FATORES DE RISCO ASSISTENCIAIS RELACIONADOS À INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO EM PACIENTES SUBMETIDAS A PARTOS CESARIANAS: REVISÃO INTEGRATIVA

CARE RISK FACTORS RELATED TO SURGICAL SITE INFECTION IN PATIENTS UNDERGOING CESAREAN DELIVERIES: INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411171237


Amanda da Costa Silveira Sabbá1; Ana Costa de Oliveira2; Fernanda Póvoas dos Anjos3; Hyandra Gomes de Almeida Sousa4; Lauany Silva de Medeiros5; Lorena de Oliveira Tannus6; Luciana Gonçalves de Oliveira7; Marcus Vinícius Henriques Brito8; Maria Juliana dos Santos Cortez9; Rosiane de Sousa Santos10


Resumo

Introdução: A cesariana é um procedimento cirúrgico que idealmente deveria ser reservado para situações em que o parto vaginal não é seguro para a mãe ou o bebê. No entanto, no Brasil, foi realizado em uma proporção alarmante, chegando a representar 40% de todos os partos. Esse alto índice de cesarianas está associado a um aumento significativo no risco de infecções pós-parto, especialmente infecções cirúrgicas locais. Objetivo: Identificar os fatores associados às infecções do sítio cirúrgico relacionados à assistência durante o procedimento de cesariana. Método: Trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa de estudos publicados entre 2019 e 2024, nos bancos de dados Scientific Eletronic Library Oline (SciELO), National Library of Medicine dos Estados Unidos (PUBMED) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), nos idiomas português e inglês. Resultados: Após a busca e seleção de estudos, foram identificados 07 trabalhos relevantes. Esta pesquisa permitiu analisar dados do Brasil e de outros países, destacando fatores de risco e a importância da assistência humanizada prestada pela enfermagem na redução dos riscos de infecção puerperal. A má higiene das mãos e o traje cirúrgico inadequado se destacam como os principais causadores de infecções no local da cirurgia. Conclusão: A equipe de saúde desempenha um papel fundamental na prevenção e cuidado de qualquer sinal de complicação no puerpério, pois tem contato prolongado com a parturiente, possibilitando a identificação precoce e intervenção no tratamento. Portanto, este estudo proporciona uma compreensão aprofundada e relevante sobre um tema crucial na obstetrícia, contribuindo para futuras pesquisas nessa área. Assim, a implementação de procedimento operacional padrão (POP) e educação continuada é essencial para prevenir tais situações e obter resultados satisfatórios, apesar da resistência por parte dos profissionais da saúde.

Palavras-chave: Infecção sítio cirúrgico. Cesárea. Assistência de Enfermagem.

1 INTRODUÇÃO

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) é aquela que ocorre após a admissão do paciente no hospital, podendo se manifestar durante a internação ou após a alta. Essas infecções estão associadas ao ambiente hospitalar e/ou aos procedimentos realizados durante esse período, representando assim um grave problema de saúde pública em escala global (Barros, 2022).

Dentre as IRAS, destacam-se as Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC), que surgem no período de 30 dias após o procedimento cirúrgico, podendo se estender até 90 dias em casos que envolvam o implante de prótese (Costa, 2019). As ISC podem ser categorizadas como incisionais superficiais, quando afetam apenas a pele ou o tecido subcutâneo no local da incisão, e incisionais profundas, quando envolvem os tecidos moles mais profundos (fáscias e músculos) ou órgãos e espaços que não foram diretamente manipulados durante uma cirurgia (Da Silva et al., 2023).

A cesariana é identificada pelo nascimento do bebê através de uma incisão nas paredes abdominais. Essa prática tem uma longa história tanto na cultura oriental quanto na ocidental, sendo um dos procedimentos cirúrgicos mais amplamente reconhecidos e realizados nos tempos modernos. Suas taxas têm aumentado progressivamente, variando de acordo com os países, regiões e grupos populacionais (Dos Santos; Radaell, 2021).

As ISC após cesarianas são consideradas complicações puerperais, causadas pela formação de abscessos na parede abdominal. Elas representam uma das complicações pós-operatórias mais comuns, com significativa morbimortalidade, contribuindo com 17% das infecções relacionadas à assistência à saúde. Pacientes com ISC têm cinco vezes mais chances de readmissão hospitalar em 30 dias e o dobro de chances de mortalidade em comparação com aqueles sem essa complicação. Além disso, o ISC dobra a duração da internação e os custos hospitalares, representando um ônus econômico específico para o sistema de saúde (Silva; Cunha, 2020).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com maior índice de cesarianas no mundo, o que o torna o principal fator de risco e causalidade para infecções puerperais, especialmente como ISC (OMS, 2015). Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado taxas alarmantes de cesarianas, chegando a 40% do total de partos realizados. Na rede privada, esse índice atinge 80%, enquanto no Sistema Único de Saúde (SUS) chega a 30%. Essas taxas são preocupantes, ultrapassando o limite máximo de 15% recomendado pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância, 1985), o que evidencia o uso excessivo desse procedimento (Souza, 2022).

As infecções de sítio cirúrgico (ISC) após cesarianas expõem as mulheres aos desafios tanto físicos quanto mentais. A exposição física está ligada à ruptura da barreira aparentemente, enquanto a exposição mental é associada a sentimentos de angústia e desconforto, resultando nas alterações na imagem corporal, na incerteza em relação à cicatrização da ferida e nas dúvidas sobre os cuidados necessários durante o processo de recuperação (Tartaglia et al., 2023).

