FATORES LIMITADORES DA MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA NA INTER-RELAÇÃO ORTO X ENDO

LIMITING FACTORS OF ORTHODONTIC MOVIMENT IN THE ORTHO X ENDO INTERRELATIONSHIP

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10052091


Thainá Kruschewsky Maciel1
Giullia Coelho Redenção
João Antonio Soares Câncio Gomes
Orientador: Profº Fábio Silveira de Souza2


RESUMO: O tratamento ortodôntico proporciona diversos benefícios, incluindo melhorias estéticas, função oral aprimorada e aumento da autoestima dos pacientes. A eficácia desse tratamento pode ser comprometida, devido a fatores limitante como os de origem endodôntica e perfurações radiculares. As perfurações radiculares podem levar à reabsorção radicular, dificultando a obtenção da posição dentária correta e o desvio das forças ortodônticas, resultando em um tratamento insatisfatório. O sucesso endodôntico é fundamental para prevenir ou minimizar a reabsorção radicular durante a movimentação ortodôntica. O tratamento endodôntico bem-sucedido envolve a remoção completa do tecido necrótico, influenciado pelo sistema de canais radiculares e obturação adequada. Lesões periapicais, que são inflamações crônicas na região periapical, podem interferir na resposta dos tecidos periodontais durante o tratamento ortodôntico. Portanto, é crucial tratar as lesões periapicais antes de realizar a movimentação ortodôntica. Em resumo, problemas endodônticos, perfurações radiculares e lesões periapicais podem afetar a eficácia do tratamento ortodôntico e resultar em resultados insatisfatórios. O objetivo deste trabalho é identificar os fatores que limitam a movimentação ortodôntica em dentes tratados endodonticamente. A pesquisa foi realizada de acordo com as bases de dados: Lilacs, Pubmed, Scielo e a plataforma de pesquisa Google Acadêmico.

Palavras-chave: Tratamento ortodôntico. Fatores limitadores. Movimentação ortodôntica. Lesões periapicais. Relação orto-endo.

ABSTRACT Orthodontic treatment provides several benefits, including aesthetic improvements, improved oral function and increased self-esteem of patients. The effectiveness of this treatment can be compromised due to limiting factors such as those of endodontic origin and root perforations. Root perforations can lead to root resorption, making it difficult to obtain the correct tooth position and the deviation of orthodontic forces, resulting in an unsatisfactory treatment. Endodontic success is critical to preventing or minimizing root resorption during orthodontic movement. Successful endodontic treatment involved complete removal of necrotic tissue, influenced by the root canal system and adequate obturation. Periapical lesions, which are chronic inflammations in the periapical region, can interfere with the response of periodontal tissues during orthodontic treatment. Therefore, it is crucial to treat periapical lesions before performing orthodontic movement. In summary, endodontic problems, root perforations and periapical lesions can affect the effectiveness of orthodontic treatment and result in unsatisfactory results. The objective of this work is to identify the factors that limit omodontic movement in endodontically treated teeth. The research was carried out according to the databases: Lilacs, Pubmed, Scielo  and Google Scholar research platform.

Keywords: Orthodontic treatment. Limiting factors. Orthodontic movement. Periapical Lesions. Ortho x Endo relario

1 INTRODUÇÃO

É frequente a necessidade de movimentação de dentes tratados endodonticamente ou ainda em tratamento endodôntico. O que fundamenta as decisões clínicas e orientações biológicas aplicadas rotineiramente é baseado na inter relação de informações pertinentes à inflamação, reparação tecidual, biologia da movimentação dos dentes e das reabsorções associadas, doenças pulpares e doenças periapicais (Consolaro; Consolaro, 2013).

Durante muitas décadas, até 1990, praticamente não houve movimentação de dentes tratados endodonticamente. Houve quase um consenso, não fundamentado metodologicamente, de que esses dentes apresentariam maior risco de reabsorção radicular durante a movimentação ortodôntica. A partir da década de 90, após a publicação de Spurrier et al, enfatizou-se que dentes adequadamente tratados endodonticamente, se movidos ortodonticamente, não aumentariam o risco de reabsorção nas raízes, nem reduziram esse risco.

