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Autores:
Felipe Figueiredo Moreira1,
Erika Fernanda Queiroz2,
Dayana Carolina Ribeiro3,
Giovana Frazon de Andrade4,
Ana Carolina Dorigoni Bini5
1Discente em Fisioterapia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, PR, Brasil.
2Discente em Fisioterapia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, PR, Brasil.
3Discente em Fisioterapia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, PR, Brasil.
4Docente do curso de Fisioterapia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, PR, Brasil.
5Docente do curso de Fisioterapia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, PR, Brasil.
RESUMO
O novo coronavírus SARS-CoV-2 é uma doença que pode gerar uma série de complicações ao paciente infectado, existem alguns fatores de risco que podem acabar aumentando a chance de o indivíduo ficar mais suscetível ao novo vírus entre esses fatores esta as doenças neurológicas. Objetivo: Verificar quais são os fatores de risco do COVID-19 em pacientes neurológicos. Metodologia: Trata-se de revisão sistemática elaborada através do protocolo PRISMA sobre a identificação dos principais fatores de risco em pacientes neurológicos associados a COVID-19 através das bases de dados Medline, Pubmed, Scielo, Science Direct, Springer e Lilacs. Resultados: Foram selecionados 11 artigos que evidenciaram os fatores de risco do COVID-19 em pacientes neurológicos. Conclusão: Segundo os artigos selecionados, o COVID-19 agravou o quadro clínico de pacientes neurológicos, principalmente a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer.
Palavras-chaves: Doenças neurológicas, COVID-19, Fatores de risco, doença de Alzheimer, doença de Parkinson
INTRODUÇÃO
Um grande número de casos de pneumonia com origem desconhecida surgiram em Wuhan, na China, no final de 2019. A explicação desses casos veio em Janeiro de 2020 onde um novo coronavírus foi detectado em amostras (Zhu et al., 2019). Por ser altamente contagioso, o agente etiológico se espalhou por vários países em um curto espaço de tempo (Behzad et al., 2020), se tornando uma pandemia global e recebendo o nome taxonômico de SARS-CoV-2, e a doença que causava de COVID-19 (Carod-Artal et al., 2020).
O Covid-19, doença causada pelo betacoronavírus, pode gerar uma série de complicações ao paciente infectado e, em casos mais graves, pode levar à Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), o que requer desde terapias de oxigênio até intubação e ventilação mecânica invasiva nos casos que se tornam mais críticos e evoluídos da doença (Rocha et al., 2020).
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), dentre os sintomas citados, com base nos resultados de 55 mil indivíduos positivados, está a fadiga, falta de ar, dor de garganta, produção de expectoração, dor de cabeça, mialgia ou altralgia, congestão nasal, tosse seca, e a febre como o sintoma mais recorrente com cerca de 87%, além desses pacientes, também existem os casos onde não há nenhum sintoma, os chamados assintomáticos (Behzad et al., 2020).
Existem alguns fatores de risco que podem acabar aumentando a chance do indivíduo ficar mais suscetível ao coronavírus, alguns deles são pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, pessoas com média de 60 anos, tabagismo, doenças pulmonares, obesidade e doenças neurológicas (Zbinden-Foncea et al, 2020, Serrano-Castroa et al, 2020).
A neuroinflamação crônica associada a altos níveis de citocinas têm sido associadas a algumas doenças neurodegenerativas como esclerose múltipla, doença de Parkinson (PA), doença de Alzheimer, doença de Huntington ou esclerose lateral amiotrófica, fazendo com que essas doenças sejam mais vulneráveis a COVID-19. (Serrano-Castro et al, 2020).
Os indivíduos idosos com Doença de Parkinson (DP) avançado por exemplo, podem manifestar um aumento na seriedade do COVID-19, já que estes pacientes, já apresentam rigidez muscular respiratória, comprometimentos do reflexo da tosse, bem como a dispneia preexistentes (Antonini et al., 2020). A demência preexistente da mesma forma parece ser um fator de risco em pacientes que são infectados pelo COVID-19, pois a mortalidade tem taxa bem mais alta do que nos pacientes sem demência (Bianchetti et al., 2020).
Tendo em vista o contexto apresentado em que paciente neurológicos são mais propensos a terem complicações severas pelo COVID-19, objetivo desta revisão sistemática foi de verificar quais são os fatores de risco do COVID-19 em pacientes neurológicos.
