PREDISPOSING FACTORS FOR GENERALIZED ANXIETY DISORDER IN THE ELDERLY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102402122211
Maria Ivanilde de Andrade1
Alessandra Palhoni Sabarense Brandão2
Ana Luiza Rodrigues Pellegrinelli3
Fabiana Alves4
Grazielli Cristina Batista de Oliveira5
Joice Batista Maciel Lopes6
Maria Rita Castilho Rassi7
Mariângela Baeta Silva8
Ruth Borges Dias9
Izabella Storck dos Reis10
Larissa Lara Santos Gomes11
Jander Vasconcelos Santos12
João Pedro Hessel Verraci Menezes13
Kemelye Brandão Tanure13
RESUMO
Os transtornos de ansiedade, que são os transtornos psiquiátricos mais prevalentes na população geral em todo o mundo, caracterizando-se também como um dos mais comuns observados em idosos. Nesse sentido, é importante direcionar investigações para as doenças neuropsiquiátricas mais prevalentes nessa população. O presente estudo teve como objetivo descrever fatores predisponentes à ocorrência do transtorno da ansiedade generalizada (TAG) em idosos. Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa do tipo revisão integrativa de literatura na qual foram selecionados 12 artigos para compor a amostra dessa revisão. Os fatores sociodemográficos predisponentes ao TAG em idosos são o sexo, idade, estado civil, etnia, baixa escolaridade, fatores socioeconômicos, desigualdades sociais, acesso à saúde, suporte social e familiar e institucionalização. Já os fatores clínicos incluem dor, uso de fármacos e doenças associadas. Esses transtornos são frequentes entre os idosos, principalmente em mulheres, de 60 a 69 anos, com menor escolaridade, casados, que apresentam comorbidades clínicas e fazem uso de antidepressivos e benzodiazepínicos. O conhecimento do estado de saúde da população idosa é fundamental para o planejamento de ações de saúde para garantir que o envelhecimento possa ser um processo orientado e bem assistido.
Palavras-chave: ansiedade, transtorno, idoso e transtorno de ansiedade generalizada.
ABSTRACT
Anxiety disorders, which are the most prevalent psychiatric disorders in the general population worldwide, are also among the most common observed in the elderly. In this sense, it is important to direct investigations toward the most prevalent neuropsychiatric diseases in this population. The present study aimed to describe the predisposing factors for the occurrence of Generalized Anxiety Disorder (GAD) in the elderly. This is an exploratory descriptive study with a qualitative approach of the integrative literature review type, in which 12 articles were selected to compose the sample of this review. The sociodemographic factors predisposing to GAD in the elderly include sex, age, marital status, ethnicity, low education, socioeconomic factors, social inequalities, access to health care, social and family support, and institutionalization. Clinical factors include pain, medication use, and associated diseases. These disorders are frequent among the elderly, especially in women aged 60 to 69 years, with lower education, who are married, have clinical comorbidities, and use antidepressants and benzodiazepines. Understanding the health status of the elderly population is essential for planning health actions to ensure that aging can be a guided and well-supported process.
Keywords: anxiety, disorder, elderly, and generalized anxiety disorder.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional tem sido tema de destaque no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019, a quantidade de pessoas com 65 anos ou mais em todo o mundo representava 9,12% do total de 7,7 bilhões de pessoas. Em 2050, as projeções apontam que essa população deve dobrar e chegar a 1,5 bilhão, o que representa 15,5% da população total estimada em 9,7 bilhões de pessoas (LAVELLI et al., 2022).
A população brasileira envelhece de forma rápida e intensa e a aceleração desse envelhecimento representa a consequência ou os efeitos da passagem do tempo no organismo (LAVELLI et al., 2022; BEROLLA et al., 2021).
No entanto, o envelhecimento traz, como uma de suas consequências, um aumento na prevalência de problemas de saúde característicos do idoso como doenças cardiovasculares, neoplasias, diabetes, doenças reumatológicas e alguns transtornos mentais. Nesse sentido, é importante direcionar as investigações para as doenças neuropsiquiátricas mais prevalentes nessa população (BEROLLA et al., 2021; MENTA et al., 2020).
A Organização Mundial da Saúde (2022), aponta que em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com um transtorno mental, nas quais o suicídio foi responsável por mais de 1 em cada 100 mortes. Nesse contexto, o transtorno mental foi a principal causa de incapacidade. Os dados mostraram ainda que os indivíduos que apresentaram problemas graves de saúde mental morreram em média de 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral (SÁ; REBUSTINI, 2023).
