CLOSURE OF ORAL SINUSAL COMMUNICATION WITH THE ORAL ADIPOSE TISSUE TECHNIQUE – CASE REPORT IN PORTO VELHO/RO
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8387940
Janaina da Silva Nunes1
Shayene Requieri Barreira R. Ribeiro2
João Carlos Vicente de Barros Junior3
Chimene Kuhn Nobre4
Maria Fernanda Borro Bijella5
Rodrigo Jacon Jacob6
Paulo Roberto Marão de Andrade Carvalho7
RESUMO
As exodontias estão presentes no cotidiano do cirurgião dentista e em alguns casos é possível encontrar raízes de dentes superiores posteriores em comunicação com seio maxilar, tornando a cirurgia mais complexa. Cabe ao profissional executante saber lidar de maneira correta para o fechamento da comunicação, a depender da extensão da comunicação será necessário a utilização de técnicas específicas para o fechamento da CBS, dentre elas a mais utilizada é o fechamento com retalho pediculado adiposo. O objetivo deste trabalho é avaliar a eficácia do fechamento da CBS através de um relato de caso após uma complicação na exodontia do primeiro molar superior esquerdo, por meio da técnica de fechamento com tecido adiposo. Bem como enfatizar a importância de se fechar esta CBS no primeiro momento cirúrgico.
Palavras-chave: Exodontia. Comunicação Buco Sinusal. Fístula Bucal.
ABSTRACT
Tooth extractions are present in the daily life of every dental professional, often the patient already arrives at the office in a critical oral state and we can not do anything else to save the tooth, even if it is not the first choice of the professional this can become the only one. In the maxilla it is normal to find roots in communication with the maxillary sinus, and a small, simple surgery can become complex. These CBS oral sinus communications can be frequent in dentistry and it is up to the performing professional to know how to deal correctly for the closure of the communication in the same surgery, so that there is no need for a second intervention. An open CBS is an environment conducive to infections, such as sinusitis, caused by bacteria and waste from the oral cavity. The present research project aims to evaluate the efficacy of CBS closure after an extraction of the first left upper molar, through the technique of closure with adipose tissue of the patient. As well as emphasize the importance of closing this CBS at the first surgical moment.
Keywords: Tooth extraction. Oral and Sinus Communication. Oral fistula.
1. INTRODUÇÃO
De acordo com DYM et. al. (2012) a Comunicação Buco Sinusal é o espaço criado entre o seio maxilar e a cavidade oral.
Essas Comunicações Buco Sinusais (CBS) podem ocorrer proveniente de extrações dentárias, e acabam permitindo a passagem de bactérias, além de resíduos para o seio maxilar, ocasionando complicações como secreções e infecções ao paciente. Há outros fatores etiológicos de menor ocorrência, tais como trauma devido mau uso de instrumentos como alavancas, destruição do seio maxilar por lesões periapicais e ressecção de cistos ou tumores. (Sakaguchi., 2022; SILVEIRA., 2008). De acordo com (Shukla B. et al.,2021) o sucesso do procedimento cirúrgico depende da remoção eficaz do trato fistuloso e do extermínio completo de qualquer patologia e/ou infecção sinusal.
Para se chegar ao diagnóstico de CBS, é feita uma avaliação clínica e radiográfica, juntamente com a manobra de Valsalva, que visa expor a saída de ar via alveolar pela CBS, no momento imediato após a cirurgia de exodontia.
Saber lidar com esta situação em um primeiro momento cirúrgico é de suma importância, para que não ocorra agravos na saúde do paciente. A técnica cirúrgica traumática e excesso de curetagem alveolar após a extração também favorecem esta complicação SINHORINI (2020).
A técnica de bola de Bichat pode ser considerada uma abordagem terapêutica ideal para o fechamento de CBS. Park et. al (2019) destaca que a técnica de bola de Bichat oferece uma alternativa viável para o fechamento de CBS, especialmente em casos de defeitos de tamanho moderado. Os autores destacam que a técnica é fácil de realizar e apresenta resultados satisfatórios em relação à cicatrização dos tecidos moles e à regeneração óssea.
2. RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino, 18 anos, procurou a clínica de Odontologia da UNIRON para a extração do primeiro molar superior esquerdo, o qual estava com a coroa totalmente destruída. Ele não possuía nenhuma alergia ou doença de base, não fazia uso de medicamentos controlados.
Ao exame clínico intra e extraoral, nenhuma alteração foi encontrada, assim como no exame radiográfico (Fig. 1). A exodontia iniciou-se de maneira fechada, com o uso de descolador molt n°9 e alavanca apical reta, a qual transcorreu sem intercorrências até a avulsão do elemento. Após a sua remoção do alvéolo, notou-se clinicamente, através de visão direta, comunicação buco sinusal, maior que os 3 milímetros previstos para a sua regeneração espontânea.
