FATORES ASSOCIADOS AO BRUXISMO EM ODONTOPEDIATRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10183067


Amanda Carvalho da Silva 1
Ana Caroline Roland Carlos 2
Graciele Cristina Rodrigues Mafra 3
Marlene Ribeiro de Oliveira 4


RESUMO

O bruxismo consiste numa ação parafuncional do sistema mastigatório caracterizada por uma atividade repetitiva dos músculos mastigatórios causando o apertamento e também o ranger dos dentes. Esta condição tem etiologia multifatorial, sendo muito comum durante a infância. O objetivo deste estudo foi identificar as principais produções científicas que abordam os fatores mais prevalentes associados ao bruxismo em odontopediatria. No presente trabalho foi realizada uma revisão integrativa da literatura utilizando as seguintes bases de dados: Google acadêmico, Pubmed/Medline e Scielo (Scientific Electronic Library Online). Durante o levantamento dos estudos, foram encontrados 423 artigos, sendo selecionadas 34 publicações, destas foram incluídas neste estudo apenas 12 artigos após leitura na íntegra das 34 publicações. Os resultados mostraram que o bruxismo tem causas multifatoriais com aspectos variados, com isso, observou-se que os fatores psicológicos como estresse e ansiedade e fatores associados a disfunção temporomandibular foram vistos com maior intensidade. Conclui-se a partir dos estudos considerados nesta revisão que os fatores associados ao bruxismo em crianças podem acontecer por diversas condições, sejam elas de caráter psicológico, físico ou por hábitos sociais. Sendo uma das queixas mais comum no dia a dia clinico do atendimento infantil, é fundamental uma abordagem profissional incluído o núcleo familiar da criança, visando proporcionar um tratamento eficaz, promovendo melhor qualidade de vida ao paciente.

Palavras-chave: Odontopediatria; bruxismo; saúde infantil.

ABSTRACT

Bruxism consists of the parafunctional action of the masticatory system characterized by repetitive activity of the masticatory muscles (clenching and grinding teeth). This condition has a multifactorial etiology and is very common during childhood. The objective of this study was to identify the main scientific productions that address the main factors associated with bruxism in pediatric dentistry. In the present work, an integrative literature review was carried out using the following databases: Google Scholar, Pubmed/Medline and Scielo (Scientific Electronic Library Online). During the survey of studies, 423 articles were found, 34 publications that were related to the proposed topic were selected and only 12 final articles were included to prepare the results after reading in full. The results showed that bruxism has multifactorial causes with varied aspects; therefore, it was observed that psychological factors such as stress and anxiety and physical factors such as temporomandibular disorder were seen with greater intensity. It is concluded from the studies considered in this review that the factors associated with bruxism in children can occur due to different conditions, whether psychological, physical or social habits.  As one of the most common complaints in day-to-day clinical care for children, a professional approach, including the child’s family, is essential, aiming to pro-vide effective treatment, promoting a better quality of life for the patient.

 Keywords: Pediatric Dentistry; bruxism; Children’s health.

1. INTRODUÇÃO

O bruxismo foi descrito pela primeira vez na literatura médica em 1907 por Maria Pietkiewicz. A palavra vem do grego “brychein”, que quer dizer apertar, friccionar ou ranger os dentes, e do termo “mania”, que é definido como compulsão (ALVES et al. 2019). Essa condição é caracterizada como uma atividade repetitiva dos músculos mastigatórios designada por apertar os dentes e/ou contração da mandíbula, sendo nomeada como bruxismo do sono ou bruxismo acordado (LOBBEZOO et al. 2018).

O bruxismo pode levar à hipertrofia dos músculos mastigatórios, perda da superfície dentária, fratura de restaurações ou dentes, dentes hipersensíveis ou doloridos e perda do suporte periodontal (BEDDIS; PEMBERTON & DAVIES, 2018). Além disso, pode causar dores na articulação temporomandibular e nos músculos da mandíbula ou limitação do movimento da mandíbula e dores de cabeça (OLIVEIRA et al. 2015). O diagnóstico do bruxismo do sono pode ser efetuado a partir dos sinais e sintomas, através do relato do paciente associado com a anamnese detalhada, exame clínico, aparelhos intraorais para registro da atividade muscular (BEDDIS; PEMBERTON & DAVIES, 2018).

