FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE FRATURA DE FÊMUR EM IDOSOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10086396


Fernanda Figueiredo da Silva1
Rosileide Alves Livramento2


RESUMO

Introdução: As diretrizes para manejo da fratura de quadril recomendam que as cirurgias sejam realizadas o mais rápido possível dentro das condições de saúde do idoso, seguida de reabilitação multidisciplinar com o uso de mobilização precoce para recuperar a função e a mobilidade, promovendo assim a capacidade funcional e o bem estar. Objetivo: Verificar a atuação da fisioterapia no pós-operatório de idosos que foram submetidos a intervenção cirúrgica após fratura de quadril. Metodologia:Trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa realizada nas bases de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed (National Library of Medicine e National Institutes of Health) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) com os descritores: “fraturas do quadril”, “idoso”, “reabilitação” e “fisioterapia”. Resultados:Foram incluídos 10 artigos de intervenção para análise que demonstraram os resultados da fisioterapia aplicada no pós-operatório de idosos com fratura de quadril. Considerações Finais: Dentre os protocolos adotados cabe citar: treino de marcha, Eletroestimulação, mobilização precoce, exercícios de respiração, treinamento de força, entre outros. Os resultados encontrados demonstraram melhoria no quadro álgico, prevenção de complicações pós-cirúrgicas, melhoria na independência funcional, redução no tempo de internação e no tempo de reabilitação.

Palavras-chave: fraturas do quadril, idoso, reabilitação, fisioterapia.

ABSTRACT

Introduction: Guidelines for managing hip fractures recommend that surgeries be performed as quickly as possible within the elderly’s health conditions, followed by multidisciplinary rehabilitation with the use of early mobilization to recover function and mobility, thus promoting capacity functional and well-being. Objective: To verify the performance of physiotherapy in the postoperative period of elderly people who underwent surgical intervention after a hip fracture. Methodology: This is an integrative literature review carried out in the SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed (National Library of Medicine and National Institutes of Health) and VHL (Virtual Health Library) databases with the descriptors: “hip fractures”, “elderly”, “rehabilitation” and “physiotherapy”. Results: 10 intervention articles were included for analysis that demonstrated the results of physiotherapy applied in the postoperative period of elderly people with hip fractures. Final Considerations: Among the protocols adopted, it is worth mentioning: gait training, electrical stimulation, early mobilization, breathing exercises, strength training, among others. The results found demonstrated improvement in pain, prevention of post-surgical complications, improvement in functional independence, reduction in hospitalization time and rehabilitation time.

Keywords: hip fractures, elderly, rehabilitation, physiotherapy.

1. INTRODUÇÃO

O fenômeno do envelhecimento populacional mundial está em aumento progressivo, as estimativas revelam que até 2050 o número de idosos no mundo tende a ser de 2 bilhões. Esses altos números preocupam o Brasil, uma vez que, representam altos custos para o sistema de saúde, conforme explica Corrêa et al. (2023).

Diante deste cenário do envelhecimento populacional, Sousa et al. (2020) destaca que um dos problemas muito comuns em idosos são as fraturas e seus impactos, especialmente as fraturas de quadril que, atualmente já somam 135 mil ocorrências por ano no Brasil, causando um impacto relevante na assistência médica e nos custos com saúde.

Existem várias classificações de fraturas, uma delas chamada de classificação de Garden divide-as em estágios, onde no primeiro estágio estão as fraturas incompletas ou impactadas em valgo; no segundo estágio encontram-se fraturas sem desvio; no terceiro estágio classificam-se as fraturas desviadas e desalinhamento entre as trabéculas ósseas do acetábulo e cabeça do fêmur; no quarto e último estágio estão as fraturas com desvio mas com alinhamento das trabéculas ósseas entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, de acordo com Silva (2019).

Para Almeida (2019) a ocorrência de uma fratura, que consiste em uma interrupção contínua do osso, se deve a vários fatores. Em idosos, geralmente ela está relacionada a quedas, esse grupo tende a ter uma recuperação mais lenta em comparação a indivíduos mais jovens que sofreram esse tipo de lesão.

