FECHAMENTO DE DIASTEMA COM RESINA COMPOSTA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202505060635


Luiza Ferreira Cordeiro
Mateus Dos Santos Pereira
Caren Cristine Da Silva Batista
Geruza Corrêa Do Amaral Ribeiro


Resumo

A preocupação estética dos dentes anteriores vem sendo alvo de busca nos últimos anos. Para alguns a presença de diastema pode causar desconforto e insegurança na interação sociais do cotidiano afetando na qualidade de vida do paciente, entretanto pode ser solucionado através do tratamento ortodôntico, a qual se mostra uma alternativa eficaz, mas se mostra mais demorada devido a algumas intercorrências que podem ocorrer durante o tratamento e também a colaboração do paciente para com o mesmo influenciando no prazo do fechamento de diastema, outra indicação para fechamento é a utilização de resina composta. Com a evolução dos materiais restauradores adesivos diretos e das técnicas minimamente invasivas, é possível realizar o fechamento de diastemas de maneira efetiva e estética em uma única sessão. O presente caso clínico que aborda o fechamento de diastema entre os dentes anteriores 12, 13, 22 e 23 de uma paciente do sexo feminino. Então, o planejamento foi auxiliado por modelos de estudo associado ao enceramento diagnóstico. A técnica restauradora de eleição para este caso foi a de resina composta direta com o auxílio de uma guia de silicona para a confecção das facetas. Após a finalização do caso, o acabamento e polimento dá um aspecto de naturalidade à resina, gerando uma anatomização adequada e dando brilho natural aos elementos dentários. Contudo, o tratamento seguido por restaurações diretas de resina composta mostrou-se a forma mais eficaz na solução estética do sorriso atingindo a expectativa da paciente dentro dos princípios de máxima preservação estrutural dos tecidos dentais.

Palavras chave: Diastema.Resina Composta.Frenectomia Oral.Gengivoplastia.Dentística

Abstract

The aesthetic concern of the previous teeth has been the target of searching in recent years. For some the presence of diastema can cause discomfort and insecurity in everyday social interaction affecting the patient’s quality of life, however it can be solved through orthodontic treatment, which proves to be an effective alternative, But it proves longer due to some complications that may occur during treatment and also the patient’s collaboration to with the same influencing within the time of diastema closure, another indication for closing is the use of composite resin.With the evolution of restorative materials direct adhesives and minimally invasive techniques, it is possible to close diastemes effectively and aesthetic in a single session. The present case that addresses the closure of diastema between the anterior teeth 12, 13 22 and 23 of a female patient. Then, planning was assisted by study models associated with diagnostic waxing. The restorative election technique for this case was that of direct resin resin with the aid of a silicon guide to make the facets. After completion of the case, the finish and polishing gives a natural aspect to the resin, generating a appropriate anatomization and giving natural brightness to dental elements. However, treatment followed by direct resin restorations of composite resin showed the most effective form in the aesthetic solution of the smile reaching the patient’s expectation and within the principles of maximum structural preservation of dental tissues.

Keyword: Diastema.Composite Resin.Oral Frenectomy.Gingivoplasty.Dentistics.

1. INTRODUÇÃO

A estética do sorriso está ligada à saúde oral, exercendo um impacto considerável na qualidade de vida das pessoas. (Costa silva, 2020). Portanto, a odontologia moderna, além de restaurar a forma e a função dos dentes, tem se esforçado para criar um sorriso que destaque as características estéticas do indivíduo (Almeida et al., 2020).

As mudanças na cor, forma, tamanho dos dentes, a presença de diastemas, a perda da estrutura dentária por cárie ou traumatismo, podem causar uma completa desordem entre o sorriso e a face. (Pereira et al., 2020). 

Os diastemas dentários são espaços ou aberturas entre dois dentes adjacentes na mesma arcada dentaria. (Andade; Silva; Dias, 2019).