Figura 1. Radiografia Inicial.
Fonte: AUTORES, 2023
Decidiu-se tratar esta comunicação prontamente com a ajuda de um retalho pediculado, oriundo da bola de Bichat. Com uma lâmina n°15c, foi aberta uma relaxante na mesiovestibular do segundo pré-molar (Fig.2), seguida de incisão intrassulcular vestibular, de segundo pré-molar até segundo molar.
Figura 2. Incisão relaxante mesiovestibular.
Fonte: AUTORES, 2023
Ato contínuo, realizou-se descolamento mucoperiosteal do retalho, com o descolador Molt n 9, até fundo de vestíbulo, e seu afastamento, com o afastador tipo Minnessota. Nesse momento pode-se observar a presença de um cisto radicular na face vestibular com reabsorção óssea, o mesmo foi curetado (Fig. 3,4,5).
Figura 3. Descolamento mucoperiosteal.
Fonte: AUTORES, 2023
Figura 4. Cisto radicular.
Fonte: AUTORES, 2023
Figura 5. Reabsorção óssea causada pela lesão cística.
Fonte: AUTORES, 2023
Novamente com o auxílio da lâmina de bisturi n°15c, realizou-se uma incisão horizontal em fundo de vestíbulo, na altura de segundo molar, seguido de divulsão romba, utilizando-se para isto uma pinça Kelly, com o intuito de se localizar e tracionar a bola de Bichat (Fig. 6).
Figura 6. Divulsão romba com pinça Kelly.
Fonte: AUTORES, 2023
Este tracionamento foi feito de maneira lenta, com todo cuidado para não romper a fina cápsula fibrosa que a recobre, sob pena prejudicar o tracionamento do tecido adiposo, de maneira que o enxerto recobrir de forma passiva todo o alvéolo e pôde ser suturado sem tensão na mucosa palatina (Fig. 7).
Figura 7. Tracionamento do tecido adiposo.
Fonte: AUTORES, 2023
O retalho mucoperiosteo foi suturado acima do enxerto, sem necessidade de recobri-lo (Fig. 8).
Figura 8. Sutura do retalho mucoperiosteal.
Fonte: AUTORES, 2023
As suturas foram realizadas com nylon 4-0 em toda região. Após o ato cirúrgico, o paciente foi orientado e medicado com Amoxicilina 500 mg V.O., de 8/8 hs, durante 7 dias; Ibuprofeno 600 mg, de 08/08 hs, durante 5 dias; Dipirona 500 mg V.O, de 6/6 hs, em caso de dor e Afrin nasal, 3 gotas na narina direita, de 12/12 hs, durante 7 dias. O paciente evoluiu bem e foi acompanhado semanalmente até a quarta semana pós-operatório, onde foi verificado o local da cirurgia completamente epitelizado e sem nenhum sinal de inflamação, infecção ou fístula bucossinusal (Figs. 9,10,11).
Figura 9. sete dias após a cirurgia.
Fonte: AUTORES, 2023
Figura 10. quatorze dias após a cirurgia.
Fonte: AUTORES, 2023
Figura 11. Radiografia periapical final.
Fonte: AUTORES, 2023
3. DISCUSSÃO
Em 1977 Egyedi introduziu a sugestão inicial do emprego da gordura bucal para como retalho pediculado para reparar anomalias orais, a técnica se tornou desde então amplamente empregada com êxito por diversos cirurgiões para o fechamento de fissuras oroantrais (AOF) (S. NEZAFATI et al.,2012).
Encontrada no espaço mastigatório e envolto por uma cápsula fibrosa a bola de Bichat é constituída de um corpo e quatro ramos ou extensões: bucal, pterigoideo, temporal superficial e temporal profundo, sendo o corpo a região com mais facilidade de acesso cirúrgico (SOUZA, 2018. apud SCARTEZINI; OLIVEIRA., 2016).
A proposta do uso desta técnica se justifica na eficácia da mesma, que vem sendo estudada, usada e aprimorada a vários anos, por se tratar de um tecido com vitalidade e irrigação sanguínea e, compatibilidade genética do paciente pois se trata de um material autógeno, assim, vindo a ter menos riscos de insucesso.
De acordo com Dym et al. (2012), o Dr. Egyedi recomendou prender a almofada de gordura com suturas de Catgut e, em seguida, cobrir o enxerto com um enxerto de pele de espessura dividida. Assim impedindo que uma CBS evolua para uma doença sinusal crônica.
Já Sunin Yange et. al (2018), fala que, uma almofada de gordura bucal pediculada pode ser usada para epitelização sem procedimentos adicionais de enxerto de pele, pois o mesmo pode ser usado para epitelizações sem enxertos de pele, evitando inflamações e outras doenças crônicas.