Diante do exposto, o estudo teve por objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura afim de identificar os fatores associados às infecções do sítio cirúrgico relacionados à assistência durante o procedimento de cesariana.

2 REVISÃO DA LITERATURA

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são eventos adversos associados ao atendimento de saúde, responsáveis pelo aumento da mortalidade e dos gastos relacionados a esses procedimentos, além de impactarem a segurança dos indivíduos e a gestão da qualidade dos atendimentos ofertados. Entre as IRAS, a infecção de sítio cirúrgico (ISC) é a mais frequente, sendo uma grande causa de complicação no pós-operatório (Souza, 2019).

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ISC resulta de complicações cirúrgicas que comprometem a incisão, tecidos, órgãos ou cavidades, sendo diagnosticada no período de trinta dias a três meses após o procedimento, ou até um ano quando há presença de prótese (BRASIL, 2017). Essas infecções podem ser evitadas em até 60% dos casos com métodos de prevenção adequados (ANVISA, 2017).

Segundo Zuge et al. (2021), a ISC é um problema global e responsável por altos níveis de infecção hospitalar. Dois terços das ISC resultam da contaminação da incisão durante o procedimento cirúrgico ou a manipulação da ferida no pós-operatório. O restante das infecções ocorre devido a causas orgânicas relacionadas ao próprio indivíduo, que podem alterar a capacidade de cicatrização da ferida operatória.

Quando se trata dos fatores de risco relacionados à infecção do sítio cirúrgico (ISC), destacam-se: tempo de cirurgia e internação pré-operatória; falhas na antissepsia cirúrgica das mãos e na paramentação; ausência de profilaxia antimicrobiana; inadequada realização da tricotomia e preparo da pele no local da incisão (Ribeiro et al., 2023). Além desses fatores, os autores ressaltam que o ambiente cirúrgico contém fontes importantes de contaminação e que há aspectos relacionados ao hospedeiro que influenciam o surgimento da ISC, como: idade, estado nutricional, diabetes, tabagismo, obesidade, infecções preexistentes, colonização por microrganismos e alterações na resposta imunológica.

Para atender às necessidades do paciente, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) destaca-se como uma forma de organização baseada em princípios científicos, permitindo elencar as prioridades de cada paciente e direcionando o profissional para possíveis intervenções, contribuindo para a recuperação da saúde do paciente (Oliveira et al., 2019).

Em um estudo multicêntrico com 16.291 pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, os dados indicaram que idade avançada, tempo de internação pré-operatória, duração da cirurgia e escore ASA 3 ou mais são os principais fatores de risco para ISC. Em outro estudo, com 1.073 pacientes em pós-operatório desse mesmo tipo de cirurgia, os fatores mais relevantes associados foram: cirurgia com duração acima de 90 minutos, escore ASA III ou mais, uso de sutura mecânica e deambulação tardia (Ribeiro et al., 2013).

No campo obstétrico, a infecção puerperal é uma das complicações mais recorrentes no sítio cirúrgico pós-parto, podendo ocorrer no local da incisão (ferida operatória ou episiotomia) e na cavidade uterina. Além disso, o prolongamento do trabalho de parto, a ruptura prematura das membranas, múltiplos exames vaginais, alta concentração de mecônio no líquido amniótico, retirada manual da placenta e parto prematuro podem aumentar o risco de ISC obstétrico. Há também uma importante associação entre infecção puerperal e condições como HIV, anemia severa e diabetes gestacional (Santos, 2021).

No Brasil, as taxas de infecção causadas pelo parto cesárea são elevadas e consideradas um problema de assistência à saúde da mulher devido às taxas de morbimortalidade. Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) (2007), 14% das IRAS são ISC, e quase 5% dos pacientes operados desenvolvem essa infecção. As taxas de ISC são apenas menores que as de Infecções do Trato Urinário (ITU) em mulheres hospitalizadas. Após uma cesárea, a paciente tem cinco vezes mais chances de voltar ao hospital em 30 dias do período pós-cirúrgico, com custos adicionais de três milhões na saúde e duas vezes mais probabilidade de evolução ao óbito (Araújo et al., 2019)

A cesariana, ou parto abdominal, deveria ser utilizada apenas em condições materno-fetais que inviabilizam o parto vaginal. No entanto, essa prática não reflete a realidade observada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de cesarianas não deveriam ultrapassar 15%, pois taxas mais elevadas resultam em aumento dos gastos com serviços de saúde e dos riscos de morbimortalidade materna e perinatal, configurando-se como um problema de saúde pública (Coelho, 2019; OMS, 2015).

O procedimento de cesariana envolve a realização de um corte horizontal, geralmente com cerca de 20 centímetros, localizado no ponto médio entre a vagina e o umbigo. O corte atravessa sete camadas: pele, tecido celular subcutâneo, aponeurose dos músculos reto-abdominais, músculos reto-abdominais, peritônio parietal, peritônio visceral e útero. A exposição dessas camadas é um dos principais fatores de risco para infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) (Fernandes et al., 2022).

Apesar de ser classificada como cirurgia limpa, a cesariana apresenta um potencial significativo para o desenvolvimento de infecções pós-cirúrgicas, que podem variar desde infecções de feridas operatórias até endometrite e, em casos raros, septicemia. Anualmente, no Brasil, foram registrados cerca de 2,7 milhões de nascimentos no ano de 2020, sendo que 57,2% ocorreram via cesariana (Brasil, 2022).

