FATORES ASSOCIADOS A QUALIDADE DO PRÉ-NATAL NA ATENÇÃO BÁSICA

FACTORS ASSOCIATED WITH THE QUALITY OF PRENATAL CARE IN PRIMARY CARE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505201012


Alexsandro Sales da Conceição¹
Beatriz Araújo Souza¹
Daiane Viana Nogueira¹
Maria José de Sousa Lima dos Passos¹
Keila Bezerra da Silva²


Resumo 

O pré-natal é uma fase essencial para garantir a saúde da gestante e do bebê, reduzindo os riscos de complicações durante a gravidez e o parto. Seu acompanhamento adequado permite a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento de possíveis complicações, reduzindo significativamente os índices de mortalidade materna e infantil. Objetivo deste artigo é analisar através da revisão de literatura os fatores associados a qualidade do pré-natal na atenção básica. Tratou-se de uma revisão integrativa, realizada mediante busca nas bases de dados: MEDLINE, BDENF, PubMed (United States National Library of Medicine), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde) no ano de 2017 a 2024. Inicialmente foram encontrados 60 artigos no total e apenas 22 apresentavam títulos e resumos de pesquisas. Porém ao término do levantamento de dados encontrou – se apenas 12 artigos para atender aos objetivos propostos que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão e que respondiam à questão norteadora. Em sua grande maioria, os artigos abordam critérios que condizem com a prática profissional e protocolos de atendimento do pré-natal adequado na atenção primária à saúde. A partir desse estudo é possível compreender a respeito da necessidade de ampliação dos estudos na temática, principalmente em estudos transversais, que apresentem propostas de melhoria da qualidade do atendimento. Possibilitando novas discussões, além de observar a partir de uma ótica mais completa os achados, visto que exercem efeitos diretamente no cuidado em saúde que é oferecido nos diversos cenários perinatais. 

Palavras-chave: Cuidado pré-natal. Saúde da Mulher. Gestantes. Saúde materno infantil. 

1. INTRODUÇÃO 

A gestação é um processo fisiológico que representa a capacidade fisiológica inerente à mulher. Durante o período gestacional, uma série de mudanças físicas e emocionais acontecem no organismo e na vida das gestantes, sendo marcadas por modificações hormonais, mecânicas, metabólicas, cardiovasculares, digestivas, respiratórias, sanguíneas e renais, bem como por alterações psicológicas. Assim, um olhar diferenciado, cauteloso, acolhedor e responsável por parte da equipe de saúde que irá acompanhá-la é essencial durante essa fase da vida (Montenegro; Filho, 2017).

O período gravídico também apresenta possibilidade de complicações, tanto maternas quanto fetais que, se não forem devidamente tratadas, podem acarretar prematuridade, baixo peso ao nascer (BPN) e morte fetal (Hein; Bortoli; Massafera, 2016). Por isso, é de suma importância um acompanhamento sistematizado e específico realizado por profissionais de saúde para assistir as gestantes de forma individualizada, chamado pré-natal (Pessoa et al., 2017; Ré et al., 2022). 

O Ministério da Saúde por meio do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) e Rede Cegonha estabelece algumas recomendações, dentre essas um pacote mínimo de procedimentos e exames clínicos e obstétricos é fornecido a todas as gestantes durante o pré-natal: início do atendimento até o quarto mês de gestação; pelo menos seis consultas, de preferência no primeiro trimestre; uma vez, no segundo na segunda e na terceira na terceira: rotina de exames laboratoriais e vacinação, atividades educativas e consulta puerperal, incentivo ao parto normal e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças menores de dois anos de idade (Marchetti et al., 2020). 

O pré-natal tem objetivos biológicos, sociais e de saúde pública. É possível identificar e tratar problemas e complicações que possam afetar a gestante e/ou o bebê, gerando menores taxas de morbimortalidade materna e neonatal. Também são avaliados aspectos psicossociais e realizadas atividades educativas e preventivas, constituindo um cuidado integrado que perpassa pelos diversos profissionais de saúde da equipe do serviço (Brasil, 2018). 

