Autor:
FABIO PEREIRA ALVES
Projeto de Pesquisa apresentado por Fabio Pereira Alves, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia, sob orientação do professor Dr. Denilson da Silva Veras.
RESUMO
Apresentação: O seguinte estudo visa reconhecer a cinesioterapia como fator fundamental para o tratamento da incontinência urinaria em mulheres com perda de urina por esforço, alivio dos sinais e sintomas e verificar a importância do tratamento na qualidade de vida das mulheres com esse tipo de problema. Objetivo: O estudo tem como objetivo explicar, analisar e comprovar a importância do uso da cinesioterapia tão quanto os exercícios de kegel como forma de tratamento para a incontinência urinaria de esforço na mulher e mostrar os exercícios mais apropriados para essa condição, buscando levar ao leitor o conhecimento mais aprofundado em um aspecto amplo abordando diversos assuntos relacionados ao tratamento da IUE. Metodologia: Foi utilizado artigos com base em ensaio clinico que abordou a técnica feita em 8 pacientes do sexo feminino com idade que varia de 30 a 65 anos, todas com queixa de incontinência urinaria de esforço, foi aplicada a técnica de exercícios para os músculos do assoalho pélvico, exercícios de adução e abdução do quadril com a bola e a faixa elástica, exercícios de elevação da pelves com auxilio da bola, e um protocolo de exercícios para o fortalecimento do musculo períneo, que se constituiu de exercícios de contração e relaxamento do musculo períneo. Resultados Esperados: Dentre as 8 mulheres que participaram do teste todas relataram redução na quantidade de urina perdida, relataram que conseguiam contrair o musculo períneo no ato da micção, fazendo assim a interrupção do jato de urina, relataram também que por conta da diminuição na perda de urina, conseguiam fazer atividades de vida diária sem medo de ocorrer a incontinência, melhorando assim a sua qualidade de vida.
Palavras-chave: incontinência urinaria; exercícios; tratamento.
ABSTRACT
Presentation: The following study aims to recognize kinesiotherapy as a fundamental factor for the treatment of urinary incontinence in women with loss of urine on exertion, relief of signs and symptoms and to verify the importance of treatment in the quality of life of women with this type of problem. Objective: The study aims to explain, analyze and prove the importance of using kinesiotherapy as well as kegel exercises as a form of treatment for stress urinary incontinence in women and to show the most appropriate exercises for this condition, seeking to lead the reader the most in-depth knowledge in a broad aspect addressing several subjects related to the treatment of SUI. Methodology: Articles were used based on a clinical trial that addressed the technique performed on 8 female patients aged 30 to 65 years, all of whom complained of stress urinary incontinence, the exercise technique was applied to the muscles of the pelvic floor, hip adduction and abduction exercises with the ball and elastic band, pelves lifting exercises with the help of the ball, and an exercise protocol for strengthening the perineum muscle, which consisted of contraction and relaxation exercises for the perineum muscle. Expected Results: Among the 8 women who participated in the test, all reported a reduction in the amount of urine lost, reported that they were able to contract the perineum muscle during urination, thus interrupting the flow of urine, also reported that because of the decrease in loss of urine, they were able to do activities of daily living without fear of incontinence, thus improving their quality of life.
Keywords: Urinary incontinence; Exercises; treatment.
INTRODUÇÃO
A incontinência urinária é definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS) como qualquer perda involuntária de urina, podendo acometer até 50% das mulheres em alguma fase de suas vidas. Os tipos de IU encontrados são: por esforço (perda involuntária de urina mediante aumentos súbitos de pressão), de urgência (relacionada com a bexiga hiperativa, vontade incontrolável de urinar e episódios de noctúria e polaquiúria) e mista (situação resultante da combinação da incontinência urinária de esforço (IUE) e urgência (IUU))”. (GLISOI e GIRELLI, 2011)
Segundo Candido et al., (2017) para entendermos a fundo como funciona o mecanismo da micção é necessário entendermos todo o processo as estruturas bem como seus nervos parassimpáticos, simpáticos sensoriais e somáticos funcionam, pois para que aja o armazenamento e consequentemente a esvaziamento da urina na bexiga todas essas estruturas devem estar funcionando de forma adequada. Portanto a falha de uma dessas estruturas pode ocasionar a perda de urina de forma inadequada, chamada incontinência urinaria.