Os riscos associados à cesariana são consideráveis. A mortalidade materna é dez vezes maior em comparação ao parto normal. Além das infecções puerperais, as parturientes estão sujeitas a hemorragias, embolia pulmonar, complicações anestésicas e óbito. Para os recém-nascidos, há um aumento na probabilidade de problemas respiratórios, prematuridade iatrogênica, icterícia fisiológica, anoxia, mortalidade neonatal e maior risco de morbidade respiratória leve e grave, especialmente à medida que a idade gestacional diminui, além do aumento do risco de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (Soares et al., 2012).

Segundo Alvarenga (2022), a cesariana é o maior fator de risco para infecções no período puerperal, causando significativa morbidade e prolongando o tempo de internação. Apesar dessas complicações, a prevalência de cesarianas no Brasil permanece alta. Em 2019, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reportou uma taxa de 83,2% de cesáreas nos partos realizados, enquanto no sistema de saúde pública a taxa também estava acima do recomendado, chegando a 40% (Guatura., 2022).

Os impactos causados pela infecção do sítio cirúrgico (ISC) podem trazer consequências devastadoras para o paciente. No entanto, se os profissionais envolvidos no processo adotarem medidas preventivas adequadas, o risco de infecção pode ser significativamente reduzido. Essas medidas são essenciais em qualquer procedimento cirúrgico, especialmente naqueles que envolvem implantes não orgânicos, que apresentam um alto risco de infecção (Pereira, 2023).

Apesar da ISC ser resultado de múltiplos fatores, a equipe cirúrgica desempenha um papel fundamental na prevenção, abordando fatores associados ao procedimento durante os períodos pré e intraoperatório. Isso inclui a observação do número de pessoas na sala cirúrgica, o trânsito e as conversas durante o procedimento, a movimentação das portas, a decisão sobre o momento e tipo de profilaxia antimicrobiana, o preparo da pele do paciente e a degermação das mãos da equipe, entre outros aspectos (Andrade, 2018).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o protocolo “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” recomenda a utilização de um checklist cirúrgico, que deve ser aplicado por todos os profissionais antes do início da anestesia, antes da incisão cirúrgica e antes de o paciente sair da sala operatória. Os principais pontos a serem verificados incluem a identificação do paciente, a demarcação do sítio operatório, a investigação de alergias, a apresentação de todos os membros da equipe pelo nome e a contagem de instrumentais, entre outros (Toti et al., 2020).

Para tornar o checklist operacional, cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e outros membros da equipe precisam estabelecer uma comunicação efetiva para garantir sua aplicação. O compartilhamento de conhecimentos entre a equipe em benefício do paciente é crucial para evitar complicações, incidentes e eventos que ameaçam a vida, reduzindo o tempo de internação e a taxa de mortalidade (Toti et al., 2020).

Outra questão que tem sido amplamente discutida é o jejum pré-operatório. A manutenção prolongada do jejum afeta diretamente o metabolismo, suprimindo a liberação de insulina e aumentando o glucagon e a resistência à insulina, o que pode persistir por até três semanas após a operação. Essa resistência à insulina temporária reduz a captação de glicose pelas células, semelhante ao estado metabólico do diabetes mellitus tipo 2 (Cappi., 2010).

Evidências que apoiam a redução do jejum pré-operatório têm desafiado práticas antigas e aberto caminho para abordagens mais modernas. Diversas sociedades de anestesiologia recomendam um jejum de 6 horas para sólidos e 2 horas para líquidos claros para a maioria dos pacientes submetidos a cirurgias eletivas. O jejum prolongado é frequentemente inútil e até prejudicial, uma vez que a redução do jejum está associada a um menor tempo de internação e prevenção de infecções (Da Fonseca; El Kik, 2013).

A ISC está frequentemente associada à presença de microrganismos, destacando-se as bactérias como os principais contaminantes das incisões cirúrgicas. Muitos desses patógenos fazem parte da flora normal da pele, tornando-se patogênicos em condições propícias à sua replicação (Da Silva et al., 2020). A microbiota exógena é composta principalmente por microrganismos aeróbios, como Staphylococcus e Streptococcus. A contaminação da ferida operatória por Staphylococcus aureus pode ocorrer através de instrumentos cirúrgicos, aparelhos, móveis da sala, próteses e outros implantes, bem como pelo contato da equipe com o sítio cirúrgico (Araújo, 2023).

Nascimento (2018) esclarece que muitas ISC podem ser evitadas com intervenções simples, como a correta desinfecção e esterilização dos materiais utilizados na cirurgia, da própria sala cirúrgica e a paramentação adequada. A esterilização do material cirúrgico deve ser rigorosamente realizada. Segundo o informe técnico 01/2009 da ANVISA, é obrigação do centro cirúrgico promover uma limpeza prévia do material e enviá-lo à Central de Materiais Esterilizados (CME), onde deverá ser imerso em solução de água potável morna com detergente por no mínimo 3 minutos, seguido de fricção da superfície de todos os instrumentais e enxágue com água potável sob pressão (Menegueti, 2013). O rigor nessa etapa é crucial, pois a remoção de toda a sujidade dos instrumentais cirúrgicos é essencial para o processo de esterilização, evitando que cargas microbianas protejam os microrganismos através de barreiras que impedem a penetração dos agentes esterilizantes, comprometendo as etapas subsequentes.