O movimento dentário é possível devido ao mecanismo de remodelação óssea existente, ocorrendo reabsorção óssea na zona pressionada e aposição óssea no lado tensionado. Concomitantemente ao processo de movimentação pode ocorrer, também, reabsorção da raiz dentária. Embora esta seja inevitável, seus efeitos podem ser minimizados (Capelozza Filho e Silva Filho, 1998).

Os autores Tanaka et. al. (2013), concluíram que dentes tratados endodonticamente podem ser movimentados ortodonticamente sem o comprometimento dos elementos, em um estudo de caso clínico com um tempo total de tratamento ortodôntico de 34 meses em uma paciente de 36 anos, sem história médica significativa. Apesar do mau prognóstico e riscos de reabsorção radicular, fraturas e anquilose, o tratamento ortodôntico foi realizado com sucesso.

Os autores Tanaka et. al. (2013), e Esteves et al. (2007) enfatizaram no resultado de seus estudos, os pesquisadores que é possível realizar movimentações ortodônticas em dentes que passaram por tratamento endodôntico sem que isso prejudique a integridade dos mesmos. Além disso, não foi observada uma diferença substancial na reabsorção radicular apical, conforme avaliada por radiografias, entre dentes que passaram por tratamento endodôntico.

O processo de movimentação ortodôntica não apresenta participação ativa, direta ou indireta, da polpa dentária, ocorrendo apenas na região do ligamento periodontal. Os osteoblastos, localizados a cerca de 0,25mm do dente, possuem receptores para os mediadores do turnover ósseo, ao contrário dos cementoblastos. Dessa forma, os dentes podem ser movimentados em decorrência da reabsorção óssea, sem apresentar comprometimento das suas estruturas radiculares(CONSOLARO et al.,2011). 

No entanto, ainda não foi totalmente compreendido pela ciência todos os danos que esta movimentação pode causar em dentes desvitalizados, fragilizados por restaurações extensas, com lesões periapicais e problemas periodontais, visto que há variáveis biológicas não controláveis neste processo, como por exemplo, a susceptibilidade individual (Kaku et al., 2014). 

Dentes tratados endodonticamente podem ser movidos ortodonticamente tão prontamente quanto dentes com polpas vitais. Se os dentes necessitarem de tratamento endodôntico durante o movimento ortodôntico, recomenda-se que os canais radiculares sejam limpos, modelados e um curativo provisório de hidróxido de cálcio seja colocado. O dente deve ser selado oclusalmente para evitar o vazamento bacteriano. A obturação do canal é realizada após a conclusão do movimento dentário ortodôntico, porém existe uma escassez de informações na literatura sobre a relação concisa entre endodontia e tratamento ortodôntico, tanto sobre como agir ao longo da intervenção e sobre algumas decisões e planejamentos a serem levados em consideração. Essa relação pode variar de acordo com os efeitos que a polpa sofre durante o tratamento ortodôntico e o potencial de reabsorção durante a movimentação dentária. O manejo clínico de dentes com comprometimento pulpar requer cuidados integrados no decorrer do tratamento (Hamilton; Gutmann, 1999).

          É necessária a colaboração entre ortodontistas e endodontistas e a comunicação efetiva entre esses profissionais na realização de um planejamento cuidadoso e integrado, buscando a identificação de possíveis problemas como: presença de lesões periapicais e perfurações e avaliando de forma criteriosa a qualidade do tratamento endodôntico e a força ortodôntica aplicada de acordo com as condições do paciente. Dessa forma é possível superar esses fatores de limitação ortodôntica em dentes tratados endodonticamente com utilização de recursos adicionais, como aparelhos ortodônticos específicos, aplicação de terapias medicamentosas ou regenerativas, a utilização de técnicas de movimentação dentária mais suaves e progressivas e a utilização de tratamentos complementares, como a Terapia a Laser de Baixa Potência (LLLT). 

O tratamento ortodôntico envolvendo dentes endodonticamente tratados pode ser realizado, desde que o procedimento tenha sido considerado um sucesso clínico. Sabe-se que a movimentação ortodôntica gera efeitos pulpares e periodontais que são considerados reversíveis sob a ação de forças leves aplicadas durante a ortodontia. De tal modo, os elementos dentários que passam por intervenção endodôntica ao longo do tratamento ortodôntico devem ser acompanhados pelos profissionais das duas áreas. Caso o sucesso do tratamento endodôntico não tenha ocorrido, se faz necessário o retratamento para dar início a ou continuar o tratamento ortodôntico.

