DUPLA TAREFA NA DOENÇA DE PARKINSON
Autoras
Dra. Catarina Godinho
Centro de Investigação Interdisciplinar Egas Moniz (CiiEM), Escola Superior de Saúde Egas Moniz (ESSEM), Portugal. PALESTRANTE CONFIRMADA
Dra. Josefa Domingos
Radboud University Center, Nijmegen, The Netherlands.
Contextualização: A doença de Parkinson (DP) tipicamente resulta em significativa incapacidade funcional que afeta a marcha, a postura, as atividades da vida diária e algumas funções cognitivas. Os indivíduos com DP apresentam uma eficácia reduzida nas tarefas motoras e cognitivas, o que pode ser explicado pela redução da automatização do movimento, nomeadamente dos padrões da marcha, atenção reduzida e dificuldade em priorizar as tarefas. Existe um corpo crescente de evidência sobre o benefício de intervenções não farmacológicas, como a Fisioterapia e o treino cognitivo ou mesmo a combinação das duas intervenções em programas de treino de dupla tarefa (DT) ou multitarefas. Combinar essas intervenções com as evidências positivas iminentes no treino de dupla ou multitarefa pode trazer benefícios potenciais. No entanto, traduzir essas evidências na prática clínica ainda é um desafio para os profissionais de saúde.
Desenvolvimento: O desempenho de DT depende da capacidade de executar tarefas motoras automaticamente, bem como da capacidade cognitiva (executiva) de integrar diferentes tarefas com exigências diferentes. Quando a atenção deve ser dividida entre duas tarefas, os indivíduos com DP têm uma atenção reduzida em uma ou ambas as tarefas. Assim, as atividades da vida diária que requerem tarefas duplas/múltiplas podem contribuir para quedas, diminuir a velocidade do movimento e os níveis de atenção. Nesta sessão, exploraremos as principais razões para o uso de um treino baseado em DT com DP e definiremos uma estrutura para como, quando e com quem aplicá-lo com segurança. Iremos refletir sobre as incertezas, sobre o tipo mais benéfico de exercícios multitarefa, intensidade, preferências do utente e adesão a longo prazo no contexto da vida real.
Considerações finais: A capacidade de criar e combinar programas com maior probabilidade de benefício para as pessoas com DP promoverá o melhor uso de tratamentos não farmacológicos nos sistemas de saúde e melhor tomada de decisão pelas pessoas com Parkinson.
Leitura complementar: Strouwen C, Molenaar EALM, Münks L, Broeder S, Ginis P, Bloem BR, Nieuwboer A, Heremans E. Determinants of Dual-Task Training Effect Size in Parkinson Disease: Who Will Benefit Most? J Neurol Phys Ther. 2019 Jan;43(1):3-11. doi: 10.1097/NPT.0000000000000247.
De Freitas TB, Leite PHW, Doná F, Pompeu JE, Swarowsky A, Torriani-Pasin C. The effects of dual task gait and balance training in Parkinson\’s disease: a systematic review. Physiother Theory Pract. 2018 Dec 3:1-9. doi: 10.1080/09593985.2018.1551455.
Isaacson S, O\’Brien A, Lazaro JD, Ray A, Fluet G. The JFK BIG study: the impact of LSVT BIG® on dual task walking and mobility in persons with Parkinson’s disease. J Phys Ther Sci. 2018 Apr;30(4):636-641. doi: 10.1589/jpts.30.636.
Strouwen C, Molenaar EALM, Münks L, Keus SHJ, Zijlmans JCM, Vandenberghe W, Bloem BR, Nieuwboer A. Training dual tasks together or apart in Parkinson\’s disease: Results from the DUALITY trial. Mov Disord. 2017 Aug;32(8):1201-1210. doi: 10.1002/mds.27014.