Dada a ameaça de contaminação por microrganismos, a profilaxia antimicrobiana cirúrgica é um método essencial para prevenir a ISC. O objetivo é reduzir a presença de patógenos potenciais no local da incisão cirúrgica, diminuindo significativamente as taxas de infecção. A antibioticoprofilaxia cirúrgica deve começar uma hora antes da incisão e não exceder 24 horas no pós-operatório. Estudos mostram que o uso prolongado de antimicrobianos profiláticos pode ter efeitos adversos, selecionar cepas bacterianas resistentes e aumentar os custos para a instituição (Morais, 2017).

Embora a administração da antibioticoprofilaxia geralmente seja responsabilidade do anestesiologista, a OMS sugere que essa responsabilidade deve ser multiprofissional. Um estudo envolvendo cesarianas mostrou que, com a dedicação das enfermeiras, a adesão à antibioticoprofilaxia aumentou de 25% para 100%, diminuindo significativamente o número de infecções e destacando a posição privilegiada da enfermagem para detectar falhas e atuar na prevenção de eventos adversos (Schmitt, 2015).

Quanto aos antissépticos, a indicação é que, para cirurgias eletivas, seja utilizada clorexidina 2% (degermante) no banho antes do encaminhamento do paciente para o centro cirúrgico. Para cirurgias de grande porte e aquelas com implante, o banho deve ocorrer 2 horas antes do procedimento; nas demais cirurgias, o uso de sabonete neutro é recomendado conforme as orientações da instituição (Cabral et al., 2020).

O CDC classifica as intervenções em categorias conforme sua base científica: Categoria IA (altamente recomendadas com forte base científica), Categoria IB (altamente recomendadas com apoio de alguns estudos bem delineados) e Categoria II (sugeridas para implementação com apoio de estudos clínicos ou epidemiológicos sugestivos) (Nunes, 2016). O banho antes da cirurgia é classificado como Categoria IB, sendo altamente recomendado e suportado por vários estudos, diminuindo o risco de ISC (Aguiar et al., 2012).

O papel da enfermagem é amplamente destacado no preparo pré-operatório dos pacientes, dado o suporte psicológico oferecido. A educação do paciente deve começar ainda no pré-operatório, com orientações sobre a cirurgia, o período intraoperatório, o pós-operatório e a alta hospitalar. Dessa forma, é essencial elaborar um plano de alta e acompanhamento (Barros, 2015).

No preparo do paciente, a enfermagem deve orientar e realizar o preparo físico e emocional, além de avaliar com o objetivo de diminuir o risco cirúrgico, promover a recuperação e evitar complicações no pós-operatório, já que estas estão frequentemente associadas a um preparo pré-operatório inadequado. Outras intervenções da enfermagem no período pré-operatório incluem o preparo da pele; tricotomia; encaminhamento para higiene oral e corporal; manutenção do jejum; administração e explicação da medicação pré-anestésica; anexação de exames ao prontuário; fornecimento de avental e touca ao paciente; verificação de sinais vitais; investigação de processos alérgicos; remoção de próteses dentárias e adornos; esvaziamento intestinal e vesical; esclarecimento de dúvidas e anseios, e a mitigação do desconforto decorrente da permanência no leito (Christóforo; Carvalho, 2009).

O período pós-operatório constitui uma fase de alta criticidade devido às diversas complicações que o paciente pode desenvolver, especialmente de origem respiratória, circulatória e gastrointestinal. Diante dessas possíveis alterações, na admissão na sala de recuperação pós-anestésica, o enfermeiro deve avaliar todos os parâmetros vitais do paciente, monitorá-lo e realizar um exame clínico céfalo-caudal, com ênfase no local cirúrgico (Amthauer; Souza, 2014).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs o protocolo “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, que inclui a utilização de um checklist cirúrgico. Esse protocolo deve ser implementado em três momentos: antes da indução anestésica, antes da incisão cirúrgica e antes de o paciente deixar a sala de cirurgia. Puntos importantes incluem a verificação da identificação do paciente, a demarcação do sítio cirúrgico e a confirmação da administração de profilaxia antibiótica (Aguiar et al., 2012).

A educação do paciente e o preparo psicológico são aspectos fundamentais no pré-operatório. A enfermagem desempenha um papel vital ao fornecer informações sobre o procedimento cirúrgico, o período pós-operatório e a alta hospitalar. Essa orientação reduz a ansiedade do paciente e melhora a adesão às recomendações pós-operatórias, contribuindo para a redução do risco de ISC (Barros, 2015).

A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é uma complicação comum e séria em pacientes submetidas a partos cesarianas, podendo aumentar a morbidade, prolongar o tempo de hospitalização e elevar os custos de saúde. A identificação e o manejo adequado dos fatores de risco assistenciais são essenciais para a prevenção dessas infecções. As práticas assistenciais durante o período perioperatório são cruciais na prevenção de ISC. A preparação adequada da pele, a administração profilática de antibióticos, o controle do ambiente cirúrgico e a técnica asséptica rigorosa são medidas essenciais. Segundo Oliveira e Gama (2015), a observância dessas práticas pode reduzir significativamente as taxas de ISC.

3 METODOLOGIA

A pesquisa “fatores de risco assistenciais relacionados a infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidas a partos cesarianas: Revisão Integrativa” adotou uma abordagem metodológica descritiva e qualitativa por meio de uma Revisão Integrativa (RI) da literatura. A RI é uma técnica utilizada para sintetizar e analisar uma ampla gama de conhecimentos sobre um determinado tema a partir de diversas fontes (De Sousa et al., 2018).

