FACTORS ASSOCIATED WITH CHILDHOOD OBESITY IN BRAZIL AND AROUND THE WORLD: A SYSTEMATIC REVIEW
Obesidade infantil; Sobrepeso; Transtornos de alimentação na infância.
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8206310
¹Rayanny de Almeida Santos
Resumo
Introdução: A obesidade infantil é um distúrbio do estado nutricional relacionado ao acúmulo de tecido adiposo, com aumento do peso corporal e se caracteriza como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A prevalência dessa condição apresenta uma elevação nas últimas décadas, e se faz necessário o conhecimento dos fatores de risco envolvidos e as formas de prevenção a serem adotadas para mitigar essa problemática. Objetivo: investigar os fatores genéticos, ambientais, socioeconômicos, culturais e comportamentais associados ao desenvolvimento da obesidade na infância, no Brasil e no mundo. Método: Estudo de abordagem qualitativa, descritivo e exploratório, realizado através de uma revisão sistemática da literatura. Resultados: Foram selecionados 10 estudos para compor essa revisão sistemática. Hábitos alimentares pobres associados ao sedentarismo parecem ser os principais fatores associados ao sobrepeso. No entanto, pesquisas mostram que pode existir a predisposição genética à obesidade, influenciada por vários genes. Também um número de substâncias químicas tóxicas bioacumulativas podem atuar causando disrupção do sistema endócrino, contribuindo para o desenvolvimento da condição clínica. Alguns estudos encontram associação positiva entre o IMC materno pré-gestação e a obesidade no nascido, assim como a ausência de amamentação pelo período indicado pelas diretrizes médicas na infância, a introdução precoce de alimentos para o infante e também status socioeconômico. Conclusão: É imprescindível a adoção de hábitos de vida saudáveis desde a infância, como a adoção de uma dieta equilibrada e prática regular de atividades físicas, assim como é necessário a conscientização sobre os distúrbios alimentares que afetam o público infantil.
Palavras-chave: Obesidade infantil; Sobrepeso; Transtornos de alimentação na infância.
Abstract
Introduction: Childhood obesity is a nutritional disorder related to the accumulation of adipose tissue, resulting in increased body weight and characterized as a public health problem in Brazil and worldwide. The prevalence of this condition has been increasing in recent decades, and it is necessary to understand the risk factors involved and the prevention strategies to be adopted to mitigate this problem. Objective: To investigate the genetic, environmental, socioeconomic, cultural, and behavioral factors associated with the development of childhood obesity in Brazil and worldwide. Method: A qualitative, descriptive, and exploratory study was conducted through a systematic literature review. Results: Ten studies were selected to compose this systematic review. Poor dietary habits associated with sedentary behavior seem to be the main factors associated with overweight. However, research shows that there may be a genetic predisposition to obesity, influenced by various genes. Also, a number of bioaccumulative toxic chemicals can act by causing disruption of the endocrine system, contributing to the development of the clinical condition. Some studies find a positive association between maternal pre-pregnancy BMI and obesity in the newborn, as well as the absence of breastfeeding for the period indicated by medical guidelines in childhood, the early introduction of foods for the infant, and also socioeconomic status. Conclusion: The adoption of healthy lifestyle habits from childhood, such as a balanced diet and regular physical activity, is essential, as well as awareness of eating disorders that affect the child population.
Keywords: Childhood obesity; Overweight; Eating disorders in childhood.
INTRODUÇÃO
A obesidade infantil é um distúrbio do estado nutricional relacionado ao aumento do tecido adiposo, com acréscimo do peso corporal e tornou-se um problema crítico de saúde pública, com um terço de todas as crianças e adolescentes nos Estados Unidos estando com sobrepeso ou obesidade1.
A prevalência de sobrepeso e obesidade na infância aumentou dramaticamente nas últimas décadas. De 1990 a 2010, a prevalência estimada global de sobrepeso e obesidade entre crianças em idade pré-escolar aumentou de 4,2% para 6,7%. A obesidade infantil é um fator de risco para várias doenças crônicas mais tarde na vida, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares, distúrbios musculoesqueléticos e alguns tipos de câncer1.
Apesar dos avanços na pesquisa sobre obesidade, evidências insuficientes existem sobre como as crianças desenvolvem comportamentos obesogênicos, como inatividade e preferências alimentares ruins, especialmente em famílias de baixa condição socioeconômica2. Estudos recentes sugerem que as crianças começam a desenvolver comportamentos e atitudes relacionados à saúde tão jovens quanto 5 anos de idade. Crianças com apenas 4 ou 5 anos de idade já podem começar a internalizar os hábitos alimentares e de atividade física de seus pais. Um estudo anterior mostra que 71% da obesidade infantil é explicada pela influência de fatores familiares sobre crianças pequenas. Isso sugere que a primeira infância pode fornecer a melhor oportunidade para modificar os fatores de risco ambientais para a obesidade infantil1-2.
Um número crescente de evidências sugere que a exposição in útero a produtos químicos disruptores endócrinos pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade em crianças e adultos3. Estudos em animais e in vitro sugerem que os EDCs podem causar obesidade através da interferência no metabolismo lipídico para promover o armazenamento de gordura, alterando os pontos de ajuste metabólico ou modificando o controle hormonal do apetite e saciedade A obesidade pode ser programada no período intrauterino, e a exposição fetal a certos EDCs pode modificar o epigenoma das células-tronco para produzir preferencialmente mais adipócitos em detrimento do osso1,3.