Em crianças, diversos fatores como respiração bucal, aumento das amígdalas, o risco de algumas doenças, deficiências nutricionais, parasitas intestinais, distúrbios endócrinos e fatores psicológicos, como o estresse e a ansiedade podem estar associado à presença do bruxismo (KARIMI, 2018). O bruxismo pode afetar vários aspectos da vida da criança, podendo repercutir em sua saúde (ALVES; FAGUNDES & FERREIRA, 2022). Além disso, muitos pais e/ou cuidadores não possuem conhecimento suficiente no que diz respeito à etiologia do bruxismo o que pode dificultar a procura por ajuda e, dessa forma, contribuir para o risco de complicações graves de saúde (ALVES et al. 2019).

O bruxismo do sono é uma condição que afeta crianças e adultos de ambos os sexos (ODABAS & UCA, 2019), sendo mais frequente no período da infância (BONACINA et al. 2022), com taxas de prevalência variáveis de 3% a 49% entre crianças e adolescentes (MELO et al. 2019). As variações na prevalência podem ser atribuídas ao delineamento do estudo, faixa etária, tipo de bruxismo analisado e universo amostral de cada trabalho (MACHADO et al. 2014; ALVES, FAGUNDES & FERREIRA, 2022). Diante todo o contexto exposto, este estudo objetivou-se identificar as produções científicas que abordam os principais fatores associados ao bruxismo em odontopediatria.

2. METODOLOGIA

O presente estudo foi realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura. Segundo Lubbe, Ham-Baloyi & Smit (2020) a revisão integrativa permite ir além de uma análise e síntese dos resultados da pesquisa primária, fornecendo, assim, novas percepções e conhecimentos sobre um tópico específico.

Para o desenvolvimento dessa pesquisa foram realizadas buscas na literatura científica utilizando as seguintes bases de dados on-line/portais: Google acadêmico, Pubmed/Medline e Scielo (Scientific Electronic Library Online). A questão norteadora para conduzir a busca foi ‘’qual o conhecimento científico a respeito dos fatores relacionados ao Bruxismo em crianças?’’.

Os descritores utilizados durante as buscas nas bases de dados foram: bruxismo, odontopediatria, saúde infantil, com auxílio do operador lógico booleano “AND”. No levantamento do estudo, foram incluídos trabalhos que responderam à questão norteadora: artigos completos, selecionados pelo título, resumo e leitura completa dos artigos. A busca da literatura foi realizada no idioma português e inglês. Foram excluídos, artigos de revisão narrativa da literatura, publicações repetidas em mais de uma base de dados e estudos como dissertações, teses.

Foram utilizados os artigos publicados nos últimos 10 anos, os quais correspondem aos anos de 2013 a 2023. Os artigos foram estudados em sua exatidão e compilados a partir do eixo central da pesquisa, abordados por meio de fichamento contendo as principais informações dos artigos selecionados, tais como autor/ano de publicação, título do estudo, objetivos e resultados. Conforme os descritores utilizados, na Tabela 1 estão demonstrados os artigos incluídos neste estudo de acordo com a plataforma de busca.

Quadro 1. Descritores de busca para seleção dos artigos. Tucuruí, PA, Brasil, 2023.

BASE DE DADOSDESCRITORES
Bruxism (bruxismo) AND Children’s health
(saúde infantil),  bruxism AND pediatric dentistry (odontopediatria)  
ARTIGO LOCALIZADOARTIGO SELECIONADOARTIGO INCLUÍDO
Scielo120805
Pubmed1430402
Google acadêmico2682205
Total de artigos encontrados4233412

Fonte: O autor, 2023.

Para composição da pesquisa foram encontrados 419 artigos nas plataformas de pesquisa, sendo que após análise criteriosa e eliminação de acordo com os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, foram selecionadas 12 publicações que debatiam o tema proposto e foram incluídos para elaboração dos resultados.