Desta forma, o estudo dos fatores limitadores na relação ortodontia e endodontia torna-se de importante valia para os profissionais da odontologia e pacientes que passarão por tratamento ortodôntico. Visto que irá apresentar os fatores que limitam a movimentação ortodôntica, auxiliando os profissionais a realizarem um tratamento de forma mais eficiente e segura, melhorando o prognóstico do paciente e evitando assim surpresas desagradáveis que possam vir a aparecer tanto no decorrer da intervenção ortodôntica, como ao final, levando algum dano ao paciente. Esse estudo tem como objetivo identificar e analisar os fatores que limitam a movimentação ortodôntica em dentes tratados endodonticamente a partir de uma revisão de literatura. Além de abordar as estratégias complementares utilizadas para superá-los ou minimizar os efeitos adversos no dente tratado com o canal.

2 METODOLOGIA

Este trabalho teve como finalidade realizar um estudo em formato de revisão de literatura sobre a movimentação ortodôntica em dentes tratados com endodontia, abordando os fatores limitadores e as estratégias complementadas utilizadas para superá-los. A pesquisa foi realizada de acordo com as bases de dados: Lilacs, Pubmed, Scielo e a plataforma de pesquisa Google Acadêmico. As palavras chaves utilizadas foram “tratamento ortodôntico”, “endodontia” e “relação orto-endo” em português e inglês, com lapso temporal nos trabalhos utilizados entre 1974 à 2021. 

3 DISCUSSÃO

O tratamento ortodôntico é associado a uma gama de benefícios, sendo que, na maioria das vezes, os benefícios superam os possíveis riscos. A melhora da aparência estética, esse procedimento pode ter um impacto significativo na função oral e na autoestima dos pacientes, garantindo uma melhora na vida do paciente como um todo (Meeran, 2013).

Para uma intervenção ortodôntica obter êxito, é essencial a saúde periodontal e qualidade óssea, além da compreensão que doenças periodontais, reabsorção óssea ou diminuição da densidade óssea podem limitar a execução da terapia, afetando a estabilidade dos resultados obtidos (Krishnan; Davidovitch, 2006).

A compreensão dos controles biológicos subjacentes à movimentação ortodôntica, incluindo a remodelação óssea, a resposta inflamatória, a reabsorção radicular e a neoformação óssea é elementar para o planejamento adequado do tratamento ortodôntico, levando em consideração os fatores que podem limitar a movimentação dentária (Krishnan; Davidovitch, 2006). Os mesmos abordam que a movimentação induzida à forças ortodônticas é um processo complexo que envolve uma série de fatores que podem limitar a eficácia do tratamento. A seguir, apresenta-se um referencial teórico que aborda alguns dos principais fatores que podem influenciar negativamente o deslocamento ortodôntico nos elementos que foram tratados endodonticamente.

3.1 Perfurações Radiculares 

Num estudo feito por Souza e Rezende (2013), para avaliar casos de perfurações radiculares ocorridos entre os anos de 2006 a 2011 em que alguns dentes foram submetidos a uma tentativa de selamento com MTA foram observados alguns achados clínicos. Em um dos dois casos com prognóstico desfavorável e que e que se encontrava ainda em boca, foi detectado rarefação óssea no terço médio da raiz compatível com reabsorção externa, porém sem sintomatologia dolorosa ou alterações clínicas associadas, a não ser pela mobilidade grau 1. Em outro caso apresentado foram encontradas diversas alterações clínicas e radiográficas 1 ano após a ocorrência da perfuração, como mobilidade, alteração da coloração dental e gengival, alterações significativas na profundidade de sondagem, onde o sítio mésio-vestibular passou de 3 para 10mm e o lingual de 3 para 7mm, além de alterações radiográficas compatíveis com lesão no periápice e de furca. Com esse achado, juntamente com o trabalho de Bumann e Frazier-Bowers (2017), que diz que a ancoragem e boa qualidade óssea é imprescindível para induzir a cascata de remodelação óssea que conta com a presença principalmente de osteoblastos e osteoclastos, conclui-se que as perfurações radiculares são de fato um fator de risco para a reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico, afetando a movimentação motora, dificultando a obtenção de estabilidade ortodôntica e a apropriada orientação dos dentes durante a locomoção induzida pela força, além de comprometer a resistência dentária e resultar em movimentações indesejadas, induzindo a um resultado insatisfatório no tratamento (Sameshima; Sinclair, 2001).