É Notório para Oliveira, (2011), que a incontinência urinária vem se tornando um problema frequente para as mulheres, sendo importante enfatizar que a IU se torna mais frequente em mulheres que ultrapassam a idade adulta, porém não deixa de estar presente em mulheres na pré-adolescência e adolescência.
Pedro et al (2013), é de estrema importância deixar claro para as portadoras da IU que além dos problemas higiênicos, os episódios de perda de urina podem trazer sérios problemas na vida da mulher como, por exemplo: problemas de baixa alta-estima, depressão, ansiedade, vergonha, sensação de vulnerabilidade e estresse.
O processo de armazenamento e eliminação da urina envolve funções opostas entre uretra e a bexiga. Durante a fase de armazenamento, o impulso simpático alfa-adrenérgico mantém o tônus da região esfincteriana elevada, enquanto o impulso beta mantém o detrusor relaxado; simultaneamente, a inervação somática mantém os músculos do assoalho pélvico e o esfíncter externo, contraídos, enquanto o parassimpático permanece inibido. Quando o volume vesical alcança de 150 a 300 ml, o mecanismo se inverte: o simpático é inibido, enquanto o parassimpático é estimulado, provocando contração do detrusor e expulsão da urina”. (FREITAS et al.,2015).
Há vários métodos de tratamento conservadores (repouso, medicamentos, fisioterapia) para o tratamento da incontinência urinaria. São recomendados como primeira opção de tratamento por serem menos invasivos e menos perigoso, entre eles destacam-se os exercícios de Kegel que são feitos para fortalecer os músculos do assoalho pélvico e melhorar a função do esfíncter uretral. Esses exercícios vêm sendo muito estudado pela fisioterapia uroginecologica. Além disso, estudos mostram resultados significativos no que se refere ao tratamento de pacientes que apresentam o quadro de incontinência urinaria de esforço” (Souza e Silva, 2011).
Segundo Filho, (2013) a fisioterapia tem um papel fundamental na reabilitação da musculatura pélvica e no tratamento da IU. Devido à alta incidência de Incontinência urinaria, existe uma crescente demanda por serviços de saúde voltados para as disfunções do assoalho pélvico.
“Em aspecto geral, as mulheres com IU referem-se a limitações em níveis físicos (praticar esporte, carregar objetos), alterações nas atividades sociais, ocupacionais e domésticas, influenciando de forma negativa o estado emocional e a vida sexual” (Fitz et al, 2012)
Portanto neste presente estudo vamos averiguar de forma detalhada com base em pesquisas cientificas a importância do uso da cinesioterapia como forma de tratamento da incontinência urinaria de esforço na mulher.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, a seguinte pesquisa foi realizada com a ajuda de artigos, livros e revistas cientificas encontrados nas bases de dados Medline, Lilacs, Scielo e PubMed. Os artigos foram 37 ao total, onde 10 artigos foram encontrados na base Scielo, 11 artigos na Lilacs, 9 artigos na PubMed e 7 artigos na Medline, usando os seguintes descritores, “Fisioterapia urogenital”, “Fisioterapia Pélvica”, “Incontinência urinaria”. Foi realizada também uma pesquisa na biblioteca da escola de ensino superior Fametro, para achar possíveis livros que comprovassem as teses propostas no trabalho. Os livros utilizados na pesquisa foram: Cinesiologia clínica de Brunnstrom; Exercício terapêutico, Na busca da função; Exercícios terapêuticos, Fundamentos e técnicas; Técnicas de exercícios terapêuticos, estratégias de intervenção musculoesquelética; Cinesiologia e Anatomia aplicada. Como critérios de inclusão foram utilizados artigos publicados entre os anos de 2010 a 2020 que tinham como tema ou base de estudo as disfunções pélvicas em mulheres, e tratamentos não cirúrgicos em mulheres no pôs parto, como critérios de exclusão não foram relacionados artigos que tratam da incontinência urinaria em crianças com menos de 12 anos e também artigos que continham como base de estudo as intervenções cirúrgicas em mulheres com incontinência urinaria.