Os transtornos mentais interferem em processos biológicos e psicológicos, os quais regulamentam aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais dos indivíduos. Nesse cenário, destaca-se os transtornos de ansiedade, que são os transtornos psiquiátricos mais prevalentes na população geral em todo o mundo, caracterizando-se também como um dos mais comuns observados em idosos. Embora frequentes, esses transtornos, geralmente são pouco estudados e subdiagnosticados em idosos (SÁ; REBUSTINI, 2023; OLIVEIRA et al., 2023; MENTA et al., 2020).
Os transtornos de ansiedade podem ser vistos como uma família de transtornos mentais relacionados, mas distintos, que incluem o transtorno de pânico, agorafobia, fobia específica, transtorno de ansiedade social ou fobia e transtorno de ansiedade generalizada (TAG). Logo, estudos sobre os transtornos da ansiedade são necessários para verificar hipóteses levantadas diante dos sintomas desses transtornos na população idosa (SILVA; VERONEZ, 2021; SÁ; REBUSTINI, 2023).
Em estudo recente sobre ansiedade em idosos, Oliveira et al. (2023) ressaltam que o transtorno foi associado à solidão, estado de saúde, estado psicológico, confiança social, participação social e características sociodemográficas. Há também evidências científicas que relaciona a ansiedade e seus distúrbios na pessoa idosa, ao aumento da morbidade e mortalidade, evidenciando uma ligação entre ansiedade e declínio cognitivo, bem como entre doença cardiovascular (OLIVEIRA et al., 2023).
Cabe ressaltar que a ansiedade é caracterizada como uma reação emocional normal a certas situações da vida e passa a ser vista como patológica quando é exacerbada e desproporcional em relação a um estímulo, formando um transtorno de humor, o qual compromete o pensamento, o comportamento, a atividade psicológica e a qualidade de vida do indivíduo (OLIVEIRA et al., 2023; SILVA; VERONEZ, 2021).
A ansiedade é considerada ainda como uma visão catastrófica dos eventos que podem ou não acontecer, anunciado perigo e ameaça e o TAG é identificada como a desordem ansiosa mais comum em idosos (VIANA et al., 2020).
Considerando que os transtornos ansiosos atualmente afetam cerca de 17,1% dos idosos, onde mediante essas desordens a prevalência das mesmas ao longo de toda a vida é de 18,6% (VIANA et al., 2020), traz à tona a seguinte questão: quais os fatores predisponentes para a ocorrência do TAG em idosos?
Mediante tudo o que foi exposto, o presente estudo tem como objetivo descrever fatores predisponentes à ocorrência do TAG em idosos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa do tipo revisão integrativa de literatura acerca dos fatores que predispõem o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em idosos. Os dados foram coletados através de acervos e bases de dados científicos utilizando-se as seguintes palavras-chave: ansiedade, transtorno, idoso e transtorno de ansiedade generalizada. A seleção dos estudos considerou artigos, publicados em inglês e português, entre 2017 e 2024, com textos e resumos disponíveis para consulta. Após a utilização desses critérios, foi feita a leitura dos objetivos dos artigos, considerando aqueles cujo público alvo fosse a população idosa. Após essa seleção, foi feito uma leitura criteriosa dos estudos, considerando aqueles cujos objetivos e resultados respondiam à temática da pesquisa. Dessa forma, após a leitura dos títulos, resumos e textos, foram selecionados 12 artigos para compor a amostra dessa revisão. Os dados foram analisados sob a crítica dos autores pesquisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao associar os fatores de ansiedade e depressão em pessoas idosas Lima Júnior et al. (2023) realizaram um estudo de revisão integrativa no qual foram selecionados sete estudos que trouxeram essa abordagem. De acordo com Lima Júnior et al. (2023), são fatores associados à ansiedade e depressão nos idosos, o sexo, a idade e o estado civil. Foi observado uma maior prevalência de ansiedade e depressão em pessoas do sexo feminino, viúvas e com idade entre 60-70 anos. Esses achados corroboram com os achados de Oliveira et al. (2023), cujos resultados apontam que alguns grupos podem ter chance aumentada de desenvolver transtornos de ansiedade, como as mulheres, de faixa etária mais jovem, com menor grau de escolaridade e ser separada, viúva ou divorciada.