Uma perfuração envolvendo apenas tecidos de suporte, como gengiva e osso alveolar, não necessariamente resultará em inflamação irreversível e falha do tratamento ortodôntico mas a cicatrização após uma perfuração radicular pode ser comprometida quando ocorre sobreposição de infecção bacteriana e/ou materiais restauradores irritativos como cimentos ou resinas,  sobre o local perfurado. Consequências como crescimento gengival do epitélio na região perfurada, inflamação, reabsorção óssea e/ou necrose podem ser o resultado. O reparo de uma perfuração sem inflamação perirradicular pode ocorrer desde que a infecção seja evitada e a assepsia mantida durante o tratamento (Fuss; Trope, 1996). 

Tais consequências desse estudo vão de encontro a um dos princípios da movimentação ortodôntica, como exposto no trabalho de Jiang et. al. (2016) onde ele cita que os ligamentos do periodonto, o osso alveolar e o cemento são tecidos determinantes para a compreensão do movimento dentário induzido às forças ortodônticas, eles formam o periodonto de suporte que de prontidão se remodela na homeostase e na terapia ortodôntica e sua qualidade, quantidade e saúde, podem afetar a ancoragem ortodôntica e a capacidade dos dentes em resistir às forças aplicadas ortodonticamente.

Em resumo, perfurações radiculares têm o potencial de causar complicações, incluindo reabsorção radicular, obstáculos na obtenção da posição dental adequada, desalinhamento das forças ortodônticas e um maior risco de inflamação e infecção. Estas adversidades podem prejudicar a eficácia do tratamento ortodôntico, levando a resultados insatisfatórios.

3.2 Sucesso Endodôntico

A relação entre o sucesso endodôntico e a movimentação ortodonticamente induzida é um tema relevante na área da Odontologia, pois a terapia endodôntica pode afetar o resultado do tratamento ortodôntico.

Consolaro (2002) define que os estudos metodológicos sobre esse assunto, apresentam a ideia de que um dente que foi tratado endodonticamente pode ter movimento ortodôntico sobre ele desde que um especialista considere aquele tratamento endodôntico um sucesso clínico mesmo aqueles que apresentam extravasamento periapical de material obturador.

O processo de tratamento de canal consiste em três fases cruciais para o controle da infecção: a preparação química-mecânica, a medicação intracanal e a obturação do sistema de canais radiculares. Durante a preparação química-mecânica, utiliza-se instrumentos manuais e rotatórios juntamente com soluções químicas para remover o tecido pulpar inflamado e infectado, além de eliminar os microrganismos dos condutos. A medicação intracanal é aplicada para prevenir a reinfecção e auxiliar na cicatrização, enquanto a obturação dos canais propõe selar o espaço tratado, evitando a entrada de novos microrganismos e a recorrência da infecção (Siqueira et al., 2012).

 Segundo Li et al. (2016), dentes com patologia endodôntica não tratada podem apresentar um maior risco de reabsorção radicular ao longo do tratamento ortodôntico, sendo assim a manutenção da integridade funcional do dente tratado endodonticamente é essencial para o resultado esperado da movimentação ortodôntica. Portanto, uma terapia endodôntica bem-sucedida é um fator que determina a prevenção ou minimização da reabsorção de raízes no decurso da movimentação induzida ortodôntica.

Os autores Tabassum e Khan (2016) avaliaram que em um tratamento endodôntico há alguns critérios que fazem o sucesso da terapia, é importante destacar o mantimento das funções mastigatórias e oclusal do elemento dentário e a inexistência de sinais e sintomas clínicos, como inchaços, inflamação, infecção, dor, odor, fístula e doença periodontal. Da visão radiográfica, a lâmina dura precisa estar fina e contínua, o espessamento dos ligamentos periodontais deve ser inferior a 1 mm, não deve haver reabsorções nem rarefação perirradicular, além de uma obturação adequada com guta-percha respeitando o limite de 1 mm aquém do ápice radiográfico. 