Pesquisas indicam que a prevalência de diastema é de 23,2%, sendo mais comum em mulheres do que em homens, além de ser predominantemente encontrado com maior frequência na maxila em comparação a mandíbula, A prevalência varia entre diferentes faixas etárias, sendo maior em pacientes com 30 anos ou mais (55,8%) e em jovens abaixo de 15 anos (37,7%). Entre os fatores causais identificados, o freio labial alto foi o mais comum (39,4%), seguido por dentes supranumerários (Mesiodens) e incisivos laterais ausentes. (Hasan HS; Al Azzawi AM; Kolemen A, 2020).

A existência desse espaço interdental na parte média do arco superior prejudica a beleza do sorriso e a harmonia da face. (Costa; Silva, 2020). 

Assim, os diastemas dentais podem se tornar um elemento negativo na auto percepção. A estética dental pode afetar a função e a fala do paciente, o que, consequentemente, reduz a qualidade de vida (Costa; Silva, 2020).

A frenectomia labial é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo remover o frênulo e sua fixação ao osso subjacente. Essa técnica é recomendada quando a inserção do frênulo provoca diastema na linha média, recessão gengival, dificuldades na higiene oral ou interfere nos movimentos dos lábios e em necessidades protéticas. (Diogrardi et al., 2023).

Portanto, a restauração estética do sorriso através do fechamento de diastemas é um procedimento que quando bem realizado, pode trazer benefícios estéticos significativos. O procedimento proporciona aos dentes anteriores um resultado harmonioso e simétrico (Berwanger et al., 2016). 

Uma maneira conservadora para fechar os diastemas consiste no método restaurador com preparos diretos e indiretos usando resina composta, porcelana ou facetas. A restauração direta é relativamente econômica, mas tem as desvantagens de descoloração, falta de resistência e durabilidade. Embora a restauração indireta tenha melhor estabilidade a longo prazo, muitas vezes requer a remoção de uma certa quantidade de tecido dentário sadio. (Yu et al.,2024).

As resinas compostas também têm apresentado aspectos positivos quanto à mimetização da naturalidade e preservação da estrutura hígida, que conferem em restaurações tanto estéticas, quanto funcionais (Lima et al., 2020; Pereira et al., 2020).

Portanto, o avanço dos materiais odontológicos e o aperfeiçoamento das técnicas restauradoras minimamente invasivas com uso de resina composta têm permitido que o cirurgião-dentista realize restaurações estéticas em dentes anteriores com boa eficiência (Lima et al., 2020; Schwarz et al., 2013)

Em um relato de caso sobre a resolução de um diastema. A resina composta concluiu que a utilização de um guia de silicone, fabricado após o enceramento, é recomendada. O diagnóstico desempenha um papel importante ao estabelecer uma antecipação em relação ao tamanho. Formato dos dentes, o que simplifica e acelera a produção de facetas diretas. Ele também mencionou ao comparar com outras técnicas, tais como tratamento ortodôntico, inlays, onlays, sendo possível perceber a diferença. Comparado ao trabalhar com facetas de porcelana, a resina direta se sobressai pela redução do tempo de trabalho, e com custos reduzidos. A utilização da guia de silicone, formada a partir do exame diagnóstico realizado em consulta, é uma prática comum. O modelo de gesso é uma ferramenta eficaz para estabelecer o tamanho das restaurações adesivas. As operações, bem como a posição precisa da superfície lingual e incisal dos dentes. Anteriormente, com o auxílio do guia de silicone, o dente é reestruturado por meio da aplicação de resina composta, no local determinado no envoltório. Possibilitando a reconstrução dos componentes além de ser mais eficaz, também é mais ágil. (Schwarz et al., 2013).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Planejamento: 

A prevalência de diastema é de 23,2% nos pacientes, sendo mais comum em mulheres do que em homens, além de ser predominantemente encontrado com maior frequência na maxila em comparação a mandíbula, A prevalência varia entre diferentes faixas etárias, sendo maior em pacientes com 30 anos ou mais (55,8%) e em jovens abaixo de 15 anos (37,7%).Entre os fatores causais identificados, o freio labial alto foi o mais comum (39,4%), seguido por dentes supranumerários (Mesiodens) e incisivos laterais ausentes (Hasan HS, Al Azzawi AM e Kolemen A ,2020).