O estudo seguiu as seis etapas metodológicas descritas por Mendes, Silveira e Galvão (2008) para a elaboração de uma RI. Essas etapas incluíram: 1. Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; 2. Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos na literatura; 3. Categorização dos estudos; 4. Avaliação detalhada dos estudos incluídos; 5. Interpretação dos resultados; e 6. Apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

Para formular a pergunta norteadora da pesquisa, foi adotada a estratégia PVO (Fran et al., 2014), onde P representa população/contexto (Partos Cesáreos), V é a variável de interesse (Sítio Cirúrgico/Assistência) e O refere-se ao resultado/desfecho (Fatores de risco). Assim, a pergunta norteadora foi definida como: Quais os fatores de risco assistenciais relacionados a infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidas a partos cesarianas?

As buscas por artigos foram realizadas no banco de dados da SciELO, LILACS e PubMed. Em seguida, foram identificados os descritores em língua portuguesa, utilizando palavras-chave como: urgical site infection, cesarean sections, nursing care, combinadas com as expressões “AND” (booleana). A pesquisa foi conduzida no ano de 2024.

Os critérios de inclusão para a leitura e elegibilidade dos artigos na íntegra foram: artigos completos publicados em português e inglês, de acesso gratuito nas bases de dados, estudos que pudessem responder à pergunta norteadora, e período cronológico de publicação entre os anos de 2019 a 2024. Os critérios de exclusão incluíram estudos duplicados, produções em outros idiomas, trabalhos anteriores ao corte temporal estabelecido, monografias, teses, dissertações, livros, editoriais, opiniões de especialistas e anais de congressos.

Os resultados da pesquisa estão apresentados conforme o fluxograma 1 abaixo, seguindo as diretrizes recomendadas pela Prisma (2009), com um resumo do processo de seleção dos artigos.

Fluxograma 1. Seleção dos estudos

Fonte: PRISMA, 2020

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram selecionados 08 artigos para serem utilizados como objeto deste estudo, sendo 1 Scielo, 3 LILACS, 04 PUBMED.

Quadro 1 Síntese dos principais achados sobre o tema

Autores (ano)TítuloObjetivoMetodologiaPrincipais achados
Antonello et al., 2021Infecção de sítio cirúrgico após cesariana em tempos de COVID-19Analisar os efeitos da pandemia de COVID-19 sobre o consumo de equipamentos e produtos de proteção individual (EPPI), assim como a frequência de infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes não infectadas por COVID-19 submetidas a cesarianas.Estudo retrospectivoHouve aumento em todos os itens medidos dos equipamentos e produtos de proteção individual (EPPI), com o consumo de máscaras descartáveis apresentando uma mediana de 1.450 no período pré-COVID e de 2550 no período pós-COVID (aumento de 75,9%). Detectou-se também diminuição de infecção de sítio cirúrgico (ISC), com medianas de 1,74 no período pré-COVID e de 0,89 no período pós-COVID, com redução de 49% no valor da mediana.
Araújo et al., 2019Ocorrência de infecções de sítio cirúrgico pós-cesárea em uma maternidade pública.Identificar ocorrências de infecção do sítio cirúrgico pós-cesárea em uma maternidade.Estudo transversal retrospectivoOs resultados mostraram taxa de infecção no sítio cirúrgico pós-cesárea de 2,92%; as usuárias apresentaram como fatores de risco baixa escolaridade, ocorrência de infecção urinária, hipertensão arterial, obesidade e tabagismo. Observou-se que a taxa de infecção no sítio cirúrgico pós-cesárea e fatores de risco identificados ressaltam a necessidade de investigação prévia e registro destes com cuidados preventivos de orientação e preparo das usuárias de forma segura com protocolos que direcionem condutas mais uniformes no tratamento destas infecções.
Getaneh et al., 2020.Prevalência de infecção de sítio cirúrgico e seus fatores associados após cesariana na Etiópia: revisão sistemática e meta-análise  Estimar a prevalência agrupada de infecção de sítio cirúrgico após cesariana e seus fatores associados em nível nacional.Revisão sistemática e metanáliseA prevalência de ISC após cesariana na Etiópia foi alta em comparação com as diretrizes dos padrões da esfera de controle de doenças transmissíveis (CDC) para infecção de sítio cirúrgico após cesariana. Portanto, o Ministério da Saúde e as suas partes interessadas devem dar especial ênfase aos programas comunitários e institucionais, de forma a prevenir o trabalho de parto prolongado, PROM, corioamnionite e anemia, que também terão impacto sinérgico nas ISC após cesariana.
Lake et al., 2024Infecção do sítio cirúrgico após cesariana e seus preditores na Etiópia: uma revisão sistemática e meta-análiseDeterminar a prevalência agrupada de infecção do sítio cirúrgico após cesariana e seus preditores na Etiópia.revisão sistemática e meta-análiseA ISC após cesariana na Etiópia é elevada. Trabalho de parto prolongado, corioamnionite, PROM prolongada, exame vaginal repetido, diminuição do nível de Hgb, incisão vertical na pele e anestesia geral foram positivamente associados. Assim, cuidados intraparto baseados em evidências devem ser praticados.
Petrucio et al., 2021Infecção do sítio cirúrgico após cesariana em uma maternidade de Manaus, Brasil: a importância do uso racional da antibioticoterapiaDescrever o perfil epidemiológico e microbiológico das puérperas com diagnóstico de infecção após cesárea, caracterizando as infecções de sítio cirúrgico e o tratamento.Coorte prospectivaUm total de 81 pacientes foi diagnosticado com infecção de sítio cirúrgico durante o período de estudo. A taxa de infecção de sítio cirúrgico na maternidade em estudo foi de 6,0%. As pacientes possuíam baixa escolaridade e baixa renda mensal, com ocupações que requerem menor qualificação, sendo a maioria solteira. Entre as pacientes, 70,4% eram obesas e 28,4% apresentaram sobrepeso; 45,6% delas tiveram parto cesáreo de emergência e 29,6% não usaram antibióticos profiláticos. Staphylococcus aureus foi a cultura identificada mais frequentemente e apresentou resistência ao antibiótico mais prescrito a gentamicina.
Santos et al., 2022Infecção de feridas pós-cesáreas e os cuidados de enfermagem: uma revisão de literaturaAveriguar mediante a literatura cientifica a associação entre a infecção de ferida pós-cesárea e os cuidados de enfermagem.Revisão integrativaObservou-se que a infecção de ferida pós-cesárea se relaciona aos cuidados pré, durante e pós-parto. Evidencia-se a necessidade de capacitação da enfermagem e da implantação de protocolos de ação para padronizar e alinhar a assistência, fornecendo subsídios para a assistência puerperal da mulher.
Sway et al., 2019Carga da infecção do sítio cirúrgico após cesariana na África Subsaariana: uma revisão narrativaavaliar os resultados cirúrgicos relacionados à cesariana na África Subsaarianarevisão narrativa  A taxa de infecção do sítio cirúrgico foi de 15,6% e a taxa de infecção da ferida foi de 10,3%.
Tuuli et al., 2020Efeito da terapia profilática para feridas com pressão negativa versus curativo padrão na infecção do local cirúrgico em mulheres obesas após parto cesáreo: um ensaio clínico randomizado  Avaliar se a terapia profilática de feridas com pressão negativa, iniciada imediatamente após o parto cesáreo, reduz o risco de infecções do sítio cirúrgico em comparação com curativos padrão em mulheres obesas.ensaio clínico randomizado  Entre mulheres obesas submetidas a parto cesáreo, a terapia profilática de feridas com pressão negativa, em comparação com o curativo padrão, não reduziu significativamente o risco de infecção do sítio cirúrgico. Esses achados não apoiam o uso rotineiro de terapia profilática de feridas com pressão negativa em mulheres obesas após parto cesáreo.
Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