O presente estudo não foi submetido à aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a resolução CNS n° 466/2012, pois se trata de uma pesquisa cujas informações foram obtidas em materiais já publicados nas plataformas científicas, sem utilização de práticas ou abordagens diretas junto a seres humanos.  Dessa forma, não havendo implicação de riscos aos sujeitos, vale salientar os benefícios relativos aos pacientes infantis que tenham o bruxismo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após leitura dos artigos incluídos, sendo 12 artigos, observou-se que as publicações se concentraram nos anos de 2015, 2020, 2021, 2022 e 2023, com categorização de 01 artigo em cada ano. Com exceção ao ano de 2022 que apresentou 08 publicações. Em relação aos processos metodológicos utilizados nos artigos incluídos, a maior parte dos estudos apresentados utilizou a revisão de literatura como metodologia.  

A Tabela 1 abaixo apresenta de modo sintetizado os doze artigos selecionados que abordam o bruxismo do sono e o bruxismo acordado, sendo catalogados com seus respectivos códigos, autor/ano de publicação, títulos, objetivos e principais resultados, a respeito dos fatores associados ao bruxismo.

Tabela 01 – Distribuição dos estudos analisados quanto ao autor/ano, periódico, título e objetivo.

CÓD.AUTOR/ANOTÍTULOOBJETIVORESULTADOS
01Seabra & Gomes (2022)A abordagem para os pais sobre as causas e tratamento do bruxismo infantil: uma revisão de escopo.Mapear na literatura as causas do bruxismo, os obstáculos do diagnóstico e os tipos de abordagem realizados para os pais pelos profissionais.Como causas, os artigos apontaram que o sexo masculino é mais acometido pelo bruxismo, além de fatores como a ansiedade, o uso de dispositivos eletrônicos, e o aumento da dopamina.
02Martins et al. (2022)Bruxismo do sono em pacientes odontopediátricos: uma revisão integrativa.Relatar acerca do bruxismo do sono em pacientes odontopediátricos, etiologia e tratamentos propostos para o hábito parafuncional em questão. Ademais, abranger sobre os impactos que estes hábitos podem causar.Está associado a problemas bucais como: sensibilidade/dor à palpação dos músculos da mastigação, cefaleia e sintomas de disfunção temporomandibular.
03Franco et al. (2022)Avaliação dos fatores associados ao bruxismo infantil.Identificar e avaliar as evidências científicas acerca dos fatores associados a ocorrência de bruxismo em crianças.Analisou-se que o bruxismo diurno: é mais associado à ansiedade, estresse, alguns medicamentos ou condições de saúde. Já o bruxismo do sono o noturno: é um distúrbio relacionado à baixa qualidade do mesmo. Além do uso de medicamentos, obstruções de vias aéreas, refluxo gástrico e condições de saúde.
04Jovem & Ferreira (2022)Aspectos psicológicos do bruxismo em criançasDescrever sobre a prevalência do bruxismo em crianças.Verificou-se uma relação significante entre depressão, ansiedade, estresse e bruxismo diurno. O bruxismo noturno estava associado unicamente com ansiedade e com estresse.
05Cardoso et al. (2022)Prevalência de bruxismo em crianças atendidas em uma instituição de ensino superior.Avaliar a prevalência do bruxismo no paciente pediátrico atendido em uma instituição de ensino superior do norte de Minas Gerais.Notou-se prevalência do sexo masculino, e o fator psicológico tem grande influência. Crianças com depressão, ansiedade, hiperatividade ou alguma fobia são mais susceptíveis em ter a condição.
06Alves, Fagundes e Ferreira (2022)Bruxismo do sono em crianças e sua relação com características clínicas e do sono: estudo transversalAvaliar a prevalência de bruxismo em crianças e sua associação com características clínicas e do sono.O gênero masculino apresentou maior prevalência de bruxismo. Das crianças que apresentaram bruxismo, 37 (82,2%) referiram sonolência diurna.
07Emídio et al. (2020)Aspectos comportamentais e clínicos associados ao bruxismo do sono na primeira infânciaAvaliar os aspectos comportamentais e clínicos associados ao provável bruxismo do sono na primeira infância.As crianças que apresentavam desgaste nos dentes tinham 1,53 vezes mais chances de ranger os dentes. Não houve associação significativa com as demais variáveis ​​
08Bulanda at al., (2021)Bruxismo do sono em crianças: etiologia, diagnóstico e tratamento – uma revisão da literatura  Investigar as causas, diagnóstico e tratamento do bruxismo em crianças.Os fatores psicológicos parecem ser a principal causa desse distúrbio funcional. Destes, o mais citado é o estado emocional, sendo o estresse e a ansiedade.
09Brandão de Almeida et al, (2022)Prevalência de Bruxismo do Sono Relatado por Pais/Cuidadores em um Serviço de Odontopediatria Português: Um Estudo Retrospectivo  Estimar a prevalência de BS numa amostra de doentes pediátricos de um serviço de medicina dentária português através do relato dos pais/responsáveis ​​e avaliar o seu aumento ou diminuição com a idade.Houve uma prevalência ligeiramente maior de BS entre os pacientes pediátricos do sexo masculino, independentemente da idade.
10Scarpini et al, (2023)Fatores associados e opções de tratamento para bruxismo do sono em crianças: uma revisão geralSintetizar as evidências disponíveis de revisões sistemáticas (SRs) sobre os fatores associados e abordagens de tratamento para o manejo clínico do bruxismo do sono em crianças.Condições de sono, alterações respiratórias, traços de personalidade e fatores psicossociais foram os fatores associados comumente identificados.
11Silva et al. (2022)Uso de aparelhos eletrônicos, prática de esportes e bruxismo acordado em escolares de oito a dez anosInvestigar se o bruxismo acordado está associado ao uso de aparelhos eletrônicos e à prática de esportes em escolares de oito a dez anos na fase de dentição mista.As meninas, filhos do meio, filhos de pais solteiros, os que fazem uso diário de aparelhos eletrônicos, os que fazem uso excessivo desses aparelhos e os que praticam esportes têm maior probabilidade de ter bruxismo acordado.
12Motta et al. (2015)Avaliação dos ruídos da articulação temporomandibular em crianças com bruxismo.Avaliar se há relação entre bruxismo e presença de ruídos articulares em criançasFoi observada associação estatisticamente significante entre a presença de ruído e bruxismo