Com base nos estudos de RAMOS, (2011) para comprovar a tese de que a cinesioterapia e os exercícios de Kegel ajudam na educação da micção ele realizou um estudo com 8 mulheres que se ofereceram para fazer o tratamento, nas idades que variam de 30 a 65 anos. Antes de iniciar o teste ele explicou a importância da fisioterapia na saúde da mulher que busca tratar de forma ampla, menos invasiva e mais acessível pelo baixo custo a IU. Enfatiza-se a importância da cinesioterapia como forma de tratamento para diversos problemas relacionados à estrutura do assoalho pélvico bem como outros tipos de problemas relacionados a disfunções gerais do corpo.
Beuttenmüller, (2011) concorda que o tratamento só pode ser iniciado logo após a paciente passar por testes de inclusão e exclusão, para o seu tratamento a base de exercícios, os testes de inclusão foram mulheres com saúde mental integra e sua vontade de participar do teste. Para os critérios de exclusão foram mulheres que possuem outro tipo de disfunção não relacionada a IU ou mulheres que tenham passado por algum tipo de cirurgia uroginecologica.
Mesquita, (2017) antecipa-se ao dizer que antes de iniciar o tratamento com as pacientes é realizado um exame físico e uma breve anamnese para descobrir possíveis achados clínicos que podem estar associados com os problemas de incontinência urinaria, deve-se verificar seus sinais vitais e fazer o exame físico que consiste na avaliação da força dos músculos do assoalho pélvico, é então iniciado o protocolo de tratamento nessas pacientes.
Ramos, (2011) utilizou com as pacientes uma lista de exercícios cinesioterapeuticos que incluíam agachamento, elevação de quadril em decúbito dorsal o quadril, cadeira extensora e exercícios de Kegel, com o auxílio da bola e faixa elástica, feitos com contrações isométricas e isotônicas dos músculos do quadríceps e do períneo.
“Quando um musculo contrai-se e produz força sem nenhuma alteração macroscópica no ângulo da articulação, a contração é dita isométrica (do grego isos, igual;metron, medidas). As contrações isométricas são muitas vezes chamadas contrações estáticas ou de sustentação. Funcionalmente essas contrações estabilizam articulações”. (Brunnstrom, 1997 pag. 149).
No estudo de Ramos, (2011) é pedido para que a paciente fique em decúbito dorsal, com a bola na região da coluna cervical é pedido para a paciente fazer a elevação do quadril com contração isométrica do musculo períneo por 6 segundos com 2 serie de 10 repetições.
Segundo Cavazzotto, (2012), os exercícios de Kegel destinados ao tratamento da incontinência urinária devem ser feitos com contração isométrica e isotônica dependendo do musculo a ser treinado para a eficácia da técnica.
F. Costa, (2011), concorda que a utilização da bola no treino dos músculos do assoalho pélvico pode auxiliar no ganho de propriocepção ajudando assim a mulher a ganhar mais controle e força na musculatura do assoalho pélvico.
Barbara J. (2014) Deixa claro que para o treinamento dos músculos do assoalho pélvico para pacientes com IUE e outras disfunções acometidas pelo enfraquecimento dessa região é de suma importância a utilização da cinesioterapia que utiliza de diversos tipos diferentes de aparelhos como por exemplo: a bola, a faixa elástica e os bastões, associando os exercícios com esses aparelhos pode-se chegar a uma reabilitação mais completa buscando o ganho de propriocepção e consequentemente o aperfeiçoamento do aprendizado que as mulheres precisam ter com os músculos do assoalho pélvico, como por exemplo o períneo que está ligado intimamente com a perda de urina caso ele esteja enfraquecido.
Ramos, (2011) realizou um protocolo para treinamento do musculo períneo, onde foi explicada para as mulheres a forma de como treinar essa musculatura tendo em consideração que esse musculo é de suma importância para o controle da continência urinaria, pois ele se encontra na região da vulva que está ligada de forma indireta aos músculos esfíncteres internos e externos participando assim do ato da retenção da urina.
Moreno (2014) concorda que o treinamento correto dos músculos do assoalho pélvico, principalmente o treinamento de contração e força do musculo períneo é de suma importância para o tratamento da incontinência urinaria, pois seu fortalecimento ajuda no controle dos músculos esfincterianos e no aumento do recrutamento das fibras musculares do tipo um e tipo dois, estimula a função inconsciente da contração ampla do diafragma pélvico aumentando assim a resistência das estruturas abdominais e pélvicas, evitando possíveis prolapsos (descida) dos órgão pélvicos.