A análise e discussão do estudo de Antonello et al. (2021) revela importantes implicações sobre os efeitos da pandemia de COVID-19 no consumo de equipamentos de proteção individual (EPPI) e na frequência de infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidas a cesarianas. Este estudo retrospectivo demonstrou um aumento significativo no consumo de EPPI, com destaque para o aumento substancial no uso de máscaras descartáveis durante o período pós-COVID-19. Esse aumento, de 75,9%, reflete a resposta adaptativa dos serviços de saúde à pandemia, visando aprimorar a proteção dos profissionais e pacientes. Além disso, os resultados indicaram uma redução na frequência de ISC durante o período pós-COVID-19, sugerindo uma possível associação entre o aumento do uso de EPPI e a diminuição das infecções nos pacientes submetidos a cesarianas. Essa redução, de 49% na mediana da frequência de ISC, ressalta a importância das medidas de segurança implementadas durante a pandemia na prevenção de infecções nos ambientes cirúrgicos.

Comparando esses resultados com estudos anteriores, como o de Petrucio et al. (2021), que descreve o perfil epidemiológico e microbiológico das infecções de sítio cirúrgico após cesariana, observamos que a taxa de infecção relatada por Antonello et al. (2021) foi menor. Isso pode ser atribuído, em parte, às medidas de segurança reforçadas adotadas durante a pandemia de COVID-19, incluindo o aumento do uso de EPPI.

Os achados deste estudo reforçam a importância da implementação de medidas preventivas, como o uso adequado de EPPI, na redução da transmissão de infecções nos ambientes cirúrgicos, não apenas durante pandemias, mas também como prática contínua para garantir a segurança dos pacientes e profissionais de saúde. Essas descobertas também destacam a necessidade de pesquisas adicionais para investigar mais a fundo o impacto das medidas de segurança durante a pandemia e sua eficácia a longo prazo na prevenção de infecções nos pacientes cirúrgicos.

A revisão integrativa realizada por Santos et al. (2022) abordou a associação entre a infecção de ferida pós-cesárea e os cuidados de enfermagem, destacando a importância de uma abordagem abrangente nos cuidados pré, durante e pós-parto para prevenir essa complicação. A análise dos estudos revisados evidenciou que a infecção de ferida pós-cesárea não está relacionada apenas a aspectos intraoperatórios, mas também a fatores prévios e posteriores ao procedimento cirúrgico.

Os resultados apontaram para a necessidade de capacitação da equipe de enfermagem e a implementação de protocolos de ação para padronizar e alinhar a assistência prestada às mulheres no período puerperal. Isso inclui não apenas procedimentos durante a cesariana, como a adequada técnica de assepsia, mas também cuidados prévios para identificação de fatores de risco, como infecções urinárias prévias, e cuidados posteriores para monitoramento e tratamento precoce de sinais de infecção.

Essa conclusão ressalta a importância do papel da enfermagem não apenas na execução de tarefas durante o procedimento cirúrgico, mas também no planejamento e na implementação de cuidados abrangentes ao longo do processo perioperatório. A capacitação contínua da equipe de enfermagem é fundamental para garantir a qualidade e a segurança da assistência prestada às mulheres submetidas a cesarianas, reduzindo assim a incidência de infecções de ferida pós-cesárea.

