SUPPORTING THREADS AS AN ALTERNATIVE FOR FACIAL REJUVENATION IN ENGLISH – LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/ma10202504241614
Katharine Laurindo de Cerqueira Melo Couto1
Andréia Gomes Moreira2
Janaína Gallindo de Oliveira3
Monik Hellen Silva dos Santos4
Profª Orientadora: Andreia Gomes Moreira
Resumo: O processo de envelhecimento é uma transformação natural que engloba mudanças tanto no aspecto físico quanto na esfera mental, resultantes de alterações fisiológicas e estruturais. No entanto, quando influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos, ele manifesta notáveis características, especialmente na região facial. A redução de colágeno, fibras elásticas e gordura facial desencadeia a flacidez dos tecidos devido à perda de sustentação. As abordagens utilizadas na Harmonização Facial, incluindo o uso de fios de sustentação, como o PDO, têm como objetivo central promover o rejuvenescimento da face. Este estudo é uma revisão de literatura que busca destacar os benefícios proporcionados pela aplicação dos fios no contexto do rejuvenescimento facial. Uma revisão bibliográfica foi conduzida com base em dados das plataformas Pubmed, Scielo e LILACS. Como estratégia de busca, foram utilizados os seguintes descritores Decs (Descritores de Ciência e Saúde): “harmonização orofacial”, “fios de polidioxanona” e “estética facial”. Os resultados da pesquisa reforçam a relevância e eficácia dos fios de PDO ao estimular a produção de colágeno, contribuindo para a obtenção de uma aparência facial rejuvenescida nos pacientes.
Descritores: Harmonização orofacial, Fios de polidioxanona e Estética facial.
Abstract: The aging process is a natural transformation that encompasses changes in both the physical and mental spheres, resulting from physiological and structural changes. However, when influenced by intrinsic and extrinsic factors, it manifests remarkable characteristics, especially in the facial region. The reduction of collagen, elastic fibers and facial fat triggers tissue sagging due to loss of support. The approaches used in Facial Harmonization, including the use of support wires, such as PDO, have as their central objective to promote facial rejuvenation. This study is a literature review that seeks to highlight the benefits provided by the application of threads in the context of facial rejuvenation. A literature review was conducted based on data from the Pubmed, Scielo and LILACS platforms. As a search strategy, the following descriptors Decs (Descriptors of Science and Health) were used: “orofacial harmonization”, “polydioxanone threads” and “facial aesthetics”.The results of the research reinforce the relevance and effectiveness of PDO threads in stimulating collagen production, contributing to the achievement of a rejuvenated facial appearance in patients.
Keywords: Orofacial harmonization, Polydioxanone threads and Facial aesthet.
1 INTROUÇÃO
A busca pela beleza facial na sociedade atual faz com que a procura pela Harmonização Orofacial (HOF) cresça a cada dia. Com a Resolução 198/2019 do Conselho Federal de Odontologia, o Cirurgião-Dentista (CD) pode se especializar em HOF, estando apto para realizar procedimentos estéticos faciais, como aplicação de toxina botulínica, preenchedores faciais, agregados leucoplaquetários autólogos, intradermoterapia e biomateriais indutores de colágeno. Além disso, cita-se também como abrangência da área a realização de procedimentos biofotônicos e/ou laserterapia, além das técnicas de bichectomia e lifting labial (GARBIN et al., 2019).
Com o envelhecimento, a estrutura de sustentação do nosso rosto enfraquece e a gordura facial diminui. As áreas afetadas pelo envelhecimento são geralmente a fronte, bochechas, olhos, queixo, sobrancelhas e pescoço. Isso ocorre, pois, as fibras elásticas da pele passam por uma espécie de ruptura, o que faz com que elas percam a sua elasticidade, causando a perda do suporte adiposo e muscular com consequente aparecimento de rugas (BORTOLOZO & BIGARELA, 2018).