As principais opções para fechar o espaço entre os dentes anteriores incluem tratamento ortodôntico e tratamento restaurador, o tratamento ortodôntico consiste em fechar o diastema organizando a posição do dente com base na função oclusal original ou uma nova. É um método relativamente conservador. O segundo tipo de tratamento é o restaurador, geralmente se realiza preparos diretos e indiretos usando resina composta, porcelana ou facetas de porcelana ou coroas totais. A restauração direta é relativamente econômica, mas tem como desvantagens a descoloração das resinas, falta de resistência e durabilidade. Embora a restauração indireta tenha uma melhor estabilidade a longo prazo, muitas vezes requer a remoção de uma certa quantidade de tecido dentário sadio (Yu et al., 2024).

Pesquisadores descobriram em suas pesquisas que pacientes com frênulo crescido possuem o diastema maior do que pacientes com frênulo normal. Também chegaram à conclusão que o frênulo grande, além de gerar uma dificuldade na escovação dental podendo ocorrer maior incidência de cáries, ele impede o fechamento do diastema seja em tratamentos ortodônticos ou restauradores, fazendo-se assim necessário a realização da cirurgia de frenectomia antes de realizar estes procedimentos (Sekowska A e Chapas R, 2016).

Há uma grande importância da realização do diagnóstico e planejamento no tratamento odontológico. Uma paciente de 21 anos apresentou insatisfação com a aparência dos dentes, os quais apresentavam lesões de cárie inativa. Após avaliação, foi decidido realizar clareamento dentário e restaurações em resina composta. O tratamento incluiu clareamento em consultório, microabrasão para suavizar manchas brancas, e a confecção de um guia em silicone para restaurar a face palatina. Os autores concluíram que as manchas brancas afetam a estética do sorriso e que restaurações em resina composta são uma excelente alternativa para recuperar a harmonia dental (Dias et al., 2020).

2.2 Materiais: 

O estudo feito tinha como proposta avaliar a força de adesão, de forma imediata e após seis meses de aplicação, de adesivos universais aplicados na dentina por meio das técnicas de etch-and-rinse (convencional) e a técnica self-etch (autocondicionante). Os adesivos que foram testados foram: Ambar Universal, G-Bond, Single Bond Universal, Tetric N-Bond Universal, Y-Bond Universal e os grupos controles (Scotchbond Multiporpose Plus e Clearfil SE Bond). Os espécimes foram obtidos através de incisivos bovinos preparados para os testes; sendo divididos nos grupos de acordo com os adesivos e técnicas testadas. Os espécimes foram preparados e restaurados seguindo os protocolos dos fabricantes dos adesivos e recebendo incrementos de resina composta. Em seguida, os espécimes foram adaptados em uma máquina para a obtenção de palitos para que se fosse testada a resistência de união através de um teste de microtração. Os palitos recolhidos foram separados em dois conjuntos, sendo que o primeiro foi submetido a testes imediatamente, enquanto o ouro teve que aguardar um intervalo de seis meses para ser avaliado. Os autores concluíram, com base nos resultados e análises das fraturas, que todos os adesivos apresentaram diferenças de pH em relação aos demais. Na técnica convencional, os adesivos mostraram resultados parecidos, com exceção do G-Bond, que tem uma resistência de união inferior. Este mesmo adesivo apresentou os piores resultados em conjunto com o Tetric-N-Bond após seis meses. A maioria dos adesivos teve discreta queda na resistência de união durante o envelhecimento quando utilizados na técnica autocondicionante; quanto ao tipo de falha, em geral, todos possuíram maior taxa de falhas adesivas. Com isso, o desempenho da resistência de união depende do material, e grande parte dos adesivos possui estável relação com a dentina quando usado na técnica auto condicionante, sendo assim, esta técnica sendo mais indicada para estes adesivos. Sensibilidade pós-operatória, deslocamento parcial da restauração, cárie recorrente ou fratura são problemas que podem ocorrer caso a resina restauradora seja inserida inadequadamente, provocando a falta de contato entre a resina e as paredes cavitárias (Cardoso et al., 2019).