Além disso, a padronização de protocolos de cuidados, baseados em evidências científicas, pode contribuir significativamente para a redução de complicações, como infecções de ferida, proporcionando uma assistência mais eficaz e segura. Esses protocolos devem ser desenvolvidos de forma a considerar as particularidades de cada paciente, garantindo uma abordagem personalizada e holística no cuidado durante o período puerperal.

O estudo de Araújo et al. (2019) teve como objetivo identificar as ocorrências de infecção do sítio cirúrgico pós-cesárea em uma maternidade pública, fornecendo insights valiosos sobre os fatores de risco associados a essa complicação. Os resultados revelaram uma taxa de infecção no sítio cirúrgico pós-cesárea de 2,92%, destacando a importância de compreender os determinantes dessa condição para implementar medidas preventivas eficazes.

A análise dos fatores de risco identificados entre as usuárias, como baixa escolaridade, ocorrência prévia de infecção urinária, hipertensão arterial, obesidade e tabagismo, aponta para a complexidade multifatorial dessa complicação. Esses achados ressaltam a necessidade de uma abordagem abrangente e personalizada na avaliação de risco de cada paciente, visando mitigar esses fatores predisponentes durante o período perioperatório. Além disso, a observação da taxa de infecção do sítio cirúrgico pós-cesárea em uma maternidade pública pode ter implicações importantes para o sistema de saúde, indicando áreas que requerem atenção especial e recursos adicionais para melhorar a qualidade da assistência obstétrica.

Por outro lado, a revisão narrativa conduzida por Sway et al. (2019) na África Subsaariana destacou uma taxa mais elevada de infecção do sítio cirúrgico após cesariana, com uma taxa de 15,6%, e uma taxa de infecção da ferida de 10,3%. Esses achados evidenciam desafios significativos enfrentados em determinadas regiões, como acesso limitado a recursos de saúde e infraestrutura inadequada, que podem contribuir para a alta incidência de infecções pós-operatórias.

Ao comparar esses resultados, é possível observar disparidades regionais na incidência de infecção do sítio cirúrgico após cesariana. Enquanto o estudo de Araújo et al. (2019) relatou uma taxa relativamente menor em uma maternidade pública, a revisão narrativa de Sway et al. (2019) apontou taxas substancialmente mais altas em países da África Subsaariana. Isso ressalta a importância de considerar o contexto regional e os determinantes específicos de cada localidade ao desenvolver estratégias de prevenção e controle de infecções pós-cesárea.

A revisão sistemática e meta-análise realizada por Getaneh et al. (2020) teve como objetivo estimar a prevalência agrupada de infecção do sítio cirúrgico (ISC) após cesariana na Etiópia, além de identificar seus fatores associados. Os resultados indicaram uma prevalência elevada de ISC após cesariana no país, quando comparada às diretrizes dos padrões da esfera de controle de doenças transmissíveis (CDC) para infecção de sítio cirúrgico após cesariana. Esse achado ressalta a importância de implementar estratégias eficazes de prevenção e controle de infecções em procedimentos cesarianos na Etiópia.

Os autores destacaram a necessidade de dar especial ênfase aos programas comunitários e institucionais para prevenir condições como trabalho de parto prolongado, ruptura prematura das membranas (PROM), corioamnionite e anemia, que foram identificados como fatores de risco associados à ISC após cesariana. Esses resultados sugerem que uma abordagem multifacetada e abrangente é necessária para mitigar esses fatores de risco e melhorar os resultados obstétricos relacionados à cesariana na Etiópia.

No estudo conduzido por Lake et al. (2024), também sobre ISC após cesariana na Etiópia, foi identificado um conjunto de fatores preditores associados a essa complicação. Trabalho de parto prolongado, corioamnionite, PROM prolongada, exame vaginal repetido, diminuição do nível de hemoglobina (Hgb), incisão vertical na pele e anestesia geral foram positivamente associados à ISC. Esses achados corroboram a importância de adotar cuidados intraparto baseados em evidências para minimizar o risco de ISC após cesariana.

Embora o estudo de Tuuli et al. (2020) tenha investigado a eficácia da terapia profilática de feridas com pressão negativa em mulheres obesas após cesariana, seus resultados indicaram que essa abordagem não reduziu significativamente o risco de ISC. Embora esses achados possam não ser diretamente aplicáveis aos resultados das revisões sistemáticas, eles enfatizam a complexidade da prevenção de ISC após cesariana e a necessidade de avaliar criticamente as intervenções utilizadas.

As infecções de sítio cirúrgico (ISC) são condições associadas aos cuidados de saúde, portando requerem um amplo esforço dos profissionais de saúde para mantê-las sob controle. Dos artigos avaliados um relata três fatores mais como contribuintes de contaminação que incluem escovação das mãos feita sem a técnica correta, uso de instrumentais oxidados e uso inadequado ou falta de paramentação (Antonello et al., 2021).

O estudo de (Santos, 2022) também notou os seguintes fatores de risco: tempo de internação pré-operatória, duração da cirurgia. Segundo (Nursing, 2024) 60% das ISC podem ser evitadas com aplicação de medidas de boas práticas no período perioperatório tais como banho prévio no pré-parto, além da profilaxia antimicrobiana no intraoperatório, manter janelas e portas fechas, circulação mínima de pessoas em sala cirúrgica, aplicação do checklist de cirurgia/parto seguro e cuidados adequados com curativo no pós-operatório imediato.