Schueng (2020 apud EL-HAKIM et al., 1999) mostraram a superioridade desta técnica para tratamento da CBS em relação ao retalho palatino. Daif et al. (2016) verificaram após 10 anos 25 pacientes com CBS maiores de 5mm, tratados por essa técnica, observando 100% de sucesso.
No que concerne às outras técnicas utilizadas para o fechamento da comunicação bucossinusal temos o retalho deslizante vestibular técnica cirúrgica mais antiga e projetada por Rehrmann, ela compreende em um retalho vestibular deslizante trapezoidal elevado e trazido ao defeito e suturado nas margens palatina do defeito.
A desvantagem trazida sobre essa técnica consiste no risco de diminuição da profundidade do sulco bucal, dor pós-operatória e inchaço. (DYM; WOLF, 2012).
Para casos de comunicações maiores a técnica de transposição do retalho palatino é uma opção comumente utilizada, e para casos em que o acesso é limitado, o uso de enxertos ósseos e membranas colágenas pode ser considerado. É realizado a coleta de uma camada completa do tecido palatino, incluindo a artéria palatina principal, seguida pela dissecção sub epitelial na área onde esse tecido será reposicionado. Posteriormente ocorre a rotação e o posicionamento do tecido na região da fistula, seguido pela sutura conectando-o tanto a mucosa bucal remanescente quanto a área onde foi rotacionado. Além disso, aplica–se uma esponja de colágeno para cobrir a área de onde o tecido foi retirado (Kwon et al., 2020).
É importante ressaltar que a escolha da técnica adequada deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa de cada caso, levando em consideração fatores como a extensão da lesão, a qualidade do tecido adjacente e a experiência do Cirurgião Dentista em cada técnica específica.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste estudo, foi investigada a Comunicação Bucossinusal (CBS), uma complicação que pode surgir após procedimentos odontológicos, como extrações dentárias e que apresenta desafios consideráveis para os pacientes, incluindo risco de infecções e desconforto. Portanto torna-se imperativo buscar tratamentos eficazes, a Técnica do Retalho Pediculado do Tecido Adiposo de Bola de Bichat emergiu como uma abordagem promissora para solucionar a CBS. Com base no caso clínico analisado e na revisão bibliográfica diversas vantagens dessa técnica merecem destaque, possui eficácia comprovada e a experiência clínica demonstrou que a aplicação do retalho pediculado de tecido adiposo é altamente eficaz para o fechamento da CBS com notável taxa de sucesso e a completa recuperação da área afetada sem complicações.
Morbidade reduzida é uma das principais vantagens da técnica com relato dos pacientes em desconforto mínimo após a cirurgia, o que é crucial para uma recuperação tranquila e satisfatória para o paciente. Compatibilidade genética, devido ao uso do tecido adiposo autógeno além de fechar a CBS a técnica promoveu uma excelente cicatrização dos tecidos moles, contribuindo para a plena recuperação da saúde bucal dos pacientes, além disso a revisão da literatura científica destacou que essa técnica tem sido bem-sucedida ao longo do tempo, com relato de 100% de sucesso em casos acompanhados por uma década, reforçando a qualidade dessa abordagem como opção terapêutica confiável.
O resultado da pesquisa e da prática clínica sustentam a conclusão de que a abordagem do retalho pediculado de tecido adiposo de bola de Bichat é uma opção valiosa e fundamentada para fechamento da comunicação bucossinusal representando um avanço significativo na odontologia e proporcionando benefícios substanciais aos pacientes.
REFERÊNCIAS
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Daif, ET. Long-Term Effectiveness of the Pedicled Buccal Fat Pad in the Closure of a Large Oroantral Fistula. Journal of oral and maxillofacial surgery: official journal of the American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons, vol. 74, n. 9, p. 1718-1722, 2016. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27265647/. Acesso em: 1 fev. 2023.
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1Acadêmica de Odontologia. E-mail: janainadesilva-@hotmail.com. Artigo apresentado a UNISAPIENS, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Odontologia, Porto Velho/RO, 2023.
2Acadêmica de Odontologia. E-mail: shayrribeiro@gmail.com. Artigo apresentado a UNISAPIENS, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Odontologia, Porto Velho/RO, 2023.
3Professor Orientador. Professor do curso de Odontologia. E-mail: joao.junior@gruposapiens.com.br
4Professora do curso de Odontologia. E-mail: chimene.nobre@gruposapiens.com.br.
5Professora do curso de Odontologia. E-mail: odontologia@uniron.edu.br.
6Professor do curso de Odontologia. E-mail: rodrigo.jacob@gruposapiens.com.br
7Professor do curso de Odontologia. E-mail: Paulo.carvalho@gruposapiens.com.br