Uma situação clínica é considerada mal aceita quando não ocorre resolução de radiolucência periapical em um intervalo de até quatro anos, ou quando há sinais clínicos de inflamação em um período anterior a esse prazo. Isso pode ocorrer devido a persistência de microrganismos no sistema de canais radiculares devido a um controle asséptico inadequado, acesso deficiente, limpeza insuficiente dos canais ou infiltração coronária. Esses problemas podem ser identificados por sinais clínicos de inflamação, exsudato inflamatório persistente, odor e por meio de exames radiográficos que mostram o envolvimento de lesões no ápice do dente (Junqueira; Napimoga, 2015)

A escolha do cimento endodôntico também é um fator importante para o êxito do tratamento em processo, como afirmado por Duarte et al. (2015).  Não existe um único cimento que contemple todas as propriedades desejadas, citando os cimentos endodôntico à base de resina epóxi AH Plus® (Dentsply, DeTrey, Konstanz, Alemanha) como padrão-ouro, devido à presença de características que favorecem o sucesso do tratamento de canal (Silva; Melo; Salomão, 2020).

Além disso, uma revisão de 2020 destacou a relevância do emprego de técnicas de imagem avançadas, como a tomografia computadorizada de feixe cônico, para auxiliar na avaliação do sucesso da terapia endodôntica, sobretudo em casos de lesões pré-existentes no periápice (Alharmoodi; Al-salehi, 2020).

Conforme Siqueira (2019), em casos de necropulpectomias, é imprescindível que haja desinfecção completa do sistema de canais radiculares, com a remoção de todo o tecido necrótico e tóxico, após isso a obturação deve ser feita de maneira completa para evitar uma nova invasão bacteriana e prevenir o acesso de bactérias remanescentes aos tecidos periapicais. De forma precisa e hermética, a obturação dos canais precisa ocorrer de modo a preencher todos os espaços vazios e selar o sistema de canais radiculares, garantindo assim o êxito do tratamento.

Os atores Siqueira, Rôças, Alves e Campos (2005), concluíram que a infiltração pode ocorrer por duas vias: apical e coronária. A segunda via é um dos problemas mais frequentes no tratamento endodôntico, onde a obturação não impede a entrada de saliva e a falha no selamento coronário permite a contaminação por fluidos, material orgânico e micro-organismos provenientes da cavidade bucal através da infiltração coronária.  Com a contaminação, o ambiente fica sujeito e propenso ao ajuntamento de bactérias e os microrganismos podem penetrar e colonizar o sistema de canais radiculares e alcançar os tecidos perirradiculares, induzindo ou perpetuando patologias periapicais. 

Dentes com patologia endodôntica podem apresentar uma menor taxa de movimentação ortodôntica em comparação com dentes saudáveis e isso pode estar relacionado à resposta inflamatória no ligamento periodontal, podendo implicar na mobilidade dentária (Mavragani et al., 2015). Portanto, uma execução endodôntica bem-sucedida pode ajudar a diminuir a inflamação no ligamento periodontal e, consequentemente, aumentar a taxa de deslocamento ortodôntico.

3.3 Lesões periapicais

As lesões periapicais são inflamações crônicas que ocorrem na região periapical dos dentes, geralmente devido a infecções bacterianas decorrentes de doenças pulpares não tratadas ou tratadas de forma primária.As lesões periapicais podem afetar o tratamento ortodôntico, uma vez que a presença de inflamação ou infecção nos tecidos perirradiculares pode interferir na resposta dos tecidos periodontais e comprometer a estabilidade dos dentes durante a transmissão ortodôntica (Cavalcanti et al., 2016).

Segundo Hargreaves e Berman (2016), “lesões periapicais são características por alterações inflamatórias e/ou infecciosas no tecido periapical, resultantes de uma resposta imune do hospedeiro a patógenos presentes no canal radicular”.