De acordo com estudos de Sway et al. (2019), os métodos utilizados para prevenir o surgimento das ISC vão desde o período pré-operatório até o período pós-operatório, com o objetivo de implementar práticas de cuidados baseadas em evidências. Eles são capazes de identificar as infecções existentes, como tricotomia, controle de glicemia, banho com antisséptico, profilaxia antibiótica, bem como cuidar dos pacientes cirúrgicos, manter higienização adequada de sala, limpeza cirúrgica, limpeza de superfícies e equipamentos. Em concordância Tuuli et al. (2020) enfatiza que pelo impacto dessa complicação, as medidas de prevenção devem envolver os momentos pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório. 

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) antes de aplicar a solução, é necessário degermar o membro ou o local próximo da incisão cirúrgica. Antisséptica; realizar a antissepsia do campo operatório no sentido centrifugo circular (do centro para a periferia) com solução alcoólica de PVPI ou clorexidina. O campo deve ser amplo o suficiente para abranger possíveis extensões de incisão, novas incisões ou locais de inserção de drenos. As recomendações de prevenção da ISC podem ajudar a reduzir o número de casos nas instituições de saúde. Assim, os líderes podem criar estratégias e fazer escolhas baseadas em dados sistematizados para melhorar o trabalho e garantir resultados melhores para seus clientes (ANVISA, 2017).

Esses resultados destacam a importância de medidas preventivas e protocolos de segurança robustos em ambientes cirúrgicos, especialmente durante crises de saúde pública como a pandemia de COVID-19. O aumento do uso de EPPI pode ser uma estratégia eficaz na redução da disseminação de infecções nos pacientes cirúrgicos, demonstrando a necessidade contínua de vigilância e implementação de práticas seguras em ambientes hospitalares.

5 CONCLUSÃO

As considerações finais sobre os estudos abordados fornecem insights valiosos sobre a prevalência, fatores de risco e estratégias de prevenção da infecção do sítio cirúrgico (ISC) após cesariana. Os achados destacam a complexidade dessa questão e a necessidade urgente de intervenções eficazes para reduzir o ônus da infecção pós-operatória em mulheres submetidas a cesarianas.

Primeiramente, os estudos revisados revelaram uma prevalência alarmantemente alta de ISC após cesariana, excedendo as diretrizes internacionais de controle de infecções. Essa constatação ressalta a urgência de uma ação coordenada e abrangente para abordar esse problema de saúde pública. Além disso, a identificação de fatores de risco consistentes, como trabalho de parto prolongado, corioamnionite e incisões cirúrgicas verticais, oferece uma base sólida para o desenvolvimento de estratégias preventivas direcionadas.

A implementação de cuidados intraparto baseados em evidências emerge como uma abordagem crucial para mitigar os fatores de risco identificados. Isso inclui a adoção de práticas clínicas recomendadas, como a redução de exames vaginais repetidos e o uso criterioso de anestesia geral. Além disso, a promoção de programas de saúde materna abrangentes, com foco na identificação precoce e manejo adequado de condições como corioamnionite, é essencial para reduzir a incidência de ISC após cesariana.

Embora haja um interesse crescente em intervenções profiláticas, como a terapia de feridas com pressão negativa, os resultados dos estudos enfatizam a necessidade de uma avaliação crítica de sua eficácia antes da implementação generalizada. Mais pesquisas são necessárias para determinar quais estratégias de prevenção são mais eficazes em contextos específicos, como a Etiópia, e como elas podem ser adaptadas para atender às necessidades locais.

O estudo atual identificou os principais fatores que causam ISC, fatores esses relacionados a assistências da equipe multiprofissional, contudo uma a elaboração de Procedimento Operacional Padrão (POP), implementação dos mesmos através de treinamentos para equipe, com periódica atualização através no núcleo de educação continuada como estratégia de prevenção para reduzir o número de infecções em incisões cirúrgicas, torna-se essencial diante da pesquisa exposta.

Por fim, as considerações finais apontam para a importância das políticas de saúde direcionadas e dos investimentos em programas de saúde materna e obstétrica. As autoridades de saúde devem priorizar recursos para a implementação de protocolos de prevenção de infecções em instituições de saúde, bem como para o fortalecimento da capacidade de diagnóstico e tratamento de infecções pós-operatórias. Somente por meio de uma abordagem integrada e baseada em evidências, podemos esperar reduzir efetivamente a incidência de ISC após cesariana e melhorar os resultados obstétricos para mulheres na Etiópia e em todo o mundo.

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1Docente Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA. Doutora em Biologia Parasitária na Amazônia pela Universidade Estadual do Pará/Instituto Evandro Chagas (UEPA/IEC). e-mail: amanda.silveira@uepa.br.

2Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: anacosta_22@hotmail.com.

3Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: fernanda.pd.anjos@aluno.uepa.br.

4Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: hyandraalmeida@outlook.com.

5Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: lauanymedeiiros@gmail.com.

6Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: lorena.otannus@uepa.br.

7Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: lu.med@live.com

8Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: marcusvhbrito@gmail.com.

9Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: maria.jds.cortez@aluno.uepa.br.

10Discente do Curso de pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional em pesquisa e cirurgia experimental (CIPE) da Universidade Estadual do Pará Campus Belém-PA, e-mail: rosiane.ds.santos@aluno.uepa.br.