Para amenizar os aspectos estéticos do envelhecimento, algumas técnicas cirúrgicas e não cirúrgicas vêm sendo utilizadas. Entre elas, o uso de fios de Polidioxanona (PDO) pode ser bem aplicado, sendo um procedimento que evita grandes incisões, sendo considerado um procedimento semi-invasivo e proporciona um efeito lift com resultados duradouros e satisfatórios (LUVIZUTO, 2019). O fio de PDO é um polímero que é gradualmente hidrolisado e mantém sua força tênsil por tempo prolongado, permanecendo no tecido o tempo necessário para induzir a cicatrização e neocolagênese (SUÁREZ-VEGA et al., 2019a).
Uma vez inserido o fio facial de PDO, o corpo o reconhece e o estabiliza através de mecanismos que incluem a infiltração dos linfócitos, deposição de colágeno e reação fibrótica ao redor do biomaterial. Essa reação é mediada por miofibroblastos. Dessa forma, o efeito lifting nos tecidos se deve as fibroses provocadas durante a retenção dos fios e a via tecidual após a remoção da sutura. Após duas semanas, a produção do colágeno se acelera, aumentando ainda mais os benefícios produzidos pela técnica (SUÁREZ-VEGA et al., 2019b).
Diante disso, o objetivo do presente estudo será realizar uma revisão de literatura, visando abordar as evidências sobre os fios de PDO como alternativa para amenizar os aspectos faciais relacionados ao envelhecimento.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Evidenciar através de uma revisão de literatura, as evidências mais atuais sobre o uso de fios de polidioxanona como alternativa para o rejuvenescimento estético facial.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Abordar características físico-químicas dos fios de polidioxanona
- Explanar as indicações e contraindicações dos fios de polidioxanona
- Descrever a técnica utilizada para a colocação dos fios de polidioxanona
3 METODOLOGIA
Essa revisão de literatura foi elaborada utilizando as bases de dados: Pubmed, Scielo e LILACS. Como estratégia de busca, foram utilizados os seguintes descritores Decs (Descritores de Ciência e Saúde): “harmonização orofacial”, “fios de polidioxanona” e “estética facial”.
Entre os critérios de inclusão, foram selecionados estudos publicados em língua portuguesa e inglesa, que tratavam sobre o assunto em questão nos últimos cincos anos. Como critérios de exclusão, foram descartados artigos que não apresentaram informações relevantes sobre o tema proposto e trabalhos que continham informações desatualizadas sobre o uso de fios de polidioxanona na harmonização orofacial.
4 REVISÃO DE LITERATURA
O envelhecimento é um processo natural que surge geralmente na terceira década de vida, entre os 20 e 30 anos, e é influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos estão relacionados à genética e hereditariedade, enquanto os fatores extrínsecos estão ligados ao ambiente, como a exposição solar intensa. No envelhecimento facial, ocorre a perda de sustentação e elasticidade da pele, reabsorção óssea, remodelação e diminuição do tônus muscular (BORTOLOZO, 2017; TAVARES et al., 2017).
Os fios de sustentação podem ser classificados em reabsorvíveis e não reabsorvíveis e podem ser utilizados para o reestabelecimento da estética facial perdida pelo envelhecimento (LUVIZUTO, 2019). Os primeiros fios de sustentação não absorvíveis comercializados foram os fios de sutura espiculados, feitos de polipropileno e com espículas bidirecionais, porém, apresentaram algumas desvantagens. Esses fios mostraram uma alta taxa de complicações, como inflamação local, edema e falha em alcançar o efeito lifting desejado pelo paciente (TONG; RIEDER, 2019). Além disso, a remoção dos fios não absorvíveis pode ser difícil, deixando fragmentos residuais que podem continuar causando sintomas (TONG; RIEDER, 2019). Essa questão preocupa alguns pacientes, devido à presença dos fios não absorvíveis nos tecidos moles do rosto. Por esse motivo, foram desenvolvidos os fios farpados absorvíveis, que têm um efeito temporário. Dentre esses fios, destaca-se o polidioxanona (PDO), que é atualmente muito utilizado (UNAL et al., 2019).
