RISK FACTORS AND ADVANCES IN THE TREATMENT OF CERVICAL CANCER: A SYSTEMATIC REVIEW OF THE LITERATURE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202503292030
SANTOS, João Pedro Cardoso Oliveira1
FERREIRA, José Herick Carvalho2
FERREIRA, Marcos Paulo Morais3
CASTRO, Rodrigo Sousa de4
VIEIRA, Samuel Barros5
ROSA, Sabryna Maria Lopes Gonçalves6
RESUMO
Introdução: O câncer de colo de útero é uma das neoplasias mais prevalentes entre mulheres, especialmente em países em desenvolvimento, sendo amplamente relacionado à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV). Os fatores como histórico familiar, tabagismo, imunossupressão e disbiose vaginal também contribuem para o desenvolvimento da doença. Objetivos: O objetivo geral deste estudo é realizar uma revisão sistemática sobre os fatores de risco e os avanços no tratamento do câncer de colo de útero. Os objetivos específicos incluem identificar os principais fatores de risco, analisar os avanços terapêuticos e avaliar seu impacto no prognóstico e qualidade de vida das pacientes. Justificativa: A pesquisa é relevante socialmente, academicamente e cientificamente devido ao alto impacto do câncer de colo de útero, especialmente nas mulheres que não têm acesso a diagnóstico precoce e tratamentos adequados. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, seguindo as diretrizes da PRISMA. A busca de dados incluiu artigos publicados entre 2020 e 2024 em bases científicas como PubMed e SciElo, focando nos fatores de risco e avanços no tratamento do câncer de colo de útero. Resultados e Discussão: A revisão selecionou estudos que abordam os fatores de risco e os avanços no tratamento do câncer de colo de útero. Os resultados indicam que a identificação precoce e as inovações terapêuticas, como a combinação de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, têm mostrado um impacto positivo no tratamento e prognóstico das pacientes. Conclusão: A compreensão aprofundada dos fatores de risco e dos avanços terapêuticos contribui para melhorar as estratégias de prevenção e tratamento do câncer de colo de útero, oferecendo informações importantes para políticas públicas de saúde e práticas clínicas mais eficazes.
Palavras-chave: Câncer de colo de útero. Fatores de risco. HPV. Tratamentos.
Abstract
Introduction: Cervical cancer is one of the most prevalent cancers among women, especially in developing countries, and is strongly associated with persistent Human Papillomavirus (HPV) infection. Factors such as family history, smoking, immunosuppression, and vaginal dysbiosis also contribute to the development of the disease.Objectives: The main objective of this study is to conduct a systematic review of the risk factors and advancements in the treatment of cervical cancer. The specific objectives include identifying the main risk factors, analyzing therapeutic advancements, and assessing their impact on the prognosis and quality of life of patients.Justification: This research is socially, academically, and scientifically relevant due to the high impact of cervical cancer, particularly among women who do not have access to early diagnosis and adequate treatments.Methodology: A systematic literature review was conducted following PRISMA guidelines. The data search included articles published between 2020 and 2024 in scientific databases such as PubMed and SciElo, focusing on the risk factors and advancements in the treatment of cervical cancer.Results and Discussion: The review selected studies addressing risk factors and advancements in cervical cancer treatment. The results indicate that early identification and therapeutic innovations, such as the combination of surgery, chemotherapy, radiotherapy, and immunotherapy, have shown a positive impact on treatment and prognosis.Conclusion: A deeper understanding of risk factors and therapeutic advancements contributes to improving strategies for the prevention and treatment of cervical cancer, providing important information for public health policies and more effective clinical practices.
Keywords: Cervical cancer. Risk factors. HPV. Treatments.
1 INTRODUÇÃO
O câncer de colo de útero é uma das neoplasias mais prevalentes entre as mulheres em todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento, o que representa uma significativa preocupação para a saúde pública global. Esse tipo de câncer é amplamente relacionado à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível, que é considerado a principal causa da doença. No entanto, além do HPV, outros fatores como histórico familiar, tabagismo, imunossupressão, infecções crônicas e disbiose vaginal também têm sido identificados como fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer cervical (Cerqueira et al., 2023).