Moreira et al. (2013) explicita em seus pressupostos que o quadril é a maior região articular do corpo, formado pelo osso da pelve e do fêmur (osso da coxa). As fraturras ocorridas nessa região são descritas conforme sua localização anatômica, podendo ocorrer na região do colo do fêmur, na região intertrocantérica (ou transtrocantérica – TTC) ou na região subtrocantérica.

O diagnóstico se dá primeiramente através da anamnese e de um exame físico quando há relato de queda ou trauma, a partir disso, deve-se observar a presença dos seguintes sinais e sintomas: hemorragia ou equimoses nas pernas, deformidade da perna, crepitação ou formigamento, espasmos musculares, dor na perna, quadril ou joelho, dormência e inchaço local. Além disso, exames são indispensáveis para se obter mais informações a respeito do trauma, entre eles estão: a Radiografia, Tomografia Computadorizada (TC) e a cintilografia óssea, o que verifica-se em Coelho et al. (2022).

Nas palavras de Guerra et al. (2017), o tratamento mais indicado, na maioria dos casos, é o cirúrgico. O tratamento conservador só é indicado em casos de fraturas incompletas e sem desvio ou quando não há condições clínicas para realização da cirurgia. O intervalo considerado ideal para o procedimento cirúrgico é entre 24 e 48 horas após a fratura, levando sempre em consideração o estado geral de saúde do paciente.

O tipo de cirurgia depende do local da fratura, se há ou não desvio do osso e qual o nível de atividade do paciente. Os recursos cirúrgicos que podem ser usados nesse tipo de procedimento são: hastes intramedulares, parafusos e placas, fixação percutânea com fios e parafusos ou prótese de quadril (artroplastia), mais comuns para idosos (SANTOS e VIEIRA, 2021).

De acordo com Gonçalves, Barros e Melo (2021) as diretrizes para manejo da fratura de quadril recomendam que as cirurgias sejam realizadas o mais rápido possível dentro das condições de saúde do idoso, seguida de reabilitação multidisciplinar com o uso de mobilização precoce para recuperar a função e a mobilidade, promovendo assim a capacidade funcional mais próxima possível do nível “pré-fratura” e o bem estar.

Segundo Barbosa (2014) a abordagem multidisciplinar é uma intervenção muito útil nesta faixa etária, uma vez que a diversidade de profissionais de saúde acarreta benefícios para os pacientes. A intervenção multidisciplinar, tal como o nome indica, abrange vários profissionais de saúde, a saber o ortopedista, o geriatra, o fisioterapeuta, o assistente social, entre outros, cada um exercendo uma função diferente, porém colaborando entre si com foco em melhores resultados para os pacientes.

Nascimento e Morsch (2018) explicam que tanto no tratamento conservador, quanto no cirúrgico a presença do fisioterapeuta é fundamental para reabilitação do paciente fraturado. Assim, o objetivo da fisioterapia é o estudo do movimento humano, sua atuação se dá em vários campos, transcorrendo a atenção primária, a reabilitação e a prevenção de distúrbios que possam prejudicar a funcionalidade. Nas fraturas em idosos, a reabilitação fisioterapêutica tem enfoque na prevenção de possíveis complicações e na reabilitação, visando agilizar o retorno a vida diária através da recuperação da funcionalidade e da prevenção de possíveis fatores associados a complicações do quadro.

Para o início seguro da fisioterapia é fundamental que o profissional conheça o tipo de fratura e o tipo de cirurgia que foi realizada. Essas informações vão guiar as condutas que incluem o tempo de deambulação, a descarga de peso no membro, bem como restrições em movimentos. Uma recomendação importante é que, mediante qualquer tipo de fratura e qualquer que seja o material usado para fixação, o paciente deve ficar em ortostatismo e deve deambular o mais precoce possível, a fim de evitar complicações respiratórias e outras complicações decorrentes do imobilismo, no entanto, existem alguns casos em que isso não é possível em virtude do estado de saúde geral do paciente (SANTOS, BRANDÃO e XAVIER, 2022).

Nas observações de Torres et al. (2023), no período hospitalar a fisioterapia tem como objetivo a orientação dos pacientes quanto ao pós-operatório e a estimulação do retorno às atividades diárias, visando melhorar sua qualidade de vida. Durante a internação, as condutas fisioterapêuticas podem variar conforme a necessidade de cada paciente, podendo incluir mobilizações passivas, técnicas respiratórias, exercícios ativos, resistidos e metabólicos, treino de equilíbrio, transferências e prescrição de muletas.