Buscando descrever a prevalência de transtornos de ansiedade e avaliar o perfil e os fatores associados em uma amostra de idosos atendidos no ambulatório de psiquiatria geriátrica de um hospital de Porto Alegre, Brasil, Bellora et al. (2021) avaliaram 69 idosos com diagnóstico de transtornos de ansiedade, no período de 2014 a 2019. Os resultados mostraram que a prevalência de transtornos de ansiedade foi de 21,9% e a média de idade 73,4±8,7 anos no grupo investigado. Houve predomínio de indivíduos do sexo feminino (81,2%), com 5 a 8 anos de estudo (33,8%), casados (47,7%) e residentes de Porto Alegre (65,2%). Em relação a variáveis clínicas, a maior frequência dos idosos não apresentaram histórico familiar de doença ou de internação psiquiátrica. Do total, 92,6% relataram ter alguma comorbidade clínica, sendo a mais frequente as doenças cardiovasculares (69,8%). Os principais psicofármacos utilizados foram os antidepressivos (66,7%) e os benzodiazepínicos (44,9%). Concluiu-se que apesar dos transtornos de ansiedade serem frequentes entre os idosos, são necessários mais estudos na população geriátrica e padronizações das ferramentas de avaliação desses transtornos. Esse resultado corrobora com o pensamento de Menta et al. (2020) que informa que os transtornos de ansiedade, embora frequentes na população idosa, geralmente são pouco estudados e subdiagnosticados.
Kitamura et al. (2022) analisaram os impactos da infodemia de COVID-19 nos sintomas sugestivos de depressão e transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em idosos que utilizam as mídias digitais. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, de exposição a informações sobre COVID-19 e a associação a sintomas de depressão e TAG. Dos 470 idosos respondentes, 26,1% apresentou sintomas de depressão e 18,4% TAG. Mostraram-se associados a sintomas de depressão: tempo de exposição nas redes sociais, sentir-se afetado pelas informações sobre COVID-19 veiculadas nas redes sociais e na televisão, e apresentar rastreio positivo para sofrimento psíquico causado e/ou agravado pela exposição às informações sobre COVID-19. Já para TAG, além do rastreio positivo para sofrimento psíquico, as variáveis que permaneceram associadas foram: respostas geradas pela divulgação de notícias falsas nas redes sociais e de medo relacionado à COVID-19 veiculadas no rádio. Os autores concluiram que todas as variáveis associadas aos desfechos se referiam à exposição às informações sobre COVID-19, indicando o evidente impacto da infodemia nos sintomas de depressão e TAG em idosos.
Com o objetivo de descrever os fatores predisponentes para o surgimento do TAG em idosos, Viana et al. (2020) realizaram uma pesquisa bibliográfica em diferentes bases de dados. Os resultados mostraram que variados sintomas ansiosos estão relacionados às perdas dos papéis social, à satisfação com a vida, que nessa faixa etária acaba sendo menor, e ao pior padrão de qualidade de vida. Diante dessa perspectiva observou-se que os fatores estressores externos favorecem para o processo de adoecimento dos idosos, com isso fica evidente da necessidade de mudanças de estilo de vida, onde deve-se investir em políticas públicas voltadas para a saúde dos idoso, visando melhorar a qualidade de vida na terceira idade, e principalmente buscar a valorização e meios que possam contribuir com a socialização e consequentemente com o lazer para esta faixa etária.
Sá e Rebustini (2023) buscaram em seus estudos esboçar o panorama científico sobre os sintomas dos transtornos de ansiedade em idosos. De acordo com essas autoras, a prevalência de sintomas clínicos e doenças neurológicas associando-se com as intervenções e aspectos sociais, assim como a pandemia da COVID-19, influenciaram nos transtornos de ansiedade da população idosa.
Sousa et al. (2022), avaliaram em seus estudos sinais depressivos e ansiosos em 25 idosos residentes em uma instituição de longa permanência. Verificou-se a prevalência do sexo feminino (60,0%), com faixa etária média de 79,1 anos. Dos 25 idosos participantes do estudo, (60,0%) apresentam condições sugestivas leves ou severas para depressão. Com relação aos sinais de ansiedade, (73,33 %) das mulheres têm graves sintomas da doença, e (26,64%) ainda apresentam sintomas moderados. No que diz respeito aos idosos do sexo masculino, cerca de (70,00%) apresentam mostras graves da enfermidade, e (30,00%) moderadas. Constatou-se, no estudo, que a depressão e ansiedade estão presentes entre os idosos que vivem institucionalizados, com predominância equivalente em ambos os sexos.