Algumas cavidades por apresentarem pequena extensão é possível de realizar sua restauração com incremento único, porém a maioria das restaurações exigem a técnica incremental de inserção (Baratieri et al., 2015).

O reparo de uma restauração de resina, é um procedimento simples e rápido, podendo melhorar as propriedades clínicas das restaurações defeituosas, quando indicado. Os reparos necessitam preparações dentárias menores, conseguindo assim uma intervenção mínima, se tornando para o paciente um excelente custo benefício (Fernández et al., 2015).

2.3 Técnicas:

O uso de uma guia por palatina auxilia na elaboração de restaurações em dentes anteriores, fornecendo forma e função, reduzindo a exigência técnica do profissional em relação à técnica manual. A técnica de muralha, utilizada na correção da arcada com diastema, oferece vantagens ao facilitar o procedimento, como a otimização do tempo e a definição das dimensões. Essa técnica envolve moldagem em duas etapas: primeiro, é confeccionado um modelo de estudo para diagnóstico, usando silicone para capturar a arcada e o diastema. Em seguida, uma nova moldagem é realizada com silicone de adição, criando um modelo com fechamento. (Dantas., 2020).

Na técnica de muralha de silicone, as dimensões são produzidas de acordo com cada caso específico. Inicialmente, são feitos incrementos de resina composta para o esmalte, aplicando com um pincel para criar uma fina camada na face palatina, simulando um efeito incisivo. Para a restauração, aplica-se uma camada de resina para a dentina. Para finalizar a restauração, utiliza-se resina para o esmalte. Além disso, fita de poliéster é empregada para ajudar na construção do ponto de contato entre os dentes adjacentes. (Berwanger et.al, 2016). 

A execução de procedimentos com matriz ou guia de silicone demanda um número maior de sessões clínicas, aumentando o custo do tratamento (Silva et al., 2015). 

Por outro lado, a técnica permite uma melhor dimensão e forma dos dentes, agilizando a elaboração de facetas diretas e o fechamento de espaços interdentais com resina composta. A técnica da guia de silicone resulta em restaurações menos complexas, especialmente nas áreas proximais e no contorno incisal, com um tempo reduzido para finalização e acabamento (Mishra et al., 2015).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo será realizado com o auxílio de uma guia de silicone de adição, isolamento abasoluto, caneta de alta rotação, brocas diamantadas e laminadas, ácido fosfórico a 37%, adesivo 3m single bond universal, fotopolimerizador, pincel microbrush, espátulas específicas de resina para o auxílio da anatomia, pincel, resina composta (3M), fita matriz de poliéster, discos de lixas, tiras de lixas, pasta diamantada de polimento para resina composta, pontas siliconizadas e discos de feltro. Isolamento absoluto, guia de silicone de adição, uso de brocas e caneta de alta rotação,  condicionamento ácido fosfórico a 37%, lavagem do condicionamento ácido, secagem,  sistema adesivo em esmalte com auxílio do pincel microbrush, fotopolimerização, matriz de poliéster, uso da resina composta com auxílio de espátulas especificas para compósito e anatomia, fotopolimerização, acabamento das restaurações com discos de lixas, pasta diamantada de polimento para resina composta, pontas siliconizadas e discos de feltro.

Silicona de Adição 3M – Para registro, enceramento diagnóstico e confecção de guia palatina.

Isolamento absoluto modificado – Para evitar a contaminação do campo a ser trabalhado.

Ácido fosfórico 37% – Realização do ataque ácido na superfície que receberá o material restaurador.

Sistema adesivo 3M single bond Universal – Para aplicação da camada adesiva e assim proporcionar adesão da restauração ao substrato.

Resina Composta 3M (Z250) – Usada para camada vestibular, bem como arestas proximais.

Fita matriz de poliéster- Utilizar para dar ponto de contato nos elementos que foram restaurados.

Brocas de acabamento FF – Estabilidade e uniformidade de superfície e possíveis desgastes compensatórios.

Kit de polimento American Burns – Sequência regressiva de granulação por discos de lixa e pontas de borracha pode-se alcançar uma superfície lisa e um brilho extremamente satisfatório.