Bortolozo e Bigarella (2016) relataram que o cirurgião plástico coreano Dr. Kwon, em 2006, observou que o uso de fios de PDO para suturar a pele resultava em cicatrizes discretas, além de proporcionar firmeza e rejuvenescimento na área circundante à sutura. A partir dessa observação, foi desenvolvida uma técnica que combinava finas agulhas de acupuntura com fios de PDO. A inserção desses fios na pele estimulava a produção de colágeno do tipo I e III através da ativação dos fibroblastos presentes ao redor dos fios, ocorrendo em diferentes direções.
A polidioxanona é um monofilamento sintético absorvível derivado do poliéster, sendo produzido na forma monofilamentar, tendo uma resistência intermediária similar ao náilon, com força relativamente elevada, maleável e tenaz. É um polímero não alergênico e não piogênico (BORTOLOZO, 2017). Os fios de PDO são amplamente utilizados na técnica de lifting facial para proporcionar sustentação na área tratada. Essa sustentação é alcançada por meio da aplicação de tensão e reorganização dos tecidos da pele. Essa abordagem é especialmente útil quando os preenchedores são insuficientes (SILVA; SILVA, 2018). Além do efeito de sustentação, a inserção dos fios promove uma resposta inflamatória que estimula os fibroblastos a produzirem colágeno. Por esse motivo, os fios de PDO são muito utilizados no rejuvenescimento facial, independentemente do método de aplicação (TAVARES et al., 2017).
Com relação a técnica de aplicação, o procedimento de colocação de fios de sustentação é realizado no consultório odontológico sob anestesia local, com duração média de 30 a 45 minutos. O cirurgião-dentista reposiciona a pele suspendendo a musculatura, utilizando microcânulas para inserir os fios nos pontos que necessitam de maior definição. Além do rejuvenescimento facial, esse procedimento também pode corrigir assimetria no sorriso e rugas causadas pelo bruxismo (PAPAZIAN et al., 2018).
Os fios são inseridos na gordura subcutânea através de cânulas e são fixados pelas farpas bidirecionais. Ao serem puxados na direção oposta, as farpas se ancoram no tecido adiposo, aumentando a resistência à tração na derme e no tecido adjacente (BERTOSSI et al., 2019). Os fios são inseridos junto com a agulha ou cânula, formando um formato de V, sendo que metade do fio fica dentro do calibre da agulha e a outra metade fica do lado de fora. Após a inserção da agulha ou cânula, a remoção destes resulta no fio permanecendo intacto no tecido (TONG; REIDER, 2019). Os fios devem ser injetados com cuidado na junção entre a derme e a camada subcutânea ou nos tecidos pré-periósteos, evitando gradientes de alta pressão. O comprimento adequado do fio de sustentação é selecionado com base no comprimento da pele e na área de inserção (KWON et al., 2019).
Segundo Bertossi et al., (2019) a duração dos resultados do procedimento de fios de sustentação depende da flacidez, do tipo de fio utilizado e da combinação com outros tratamentos. O fio de PDO possui uma força que é mantida por um período de até 1 ano e é mais longo em comparação a outros fios absorvíveis no mercado. Ele permanece no tecido tempo suficiente para estimular a cicatrização e a formação de novo colágeno. A absorção completa do fio geralmente ocorre após oito meses da inserção, com uma reação de corpo estranho mínima. O procedimento pode causar um edema temporário, que tem um efeito de bioestimulação.