A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde, instituída no âmbito do SUS, que propõe a melhoria do atendimento às mulheres e às crianças disponibilizando atendimento de pré-natal, garantia de realização de todos os exames necessários, acolhimento às intercorrências na gestação e vinculação da gestante a uma maternidade de referência para o parto (Brasil, 2020). 

Para receber essa assistência, a mulher deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. Esta deve ser a porta de entrada preferencial da gestante no sistema de saúde e o ponto de atenção estratégico para melhor acolher suas necessidades. O início precoce do pré-natal é essencial para a adequada assistência e o acompanhamento deve ser periódico e contínuo, em intervalos preestabelecidos, permitindo que a gestação transcorra com segurança (Brasil, 2013). 

A Atenção Básica desempenha um papel essencial na gestação, abrangendo a prevenção, promoção da saúde e tratamento precoce de potenciais problemas durante a gravidez e pós-parto, como diabetes gestacional, sífilis congênita, hepatites virais, prematuridade, BPN, e outras complicações graves que podem impactar o desenvolvimento adequado do feto e a saúde da gestante (Barros et al., 2021). 

Compreende-se que a oferta da assistência pré-natal pelo SUS é fundamental para garantir que todas as mulheres tenham acesso aos cuidados necessários durante o período gestacional, visto que este propõe e assegura o desenvolvimento da gestação e a correta identificação e suas respectivas condutas diante das condições gestacionais de risco (Medeiros et al., 2019). 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o mínimo de 6 (seis) consultas de pré-natal ao longo da gestação, além da aplicação de vacinas, realização de exames diagnósticos e de rotina, e avaliação odontológica (Brasil, 2013). Entretanto, apesar da evidente importância desse conjunto de ações para a saúde materna e infantil e para um bom desfecho da gestação, muitas gestantes assistidas pelo SUS não realizam o acompanhamento pré-natal adequadamente, do início ao fim da gestação (Leal et al., 2020). 

Diante disso, este estudo trata-se de uma revisão de literatura, com o objetivo de analisar através da revisão os fatores associados a qualidade do pré-natal na atenção básica. 

2. METODOLOGIA  

Tratou-se de um estudo de revisão bibliográfica, abrangente, com características qualitativas e descritivas, que busca destacar os fatores associados a qualidade do pré-natal na atenção básica. A revisão bibliográfica consiste nos estudos que selecionam fontes de acordo com o tema da pesquisa (Gil, 2010). 

No processo da operacionalização desta revisão, seguiram-se as seguintes etapas (figura 1): identificação do tema e elaboração da questão norteadora; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dos estudos; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; avaliação dos estudos incluídos na revisão bibliográfica, abrangente, com características qualitativas e descritivas; interpretação dos resultados e apresentação da revisão (Silvera; Zago, 2006). Este estudo teve como questão norteadora: Qual a importância do pré-natal adequado na saúde materna e infantil na atenção básica?

Figura 1: Etapas do estudo

Fonte: Adaptado de acordo com Silvera; Zago, 2006.  

Para o levantamento dos artigos utilizou-se as palavras chaves: Cuidado pré-natal, Saúde da Mulher, Gestantes, Saúde materno infantil. a partir das buscas de bases de dados: MEDLINE, BDENF, PubMed (United States National Library of Medicine), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) no ano de 2017 a 2024. No idioma português. Foram excluídos desta revisão os artigos repetidos nas bases de dados utilizadas, além de capítulos de livros, teses e dissertações.

Inicialmente foram encontrados 60 artigos no total, e apenas 22 apresentavam títulos e resumos de pesquisas. Porém ao término do levantamento de dados encontrou – se apenas 12 artigos para atender aos objetivos propostos que atendiam aos critérios de inclusão e exclusão e que respondiam à questão norteadora. Como demonstrado na Figura 2 abaixo.

Figura 2: Descrição dos estudos encontrados para a discussão

Fonte: Autores, 2025.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

O objetivo deste estudo foi apresentar e discutir os achados da literatura referentes aos fatores associados a qualidade do pré-natal na atenção básica, através de estudos já realizados, representados no Quadro 1 mostra o perfil dos estudos realizados no período de 2017 a 2024.

Quadro 1: Síntese dos artigos selecionados na revisão, 2025.

Fonte: Autores, 2025. 