Quando um dente recebe tratamento endodôntico inadequado e apresenta reação inflamatória crônica ou sem cura, faz-se crucial a realização de um retratamento do canal para garantir o êxito do tratamento. Depois disso, o tratamento ortodôntico pode ser realizado, geralmente após um período de 30 dias (Consolaro, 2002), assim como salientou Oliveira et al. (2016), que a movimentação ortodôntica não parece afetar o processo de reparo periodontal apical em dentes com lesões crônicas. Portanto, geralmente, é aconselhável iniciar a movimentação ortodôntica em torno de 15 a 30 dias após a conclusão bem-sucedida do tratamento endodôntico. Assim, é importante realizar acompanhamentos periódicos para verificar a evolução do quadro clínico-patológico após a terapia. Caso a cura não seja alcançada, pode ser necessário considerar a opção de realizar uma cirurgia apical, conforme descrito por Siqueira et al. (2014).

Segundo Consolaro, Miranda e Consolaro(2020), não há na literatura evidências de que a movimentação ortodôntica seja prejudicial para a reparação dos tecidos periapicais e apicais, incluindo o tecido ósseo. As forças aplicadas são tão leves que não promovem alteração dos fenômenos celulares e teciduais do reparo periapical e apical. 

As lesões no periápice do dente constituem um dos principais fatores limitadores da movimentação induzida de maneira ortodôntica em dentes tratados com canal. As doenças que acometem a polpa do dente são consequência de fatores diversos, como químicos, físicos e principalmente bacterianos, e podem evoluir para a necrose da polpa, dependendo da capacidade de defesa da polpa dental e da potência do agente agressor (Haapasalo, Udnaes e Endal, 2003).

As lesões periapicais podem influenciar a resposta biológica e inflamatória local com liberação de mediadores inflamatórios que podem interferir na remodelação óssea e a cicatrização dos tecidos periodontais, podendo  influenciar a movimentação ortodôntica ao levar a um aumento da reabsorção radicular e comprometer a estabilidade do elementos dentários e o resultado final do tratamento, fazendo- se importante ajustes na intensidade e direção das forças ortodônticas, e acompanhamento radiográfico regular.

Evidenciando a relação entre a existência de lesões periapicais e a necessidade de precauções durante o tratamento ortodôntico, Souza et al. (2006) revelam que o movimento ortodôntico de dentes com lesões periapicais crônicas após o processo endodôntico com materiais de hidróxido de cálcio atrasou, mas não impediu o desempenho da cicatrização.

Quando germes altamente virulentos estão presentes e a defesa orgânica é limitada, pode ocorrer inflamação aguda na região periapical, enquanto que germes menos virulentos ou um organismo mais resistente podem resultar em inflamação crônica. A inflamação pode se desenvolver em infecções localizadas de baixa intensidade, que requerem tratamento mínimo, ou em infecções graves que ameaçam a vida do paciente (Haapasalo, Udnaes e Endal 2003).

3.4 Reabsorção Radicular Apical

As respostas induzidas nas polpas, frente a força da movimentação ortodôntica podem impactar na iniciação e perpetuação da remodelação radicular apical ou reabsorção durante a movimentação dentária (HAMILTON et al, 1999).

Associado ao tratamento ortodôntico é o fenômeno conhecido como reabsorção da raiz apical. Numerosos investigadores estudaram a relação entre a reabsorção radicular apical e o movimento ortodôntico em dentes vitais. Apesar desse esforço concentrado, nem a causa nem o prognóstico da reabsorção parcial dos dentes são totalmente compreendidos. O consenso geral é que a reabsorção radicular apical de dentes vitais ocorre até certo ponto em quase todos os pacientes ortodônticos (Spurrier et al., 1990).

De acordo com Spurrier et al. (1990) há evidências inconclusivas sobre a frequência ou extensão da reabsorção radicular apical em dentes tratados endodonticamente que estão sujeitos a forças ortodônticas. Mesmo que os dentes tratados endodonticamente respondam às forças ortodônticas de maneira semelhante à dos dentes normais, muitos ortodontistas os consideram mais suscetíveis à reabsorção radicular apical.

