FATORES DE RISCO QUE INFLUENCIAM NA INCIDÊNCIA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE COLÔNIA LEOPOLDINA-AL

RISK FACTORS THAT INFLUENCE THE INCIDENCE OF ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION IN THE POPULATION OF THE MUNICIPALITY OF COLOGNE LEOPOLDINA-AL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11002722


Lorena Cinthia Bezerra da Silva Braz1
Matheus Moura Andrade Santos2
Carla Suzane Góes Pachêco3
Renan Remaeh Rocca4


Resumo

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morbimortalidade em todo o mundo, com aproximadamente 17 milhões de mortes/ano, com destaque para a doença arterial coronariana (DAC). No Brasil, a prevalência das DCV aumentou 26,8 % nas últimas três décadas, especialmente nos estados com menor desenvolvimento político e social, tendo o infarto agudo do miocárdio (IAM) como a maior causa de morte. Objetivo: Investigar os fatores de risco que influenciam na incidência de infarto agudo do miocárdio na população do município de Colônia Leopoldina – AL. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, observacional e longitudinal. Os dados foram extraídos da plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012. A análise dos dados se deu através dos cálculos de frequência relativa e absoluta, como também foram tabulados em planilhas e posteriormente construídos os gráficos pelo programa da Microsoft® Excel®. Resultados e discussão: O crescimento populacional do município, no período estudado, foi de 15,59%. Nos três grupos estudados na amostra – HAS/IAM; HAS e DM/IAM; HAS, DM e sobrepeso/IAM – a incidência de IAM foi maior nas mulheres. Quando associados os fatores de risco HAS e DM, a incidência de IAM se deu numa faixa etária mais baixa. E dos indivíduos hipertensos e diabéticos que evoluíram com IAM, na sua totalidade eram mulheres e, quase metade delas (44,44%) apresentavam sobrepeso. Considerações finais: Observou-se um maior número de fatores de risco para DCV e uma maior incidência de IAM no sexo feminino. Ressalta-se a importância de dados epidemiológicos atualizados e a implementação de políticas públicas efetivas, com destaque à atenção da saúde cardiovascular nas mulheres.

Palavras-chave: Hipertensão arterial. Diabetes mellitus. Obesidade. Infarto agudo do miocárdio.

Abstract

Introduction: Cardiovascular diseases (CVD) are the main causes of morbidity and mortality worldwide, with approximately 17 million deaths/year, with emphasis on coronary artery disease (CAD). In Brazil, the prevalence of CVD has increased by 26.8% in the last three decades, especially in states with less political and social development, with acute myocardial infarction (AMI) being the biggest cause of death. Objective: To investigate the risk factors that influence the incidence of acute myocardial infarction in the population of the city of Colônia Leopoldina – AL. Methodology: This is a descriptive, observational and longitudinal study. The data were extracted from the platform of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS), from January 2002 to December 2012. Data analysis took place through calculations of relative and absolute frequency, as well as being tabulated in spreadsheets and graphs subsequently constructed using the Microsoft® Excel® program. Results and discussion: The population growth of the municipality, during the studied period, was 15.59%. In the three groups studied in the sample – SAH/AMI; SAH and DM/AMI; SAH, DM and overweight/AMI – the incidence of AMI was higher in women. When the risk factors for hypertension and DM are associated, the incidence of AMI occurs in a lower age group. And of the hypertensive and diabetic individuals who developed AMI, all were women and almost half of them (44.44%) were overweight. Final considerations: A greater number of risk factors for CVD and a higher incidence of AMI were observed in females. The importance of updated epidemiological data and the implementation of effective public policies is highlighted, with emphasis on cardiovascular health care in women.

Keywords: Arterial hypertension. Diabetes mellitus. Obesity. Acute myocardial infarction.

1. INTRODUÇÃO

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, as doenças cardiovasculares (DCV) constituem as principais causas de morbimortalidade em todo o mundo, com aproximadamente 17 milhões de mortes por ano (Roth et al., 2020). No Brasil, a prevalência das DCV aumentou 26,8 % nas últimas três décadas, especialmente nos estados com menor desenvolvimento político e social (Oliveira et al., 2020). Segundo Oliveira et al. (2022), em 2019, conforme dados do Global Burden of Disease (GBD, 2019), as DCV foram responsáveis por cerca de 400.000 óbitos em todo território nacional, com valores consideravelmente maiores na faixa etária acima de 50 anos, configurando-se entre as principais causas de morte.