O câncer de colo de útero tem um curso clínico que pode ser assintomático nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce e faz com que muitas mulheres sejam diagnosticadas apenas em estágios mais avançados, o que compromete as chances de cura. Nos últimos anos, os avanços na detecção precoce, como os testes de Papanicolau e exames de DNA para a identificação do HPV, bem como melhorias nos tratamentos, como a combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e novas abordagens imunoterápicas, têm contribuído para uma melhoria na sobrevida das pacientes (Silva et al., 2022).
No entanto, o câncer de colo de útero ainda é responsável por um número significativo de mortes, especialmente em países de baixa e média renda, onde o acesso ao diagnóstico e ao tratamento é limitado. A compreensão dos fatores de risco e a análise dos avanços no tratamento são de extrema importância para o aprimoramento das políticas públicas de saúde e para a melhoria dos resultados clínicos das pacientes (Ferreira et al., 2022).
A escolha deste tema justifica-se devido à importância do câncer de colo de útero no cenário da saúde pública mundial. A cada ano, milhões de mulheres são diagnosticadas com a doença e muitas delas não têm acesso a diagnósticos precoces ou tratamentos adequados, o que resulta em altas taxas de mortalidade. Assim, compreender os fatores de risco e os avanços no tratamento dessa doença é essencial para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas.
A busca por novas terapias que ofereçam maiores taxas de cura com menor impacto na saúde geral das pacientes continua sendo uma prioridade no campo da oncologia ginecológica. O objetivo geral deste trabalho é realizar uma revisão sistemática da literatura acerca dos fatores de risco e dos avanços no tratamento do câncer de colo de útero.
Especificamente, este estudo tem como objetivos identificar os principais fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento do câncer cervical, analisar os avanços mais recentes nas abordagens terapêuticas e avaliar o impacto dessas inovações no prognóstico e na qualidade de vida das pacientes. Ademais, este trabalho busca contribuir para o conhecimento científico ao auxiliar na formulação de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes e oferecer informações relevantes para a prática clínica e para a formulação de políticas públicas de saúde mais adequadas para o combate ao câncer de colo de útero.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Para este trabalho, foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre os fatores de risco e os avanços no tratamento do câncer de colo de útero. A metodologia adotada seguiu as diretrizes da declaração Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta Analyses (PRISMA) que orienta a elaboração de revisões sistemáticas. A questão de pesquisa foi estruturada a partir da definição de três componentes principais: a população incluída nos estudos, mulheres com câncer de colo de útero, o delineamento dos estudos, pesquisas sobre fatores de risco e tratamentos para câncer de colo de útero e os desfechos analisados sendo, os efeitos dos fatores de risco na prevalência e os avanços nos tratamentos. A pergunta central da investigação foi: “Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero e como os avanços nos tratamentos têm impactado os resultados clínicos e a sobrevida das pacientes”?
A coleta de dados foi realizada por meio da busca em bases de dados científicas e nos sites de revistas especializadas, como National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Electronic Library Online (SciElo) utilizando termos-chave relacionados ao câncer de colo de útero, como “fatores de risco”, “tratamento”, “quimioterapia”, “radioterapia”, “imunoterapia”, “cirurgia” e “HPV”. A busca abrangeu artigos publicados entre 2020 e 2024, com foco nas últimas pesquisas e avanços terapêuticos. Ademais, a estratégia consistiu em uma revisão de literatura para identificar e sintetizar os estudos que abordassem os fatores de risco e as inovações no tratamento do câncer cervical, com especial atenção para os tratamentos mais recentes e suas implicações para a saúde das pacientes.
Foram aplicados critérios rigorosos de inclusão e exclusão para selecionar os artigos que seriam analisados nesta revisão. Os artigos incluídos deveriam ser estudos completos, publicados em inglês, português ou espanhol, e focados no câncer de colo de útero, especialmente em relação aos fatores de risco ou aos avanços terapêuticos. Foram excluídos estudos que não abordavam diretamente esses aspectos, como editoriais, teses e resumos incompletos. Após a seleção, os estudos foram analisados de forma crítica, coletando informações sobre o ano de publicação, os objetivos dos estudos, os tratamentos analisados, os resultados encontrados e a metodologia utilizada.
A qualidade metodológica dos artigos selecionados foi avaliada com base nas características do estudo. Para os estudos, foram considerados os critérios propostos pela Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (CoReQ). Essas avaliações não foram realizadas com o objetivo de excluir os artigos, mas para garantir a robustez das evidências e a validade dos achados.
Figura 1 – Diagrama dos artigos escolhidos para o estudo.