Pasta de Polimento – Na última camada de polimento é usado a pasta em conjunto do disco de feltro para obter um brilho ainda maior.

Tiras de polimento Interproximal- Para as regiões de contato mesial e distal interproximal onde os discos de lixa e pontas de borracha não conseguem alcançar.

4. RELATO DE CASO CLÍNICO

Paciente A.C do gênero feminino compareceu a Clínica Escola de Odontologia do Centro Universitário São Lucas, Porto Velho – RO clínica odontológica do centro universitário São Lucas com a seguinte queixa: ‘’ Usei aparelho por um tempo e quando tirei os espaços que haviam nos meus dentes antes voltaram com um tempo, fiz o fechamento com resina mas quebrou e ainda sim ficou alguns espaços em outros dentes depois de um tempo, não quero voltar a usar aparelho ortodôntico’’ Após uma anamnese bem detalhada, odontograma, periograma, avaliação do índice de sangramento e exame clínico observou-se que o paciente era apto a receber o tratamento, apresentando uma gengiva saudável e ausência de doenças periodontais bem como de lesões cariosas, também pode-se notar a presença de diastema nos elemento 22 e 23, confirmando a queixa do paciente, observou-se a presença de fratura na região vestíbulo-incisal do elemento 21 e um leve diastema nos elementos 12 e 13.

Foram feitos alguns registros fotográficos da paciente de perfil e frontal, sendo orientado para que expressasse um sorriso natural. Para entender melhor suas necessidades e expectativas com relação ao tratamento, que afirmou ‘’Quero meus dentes sem os espaços entre eles e o mais natural possível’’. No plano de tratamento foi sugerido fechamento de diastema por meio de facetas diretas em resina composta, além da reanatomização dos elementos 11;12;13;21;22 e 23 para obter melhor simetria e estabilidade de cor, também, foi realizado enceramento digital e eleita a técnica do mockup para confecção das restaurações com maior precisão anatômica.

Figura 1: Registro fotográfico inicial da paciente evidenciando os diastemas e fratura do elemento 21.

Fonte: Próprio autor.

Em outra visita, foi feita a moldagem utilizando Alginato Avagel Tipo II da marca ‘’Dentsply Sirona’’ para obter o modelo. O modelo foi enviado ao laboratório para que fosse realizado o enceramento digital dos elementos 11,12,13,21,22 e 23 para futura confecção da guia palatina para obter maior previsibilidade do resultado final.

Figura 2: Modelo de gesso inicial e Enceramento digital com mockup.

Fonte: Próprio autor.

Foram realizados desgastes e remoção das resinas fraturadas que já estavam nos dentes da paciente, com delicadeza para o menor desgaste possível de estrutura sadia, em seguida, junto a paciente, foi feita a escolha da cor, sendo eleita a resina LUNA 2 da marca “SDI” com a cor A2 por ser uma resina de excelente resistência a cargas e as forças mastigatórias, também com características de alta translucidez, também foi escolhida para o preenchimento da camada palatina.

Após ser definido cor, analisadas e definidas as expectativas e com total consentimento da paciente que se mostrou extremamente empolgada com o procedimento seguimos para a confecção das facetas diretas em resina composta.

A paciente foi submetida a uma profilaxia com pedra pomes e água e então anestesiada com região papilar de segundo pré-molar por vestibular e palatina com mepivacaina 2% com epinefrina 1:10000, foi feito isolamento absoluto modificado com grampos estabilizadores número 207 nos dentes 15 e 25, isso permite melhor visualização do campo de trabalho e também auxilia no controle do fluxo salivar, impedindo possíveis interferências do meio. Em seguida foi feito o condicionamento ácido com ácido fosfórico 35% por 30 segundos em região vestibular, incisal e palatina, feita a lavagem pelo mesmo tempo de aplicação foram realizadas duas aplicações do adesivo single bond ‘’3M’’ de forma ativa por 20 segundo e soprando jato de ar a uma certa distância para melhor escoamento e obtenção de uma camada mais uniforme de adesivo em toda superfície que recebera a restauração, fotopolimerização por 20 segundos em uma curta distância de cada uma das faces para garantir boa fotopolimerização do adesivo. Com o auxílio da guia palatina fazemos a inserção e adaptação das porções incisais, utilizando a resina LUNA 2 A2 UNIVERSAL COMPOSITE da marca “SDI” fotopolimeriza-se por 40 segundos a incisal de cada elemento individualmente  para então remover a guia incisal, mantendo em posição a resina na região incisal dos dentes já com o formato e tamanho definidos, em seguida fazemos a inserção da camada vestibular com incremento único, com auxílio de pinceis e espátulas extremamanete delicadas adaptamos a resina a superfície do dente, fazendo o contorno cervical, utilizamos a tira de poliéster para região interproximal e respeitando as inclinações cervical, media e incisal para obter fidelidade anatômica de cada elemento.