As DCV são representadas por um conjunto de doenças que afetam o coração e os vasos sanguíneos, destacando-se a doença arterial coronariana (DAC). Entre as manifestações clínicas da DAC, temos o infarto agudo do miocárdio (IAM), uma doença multifatorial, com vários fatores de risco não modificáveis e modificáveis associados à sua gênese (Yusuf et al., 2020). Vale destacar ainda que, condições agudas que cursam com um desequilíbrio na oferta e demanda de oxigênio ao músculo cardíaco, como taquiarritmias graves por exemplo, também contribuem para ocasionar o IAM (Wereski et al., 2021).

O histórico familiar positivo de DAC, a idade, o sexo e a raça são considerados os principais fatores de risco não modificáveis associados ao IAM. Curioso observar que, antes da menopausa as mulheres estão mais protegidas contra o risco de eventos cardiovasculares em relação aos homens; acredita-se que esse fato se dê em face de uma maior proteção hormonal nas mulheres em idade reprodutiva, em especial, os níveis de estrogênio (Kanuri et al., 2024).

São vários os fatores modificáveis, como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, obesidade/sobrepeso, diabetes mellitus, além daqueles relacionados ao estilo de vida como má alimentação, sedentarismo, tabagismo, consumo abusivo de álcool e altos níveis de estresse. As condições sociodemográficas como o envelhecimento populacional, o processo de urbanização acelerado e as mudanças socioeconômicas também contribuem para a ocorrência do IAM (Yusuf et al., 2020).

Importante salientar que, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada o principal fator de risco modificável para o IAM, afetando a hemodinâmica circulatória e contribuindo para o aumento da resistência vascular periférica e do débito cardíaco (GBD, 2019), sendo evidenciada como um índice expressivo de mortalidade hospitalar em pacientes com diagnóstico definitivo de IAM. Ademais, a dislipidemia e o sobrepeso também contribuem para o risco aumentado da ocorrência de eventos coronarianos, estando recomendada a adoção de mudanças do estilo de vida (MEV), como seguir uma dieta saudável e praticar atividade física regularmente e, em casos específicos, a farmacoterapia é de extrema importância. (Ribeiro et al., 2020).

O diabetes mellitus (DM) é um preditor de risco cardiovascular em diferentes grupos raciais, de modo que, as principais repercussões clínicas estão atreladas ao quadro de insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença coronariana (Glovaci et al., 2019). Alguns estudos evidenciaram que, as taxas de hospitalização por insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada ou reduzida foram duas vezes maiores em pacientes com DM (Mcallister et al., 2018); outros, que pacientes diabéticos tendem a apresentar uma piora na função cardiovascular e maior prevalência de lesão miocárdica (Milazzo et al., 2021). E mesmo com um controle rigoroso do estado hiperglicêmico, estudos sugerem que, pacientes portadores de DM são mais suscetíveis ao desenvolvimento e progressão do IAM (Einarson et al., 2018; Demir et al., 2021).

O cenário desse estudo é o município de Colônia Leopoldina, um dos 102 municípios do estado de Alagoas, situado na região nordeste do Brasil, que conta com uma área territorial estimada em 207. 935 km2 e um perfil socioeconômico voltado para os setores da agropecuária, serviço e indústria (Seplag, 2021). Segundo dados atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Censo IBGE 2021), o município ocupa a 35ª posição no ranking entre todos os municípios do estado, com um produto interno bruto (PIB) de R$ 397.369,17 e um PIB per capita de R$18.115,76.

Assim, este estudo quer investigar a presença de fatores de risco que influenciam na incidência de IAM na população do município de Colônia Leopoldina-AL, bem como, ressaltar a importância de constantes atualizações dos dados epidemiológicos e a necessidade da implementação de ações de prevenção e promoção da saúde, como também, de tratamento e acompanhamento, que visam melhorar a qualidade de vida e minimizar o risco de eventos cardiovasculares maiores na população.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Investigar os fatores de risco que influenciam na incidência de infarto agudo do miocárdio na população do município de Colônia Leopoldina – AL.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Identificar a presença de fatores de risco cardiovasculares na população;
  • Correlacionar a presença de fatores de risco e a ocorrência de infarto agudo do miocárdio;
  • Demostrar a importância das ações de prevenção e promoção da saúde para a população. 

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, observacional e longitudinal dos fatores de risco que influenciam na incidência de infarto agudo do miocárdio, na população do município de Colônia Leopoldina-AL. Os dados foram extraídos da plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema de Informações Epidemiológicas e de Morbidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012. A análise dos dados se deu através dos cálculos de frequência relativa e absoluta das variáveis estudadas, como também foram tabulados em planilhas e posteriormente construídos os gráficos pelo programa da Microsoft® Excel® 2016 MSO, na versão 2402.