Fonte: dados coletados de estudos publicados no período de 2013 a 2023.

Após a leitura dos achados da amostra, demonstrados na tabela 01 supracitada, foi possível correlacionar que o bruxismo tem causas multifatoriais com aspectos variados que estão associados, com isso, observou-se que os fatores psicológicos como estresse e ansiedade e fatores físicos como a disfunção temporomandibular foram vistos com maior intensidade em alguns estudos, e outros foram identificados com menor intensidade como problemas respiratórios, uso de aparelhos tecnológicos, aumento da dopamina, pratica de esportes, traços de personalidade e a predominância de sexo masculino como mais acometido.

Foi evidenciado entre os estudos que o fator mais prevalente continua sendo os de conjuntura psicológica, sendo caracterizados principalmente por ansiedade e estresse, conforme evidenciado em 6 artigos, reforçando o que é comumente destacado na literatura. A comunidade científica aponta que o bruxismo tem efeito de escape, uma vez que a cavidade bucal possui um potencial para manifestações de emoções e expressões de sentimentos reprimidos, com isso, esse ranger dos dentes ocorre como forma de extravasar os anseios da criança (XAVIER et al. 2020).

Nesse sentido, no estudo de Jovem & Ferreira (2022) houve uma maior prevalência de ansiedade e depressão em indivíduos com bruxismo, ou seja, o bruxismo tem maior relação com crianças que tenham esses distúrbios psicológicos, enquanto que outros estudos relatam que não há diferença entre os indivíduos com e sem bruxismo em relação a esses dois distúrbios emocionais.

No entanto, Cardoso et al. (2022) em seu estudo também afirma que o fator psicológico tem grande influência no desenvolvimento da condição, onde crianças com depressão, ansiedade, hiperatividade ou alguma fobia tornam-se mais susceptíveis.

Conforme o estudo de Martins et al. (2022) e Motta et al. (2015) outra condição identificada envolve a disfunção temporomandibular e a presença de ruído, foi observado que crianças que estão na faixa etária de 6 anos podem sofrer alterações na formação da articulação temporomandibular (ATM) e essas mudanças contribuem para a produção do ruído, sendo característico do bruxismo noturno, confirmou-se com a porcentagem de 6,7% de associação através da amostra do estudo.