Figura 3: Escolha de cor da resina composta.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 4: Confecção da guia incisal e palatina.

Fonte: Próprio Autor.

Por fim, foi realizado os acabamentos necessários, em regiões palatinas e cervicais, visando não deixar nenhuma diferença significativa na junção da resina com o esmalte do dente, evitando complicações futuras como inflamações gengivais. Em seguida, foi feito o polimento das facetas seguindo uma sequência de borrachas de diferentes granulações partindo da mais granulada, para definição da área de espelho e caracterizações, passando pela média granulação e então as de baixa granulação, para conferir o brilho desejado.

Figura 5: Finalização com vista frontal e lateral.

Fonte: Próprio Autor

5. DISCUSSÃO

O uso da resina composta como material restaurador para fins estéticos especialmente no fechamento de diastemas, destacam que a resina composta é uma das opções mais populares e versáteis devido à sua capacidade de ser moldada e adaptada de acordo com as necessidades estéticas do paciente. Além disso, o material permite uma ampla gama de cores, possibilitando uma integração harmoniosa com a cor do dente natural (Pereira et al., 2020).

Para o fechamento de diastema, enfatiza a importância de uma técnica precisa para garantir um resultado estético duradouro e funcional. Elaboram as vantagens da resina composta em relação a outros materiais, mencionando a necessidade de avaliação criteriosa da estética do sorriso e das características dentais individuais para alcançar um resultado satisfatório (Costa Silva., 2020).

Além das diferenças entre resinas e cerâmicas, ainda há outros tipos de materiais que estão disponíveis no mercado como observou Souza et al. em 2020, que fez a utilização de facetas pré-fabricadas em resina composta através da técnica semi-direta, algo que torna os tratamentos cada vez mais velozes. Entretanto não sendo realizado neste caso já que demandaria um número maior de materiais elevando o custo (Bastos et al., 2018).

Diante de vários casos de sucesso clínico, optou-se por realizar o tratamento com facetas de resina composta. No entanto, vale destacar outros materiais que podem ser empregados, como as facetas de cerâmica. Um estudo realizado visava avaliar a resistência à fratura de vários materiais utilizados na reabilitação. Os autores notaram que as cerâmicas, sejam elas convencionais ou de alta resistência, são as mais resistentes à fratura (Gresnigt et al., 2021).

Entretanto, as facetas parciais cimentadas nos dentes e as facetas de resina têm valores médios de resistência, o que significa que apresentam resultados parecidos, sem uma diferença significativa para o caso. Isso faz do uso de resina para o fechamento uma excelente opção de escolha. (Araújo et al., 2019; Freitas et al., 2017).

Os dentes anteriores desempenham um papel crucial na estética do sorriso e na funcionalidade adequada do sistema estom atognático, que engloba a fonação, a respiração e a deglutição (D’altoé, LF.; Benedet , 2007). A existência de diastemas pode afetar problemas funcionais, como afetar a fala e causar problemas oclusais. No entanto, a procura por tratamento é geralmente motivada por motivos estéticos e psicológicos (Anari, S. ,2017)

O diastema caracteriza-se pela presença de espaço entre a superfície interproximal dos dentes anteriores. Apesar de poderem ser vistos em qualquer região dos arcos, ocorre com mais frequência no plano mediano do arco superior entre os dois incisivos centrais e, portanto, chamado de diastema mediano, central ou da linha média. (Azzaldeen A; Muhamad AH., 2015)

A causa do diastema é de natureza multifatorial. Os motivos mais comuns incluem dentes supranumerários na linha média, ausência congênita de incisivos laterais, fusão imperfeita da linha média, diastema como parte do desenvolvimento normal, freio labial inserido na papila, comportamentos anormais de deglutição e traumas frequentes. (Angrisani Neto et al., 2013; Fontana, 2019).