Os critérios de inclusão utilizados foram: adultos, cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS), no município de Colônia de Leopoldina-AL, portadores de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, sobrepeso, e que sofreram infarto agudo do miocárdio, no período compreendido entre janeiro de 2002 e dezembro de 2012, além de dados demográficos como sexo e faixa etária, conforme a disponibilidade dos dados na plataforma do DATASUS.

Os critérios de não inclusão foram: indivíduos abaixo de 18 anos e acima de 80 anos.  Aqueles abaixo de 18 anos ficaram de fora por serem menores de idade, e aqueles acima dos 80 anos, denominados idosos em velhice avançada, não foram incluídos porque ultrapassam a expectativa média de vida da população brasileira.

O lapso temporal de 10 anos se deve à falta de atualização dos dados no sistema que coleta e processa as informações que servem para acompanhar as condições de saúde, bem como, subsidiar a tomada de decisões e o planejamento de ações que venham fortalecer o SUS.

O presente estudo não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) por se tratar de uma pesquisa envolvendo apenas dados de domínio público que não identificam os participantes da pesquisa.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente estudo observou-se que, ao longo de 10 anos, entre janeiro de 2002 e dezembro de 2012, a população do município de Colônia Leopoldina-AL apresentou um crescimento populacional de 15,59%. Em 2012, a população residente no município era de 20.401 habitantes, sendo 50,33% homens e 49,67% mulheres, como demonstrado no Quadro 1.

Quadro 1. População residente por sexo segundo ano no município de Colônia Leopoldina-AL, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012.

Fonte: 2002-2012 DATASUS/IBGE

O recorte da amostra utilizada constituiu-se de 626 indivíduos portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e, a maior parte destes, 94 indivíduos (15,01%), encontravam-se na faixa etária de 65 a 69 anos, conforme estratificado na Figura 1 abaixo:

Figura 1. Número de indivíduos hipertensos e infartados em relação à faixa etária, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012.

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA/DATSUS)

Do total de hipertensos, 68,69% eram do sexo feminino e 31,31% eram do sexo masculino e, destes, 16 apresentaram infarto agudo do miocárdio (IAM) no período, com uma maior incidência na faixa etária de 70 a 74 anos. Entre os casos de IAM, 75% ocorreram em mulheres e 25% em homens, como representado na Figura 2 abaixo.

Figura 2. Número de indivíduos hipertensos e infartados em relação ao sexo, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012.

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA/DATSUS)

Dos portadores de HAS e diabetes mellitus (DM), 215 indivíduos, 68,84% eram mulheres e 31,16% eram homens. Nesse grupo foram registrados 9 casos de IAM sendo 100% deles em mulheres (vide Figura 3).

Figura 3. Número de indivíduos hipertensos e diabéticos, que sofreram infarto em relação ao sexo, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2012.

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA/DATSUS)

Entre os hipertensos e diabéticos, a maioria também se encontrava na faixa etária de 65 a 69 anos. E do total de casos registrados de IAM, mais da metade, 66,66%, ocorreu na faixa etária de 50 a 59 anos, como ilustrado na Figura 4.

Figura 4. Número de indivíduos hipertensos, diabéticos e que sofreram infarto em relação a faixa etária, no período de janeiro 2002 a dezembro de 2012.

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA/DATSUS)

Ainda, dos 215 indivíduos com HAS e DM, 76 (35,35%) tinham sobrepeso, sendo 54 indivíduos (71,05%) do sexo feminino e 22 indivíduos (28,95%) do sexo masculino (vide Figura 5), ea maior parte deles estava na faixa etária de 55 a 59 anos (19,74%). Entre aqueles que apresentaram IAM, quase metade (44,44%) encontrava-se com sobrepeso.

Figura 5. Número de indivíduos hipertensos, diabéticos e com sobrepeso, em relação ao sexo, no período de janeiro 2002 a dezembro de 2012.

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA/DATSUS)

Do total de indivíduos hipertensos, a maior incidência de IAM se deu na faixa etária de 70 a 74 anos, sendo três vezes mais frequente na população feminina do que na população masculina, 75% e 25% respectivamente, o que vem corroborar com diversos estudos que apontam um aumento da incidência de IAM nas mulheres, em idade pós-menopausa, estágio natural da vida da mulher onde ela passa por uma série de mudanças físicas e hormonais (Lima et al., 2019; Mehilly et al., 2020).

Isto se dá, em especial, pela redução dos níveis de estrogênio, responsável por conferir proteção aos vasos sanguíneos, o que acaba por afetar significativamente a saúde cardiovascular das mulheres, e contribuir para um desfecho clínico desfavorável, com uma maior mortalidade hospitalar e eventos adversos quando comparado com os homens (Mehilly et al., 2020; Holtzman et al., 2023). Tal desfecho pode ser justificado, também, por uma maior probabilidade de as mulheres apresentarem um quadro clínico mais tardio e atípico, assim como uma maior prevalência de síndrome plurimetabólica no período pós-menopausa (Haider et al., 2020; Roque et al., 2020).