Silva e Veronez (2021) analisaram a prevalência do transtorno de ansiedade através dos relatos da população frequentadora das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um município do interior de São Paulo, bem como a sintomatologia e a abordagem terapêutica utilizada nessa patologia. Os resultados evidenciaram que a maioria da população adulta e idosa frequentadora das UBS sofre com o transtorno de ansiedade, sendo que seus sintomas atingem vários sistemas do corpo e os métodos terapêuticos oferecidos pelas unidades de saúde são dos mais variados. Esses pacientes referem diversos sintomas, principalmente taquicardia, choro e atos impulsivos; os quais os levam a buscar intervenções terapêuticas, sendo em sua grande maioria medicamentosa. Além disso, outros métodos não medicamentosos são utilizados para o seu tratamento, como a atividade física e a psicoterapia, porém ainda são muito pouco procurados na UBS.
Lavelli et al. (2023), avaliaram e compararam o desempenho cognitivo de 233 idosos com e sem Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), moradores da área de uma Unidade de Saúde da Família do município de São Carlos, São Paulo, divididos em dois grupos: (a) Grupo com TAG (n=44) e (b) Grupo sem TAG (n=189). Os idosos eram, em sua maioria, do sexo feminino (57,9%), casados ou com companheiros (60,9%), com média de idade de 69,95 anos, baixa escolaridade e baixa renda. O TAG foi identificado em 18,9% da amostra (n=44), estes indivíduos eram significativamente mais jovens, escolarizados e predominantemente do sexo feminino.
Com o intuito de avaliar a frequência de transtornos de ansiedade em idosos longevos com dor crônica e verificar as suas associações, Santos, Cendoroglo e Santos (2017), selecionaram pacientes longevos com dor crônica dos quais se apuraram as características sociodemográficas e os aspectos referentes à dor. A amostra foi constituída por 41 idosos com média de idade de 85,7 anos, sendo a maioria do sexo feminino, branca, viúva e de baixa escolaridade. Observadas altas prevalências de transtornos de ansiedade, 53,6% e 68,3%, respectivamente, traço e estado de ansiedade. Os transtornos de ansiedade foram muito prevalentes nos longevos com dor crônica, e esses se correlacionaram significativamente com a dor e a depressão, o que poderia justificar a necessidade de medidas terapêuticas multidisciplinares e diferentes nos quadros álgicos persistentes de idosos.
Oliveira et al. (2023) analisaram os fatores relacionados à ansiedade com 69 idosos de ambos os sexos, com idade entre 60 e 80 anos de dois municípios do noroeste do Paraná. Foi encontrada diferença significativa no escore de ansiedade em função da percepção de saúde (p = 0,001), da comparação da saúde com idosos da mesma idade (p = 0,001), uso de medicamentos (p = 0,003), presença de osteoartrite (p = 0,006), depressão (p = 0,001) e osteoporose (p = 0,008). A maioria dos idosos avaliados foi classificada como sem suspeita de ansiedade, apresentou uma boa percepção de saúde, faz uso de pelo menos um medicamento regularmente e não pratica exercício físico. Os idosos com pior percepção de saúde, aqueles que usavam mais de dois medicamentos e os que relataram ter osteoartrite, depressão ou osteoporose apresentaram maiores sintomas de ansiedade.
Menta et al. (2020), examinaram a prevalência do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e suas associações com fatores sociodemográficos e de saúde em de 578 indivíduos com 60 anos ou mais do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) de Porto Alegre, RS, Brasil. Os principais resultados da análise multivariada mostram associações entre TAG e aposentadoria, histórico de quedas, coabitação com quatro ou mais pessoas, ter mais de uma hospitalização no último ano e autopercepção de saúde como regular. A aposentadoria em idosos mostra 2,32x menos risco de TAG, embora fatores de confusão possam ter superestimado esse achado e subestimado a associação com o gênero feminino. Estima-se uma alta prevalência de TAG nessa população. Foram encontradas associações entre TAG e saúde autopercebida como regular, coabitação com quatro ou mais pessoas, histórico de quedas e mais de uma hospitalização no último ano. Esses dados epidemiológicos da Estratégia Saúde da Família são importantes para desenvolver mais estratégias para essa faixa etária que podem melhorar a prática de assistência à saúde.