Em relação ao poder de reabsorção apical, estudos apresentaram 3 caminhos distintos: Hamilton (1999, Bender et al. (1997),  Parlange e Sims (1993) e Bondemarke et al. (1997) constatou que dentes com tratamento endodôntico prévio exibem menor propensão à reabsorção radicular apical durante a movimentação dentária ortodôntica, já no estudo de Huettner e Young (1955), Weiss (1969) e Mattisone et al. (1984) nenhuma diferença na quantidade de reabsorção com os dois grupos experimentais também foram relatados, em contrapartida, em pesquisas feitas por Wickwiree et al. (1974) dados históricos, cefalogramas laterais e radiografias apropriadas foram usados para avaliar os dentes e os resultados revelaram que os dentes com envolvimento endodôntico se moveram tão igualmente quanto àqueles com polpas vitais, mas parece haver maior evidência radiográfica de reabsorção radicular nos dentes tratados endodonticamente quando comparados aos controles, assim como Mahe et al. (1996) e apresentaram o mesmo resultado.

No trabalho de Hamilton et al. (1999), demonstrou-se que um dente que tenha sofrido um traumatismo pode ser movido ortodonticamente com um risco mínimo de reabsorção, desde que a polpa do dente não tenha sido severamente alcançada, como em casos de infecção ou necrose. Se por acaso houver desvitalização do dente, é necessário que ele seja endodonticamente tratado antes do início do tratamento ortodôntico. É importante notar que se um dente previamente traumatizado apresentar reabsorção, há uma chance maior de que o movimento giratório ortodôntico possa agravar o desenvolvimento da reabsorção. Nas situações de luxações ou avulsões intrusivas, que são considerados traumas graves há chances de uma maior incidência de reabsorção durante o tratamento ortodôntico, mesmo com ou sem tratamento endodôntico prévio 

Em 1955, Phillips  observou que dentes traumatizados e  raízes deformadas apresentaram maior predisposição à reabsorção radicular do que dentes não traumatizados.

A reabsorção de raiz é uma atividade patológica que ocorre quando os cementoblastos, responsáveis ​​pela formação do cemento radicular, desaparecem da superfície radicular devido à aplicação de forças excessivas sobre o dente, originada em uma depressão dos vasos do ligamento periodontal naquela região. Isso pode levar à necrose dos vasos ou à migração dos mesmos, provocada em uma exposição e desproteção da raiz desse dente (Narayana et al., 2018). 

Em uma revisão sistemática conduzida por Walker, Tieu e Flores-Mir (2013), foi examinada a suscetibilidade à reabsorção radicular em dentes despolpados em comparação com seus pares vitais após a realização de tratamento ortodôntico. Os resultados da análise revelaram que, em alguns dos estudos avaliados, os dentes despolpados exibiram níveis menores de reabsorção quando comparados aos dentes vitais durante o curso do tratamento ortodôntico. Em última análise, a revisão concluiu que os dentes submetidos a tratamento endodôntico não apresentam um risco aumentado de reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico em comparação com os dentes vitais. 

Durante a movimentação ortodôntica, independentemente do tipo e intensidade de força aplicada, os tecidos pulpares não apresentam alterações funcionais e morfológicas. Portanto, se o canal do dente estiver preenchido por material endodôntico, não apresentará modificação nos tecidos periodontais decorrentes da movimentação ortodôntica. Caso este dente apresente-se com mais ou menos reabsorções radiculares após o tratamento ortodôntico, essas não estarão relacionadas à endodontia (CONSOLARO; BITTENCOURT,2016). 

4 CONCLUSÃO 

Com base na discussão apresentada neste trabalho, é evidente que o tratamento ortodôntico em dentes com tratamento endodôntico é uma prática complexa e multifacetada, que requer uma compreensão profunda das condições do paciente, qualidade do tratamento endodôntico e dos fatores que podem limitar a lesão dentária. A colaboração eficaz entre ortodontistas e endodontistas é essencial para o planejamento e execução de bons sucessos do tratamento, destacando a importância da comunicação interdisciplinar e da avaliação cuidadosa das condições orais dos pacientes. Além disso, é imperativo realizar acompanhamentos periódicos para monitorar a resposta dos tecidos periapicais ao tratamento ortodôntico, permitindo ajustes conforme necessários para garantir a estabilidade e a saúde ao longo prazo dos dentes tratados.

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1Discente do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: tkmaciel@gmail.com
2Docente do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: f.sil@uol.com.br