Os resultados deste estudo apontam que a qualidade do pré-natal na atenção básica é influenciada por uma combinação de fatores sociodemográficos, organizacionais e assistenciais (Carneiro., 2022). Entre os principais achados, destaca-se que a escolaridade materna e a renda familiar estão diretamente associadas à adequação do pré-natal, uma vez que mulheres com maior escolaridade e melhor condição socioeconômica tendem a acessar serviços de saúde com maior frequência e em estágios iniciais da gestação (Oliveira; Santos, 2019). 

No que se refere aos aspectos organizacionais, a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) mostrou-se um fator relevante para a qualidade do pré-natal. Municípios com maior cobertura da ESF apresentaram melhores indicadores, como maior proporção de gestantes com pelo menos seis consultas pré-natais, registro adequado do cartão da gestante e realização dos exames preconizados pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2021). 

Outro fator significativo foi a qualificação dos profissionais de saúde. Unidades que contavam com médicos e enfermeiros capacitados para o pré-natal apresentaram melhores desfechos, refletindo-se em maior adesão ao protocolo de atendimento e maior satisfação das gestantes com o serviço ofertado (Ferreira et al., 2018). 

Apesar dos avanços, desafios persistem na garantia da qualidade do pré-natal, especialmente em regiões com menor infraestrutura de saúde e em populações vulneráveis. Problemas como ausência de profissionais, falta de insumos e dificuldades de acesso geográfico comprometem a continuidade e efetividade do acompanhamento pré-natal (Carvalho; Mendes, 2022). 

Os achados deste estudo reforçam a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a atenção básica, promovendo a equidade no acesso à saúde materna. Investimentos em capacitação profissional, ampliação da cobertura da ESF e melhoria na infraestrutura das unidades de saúde são estratégias essenciais para avançar na qualidade do pré-natal no Brasil (Pereira et al., 2023). 

Para melhor organização e análise dos dados coletados nesta pesquisa, a discussão foi estruturada em três categorias temáticas, conforme apresentadas no Quadro 2 a seguir:

Quadro 2: Estruturas das 3 categorias abordadas nesta pesquisa

Fonte: Autores, 2025.  

3.1 Pré-Natal 

Segundo Leal et al., 2020, aborda que o pré-natal é de total importância no período gestacional, tendo visto que é de suma importância pois ele detecta possíveis patologias fetais e maternas, visando o bom desenvolvimento e a redução de riscos ao feto. Quando realizado de forma adequada, permite uma assistência associada a orientações e encaminhamentos precisos vinculados à evolução gestacional. 

A existência de problemas tem agravado no insucesso da realização do pré-natal, como dificuldade de aprovação, início tardio, consulta insuficiente e má aplicação dos procedimentos recomendados. Outro fator agravante são as mulheres que apresentam alterações fisiológicas e consequentemente desencadeiam uma possível infertilidade feminina, tem o relato comumente de desconhecimento de sua gravidez, o que implica posteriormente em problemas no diagnóstico gestacional e na realização do atendimento pré-natal (Barros et al., 2021). 

Por se tratar de um assunto, Bezerra; Batista; Santos dizem que o que atinge a criança pode acarretar problemas atuais e futuros na vida adulta, abrange uma necessidade maior de cuidado e atenção, já que os cuidados sobre eles devem ser especiais. O fato de o problema ter um agravante no desenvolvimento da criança, que os torna ainda mais vulneráveis, faz-se necessário a busca de mais esclarecimentos sobre o assunto, para um entendimento mais claro e eficaz.  

A execução da enfermagem não se limita a quadros patológicos. O enfermeiro deve estar sensível aos problemas de saúde e sociais para poder executar com eficiência sua prática profissional em diferentes contextos, promovendo qualidade de vida e assistência a partir de ações educativas adequadas (Souza; Oliveira; Medeiros, 2017).  

É de caráter fundamental que o amparo dos enfermeiros envolve desde cuidados paliativos até apoio ao ciclo familiar, enfatizando a estimulação da participação dos familiares neste processo que age por meio de ações educativas favorecendo a construção do planejamento de cuidados materno-infantil que vão além dos cuidados na atenção primária (Silva, 2017).  