Segundo Kwon et al., (2019), antes de qualquer procedimento de preenchimento facial, é fundamental procurar um cirurgião-dentista especializado em harmonização orofacial. O uso de fios de PDO tem se tornado cada vez mais comum para melhorar a textura do pescoço e tratar rugas faciais, porém, pacientes frequentemente relatam problemas como migração ou extrusão total do fio e ondulações na pele. A inserção inadequada do fio pode resultar em complicações, como lesões em estruturas profundas da face. Além disso, existem contraindicações para o tratamento, incluindo doenças autoimunes, hepatite B e C, infecção por HIV, gravidez e amamentação, uso de anticoagulantes e histórico de queloides.
Kwon et al., (2019) também afirmam que os efeitos secundários mais comuns da técnica são hematoma, pequenas retrações, infecção e exteriorização dos fios, sendo que as complicações mais graves incluem paralisia facial e hematomas extensos. É importante ressaltar que o uso de fios de sustentação não é recomendado em áreas como pálpebras e lábios devido à falta de gordura subcutânea nessas regiões.
Júnior, Baggio e Ziroldo (2020) realizaram um relato de caso clínico onde foi realizado o procedimento “Full Face PDO” em uma paciente de 60 anos, utilizando a técnica de inserção de fios de PDO subcutaneamente em várias direções para criar uma rede vetorial. Durante o procedimento, os fios foram inseridos na região subcutânea em diferentes direções, formando uma rede vetorial. Os pontos de entrada e saída foram escolhidos com diâmetro igual ou levemente maior que o da cânula, que foi inserida em um ângulo de 150 graus para evitar pinçamento superficial da pele. Foram utilizados diversos pontos e vetores em áreas específicas, como após o trágus, sulco nasogeniano, linha de marionete e linha média do frontal. Medidas foram tomadas para reduzir edema e hematomas, incluindo o uso de compressas geladas. A paciente recebeu prescrição com antibiótico, ciprofloxacina (500mg) a cada 6 horas por 7 dias, e analgésicos, lisador, para controlar a dor, além de orientações para evitar movimentos bruscos dos músculos periorais, exposição ao calor local e dormir de costas nas primeiras 3 semanas após o procedimento. Após a finalização do caso, a paciente relatou estar satisfeita com o resultado estético promovido pela técnica.
Nochiyma e Mauad (2021) realizaram um relato de caso clínico no qual utilizaram fios de PDO para rejuvenescimento facial em uma paciente feminina de 63 anos. Cinco fios espiculados foram inseridos em 5 vetores diferentes para levantar o terço inferior do rosto, enquanto fios screw foram utilizados na região da glabela e sulco nasolabial para promover bioestimulação. O procedimento foi realizado com assepsia e antissepsia, seguido pela marcação dos pontos de inserção dos fios e anestesia local. Os fios foram inseridos subcutaneamente e fixados no sistema muscular aponeurótico superficial. Os resultados obtidos foram promissores, porém os autores indicaram a necessidade de estudos adicionais com mais pacientes e acompanhamento a longo prazo.
Mergulhão e Canavassi (2022) relataram um caso clínico de uma paciente do sexo feminino, leucoderma, com 58 anos de idade, que apresentava queixa de ptose na região média do rosto, o que resultava em um efeito de “derretimento” facial. Para tratar essa condição, foi decidido utilizar 5 fios de polidioxanona em cada lado do rosto, totalizando 10 fios, como parte do protocolo de tratamento para o terço médio da face. Além disso, a técnica de preenchimento com MD codes foi aplicada nos pontos da região de triângulo formada entre a base alar do nariz e o sulco nasolabial, pois estavam mais marcados anteriormente, sendo muito suavizado com a aplicação de pontos embólus do preenchimento, utilizando ácido hialurônico de alta reticulação, a fim de auxiliar no reposicionamento dos tecidos. Os resultados obtidos confirmaram que a combinação dos fios de polidioxanona com a aplicação de ácido hialurônico de alta reticulação nos pontos estratégicos de sustentação tecidual é uma excelente alternativa para o reposicionamento dos tecidos e melhoria da aparência estética. Segundo os autores, os fios de PDO mostraram-se eficazes, biocompatíveis e bioestimuladores, promovendo sustentação e firmeza da pele, além de possuírem propriedades regeneradoras dos tecidos.