Ao longo do tempo para a comunidade científica acreditou-se que o bruxismo tinha relação direta com o desenvolvimento da ATM, porém, esse assunto ainda é controverso, visto a necessidade de realizarem mais pesquisas na área para se chegar a uma conclusão concreta. Contudo, a parafunção do bruxismo em crianças, em muitas situações pode estar relacionado ao não desenvolvimento completo do sistema estomatognático que compreende as estruturas bucais (COROTTI et al. 2010).

Nesse sentido, compreende-se que é mais desafiador conseguir identificar o desenvolvimento do bruxismo sem o olhar holístico de um profissional, uma vez que é importante a condução de um exame clínico objetivo e específico, realizando a palpação da ATM e músculos mastigatórios, observando os ruídos, a oclusão do paciente, verificando os movimentos mandibulares, além de outros exames complementares (GOMES, SOLINO & CONCEIÇÃO, 2020).

Quanto ao sexo com maior associação ao bruxismo, foi citado o sexo masculino em 4 artigos, os estudos apontam uma prevalência de bruxismo ligeiramente maior entre os pacientes do sexo masculino. Entretanto, para a literatura não há evidências com base estatística que possa concluir que a prevalência seja diferente entre mulheres e homens nas diferentes faixas etárias consideradas, ou seja, isso ainda é subjetivo para a comunidade cientifica considerando a ausência de dados com significância elevada (BRANDÃO DE ALMEIDA et al. 2022).

Com isso, entende-se que o bruxismo pode ser mais acentuado em crianças por causa das características estruturais e morfológica de dentição decídua, além das condições psicológicas e emocionais que devem ser analisadas em conjunto, sabendo que existem múltiplos fatores que podem influenciar no seu desenvolvimento (JOVEM & FERREIRA, 2022).

4. CONCLUSÃO

Os fatores associados ao bruxismo em crianças podem acontecer por diversas condições, sejam elas de caráter psicológico, físico ou por hábitos sociais. Durante a leitura a partir dos resultados dos estudos incluídos nesta pesquisa foi possível compreender que existem aqueles que são mais frequentes como, estresse, a ansiedade e a disfunção temporomandibular, e outros menos frequentes como os problemas respiratórios, o aumento da dopamina e prática de esportes.

Por ser uma das queixas mais comuns no dia a dia clínico do atendimento infantil, torna-se de extrema relevância uma abordagem profissional considerando o núcleo familiar da criança, em especial os pais e ou seu responsável legal. Esta abordagem deve ser no sentido de explicar claramente para estes sobre a correlação entre o hábito parafuncional, os fatores de risco e a necessidade apoio para um tratamento mais eficaz.

No que se refere ao diagnóstico à abordagem profissional deve ter como foco uma avaliação clínica criteriosa para que possa ser estabelecida uma conduta terapêutica que seja eficaz para cada paciente de forma individualizada e precoce, com o objetivo de prevenir ou impedir traumas teciduais futuros, possibilitando com essa meta terapêutica promover melhor qualidade de vida para a criança.

Portanto, após exposição dos principais artigos elencados nesta pesquisa, entende-se a necessidade de incentivo para que novas pesquisas sejam desenvolvidas com essa temática, a fim de que seja possível identificar com mais evidência científica as principais e mais frequentes causas de bruxismo na infância, e com isso estratégias de diagnóstico e tratamento sejam mais bem estabelecidas e direcionadas, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida por meio da redução da intensidade e progressão desta condição na comunidade infantil.

5. REFERÊNCIAS

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1 Discente do Curso Superior de Odontologia da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel Campus Tucuruí, PA, e-mail: amandaf464f1@gmail.com.

2 Discente do Curso Superior de Odontologia da Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas Gamaliel Campus Tucuruí, PA, e-mail: Carolcarlos01@gmail.com.

3 Docente do Curso Superior de Odontologia da Faculdade Gamaliel, Campus Tucuruí, PA. Especialista em Ortodontia Funort. e-mail: cieledtna@yahoo.com.br.

4 Docente do Curso Superior de Odontologia da Faculdade Gamaliel, Campus Tucuruí, PA. Mestre em Saúde Pública e Odontologia (UFMG). e-mail: enelram.cro@hotmail.com