Maximiano-Barreto et al. (2019) identificaram a ocorrência de ansiedade e depressão em 171 idosos atendidos na rede pública e privada e a relação com a desigualdade social. Sendo 85 atendidos em rede privada de saúde (G1) e 86 em rede pública (G2). Observou-se entre os grupos G1 e G2 uma desigualdade social, econômica e saúde. Identificou-se no estudo, uma desigualdade social entre os grupos e sua implicação nos transtornos afetivos. Observa-se que as iniquidades sociais como: baixa escolaridade, baixo nível econômico e outros são fatores influenciadores na ocorrência da ansiedade e depressão, estando fortemente presentes na população atendida na rede pública de saúde quando comparado aos da rede privada. Esses fatores, por sua vez, contribuem diretamente na implicação do manuseio de medicamentos, acesso ao serviço de saúde e acarretando possível déficit na qualidade de vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se com o presente estudo que os fatores predisponentes ao transtorno da ansiedade generalizada (TAG) em idosos são o sexo, idade, estado civil, etnia, baixa escolaridade, fatores socioeconômicos, desigualdades sociais, acesso à saúde, uso de fármacos, suporte social e familiar, entre outros.
Os transtornos de ansiedade são frequentes entre os idosos, principalmente em mulheres, de 60 a 69 anos, com menor escolaridade, casados, que apresentam comorbidades clínicas e fazem uso de antidepressivos e benzodiazepínicos.
Estes achados são importantes e reafirmam a expressiva prevalência de TAG entre os idosos. Além disso, avaliações de presença de comorbidades e efeitos colaterais de medicamentos devem ser investigadas, especialmente entre idosos que apresentam polifarmácia, o que acaba interferindo negativamente na sua qualidade de vida.
O ambiente institucional para idosos pode ser um veículo propulsor para o surgimento de transtornos mentais como depressão e ansiedade em idosos. Identificar, prioritariamente, aqueles idosos com nível de sofrimento psíquico ou ausência de suporte familiar e social pode ser o primeiro passo para organizar e prevenir a demanda por instituições de longa permanência. Correlações frequentes entre ansiedade e dor crônica justificariam a necessidade de associar medidas distintas e multidisciplinares, como a intervenção psicológica, no manejo terapêutico de idosos longevos com quadros álgicos persistentes.
Sugere-se ampliação de estudos semelhantes a este a fim de incluir formas de identificar a efetividade das estratégias de tratamento e acompanhamento para os fatores predisponentes à TAG em idosos. Além disso, sugere-se a criação e a intensificação de campanhas de conscientização na comunidade a fim de aumentar a identificação dos transtornos de ansiedade, bem como dos fatores associados.
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1Enfermeira e Gerontóloga. Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local (UNA/BH). Doutoranda em Biotecnologias em Saúde (UNP/RN). Docente e Professora TI em Pesquisa do Curso de Medicina da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
2Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG. Docente dos Cursos de Medicina e Enfermagem da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
3Nutricionista. Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG. Especialista em Comportamento Alimentar. Docente dos cursos de medicina, enfermagem, fisioterapia e biomedicina da Faseh. Coordenadora adjunta da Faseh, Vespasiano/MG, Brasil;
4Bióloga e Médica Veterinária. Mestre em Ciência Animal, Doutora e pós doutora em Fisiologia. MBA Gestão Ambiental e Sustentabilidade. Especialista em Diagnóstico por imagem e Cardiologia Veterinária. Docente do Curso de Medicina da FASEH, Vespasiano-MG, Brasil;
5Farmacêutica. Mestre em Ciências Farmacêuticas (UFMG). Doutora em Medicamentos e Assistência Farmacêutica pela Farmacêutica (UFMG); Docente e Professora TI em Pesquisa do Curso de Medicina da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
6Enfermeira. Mestre em Administração. Enfermeira no CTI Cardiológico do Hospital das Clínicas da UFMG. Docente do Curso de Medicina da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
7Médica da Secretaria Municipal de Saúde de Jaboticatubas. Mestranda em Gestão de Serviços da Atenção Primária (FUNIBER). Docente do Curso de Medicina da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
8Médica da Secretaria Municipal de Saúde de Vespasiano. Mestranda em Saúde Pública. Docente do Curso de Medicina da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
9Médica com especialização em Medicina da Saúde da Família e Comunidade. Professora dos Cursos de Graduação em Medicina da Unifenas e da FASEH, Vespasiano/MG, Brasil;
10Acadêmica do 8° período do Curso de Enfermagem da Faseh, Vespasiano/MG, Brasil;
11Acadêmica do 6° período do Curso de Enfermagem da Faseh, Vespasiano/MG, Brasil;
12Acadêmico do 4° período do Curso de Odontologia da Faseh, Vespasiano/MG, Brasil;
13Acadêmicos da 4° etapa do Curso de Medicina da Faseh, Vespasiano/MG, Brasil.