Silveira (2023) realizou um relato de caso clínico de um paciente tratado com fios de PDO para o reestabelecimento estético das olheiras e região mandibular. O paciente em questão tratava-se de um homem, que buscou a clínica odontológica com a queixa de falta de contorno mandibular e olheiras profundas. Nesse sentido, a autora optou por utilizar dois fios de PDO pela técnica Invisible Touch. Segundo a autora, essa técnica consiste em utilizar um maior calibre e maior quantidade de fios. A autora alcançou resultados satisfatórios com a técnica.
Oliveira, Sousa e Moreira (2023) realizaram um relato de caso clínico, no qual utilizaram fios espiculados de PDO para utilização de lifting facial não cirúrgico em uma paciente com falta de sustentação facial, com gordura ptosada e perda da elasticidade facial. Os autores utilizaram oito fios de PDO para reestabelecimento estético e obtiveram resultado satisfatório e estético com um baixo índice de complicações e curto período de recuperação.
5 DISCUSSÃO
O uso de fios de sustentação trouxe uma alternativa para retardar os efeitos do envelhecimento facial. Como, os resultados apresentados nesta revisão de literatura o fio de PDO mostrou-se com ótimos resultados, sendo um tratamento de escolha para fins estéticos. Todavia, essa técnica demanda conhecimento científico e que o CD seja especializado para sua realização.
Os fios de sustentação constituem um dos recursos empregados para combater a flacidez cutânea. Esses fios, sejam eles de formato liso ou com pequenas protuberâncias, têm a função de prevenir ou contrabalançar a flacidez e a falta de firmeza nos tecidos faciais. A execução desse procedimento ocorre por meio de sutis perfurações, utilizando agulhas, cânulas, no tecido (caracterizando uma abordagem minimamente invasiva) e produz efeitos imediatos e de longa duração (LUVIZUTO, 2019).
A escolha por um fio requer uma complexa decisão e está diretamente relacionado com a força que possui, tempo de cicatrização, reações do corpo e habilidades do CD (KWON et al., 2019). Os casos necessitam de uma abordagem cuidadosa, como foi apresentado nos relatos dos pacientes, em que cada paciente e necessidade recebeu uma abordagem com os fios PDO de forma cuidadosa e com boa recuperação bem-sucedida.
Anteriormente, eram utilizados fios não reabsorvíveis, porém apresentavam dificuldades em alcançar o efeito lifting e efeitos colaterais (TONG; RIEDER, 2019). Ao longo dos anos, ocorreram evoluções significativas dos fios usados para rejuvenescimento facial, como fios de policaproamida, fios de ácidos de L poliláctico e fios de PDO (DE MASI et al., 2016).
O fio de PDO nos resultados apresentados nesta revisão de literatura demonstrou um bom prognóstico (NOCHIYMA E MAUAD, 2021; JÚNIOR, BAGGIO E ZIROLDO, 2020; SILVEIRA, 2023, OLIVEIRA, SOUSA E MOREIRA 2023; MERGULHÃO E CANAVASSI
2022), por ser um polímero incolor e absorvível, um produto monofilamentar sintético, não alergênico, ter uma resistência intermediária, maleável e tenaz em sua natureza e, também, por induzir a neoformação de colágeno na pele, apresentando excelentes resultados estéticos.
Em todos os achados, foram descritos e discutidos os pontos anatômicos. Ou seja, é necessário o conhecimento prévio da anatomia e fisiologia, como os ligamentos. Já que esses ligamentos sofrem o processo do envelhecimento e são os pontos importantes no tratamento de rejuvenescimento facial e para obter resultados promissores (CASABONA et al., 2020). A técnica com a utilização de fios deve sempre ser realizada com cautela, uma vez que não é possível removê-los devido à sua composição.
