitoalexina (Barros et al., 2010; Gasparetto et al., 2012).

Cutillo et al. (2005) demonstraram a alta eficiência antimicrobiana da malvona (figura 4C) contra Verticillium dahliae.

Figura 4.  A: Flavonoide malvidina. B: Flavonoide Malvina. C: Terpenóide Malvona. Brasil (2010).

Razavi et al. (2011) comprovou o efeito antibacteriano do extrato metanólico das folhas e flores de malva contra um patógeno de plantas a Erwinia carotovora e  contra as bactérias de grande interesse clínico, a Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus e a Streptococcus agalatiae, colaborando com nosso estudo de extrato etanólico das flores de malva.  Cheng et al. (2006) mostrou a ação bacteriostática contra Staphylococcus areus colaborando com nosso dado do extrato de hexano com ação bacteriostática contra KPCK. planticola2019 Pan-resistente.

Magro et al. (2006) demonstrou a ação antifúngica de extrato aquoso inibindo completamente o crescimento de Aspergillus niger, Aspergillus candidus, Penicillium sp e Fusarium culmorum.

Alves et al. (2009) demonstrou que extrato hidroalcóolico é altamente eficiente contra Streptococus sobrinus e Streptococus mutans e inibindo a síntese de glucano para Candida albicans, Candida tropicalis, Candida krusei, Candida stelatoidea e outras cepas de Streptococcus sp.

Pelo resultado obtido nesse estudo, a flor de malva, pode ser usada em extratos florais com benefícios antimicrobianos contra Enterobactérias altamente resistentes.

Flor de Dahlia spp (Dália do cacto)

A Dália, flor 51, é enquadrada como planta ornamental de amplo uso em paisagismo, jardinagem e alimentação. Segundo a Revista Natureza, é pertence à mesma família da magarida, Compositae, sendo cultivada pelos Astecas no México. Costa et al., (2022) estudou a planta e publicou itens sobre composição centesimal e nutricional, compostos bioativos das flores comestíveis. Porém, não foram encontrados dados de estudo das flores para pesquisas de compostos antimicrobianos.

Pelos resultados obtidos, o extrato de hexano formou um halo de 19 mm contra a bactéria Salmonella thyphimurium, sendo de alta relevância para futuros estudos que possam evidenciar os componentes ativos que traduzem na formação dessa dimensão de halo, que pela CLSI, já corresponde em sensibilidade do microrganismo e que por muitas vezes, nenhum antibiótico comercial já em uso, possui tamanha dimensão de espectro de formação. Até o momento, é o primeiro estudo que relata a ação de flores frescas de Dália de cacto com essa ocorrência.

Flor de munguba (Muguba pacheira)

A mungubeira é pertence à família Malvaceae, flor 38, e seus frutos, as amêndoas, são usados largamente na alimentação. Diversos estudos na composição dos frutos, cascas, folhas, caule e todos voltados para a alimentação (Mune et al., 2014). Não foram encontrados relatos de potencial antimicrobiano ainda publicados.

Nos testes realizados o extrato etanólico da flor da munguba gerou halos de inibição similar a muitos antibióticos comerciais contra diversas bactérias, mostrando o potencial inibidor dessa planta. Como se trata de um estudo preliminar, não é possível informar um grupo funcional ou substância com o poder antimicrobiano. Até o momento, é o primeiro estudo que relata a ação de flores frescas de munguba com essa ocorrência.

CONCLUSÕES

Podemos concluir que as flores são um extenso reservatório de agentes antimicrobianos a serem explorados, buscando respostas contra agentes altamente resistentes.  Portanto, frisamos a importância da proteção do Ecossistema, fala que remota a décadas da ciência, que constantemente busca um apelo internacional para atitudes sustentáveis, proteção ambiental e preservação da flora e fauna.

A fitoterapia é um mecanismo de grande relevância médica que deve ser ampliada e difundia como uma terapia de apoio clínico, além da busca de novos antimicrobianos para confrontar fenômeno da resistência microbiana e infecções de alta gravidade hospitalar.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a GOLDLAB CIÊNCIA E TECNOLOGIA LTDA por patrocinar projetos de alta relevância internacional, demostrando a importância do incentivo em pesquisas Biotecnológicas e Medicina alternativa.

Agradecemos Vanessa Haluch e Cilene Priscila de Melo pelo apoio na coleta das flores para este estudo.

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1Biomedicina. Microbiologista, Toxicologista e Gerente Técnica da Goldlab Ciência e Tecnologia Ltda. goldlablaboratorios@gmail.com

2Mestre em Ciências, Biomedicina, Química e Biotecnologia. Auditora, Consultora e coordenadora de projetos. goldlablaboratorios@gmail.com

3Idealizador dos Projetos de  Desenvolvimento Sustentável e ODS da Goldlab Ciência e Tecnologia Ltda. Adm.goldlab@gmail.com