Segundo, Padilha et al. (2021), especialmente em adultos jovens, abaixo dos 35 anos, o sexo masculino é mais vulnerável a eventos coronarianos, pelo fato destes apresentarem um início mais precoce dos sintomas da doença arterial coronariana, ao passo que, com a chegada da menopausa as mulheres tornam-se tão suscetíveis quanto os homens da mesma faixa etária, e a incidência de desordens cardíacas está mais relacionada à HAS, DM tipo II, obesidade e sedentarismo.

No estudo de Su et al.(2019), foi observado que a hiperglicemia está associada a um risco aumentado de eventos cardiovasculares e a um pior desfecho clínico a médio e longo prazo. Os pacientes diabéticos apresentam uma taxa de morbimortalidade cerca de quatro vezes maior em relação à população geral (Izar et al., 2021).  Esta desordem metabólica compromete as estruturas vasculares, promove lesão endotelial progressiva e formação de placas ateromatosas, assim como predispõem a eventos coronarianos (Hass et al., 2018).

 No presente estudo, o número de mulheres com HAS e DM foi superior em mais de duas vezes quando comparado aos homens, e todos os casos de IAM nesse grupo específico ocorreram no sexo feminino. Corroborando com nossos achados, Pascoal et al. (2022) também evidenciaram um maior número de infartos em mulheres do que em homens numa população de hipertensos e diabéticos. Além disso, ao somar-se mais um fator de risco, a DM, a ocorrência do IAM se deu em indivíduos numa faixa etária mais baixa (50 a 59 anos) quando comparada àqueles que apresentavam somente HAS (70 a 74 anos).

A World Health Organization (Who, 2021) alerta que, o acúmulo excessivo de gordura corporal é um fator de risco que contribui para o desenvolvimento de DM, HAS e doenças cardiovasculares (DCV). No cenário brasileiro, nota-se que nas últimas décadas houve aumento de 33,5% na prevalência de sobrepeso entre os adultos (Koidara et al., 2021). Neste estudo, observou-se que 35,35% dos hipertensos e diabéticos tinham sobrepeso, e destes, 71,05% eram mulheres e 28,95% eram homens, ou seja, o número de mulheres foi quase duas vezes e meia maior que o número de homens com sobrepeso. E dos indivíduos hipertensos e diabéticos que evoluíram com IAM, na sua totalidade eram mulheres e, quase metade delas (44,44%) apresentavam sobrepeso.

Desse modo, cabe ressaltar a importância de ações voltadas à educação e conscientização da população quanto a necessidade do cuidado com a saúde, visando a detecção/redução dos fatores de risco, priorizando também a adoção de mudanças do estilo de vida (MEV), como a cessação do tabagismo, evitar o consumo abusivo de álcool, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente e reduzir os níveis de estresse, a fim de diminuir o risco de eventos cardiovasculares e promover uma melhor qualidade de vida (Collet et al., 2021).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As doenças cardiovasculares (DCV) tem especial relevância no âmbito da saúde pública, uma vez que se configuram entre as principais causas de morbidade e mortalidade. A incidência, sobretudo, da doença arterial coronariana (DAC) e do infarto agudo do miocárdio (IAM), guarda relação direta com a presença de fatores de risco, como também, com as condições sociodemográficas. Este estudo quer ressaltar a importância de as instituições competentes trabalharem em conjunto nas constantes atualizações dos dados epidemiológicos do município nos sistemas oficiais de registro, para corrigir essa defasagem, a fim de que, de posse desses dados, possam atuar conjuntamente, por meio de esforços coordenados e parcerias produtivas, para a implementação de políticas públicas efetivas, com destaque para a atenção da saúde cardiovascular nas mulheres, com foco na educação, e em ações de prevenção e promoção da saúde desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar competente, visando minimizar os riscos  à saúde da população e, por conseguinte, reduzir a morbimortalidade, tendo em conta também, os custos sociais e econômicos dessas ações quando comparados ao tratamento medicamentoso e hospitalar, e aqueles gerados por incapacidades e anos de vida perdidos.

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1Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Maceió (UNIMA/AFYA). e-mail: matheus.mandrade@souunit.com.br

2Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Maceió (UNIMA/AFYA). e-mail: lorena.cinthia@souunit.com.br

3Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Maceió (UNIMA/AFYA). Mestra em Ensino na Saúde (MPES/FAMED/UFAL). e-mail: carla.pacheco@unima.edu.br

4Docente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário de Maceió (UNIMA/AFYA). e-mail: renan.rocca@unima.edu.br