O emprego dos fios de PDO caracteriza-se como um procedimento não cirúrgico, apresentando uma incidência reduzida de complicações e uma duração relativamente curta até no máximo 1 ano (BERTOSSI et al.,2019). A aplicação destes fios traz efeitos positivos que são bem recebidos pelos pacientes, e quando utilizados em conjunto com outras técnicas, resultam em boa aceitação pelo paciente. Ao uso desses fios, estudos têm indicado que eles mantêm sua presença no organismo por aproximadamente em no máximo 1 ano estarão totalmente ausentes. Dessa maneira, é fundamental para alcançar um resultado favorável, a realização de uma minuciosa anamnese, bem como um conhecimento especializado por parte do profissional incumbido de conduzir o procedimento.
6 CONCLUSÃO
Ao término da pesquisa ficou evidente, que os fios de PDO vem mostrando uma importante opção, que além de ser muito eficaz é também minimamente invasiva para o rejuvenescimento facial na harmonização orofacial. Cabe ressaltar, que ao longo dos anos, diferentes tipos de fios e técnicas de inserção foram desenvolvidos visando tratar a flacidez com menor tempo de recuperação e menores complicações em comparação aos procedimentos cirúrgicos tradicionais.
Assim, com a inserção dos fios de PDO na região facial do paciente podemos concluir que ocorreu um efeito notável de elevação dos tecidos faciais. O resultado de rejuvenescimento facial foi garantido de maneira ágil e acompanhado por uma restauração da vitalidade da pele, o ressurgimento do brilho natural e a redução evidente da flacidez dos tecidos, bem como das linhas finas.
É crucial ressaltar que essa abordagem exige um conhecimento científico da anatomia das estruturas faciais, juntamente com o conhecimento das várias opções de fios disponíveis no mercado. Além disso, é fundamental ter uma compreensão completa das restrições e contraindicações para a utilização dessa técnica. Considerando todos esses aspectos, a técnica demonstrou ser altamente viável.
Mas é de suma importância esclarecer, que apesar do tratamento com fios de PDO apresentar inúmeras vantagens, como rapidez e ausência de internação, baixo custo, é importante ressaltar que a sustentação proporcionada por esses fios não é duradoura, sendo reabsorvida pela pele em alguns meses. Portanto, é recomendado considerar a associação de outros tratamentos estéticos antes da aplicação dos fios de PDO, a fim de melhorar a qualidade da pele e obter resultados mais satisfatórios no final do tratamento.
Por fim, os fios de PDO proporcionam um efeito lifting imediato, estimulam a produção de fibras colágenas e previnem o surgimento de rugas, resultando em um processo de envelhecimento reduzido. Além disso, esses fios são absorvidos pelo organismo ao longo do tempo, não causando danos ao paciente.
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1Aluna: Katherine Laurindo de Cerqueira Melo Couto, Instituto de Odontologia das Américas, Cirurgiã-dentista, Mestra em Engenharia de Materiais, Especialista em Prótese e Implante, katherinemcouto@hotmail.com
2Orientadora: Profa. Dra. Andreia Gomes Moreira, Instituto de Odontologia das Américas, Cirurgiã-dentista, Mestra em Saúde Coletiva, Doutora em Ortodontia, Pós-doutora em Odontopediatria, especialista Odontopediatria, Ortodontista, Odontologia do trabalho, Odontologia Legal, Harmonização Orofacial
3Orientadora: Cirurgiã-dentista, IOA Belém, docente curso de Harmonização Orofacial do IOA Campina Grande, e-mail: janainagallindooliveira@hotmail.com
4Aluna: Cirurgiã-dentista, IOA Belém, discente do curso de Harmonização Orofacial do IOA Belém, e-mail:
monikhellen833@gmail.com