Diante do contexto apresentado, este estudo justifica-se por ser importante para reabilitação dos pacientes no após cirurgia do quadril, a fim de ampliar o conhecimento técnico científico dos fisioterapeutas acerca da inserção dos mesmos nesse processo e da importância da fisioterapia nesse contexto para os idosos. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi verificar a atuação da fisioterapia no pós-operatório de idosos que foram submetidos a intervenção cirúrgica após fratura de quadril.

2. METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como uma revisão de literatura tipo integrativa, que visa tratar sobre a fisioterapia na reabilitação do pós-operatório em pacientes idosos com fratura no quadril. Foram utilizados como fontes de referência artigos das bases de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed (National Library of Medicine e National Institutes of Health) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Para realizar a busca nas bases de dados foram utilizados os seguintes descritores: “fraturas do quadril”, “idoso”, “reabilitação” e “fisioterapia”, com seus similares em inglês. A literatura consultada foi publicada no período de 2013 a 2023, e os critérios de inclusão foram estudos nos idiomas português e inglês, que registrasse lesão no quadril tratada de forma cirúrgica em idosos sem distinção de gênero. Em relação aos critérios de exclusão, os estudos que não apresentaram categoricamente o tipo de fratura e/ou o tipo de intervenção fisioterapêutica no pós-operatório foram automaticamente excluídos.

Uma busca primária nos bancos de dados encontrou-se 104 registros. Após a remoção das duplicatas, os títulos e resumos de 36 artigos de acordo com o tema foram selecionados inicialmente. Como resultado 24 artigos foram selecionados para revisão na íntegra. Os textos completos dos 24 artigos foram avaliados, e 10 estudos atenderam aos critérios de inclusão e foram considerados relevantes para a pesquisa conforme demonstrado pelo Fluxograma na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma da pesquisa.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2023.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

O quadro 1 mostra as bases de dados utilizadas, o ano, o autor e a quantidade de publicações utilizadas na pesquisa. Além disso, o quadro organiza a síntese dos principais resultados de cada estudo analisado desta revisão.