METODOLOGIA
Trata-se de revisão sistemática elaborada através do protocolo PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises) referente as publicações de 2020, através das bases de dados Medline, Pubmed, Scielo, Science Direct, Springer, e Lilacs de forma totalmente independente. A identificação do tema baseou-se na identificação dos principais fatores de risco em pacientes neurológicos associados a COVID-19. Foram usadas as palavras chave: COVID-19, pacientes neurológios, fatores de risco e seus respectivos em inglês. Houve indicação dos estudos pré-selecionados e selecionados, sendo excluídos trabalhos em que não houve manifestações sintomatológicas do COVID-19 em pacientes neurológicos.
Foram encontrados 6.209 artigos. De acordo com os critérios de inclusão, 11 artigos foram selecionados. Para uma melhor compreensão da metodologia escolhida, a seguir será apresentado de modo sistemático cada etapa da revisão, utilizada para a elaboração desse estudo.
RESULTADOS
DISCUSSÃO
Embora SARS-CoV-2 seja principalmente um vírus respiratório, ele também é um vírus neuroinvasivo capaz de desencadear uma tempestade de citocinas, com efeitos persistentes em populações específicas, como em indivíduos com doenças neurológicas (Serrano-Castroa et al, 2020). A população com doenças neurológicas e neuroimunológicas podem ser mais vulneráveis a COVID-19, em comparação as doenças neurológicas neurodegenerativo. No entanto, as futuras complicações a longo prazo da infecção por COVID-19 podem ocorrer na população neurodegenerativa (Ferini-Strambi et al, 2021).
Fadiga, anorexia, perda de peso, debilidade e febre alta persistente de COVID-19, são os sintomas que em suma maioria os pacientes com Ataxia Cerebelar (AC) caracterizam, e se os indivíduos forem idosos e tiverem outras comorbidades os cuidados devem ser redobrados (Manto et al, 2020).
Achados encontrados nos estudos de Antonini (2020) e Zhai (2021) sugerem que os pacientes com DP, com idade mais avançada e com maior duração da doença são particularmente mais suscetíveis a COVID-19, tendo assim uma alta taxa de mortalidade. Essa vunerabilidade pode ser explicada por conta da rigidez dos músculos respiratórios, bem como comprometimento da tosse ao lado da dispneia preexistente nos indivíduos com DP (Wamelen et al, 2020).
Além disso, Cilia (2020) demonstrou que, pacientes com DP com COVID-19, houveram uma piora significativa em sintomas motores e não motores (problemas urinários e fadiga), além das funções cognitivas também piorarem.
Foi analisado o fator de risco para mortalidade em pacientes afetados por COVID-19 com demência no estudo de Bianchetti (2020), de 82 pacientes, a taxa de mortalidade foi de 62,2% (51/82) entre os pacientes afetados por demência em comparação com 26,2% (143/545) em indivíduos sem demência. Pacientes com idade superior a 70 anos com presença de doença pulmonar crônica e predição de demência, têm maior probabilidade de morrer de COVID-19 (Hwang et al, 2020).
Entre os pacientes com diagnóstico de demência os sintomas mais frequentes são: foram delírio e piora do estado funcional, representando a demência como um importante fator de risco para mortalidade em pacientes com COVID-19 (Alonso-Lana et al, 2020). Além disso, pacientes com demência são provavelmente incapazes de seguir as recomendações dos sistemas de saúde pública para reduzir a transmissão do vírus (como distanciamento físico, lavagem frequente das mãos e uso de máscaras faciais). (Suzuki et al, 2020).
Louapre (2020) ao analisar um total de 347 pacientes com Esclerose Múltipla (EM), em que 73 pacientes obtiveram pontuação de gravidade de COVID-19, e 12 pacientes morreram, concluiu que a EM associada a deficiência, idade avançada e obesidade, é um fator de risco para COVID-19. Esses dados foram similares aos de Parrotta (2020), que explica que a maioria dos pacientes com EM com COVID-19 não requer hospitalização, apenas aqueles que tinham idade avançada, presença de comorbidades, doença progressiva e estado de não locomoção que precisam de hospitalização.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados, concluímos que o COVID-19 agravou o quadro clínico de pacientes neurológicos. A doença de Parkinson e a doença de Alzheimer, associadas ao novo vírus, demonstraram uma alta taxa de mortalidade nesses pacientes. A demência também foi citada, se encaixando em um dos fatores de risco para o COVID-19, e também os pacientes com Síndrome de Down que acabam ficando mais suscetíveis a nova doença.
Entende-se então que doenças neurológicas preexistentes, na maioria das vezes pode acabar interferindo no prognóstico do paciente com COVID-19. Assim temos que os profissionais da saúde precisam estar vigilantes em todos os tipos de doenças que já acometem o paciente, por conta dos fatores de riscos serem perigosos nessa população, visando realizar o melhor ao paciente de forma integral.
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