A intervenção cirúrgica para os casos de freio labial curto pode ser do tipo frenolotomia ou frenectomia. A frenolotomia consiste na remoção parcial do freio labial. Já a frenectomia consiste na excisão cirúrgica com a finalidade de corrigir ou eliminar anomalias anatômicas da gengiva e/ou da mucosa alveolar, conduta que apresenta baixas taxas de recidiva quando comparada com a frenolotomia (Valladares Neto J, et al., 1996; Rosa Pmm, et al., 2018).

A realização da frenectomia com o uso de bisturi manual é ainda a mais executada e com maiores índices de descrição na literatura (Delli K, et al., 2015). Uma outra forma de realizar a frenectomia é com a utilização de laser de alta potência (Júnior RM, et al., 2015).

O enceramento diagnóstico digital, serve para se obter uma previsão do resultado final onde é planejado o tamanho e forma dos elementos, que serão impressos posteriormente, para a elaboração da guia de silicone, facilitando a construção da concha palatina. O mock-up é a simulação de como ficará o resultado final, no qual o cirurgião-dentista pode construir os elementos dentais provisoriamente, obtendo, assim, maior previsibilidade do resultado. Isso auxilia no planejamento detalhado de cada face, espessura e cor, além de permitir que o paciente expresse suas expectativas e gostos ao planejamento proposto, em que o cirurgião dentista terá maior controle para a confecção das facetas (Reis G, Oliveira L, Vilela A, et al., 2018)

São analisados, neste momento, forma dos dentes (tamanho, proporção altura/largura), função oclusal, guias protrusivas e laterais, e os ajustes são feitos antes que se proceda o tratamento reabilitador no paciente. Nesta fase, são avaliados o antes e depois, junto ao paciente, e então se avaliará a necessidade de ajustes anatômico (Tostes; Lima-Arsati, 2011).

Posteriormente, realiza-se a moldagem deste enceramento com silicone de adição para se obter uma guia que, por sua vez, será recortada para se utilizar a porção palatina/lingual assim guiando a reconstrução dos dentes a serem tratados. Esta guia é inserida na cavidade oral onde proporciona a reprodução do enceramento sobre os dentes com resina composta (Tostes; Lima-Arsarti, 2011; Detogni et al., 2020).

Dentre as vantagens dessa técnica, estão: resultado praticamente imediato necessitando de poucas sessões clínicas; preservação da estrutura dentária remanescente; recontorno anatômico; reparo restaurador fácil; baixo custo em comparação aos procedimentos indiretos. Além disso, as restaurações adesivas diretas permitem a conservação do tecido dental e são consideradas procedimentos reversíveis, possibilitando optar por outros mais invasivos caso seja necessário (Louro; Galazi; Moscon, 2009).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fechamento de diastema com resina composta é uma abordagem eficaz e esteticamente satisfatória para corrigir espaçamentos dentais. Indicando que a técnica não apenas proporciona uma redução significativa no tamanho do diastema, mas também melhora a autoestima e a confiança dos pacientes. A resina composta é uma opção minimamente invasiva que permite resultados estéticos imediatos, além de ser adaptável a diferentes formas e tonalidades, garantindo um acabamento natural.

Os resultados esperados incluem a estabilidade dos fechamentos ao longo do tempo, com baixa taxa de recidiva e complicações mínimas. A satisfação dos pacientes, avaliada qualitativamente, demonstra uma aceitação geral positiva, refletindo melhorias na funcionalidade e na estética do sorriso.

Em suma, o fechamento de diastema com resina composta representa uma solução eficaz na odontologia estética, contribuindo para a saúde bucal e o bem-estar dos pacientes.

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