A promoção da saúde no compartilhamento de saberes, impulsiona a mulher à sua independência, capacitando a mesma em sua tomada de decisões durante a gestação. Práticas educativas permeiam todas as fases da vida do indivíduo, dentre elas possibilitam participação ativa e inteirada da mulher e familiares desde o período gestacional até o puerpério, garantindo a saúde dos envolvidos (Lima; Santos; Passos, 2017). 

O enfermeiro é o responsável pela solicitação de exame, indicando que a solicitação ocorreu no início do pré-natal e que está de acordo com o plano preconizado pelo PRMP. 

Realizar os exames mínimos recomendados durante a gravidez é essencial para garantir o cuidado adequado, e assim, proporcionando prevenção de doenças e tratamento em tempo oportuno, reduzindo a morbidade e mortalidade (Oliveira et al., 2021). 

3.2 Orientações educativas acerca do pré-natal 

De acordo com o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) os cuidados básicos de saúde enfatizam ações educativas no atendimento à mulher, remetendo sempre que é a marca diferencial em relação a outros programas. Sem dúvida, a educação é um dos aspectos mais inovadores do PAISM, pois visa promover as mulheres a aprenderem informações sobre seus corpos e valorizarem suas experiências de vida. (Lima; Santos; Passos, 2021. 

Desse modo, como um dos componentes das ações básicas de saúde, a ação educativa deve ser desenvolvida por todos os profissionais que integram a equipe da unidade de saúde, estar inserida em todas as atividades e deve ocorrer em todo e qualquer contato entre profissional de saúde e a clientela, com o objetivo de levar a população a refletir sobre a saúde, adotar práticas para sua melhoria ou manutenção e realizar mudanças, novos hábitos para a solução de seus problema (Conceição; Lago; Lima, 2019). 

A educação para a saúde desempenha um papel transformador. Assim, é necessário que os profissionais da enfermagem tornem necessário o domínio de condutas educativas para restauração da prática e saber, enaltecendo um vínculo caucionado por diálogos com os usuários. A contribuição educacional da equipe de enfermagem visa de forma assistencial a multiplicação de informações que conduzam a população a elevação de desenvolvimento prático do autocuidado (Araújo et. al, 2017). 

Portanto, o profissional deve ser um instrumento para que a gestante adquira sua autonomia, aumentando sua capacidade de enfrentar situações de estresse, de crise e decida sobre a vida e a saúde. A ansiedade e as dúvidas acercam a mesma causando desníveis humorísticos relacionados às modificações pelas quais vai passar, sobre como está se desenvolvendo a criança, medo do parto, de não poder amamentar, entre outros, são também sentimentos comuns presentes na gestante (Cardoso et. al, 2019). 

É muito importante a realização de ações educativas em todo período das etapas do ciclo grávido-puerperal, porém é no pré-natal que a mulher deve ser melhor orientada para que possa viver o parto de forma positiva, ter menos riscos de complicações no puerpério e mais sucesso na amamentação (Bezerra; Batista; Santos, 2020). 

O enfermeiro é o responsável pela solicitação de exame, indicando que a solicitação ocorreu no início do pré-natal e que está de acordo com o plano preconizado pelo PRMP. 

Realizar os exames mínimos recomendados durante a gravidez é essencial para garantir o cuidado adequado, e assim, proporcionando prevenção de doenças e tratamento em tempo oportuno, reduzindo a morbidade e mortalidade (Oliveira et al., 2021). 

Levando em consideração a experiência de ser mãe no universo feminino o pré-natal e o nascimento são considerados como momentos únicos para cada gestante, os profissionais de saúde com ênfase na enfermagem devem assumir a postura de educadores compartilhando saberes, buscando devolver à mulher sua autoconfiança para viver a gestação, o parto e o puerpério (Benincasa et. al, 2019). 

Um dos pontos que não pode deixar faltar em uma assistência à gestante são as visitas domiciliares, diante de tantas funções que a enfermagem tem em relação às futuras puérperas, é de suma importância que seja realizada uma captação precoce desta gestante através da visita domiciliar. O pré-natal deve ser estimulado desde a primeira consulta e a busca ativa deve ser realizada imediatamente caso haja falta desta paciente às consultas de pré-natal. É durante a visita domiciliar que a gestante se sentirá à vontade para conversar com o profissional de saúde, ela pode expor todas suas dificuldades durante a coleta de dados, e o profissional poderá perceber com mais facilidade como é a rotina dessa mulher, identificando com maior facilidade quais são suas necessidades (Batista et al., 2017). 