“Os exercícios de Kegel, genericamente conhecidos como “exercícios de fortalecimento do períneo” (EFP), são tidos como a principal modalidade de tratamento conservador da IUE. A teoria por trás da utilização dos exercícios de Kegel no tratamento da IUE baseia-se no fato de que uma contração potente (forte e rápida) da musculatura perineal é suficiente para comprimir a uretra, provocando o aumento da pressão intrauretral no momento do aumento brusco da pressão intra-abdominal”. (Pascoal, 2015).
Furst, (2014), portanto para o treinamento do musculo do períneo as mulheres envolvidas no teste foram aconselhadas a tirar um tempo do seu dia para poder fazer contrações isométricas no períneo em domicilio, foi ensinada para as participantes a forma correta de como exercitar esse musculo bem como a importância desses exercícios para o tratamento da IUE. Furst realizou o teste com os exercícios da seguinte forma:
Pedir para paciente realizar 10 repetições de contrações do períneo com 6 segundos de contração e 6 segundos de relaxamento na posição em pé, com um total de 2 series de 10 repetições com 30 segundos de descanso para cada serie. Podendo associar o exercício colocando uma bola entre as pernas e fazendo a contração normalmente.
Pedir para paciente realizar 10 repetições de contração do períneo com 6 segundos de contração e 6 segundos de relaxamento na posição de decúbito dorsal com a pernas flexionadas com um total de 2 series de 10 repetições com 30 segundos de descanso para cada serie. Pode-se utilizar a bola entre as pernas para associar os exercícios, contraindo com as pernas a bola e fazendo contração do períneo ao mesmo tempo.
Nos estudos de Einsten (2014) é explicado para as pacientes que esses exercícios podem ser feitos em qualquer horário do dia, podendo ser feito sentado apenas contraindo o períneo, sendo uma forma mais simples e menos notável, dando a oportunidade de a mulher fazer esses exercícios em qualquer momento do seu dia sem precisar se expor para a realização.
Pereira (2014), já enfatizava que o treinamento da musculatura do assoalho pélvico, mais precisamente do períneo resulta no aprendizado da contração e no aumento da força dessa musculatura, utilizando de técnicas de contração e relaxamento obtém o aprendizado da consciência sobre o musculo, tornando possível no ato da incontinência, contrair o musculo evitando assim a decida da urina.
Para Bernardes et al, (2011) o tratamento completo deve durar 20 dias, com tempo de cada sessão cerca de 30 a 40 min, realizando 3 sessões por semana, pedindo para que as mulheres envolvidas no tratamento fizessem em casa alguns exercícios no seu dia a dia, esses exercícios foram os exercícios do protocolo de treinamento para o musculo períneo que possuía exercícios de contração e relaxamento desse musculo, também foi ensinado a mulher como ela contrai o musculo no ato da micção, como forma de treinamento essas mulheres teriam que contrair o musculo durante uma micção fazendo assim sua interrupção e depois o seu esvaziamento. Durante os 20 dias as mulheres passaram por esse tratamento.
Ramos, (2011) em seu estudo científico diz que após os 20 dias de tratamento com a utilização da cinesioterapia e dos exercícios de Kegel as pacientes relataram melhora significativa em relação à perda de urina e ao controle da musculatura do assoalho pélvico, bem como a qualidade de vida pois passavam menos por situações constrangedoras
Beuttenmuller, (2011) confirma com base em suas pesquisas e estudos que a cinesioterapia e os exercícios de Kegel são eficazes na melhora da contração dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinaria de esforço, ele realizou um estudo com 8 mulheres onde cerca de 75% das mulheres relataram redução da perda de urina diária e relataram diminuição do quadro de ansiedade causada pelo problema e melhora na qualidade de vida. Essas mulheres relataram que conseguiam contrair o musculo quando feito algum esforço físico podendo assim evitar que acontecesse a perda da urina.
A autora KYSNER, (1998) foi responsável pela realização de um estudo sobre a aplicação da cinesioterapia para o tratamento da incontinência urinaria de esforço em mulheres no climatério e no seu estudo foi identificado que diferentes técnicas que envolvam o fortalecimento e treinamento proprioceptivo dos músculos da região genital são capazes de reduzir significamente os sinais e sintomas da IU, também houve melhora relatada pelas pacientes na redução da perda de urina diária e consequentemente melhora na qualidade de vida.