Fonte: autores (2025).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para esta revisão, o corpus foi composto por 09 estudos selecionados, os quais abordam diferentes aspectos relacionados aos fatores de risco e aos avanços no tratamento do câncer de colo de útero. Esses estudos foram escolhidos com base em critérios de elegibilidade que garantiram a inclusão de publicações de alta qualidade, com foco em inovações terapêuticas e em fatores de risco relevantes para o desenvolvimento da doença.
A tabela 1 apresenta a síntese dos estudos incluídos na escrita. A partir dessa análise, foi possível mapear os principais fatores de risco associados ao câncer de colo de útero, como a infecção persistente por HPV, histórico familiar de câncer, tabagismo, imunossupressão e outras condições relacionadas à saúde reprodutiva. Além disso, os estudos selecionados destacaram os mais recentes avanços nos tratamentos, como as terapias alvo, a quimioterapia combinada, radioterapia e imunoterapia, além de discutir as melhorias nas abordagens de diagnóstico precoce.
Tabela 1 – Principais características dos artigos incluídos neste estudo.
Autor, ano | Tipo de estudo | Título | Conclusões |
ANDRADE, B.K et al. (2023) | Estudo qualitativo | Manejo nutricional em paciente com tumor de colo uterino: impacto da suplementação nutricional hipercalórica, hiperproteica, com leucina e ômega 3 em paciente com câncer em quimioterapia-relato de caso. | A suplementação nutricional hipercalórica, hiperproteica com leucina e ômega 3 apresentou benefícios no manejo de pacientes com câncer cervical em tratamento quimioterápico, evidenciando uma melhora no estado nutricional e, possivelmente, na qualidade de vida das pacientes. |
BUENO, D.M.P et al. (2023) | Estudo qualitativo | Adesão ao protocolo de prevenção do câncer de colo do útero: estudo caso controle. | A adesão ao protocolo de prevenção é crucial, mas fatores como falta de informação e dificuldades de acesso ao sistema de saúde influenciam negativamente a implementação das estratégias preventivas, destacando a necessidade de melhorar a conscientização e o acesso à saúde. |
CRUZ, M.M et al. (2022) | Estudo qualitativo | Incidência do câncer do colo de útero em jovens e o perfil socioeconômico deste grupo nas Regiões do Brasil. | A incidência de câncer cervical em jovens no Brasil é elevada, com o perfil socioeconômico desempenhando um papel importante na vulnerabilidade, indicando a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção e no diagnóstico precoce nesse grupo. |
LOPES, T.F et al. (2024) | Estudo qualitativo | Fatores associados à incidência do câncer do colo do útero | Fatores como infecção pelo HPV, hábitos de vida e acesso a cuidados de saúde contribuem para a alta incidência do câncer cervical, ressaltando a importância de estratégias de prevenção eficazes e da vacinação contra o HPV. |
MONTELLA, F.C et al (2022) | Estudo qualitativo | Relato de caso: tratamento de Adenocarcinoma Mucinoide de Colo Uterino em paciente com variação anatômica de trato urinário: | O tratamento do adenocarcinoma mucinoide cervical em uma paciente com variação anatômica do trato urinário exige abordagem terapêutica multidisciplinar e personalizada, mostrando a complexidade do câncer cervical e a necessidade de cuidados especializados. |
OLIVEIRA, N.P.D et al. (2024) | Estudo qualitativo | Desigualdades sociais no diagnóstico do câncer do colo do útero no Brasil: um estudo de base hospitalar. | As desigualdades sociais influenciams ignificativamente o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer cervical, destacando a necessidade de políticas públicas que garantam o acesso equitativo à prevenção e ao cuidado, especialmente nas regiões mais vulneráveis. |
PEREIRA, B. T et al. (2024) | Estudo qualitativo | Atendimento do Câncer de colo de útero no Sistema Único de Saúde | O estudo destaca desafios significativos no atendimento do câncer cervical no SUS, como a demora no diagnóstico, a falta de recursos e a disparidade no acesso a tratamentos especializados. A melhoria do sistema de saúde e a ampliação da educação para os profissionais e pacientes são fundamentais para otimizar o atendimento e reduzir a mortalidade. |
ROSA, V.H.J et al. (2024) | Estudo qualitativo | A relação entre HPV e câncer de colo de útero | O estudo reafirma a forte relação entre a infecção persistente pelo HPV e o desenvolvimento do câncer cervical. A vacinação contra o HPV é uma estratégia crucial de prevenção, juntamente com o rastreamento regular, para reduzir os casos da doença e melhorar os prognósticos. |
SANTOS, L.G.C et al. (2023) | Estudo qualitativo | Câncer do colo do útero em idosas: prevenção e controle. | O câncer cervical em idosas exige abordagens de prevenção e controle adaptadas à faixa etária. A detecção precoce, mesmo em mulheres mais velhas, é essencial para melhorar o tratamento e a qualidade de vida. |
Fonte: (Acervo do autor, 2025).