3.3 Importância da orientação sobre o estado nutricional apropriado 

Sehnem et al. (2020), destacou que todos os profissionais de saúde são essenciais para aconselhar e acompanhar os pacientes antes da gestação, através do planejamento familiar, passando pelo pré-natal, e continuando no período pós-natal. Durante o pré-natal a gestante deve ser orientada pelo enfermeiro a respeito dos benefícios do aleitamento materno e sua importância, ele é rico em cálcio, ferro e sais minerais e esses componentes fazem toda diferença no desenvolvimento da criança. 

Cabe a equipe de enfermagem incentivar e promover a amamentação ainda na sala de parto. A mamada na primeira meia hora após o nascimento traz vários benefícios: reforça o vínculo mãe-filho, facilita o início da amamentação, previne problemas na mama, auxilia a involução uterina e protege as crianças e a mãe contra infecções hospitalares. E, ainda durante o trabalho de visitas às maternidades, realizados por a equipe de enfermagem, é fundamental que seja reforçada com a mãe orientações sobre a importância do aleitamento, cuidados com as mamas e orientações sobre a busca a unidade de saúde mais próxima para realizar o teste do pezinho, consulta à pós-parto, puericultura e assistência (Oliveira et al, 2021). 

A implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM), teve início através do processo de conscientização dos profissionais da área da saúde, inclusive dos enfermeiros, enfatizando que a promoção ocorre em conjunto com a responsabilidade de todos, incentivando e apoiando a amamentação. O enfermeiro é o profissional que mais se relaciona com a mulher durante o ciclo gravídico-puerperal e desempenha estreitamente importante papel nos programas de educação em saúde, durante o pré-natal, tendo como dever o preparo da gestante para o aleitamento, de tal forma que no período de pós-parto o processo de adaptação da puérpera ao aleitamento seja facilitado e brando, evitando assim, dúvidas pertinentes e possíveis complicações (Coca et al., 2018). 

4. CONCLUSÃO 

Esta revisão de literatura reforça a importância do acompanhamento pré-natal para a saúde materna e infantil. O pré-natal é uma ferramenta essencial que, ao garantir um cuidado contínuo e humanizado, contribui para a redução da morbimortalidade materna e neonatal, promovendo o bem-estar tanto da gestante quanto do recém-nascido. Os benefícios que são fornecidos na saúde pública do Brasil, têm desempenhado um papel crucial na ampliação e qualificação desse atendimento, garantindo o acesso universal e gratuito para todas as mulheres, independentemente de sua condição socioeconômica. 

No entanto, por meio deste estudo também foi possível inferir que, apesar dos avanços significativos nas políticas de assistência, há disparidades regionais e desafios que afetam a qualidade desse atendimento. A desigualdade no acesso e na qualidade do atendimento pré-natal no Brasil são pontos críticos que necessitam de atenção do poder público. Tais aspectos apontam para a necessidade urgente de aprimoramento do cuidado nas diversas etapas da assistência. 

Conclui-se que, para atingir os melhores estágios na saúde materno-infantil, é necessário fortalecer as ações de promoção e prevenção da saúde durante o período gestacional. Faz-se necessário a implementação de políticas públicas que estimulem o acompanhamento pré-natal visando contribuir para a redução da ocorrência de peso baixo ao nascer, prematuridade e óbito perinatal e neonatal. Um acompanhamento pré-natal adequado, com a atenção às necessidades individuais das gestantes e o trabalho em equipe multiprofissional, é a chave para garantir uma gestação saudável e segura para todas as mulheres. 

REFERÊNCIAS 

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¹Graduando em Enfermagem, Universidade Paulista (UNIP).
²Graduada em Enfermagem, Universidade CEUMA-Imperatriz, Especialista em Saúde da Mulher, Enfermagem do trabalho e em Saúde dos Povos Indígenas.