A importância da cinesioterapia como tratamento da incontinência urinaria, foi observada também nos estudos de HOOGENBONN et al, (2014) onde foi observado com clareza de detalhes que o programa de exercícios cinesiologicos juntamente com o protocolo de exercícios de Kegel tem participação direta na correção de problemas relacionados a pacientes com disfunção do assoalho pélvico sendo fundamentais para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico.
RESULTADOS
Autor/ ano | Metodologia | Resultado |
Oliveira, (2017) | Participaram do estudo 30 mulheres, com idade ≥ 60 anos, que apresentavam queixa de perda urinária, um centro de convivência para idosos da cidade de Maringá – O protocolo de intervenção foi aplicado no decorrer de 10 sessões, duas vezes por semana, com duração de 45 minutos. A cinesioterapia uroginecológica caracterizou-se por exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. A atividade física ocorreu por meio de exercícios associados com a contração do períneo. | Redução de 53% de quantidade de perda de urina involuntária, Saída de quadro grave de IUE para quadro moderado Aumento da qualidade de vida das pacientes |
Beuttenmüller L, et al. (2011) | 71 mulheres dividida em dois grupos: eletroterapia com exercícios e exercícios cinesiologicos exclusivamente. Foram realizadas eletroterapia e exercícios perineais (12 sessões com duração de 20 minutos) | Os resultados apontam melhora da contração dos MAP para o grupo tratado com EE em relação ao grupo tratado com EC os exercícios também foram eficazes na melhora da contração dos MAP em mulheres com IUE, sem diferença entre o grupo de eletroterapia mais exercícios em relação ao grupo de exercícios. |
Ramos, et al. (2011) | 08 mulheres com IUE média de idade 52,5 Anos, foram realizadas 10 sessões de fisioterapia cinesiologica para os músculos perineais com carga progressiva com 40 minutos cada sessão, 3 vezes por semana com duração de 21 dias | A maioria das pacientes passou de perda de urina em jato para em gotejamento. Relatado também melhora da qualidade de vida |
Knorst, (2012) | Participaram do estudo 48 mulheres com idades entre 35 e 78 anos, as quais foram submetidas a anamnese e avaliação da força de contração do assoalho pélvico. A intervenção fisioterapêutica consistiu em eletroestimulação transvaginal e cinesioterapia | O tratamento fisioterapêutico realizado foi eficaz para tratar e/ou curar os sintomas de IU associada ou não ao prolapso pélvico, independentemente do tipo clínico da incontinência. |
Kobashi, (2011) | 21 nulíparas, com idade média de 21,7 anos, divididas por conveniência em dois grupos: com orientação de contração perineal simultânea à contração abdominal e B (n = 11) – sem orientação de contração perineal. As participantes foram submetidas à avaliação ginecológica e abdominal pré e pós-intervenção por meio de: avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA), cones vaginais, perineometria, teste de flexão anterior de tronco, descida de membros inferiores, força de oblíquos e endurance abdominal. O protocolo de fortalecimento abdominal continha três exercícios distintos, associados ou não à contração perineal, com três séries de dez repetições e repouso de 60 segundos, três vezes por semana, em um período de seis semanas. | Ganho de força e função das musculaturas do assoalho pélvico e redução de do quadro de IUE Relatado Melhora da qualidade de vida pelas pacientes. |
Oliveira et, (2011) | idosas (60 anos ou mais de idade) com queixa de IU que consigam locomover-se ao serviço para participar do programa, triadas da lista de espera do Setor de Fisioterapia do referido instituto. Foram realizados exercícios específicos para a musculatura do assoalho pélvico, realizados nas posições sentada, deitada, de pé e andando, com duração de 30 minutos cada sessão. Inicialmente solicitou-se que sustentassem a contração do assoalho pélvico por cinco segundos, com um tempo de relaxamento de cinco segundos, de acordo com a tolerância da paciente | Redução de 60% de perda de urina, e melhora nas atividades de vida diária. Ganho de força nos músculos do MAP e melhora na qualidade de vida |
Pedro et al, (2014) | eletroestimulação vaginal e treinamento muscular do assoalho pélvico. Foram avaliados anamnese, exame físico, diário miccional, força perineal e urodinâmica. Compararam-se a adesão ao tratamento, a melhora da força muscular perineal e dos sintomas urinários, e o grau de satisfação imediatamente, 12 e 96 meses após o tratamento. | Obteve-se melhora significativa na perda de urina das participantes em ambos modos de tratamento porem as mesmas acharam a eletroestimulação foi mais eficaz nesse estudo que o uso da cinesioterapia e exercícios. |