A partir da análise dos estudos incluídos, torna-se evidente a inter-relação entre fatores socioeconômicos, biológicos e institucionais que impactam a incidência e o prognóstico da doença. De acordo com Lopes et al. (2024), “a infecção pelo HPV é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer cervical, sendo agravado por hábitos de vida inadequados e pelo acesso limitado a cuidados de saúde”. Esses hábitos incluem o tabagismo que compromete o sistema imunológico e aumenta a persistência da infecção pelo HPV, o consumo excessivo de álcool e uma alimentação pobre em nutrientes essenciais, o que compromete a resposta imunológica (Nascimento et al., 2022).
Rosa et al. (2024) corroboram essa afirmação ao destacar que “a vacinação contra o HPV é uma estratégia crucial para a prevenção da doença, reduzindo significativamente a incidência dos casos”. A incidência de câncer cervical em jovens no Brasil é elevada, e o perfil socioeconômico desempenha um papel essencial na vulnerabilidade desse grupo, indicando a necessidade de políticas públicas voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce (Cruz et al., 2022).
As desigualdades sociais impactam significativamente o diagnóstico precoce e o tratamento da doença, tornando fundamental o desenvolvimento de estratégias para garantir um acesso equitativo à prevenção e ao cuidado oncológico (Oliveira et al., 2024). Nesse sentido, para garantir um acesso equitativo à prevenção e ao cuidado oncológico no câncer do colo do útero, é essencial adotar estratégias que ampliem a vacinação contra o HPV, fortaleçam o rastreamento e reduzam as barreiras geográficas e sociais.
A vacinação deve ser amplamente disponibilizada, com campanhas educativas e parcerias com escolas para aumentar a adesão, garantindo que meninas e meninos sejam imunizados antes do início da vida sexual. Além disso, o rastreamento por meio do exame Papanicolau e do teste de HPV precisa ser acessível na atenção primária, com horários flexíveis e estratégias como o autoteste para facilitar a detecção precoce (Andrade et al., 2023).
A adesão ao protocolo de prevenção é essencial para a redução da incidência da doença, mas há desafios relevantes. Bueno et al. (2023) apontam que “a falta de informação e as dificuldades de acesso ao sistema de saúde influenciam negativamente a implementação das estratégias preventivas, tornando urgente a necessidade de campanhas educativas e melhorias estruturais no atendimento básico”.
Além disso, aspectos culturais e o desconhecimento sobre a importância da prevenção de influência na adesão. O medo do exame, o estigma relacionado ao HPV e a crença de que apenas mulheres com vida sexual ativa precisam se preocupar com a doença são obstáculos que precisam ser enfrentados por meio de campanhas educativas contínuas. A capacitação de agentes comunitários de saúde para atuar como multiplicadores de informação também é uma estratégia fundamental (Ferreira et al., 2022).
Santos et al. (2023) enfatizam que “o câncer do colo do útero em idosas exige abordagens de prevenção e controle adaptadas à faixa etária, pois a detecção precoce mesmo em mulheres mais velhas é essencial para a eficácia do tratamento”. Considerando que essa faixa etária pode enfrentar desafios específicos no acesso ao diagnóstico e tratamento. Em muitos casos, há uma falsa percepção de que mulheres mais velhas não precisam continuar realizando exames preventivos, o que leva à descontinuação do rastreamento. No entanto, a persistência de infecções pelo HPV ao longo da vida e a progressão silenciosa da doença tornam-se essenciais à continuidade da vigilância nessa população (Dias et al., 2021). Os avanços no tratamento do câncer de colo de útero proporcionam melhor prognóstico e qualidade de vida para as pacientes. Montella et al. (2022) relatam que “o tratamento do adenocarcinoma mucinoide cervical em pacientes com variações anatômicas do trato urinário exige uma abordagem terapêutica multidisciplinar e personalizada, dada a complexidade da condição”.