Quadro 1. Resultados da pesquisa

Ano AutorTítuloBase De Dados Principais Resultados
2021FERREIR A, et al.Impacto do comanejo multidisciplinar em desfechos de pacientes com fratura de quadril.SCIELOOs resultados encontrados na presente investigação reforçam que os programas multidisciplinares que incluem fisioterapeutas podem reduzir o tempo até a cirurgia e as complicações pós-operatórias em pacientes com fratura de quadril.
2023SILVA, et al.Associação entre nível de independência funcional e percepção subjetiva da dor em idosos no pósoperatório de artroplastia de quadril.SCIELOA regressão linear simples permitiu inferir que a percepção subjetiva da dor influenciou em 14% o nível de independência funcional dos idosos. Esse percentual pode ser reflexo da otimização do protocolo de mobilização precoce instituído pela equipe de fisioterapeutas da unidade onde o estudo foi realizado.
2020STÅHL e WESTER DAHL.Fisioterapia pós-operatório para prevenir pneumonia adquirida em hospital em pacientes com mais de 80 anos submetidos a cirurgia de fratura de quadril.BVSO tratamento fisioterapêutico intensificado após cirurgia de fratura de quadril pode ser benéfico para reduzir a incidência de pneumonia e reduzir o tempo de internação hospitalar em pacientes com mais de 80 anos.
2022GLEICH, et al.Identificação de pacientes com fratura de quadril com risco de complicações de mobilização pós-operatória por meio da avaliação da força de preensão manual.BVSA avaliação da força de preensão manual é uma ferramenta simples e confiável para a previsão precoce de complicações de mobilização pós-operatória, como a incapacidade de seguir instruções de sustentação de peso em pacientes idosos com fratura de quadril.
2020PFEUFE R, et al.A reabilitação multidisciplinar de pacientes internados melhora o estado funcional a longo prazo de pacientes geriátricos com fratura de quadril.BVSOs resultados revelaram maiores benefícios no estado funcional nos pacientes do grupo que foi submetido ao tratamento no centro de reabilitação após a terapia inicial.
2015PONTEN, et al.A reabilitação intensiva em pacientes selecionados com fratura de quadril pode otimizar a eficiência do tratamento: um estudo comparativo retrospectivo.BVSA reabilitação intensiva em pacientes selecionados com fratura de quadril pode reduzir a duração da reabilitação em quase 4 semanas. Os cuidados posteriores diferenciados parecem aumentar a eficiência do atendimento aos pacientes com fratura de quadril, tanto em hospitais quanto em lares de idosos, e podem resultar em uma redução significativos nos custos.
2019ELBOIM- GABYZO N, NAJJAR, SHTARKE R.Efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) na intensidade da dor aguda pós-operatória e na mobilidade após fratura de quadril.PUBMEDA adição de TENS ao tratamento padrão de pacientes idosos nos primeiros dias após a fixação cirúrgica de fratura extracapsular de quadril com haste gama é recomendada para controle da dor durante a caminhada e recuperação funcional da marcha.
2017KRONBO RG, et al.Eficácia da fisioterapia hospitalar aguda com treinamento de força de extensão de joelho na redução de déficits de força em pacientes com fratura de quadril: um ensaio clínico randomizado.PUBMEDA fisioterapia com adição de 5 sessões de TF não produziu melhorias adicionais em comparação com a fisioterapia sem treinamento de força na redução do déficit de força de extensão do joelho no acompanhamento de pacientes com fratura de quadril.
2014KRONBO RG, et al.Viabilidade do treinamento de força progressivo implementado na enfermaria aguda após cirurgia de fratura de quadril.PUBMEDO treinamento progressivo de força de extensão do joelho do membro fraturado, iniciado na enfermaria de agudos, parece viável e pode reduzir a assimetria de força entre os membros sem que a dor no quadril interfira.
2017ASPLIN, et al.Reabilitação precoce coordenada na fase aguda após fratura de quadril – um modelo para aumentar a participação do paciente.PUBMEDEste modelo de reabilitação coordenada de TO e PT de pacientes internados teve um efeito positivo na participação percebida dos pacientes em sua reabilitação e AVD na alta, mas não pareceu afetar o nível de recuperação ou o risco de quedas futuras em 1 mês.

Ferreira et al. (2022) coletou dados de pacientes hospitalizados por fratura de quadril entre 2015 e 2019. A intervenção analisada foi o programa de comanejo multidisciplinar instituído com base em protocolos internacionais, composto por médico clínico, cirurgião ortopédico, anestesista, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, assistente social e nutricionista. O número de lesões por pressão adquiridas na internação diminuiu significativamente após a implementação do comanejo. Da mesma forma, o tempo de internação até a cirurgia reduziu sendo cumpridas as diretrizes nacionais e internacionais de correção da fratura em até 48 horas.

Em um estudo transversal realizado por Silva et al. (2023), após uma artroplastia de quadril os idosos receberam, além de medicação analgésica, tratamento preconizado pela equipe de fisioterapeutas da unidade, que incluía desde a educação em saúde, passando pela mobilização precoce até o treino de marcha. O nível de independência funcional se mostrou alto, no entanto, aspectos específicos como locomoção e mobilidade apresentaram médias baixas. Já a percepção subjetiva da dor apresentou caráter moderado, podendo ter sofrido influência da administração de medicações analgésicas.

De acordo com o estudo de Ståhl e Westerdahl (2020) a fratura de quadril que requer fixação cirúrgica é uma condição comum com alta mortalidade e morbidade na população geriátrica. Os pacientes geralmente são frágeis e vulneráveis a complicações pós-operatórias e recuperação tardia. Os pesquisadores utilizaram uma amostra de pacientes com 80 anos ou mais que foram submetidos à cirurgia de fratura de quadril em um Hospital Universitário na Suécia, os pacientes receberam informações padronizadas de fisioterapia pré-operatória e fisioterapia pós-operatória diária. Foi constatado que a fisioterapia intensificada, incluindo a mobilização precoce e exercícios diários de respiração profunda recomendados, tem o potencial de prevenir a pneumonia e reduzir o tempo de internação hospitalar. O estudo de Gleich et al. (2022) concorda com Ståhl e Westerdahl (2020) quando afirma que o tratamento de pacientes idosos com fratura de quadril pode ser desafiador e requer mobilização pós-operatória precoce para prevenir complicações como pneumonia, infecções do trato urinário ou atrofia muscular associadas a um aumento da mortalidade.