Sinesio et al, 2018 | O Estudo constitui-se de 24 mulheres, na faixa etária de 35 e 55 anos, delimitadas propositalmente, tendo em vista as intenções com relação ao atual quadro da paciente, apresentando quadro de IU ou não; terem filhos ou não; que estejam com sobrepeso ou que sejam obesas ou não; que possuem ou que já tiveram problemas posturais e que praticam atividades físicas ou não, para o tratamento foi utilizado exercícios de contração isométricas dos músculos do períneo e MAP, associados contração sustentada | As pacientes relataram diminuição da quantidade de urina perdido e relataram ganho de propriocepção e maior controle dos músculos do MPA, assim como a melhora em sua qualidade de vida. |
DISCUSSÃO
Diante dos resultados obtidos é notório que os exercícios cineciologicos associados a exercícios de Kegel são de fundamental importância no tratamento da incontinência urinaria, conforme podemos observar nos estudos de Oliveira, 2017 por meio da aplicação dos exercícios as pacientes do sexo feminino tiveram excelente ganho de força dos músculos do períneo, dessa mesma maneira não foi achado indícios de efeito negativos da aplicação dos exercícios para este grupo de mulheres no que se refere ao tratamento da incontinência urinaria, mais notou-se com base nos estudos uma grande satisfação das pacientes que relatam a forma de tratamento não invasivo como um tratamento satisfatório pois não a relação do tratamento com cirurgias nem ingestão de remédios. No mesmo ponto de vista o tratamento de Beuttenmuller foi satisfatório no que se diz a respeito sobre facilidade de acesso, durabilidade de tratamento e efeitos positivos, onde por meio de simples exercícios pode-se notar uma grande efetividade, por se tratar de tratamento não invasivo essa modalidade é a mais procurada por grande parte das mulheres que hoje sofrem com o problema, é possível destacar que essa gama de exercícios ajuda não somente a mulher acometida pela IU, mas também pode-se abrir um leque de observações, melhora na qualidade de vida e melhora nos relacionamento interpessoais. Não podemos dizer que o tratamento à base de exercícios é o melhor tratamento, mas com base em todos os estudos essa modalidade de tratamento conservadora é a mais procurada e a mais utilizada até hoje. Tratamentos invasivos são modalidade de tratamento no qual a maioria das pessoas procuram quando não encontram uma forma mais simples de resolver seu problema, o medo, a ansiedade dentre outros fatores como sociais, econômicos e psicológicos tendem a distinguir o tipo de tratamento que uma pessoa procura. Para Ramos, 2011 questões como essa levam aos pacientes procurarem cada vez mais o tratamento conservador a base de exercícios, essa modalidade vem crescendo de forma exorbitante pois além de benefícios, dificilmente esse tipo de tratamento traz consigo alguma insatisfação por parte das pacientes, pois o tratamento é simples, rápido e eficaz.
Pode-se observar apenas nos estudos publicados de Pedro et al, 2014, que o tratamento se torna menos efetivo quando comparado ao tratamento de eletroestimulação vaginal, porem segundo o próprio autor, a eletroestimulação associada a terapia com exercícios se torna ainda mais eficaz do que apenas o tratamento à base de exercícios, porem este modelo de tratamento é pouco procurado pelas mulheres que ainda possuem certo receio quando se diz a respeito de tratamento invasivo ginecológico.
CONCLUSÃO
Portando pode-se observar dentre vários autores e vários artigos citados com relevância no mundo cientifico e baseado nas principais evidencia cientificas de renomadas instituições de ensino cientifico que a cinesioterapia de fato é um tratamento eficaz para a incontinência urinaria, programas adotados por diferentes pesquisadores comprovam que por meio de exercícios cinesiologicos principalmente os exercícios desenvolvidos por Arnold Kegel na década de 40 são de suma importância para a educação dos músculos do assoalho pélvico bem como seu fortalecimento que contribui para a sustentação de órgãos pélvicos ligados diretamente ao aparecimento da incontinência urinaria.
REFERÊNCIAS
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