O tratamento do câncer de colo do útero teve inovações nos últimos anos, melhorando as taxas de sobrevida e a qualidade de vida das pacientes. As terapias-alvo revolucionaram o tratamento ao atuarem em mecanismos específicos das células cancerígenas. O bevacizumabe, um inibidor da angiogênese, já é utilizado em combinação com quimioterapia para pacientes com doença avançada, reduzindo a progressão do tumor. Além disso, a imunoterapia tem se mostrado promissora, com medicamentos como o pembrolizumabe, um inibidor de PD-1, que ajuda o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerosas (Medrado et al., 2023).
No campo da terapia gênica e molecular, pesquisas investigam novas abordagens para direcionar tratamentos mais eficazes e menos tóxicos. Outra inovação importante é o desenvolvimento de vacinas terapêuticas que estimulam a resposta imune contra o HPV e as células tumorais (Holanda et al., 2021).
Os avanços na radioterapia, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e a braquiterapia guiada por imagem, também permitem maior precisão no tratamento, reduzindo danos aos tecidos saudáveis. Essas inovações contribuem para o aumento da sobrevida das pacientes e para a redução dos efeitos adversos dos tratamentos convencionais (Fonseca et al., 2021).
No que se refere à nutrição, Andrade et al. (2023) demonstram que “a suplementação hipercalórica e hiperproteica com leucina e ômega 3 apresentou benefícios no manejo de pacientes com câncer cervical em tratamento quimioterápico, promovendo melhorias no estado nutricional e na qualidade de vida das pacientes”.
Todavia, sabe-se que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta obstáculos significativos. Pereira et al. (2024) destacam que “a demora no diagnóstico, a falta de recursos e a disparidade no acesso a tratamentos especializados são desafios que comprometem a eficácia do tratamento do câncer de colo de útero no SUS”.
Essa realidade reforça a necessidade de “investimentos na infraestrutura do sistema de saúde, capacitação de profissionais e ampliação de programas educativos voltados para a prevenção e o manejo adequado da doença”. Assim, os estudos analisados demonstram que a prevenção e o tratamento do câncer de colo de útero envolvem desafios multifacetados. Portanto, o fortalecimento das estratégias de prevenção, o diagnóstico precoce, o aprimoramento das abordagens terapêuticas e a redução das desigualdades no acesso à saúde são fundamentais para reduzir a incidência e melhorar os prognósticos da doença. Assim, a integração entre “políticas públicas eficazes e avanços científicos é essencial para combater esse tipo de câncer de forma mais eficiente e equitativa” (Oliveira et al., 2024).
4 CONCLUSÃO
O câncer de colo de útero continua sendo um grave problema de saúde pública, especialmente em países de baixa e média renda, onde o acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado ainda enfrenta desafios significativos. A infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV) permanece como o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, sendo agravada por outras condições, como tabagismo, imunossupressão e desigualdades socioeconômicas. A revisão da literatura permitiu evidenciar que a falta de informação e dificuldades no acesso aos serviços de saúde impactam diretamente a incidência e a mortalidade associadas ao câncer cervical, demonstrando a necessidade de estratégias eficazes de prevenção e rastreamento.
Os avanços nos tratamentos, incluindo a imunoterapia, a quimioterapia combinada e as terapias-alvo, têm proporcionado melhores perspectivas para as pacientes, aumentando as taxas de sobrevida e a qualidade de vida. No entanto, ainda há desafios a serem superados, como a implementação de protocolos terapêuticos eficazes e acessíveis. Portanto, reforça-se a importância de políticas públicas que garantam o acesso universal à prevenção e ao tratamento do câncer de colo de útero, com investimentos na capacitação de profissionais da saúde, na disseminação de informações e na ampliação da cobertura vacinal contra o HPV.
REFERÊNCIAS
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1Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.
2Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.
3Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.
4Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.
5Graduando em Medicina pela Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.
6Bacharel em Medicina pela UESC, Residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do
Amazonas e Hospital Universitário Getúlio Vargas, Pós Graduação em Ultrassonografia pelo Cetrus Recife, Especialização em Atenção Primária à saúde pela UFPE. Professora orientadora. Docente do Curso de Medicina da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Itabuna.