A pesquisa de Elboim-Gabyzon, Najjar e Shtarker (2019) teve como objetivo examinar o efeito da incorporação do tratamento TENS na intensidade da dor e na mobilidade, com cuidados de reabilitação padrão durante a fase pós-operatória aguda após fixação cirúrgica com haste gama de fraturas extracapsulares de quadril. Dois grupos foram analisados, um utilizando tens e outro placebo. O estudo concluiu que houve redução significativamente maior da dor durante a caminhada no grupo TENS ativa em comparação ao grupo TENS simulada além do aumento na distância percorrida. De forma semelhante, a investigação conduzida por Kronborg et al. (2014) constatou que a fisioterapia incluindo treinamento de força progressiva implementado na enfermaria imediatamente após a cirurgia de fratura de quadril provocou diminuição na dor, os resultados também sustentam que este tipo de exercício fisioterapêutico pode estabelecer eficácia na redução dos déficits de força de extensão do joelho do membro fraturado.

O ensaio clínico randomizado conduzido por Kronborg et al. (2017) aplicou uma intervenção baseada em fisioterapia diária com ou sem treinamento progressivo de força de extensão de joelho (10RM), 3 x 10 repetições, do membro fraturado com manguito de tornozelo durante a internação após a cirurgia de fratura de quadril. Foi verificado que A fisioterapia com adição de 5 sessões de TF não produziu melhorias adicionais em comparação com a fisioterapia sem treinamento de força na redução do déficit de força de extensão do joelho.

Uma intervenção prospectiva e controlada realizada por Asplin et al. (2017) em uma unidade cuidados geriátricos integrais comparada com o tratamento padrão. Foram recrutados um total de 126 pacientes com fratura de quadril que receberam um programa de reabilitação coordenado com início precoce no pós-cirúrgico de fratura de quadril com terapia ocupacional e fisioterapia intensificadas. Houve melhora na execução da AVDs. Corroborando com esses resultados destaca-se a pesquisa realizada por Pfeufer et al. (2020) com 161 pacientes com fratura de quadril com idade igual ou superior a 80 anos que foram separados em dois subgrupos: o Grupo A (n = 95) permaneceu em média 21 dias em um centro de reabilitação especializado em pacientes geriátricos e o Grupo B (n = 66) foram submetidos ao tratamento pós-operatório padrão e foram encaminhados para casa com tratamento adicional pelo clínico geral, equipe de enfermagem e fisioterapeutas. Os resultados revelaram maiores benefícios no estado funcional nos pacientes do grupo que foi submetido ao tratamento no centro de reabilitação após a terapia inicial.

Dados do estudo feito por Ponten et al. (20015) mostraram que a reabilitação intensiva em pacientes selecionados com fratura de quadril pode reduzir a duração da reabilitação em quase 4 semanas. Os cuidados posteriores diferenciados parecem aumentar a eficiência do atendimento aos pacientes com fratura de quadril, tanto em hospitais quanto em lares de idosos, e podem resultar em uma redução significativa nos custos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dessa pesquisa foi possível observar que o envelhecimento populacional já é uma realidade presente na atualidade. As previsões apontam que esse fenômeno tende a crescer, em consequência disso, as afecções que acometem esse grupo tendem a aumentar, principalmente as fraturas que já são bem comuns em idosos em virtude de uma série de fatores que se potencializam com o avançar da idade.

Desse modo, o desenvolvimento de técnicas de prevenção e tratamento de quedas que geram esse quadro são extremamente necessárias para idosos e cuidadores. Os estudos selecionados para essa revisão demonstraram a atuação da fisioterapia no processo de reabilitação do pós-operatório de fraturas de quadril em idosos, dentre os protocolos adotados cabe citar: treino de marcha, Eletroestimulação, mobilização precoce, exercícios de respiração, treinamento de força, entre outros.

Os resultados encontrados demonstraram melhoria no quadro álgico, prevenção de complicações pós-cirúrgicas, melhoria na independência funcional, redução no tempo de internação e no tempo de reabilitação.

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1 Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro

2 Professora Orientadora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Fametro.