Fatores de risco comportamentais conhecidos por aumentar o risco de obesidade incluem especialmente taxas reduzidas de atividade física e alimentação rica em açúcar, gordura e carboidratos3-4. Alguns estudos também mostram uma forte associação entre peso ao nascer e obesidade infantil. Vários estudos documentam fatores de risco parentais para o estado de sobrepeso de seus filhos, incluindo obesidade materna, menor nível de escolaridade, raça afro-americana, taxas de atividade física mais baixas, conhecimento nutricional ruim, insegurança alimentar, tabagismo, regras sobre consumo de alimentos e horários regulares de alimentação e percepção de segurança no bairro. O aumento da obesidade infantil associado a esses fatores de risco resulta em resultados de saúde ruins nessas crianças que persistem à medida que se tornam adultos, através do desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doença cardíaca coronária2,4.
Nesse sentido, o presente estudo tem o objetivo de investigar, através de uma revisão sistemática de estudos produzidos nos últimos cinco anos, os fatores associados ao desenvolvimento da obesidade na infância, no Brasil e no mundo, sejam eles genéticos, ambientais, socioeconômicos, culturais ou comportamentais.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, descritivo e exploratório, realizado através de uma revisão sistemática da literatura.
Para a coleta dos dados, foram utilizadas as bases de dados online Scielo (Scientific Electronic Library Online), a plataforma de periódicos Capes e o Portal BVS Saúde (Biblioteca Virtual em Saúde), com os seguintes descritores: “Obesidade”, “Sobrepeso”, “Transtornos de alimentação na Infância” e “Epidemiologia”, utilizados os operadores booleanos AND e OR, configurando a necessidade de se estarem presentes no artigo ao menos dois dos termos.
Os critérios de inclusão e exclusão estão dispostos no quadro 1.
Quadro 1: Critérios de inclusão e exclusão
Critérios de inclusão | Se relacionem à temática abordada |
Indexados com os descritores delimitados | |
Publicados nos últimos cinco anos (2018-) | |
Disponíveis na íntegra gratuitamente | |
Critérios de exclusão | Não disponível na íntegra gratuitamente |
Não se relaciona com a temática estudada | |
Publicados anteriormente a 2018 | |
Não disponíveis em português, inglês ou espanhol | |
Estudos pouco claros, mal descritos ou inadequados |
A partir desta proposta de investigação de materiais bibliográficos, a pesquisa seguiu os seguintes passos:
(1) Busca em banco de dados por artigos, estudos e pesquisas referentes ao tema abordado;
(2) Após o levantamento do material acadêmico, foi feita uma leitura crítica e exploratória dos principais resultados apresentados nos trabalhos sob análise;
(3) Seguido o levantamento e a leitura do material, foram interpretados os dados apresentados pelos trabalhos investigados, para se traçar, em seguida, um perfil (ou perfis) do conhecimento existente sobre o tema pesquisado.
RESULTADOS
A busca nas plataformas escolhidas retornou grande volume de estudos, no entanto, é imprescindível delimitar as produções obtidas nos bancos de dados aplicando os critérios de exclusões e observando a adequação à temática estudada, buscando, ao final, selecionar os principais estudos produzidos no período determinado, sendo possível trabalhar o tema proposto de maneira coesa, direta e clara.
O número total de artigos indexados nos bancos de dados utilizando somente os descritores sem aplicar critérios de exclusão foi de: 53 artigos na plataforma Scielo, 37 artigos na plataforma de periódicos Capes, 34 no Portal BVS Saúde, totalizando 124 artigos . Filtrando os resultados para mostrar somente os artigos produzidos do ano de 2018 até o presente momento, no idioma português, inglês e espanhol e disponíveis na íntegra obtemos: 19 artigos na plataforma Scielo, 18 artigos na plataforma de periódicos Capes, 24 no Portal BVS Saúde, reduzindo o total para 61 artigos. Excluindo os artigos que aparecem em um ou mais banco de dados, configurando resultado repetido, e analisando a associação à temática estudada, delimitam-se 10 artigos que foram analisados e revisados para compor o corpo deste estudo, conforme sintetizado na figura 1:
Figura 1: Seleção de artigos para revisão
DISCUSSÃO
A obesidade é uma condição crônica e complexa que resulta do desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia. É geralmente associada à combinação de fatores genéticos, comportamentais e ambientais. A predisposição genética para a obesidade é poligênica, o que significa que é influenciada pela interação de vários genes. Estudos em gêmeos e adotados demonstraram que a genética tem um papel claro no índice de massa corporal, na distribuição de gordura, no gasto energético e na suscetibilidade ao ganho de peso5.
A insulina e a leptina são componentes importantes na regulação do grau de adiposidade do organismo e informam o sistema nervoso central sobre o conteúdo de gordura corporal. Quando secretadas em proporção ao conteúdo de gordura corporal, elas ativam vias efetoras catabólicas e inibem vias efetoras anabólicas no hipotálamo, resultando em diminuição da ingestão alimentar e modulação do balanço energético6. A leptina, por sua vez, é secretada pelos adipócitos e age pela ativação de seus receptores, inibindo a ingestão alimentar e estimulando o gasto energético. Pesquisas demonstram que os obesos têm níveis séricos aumentados de leptina, mas podem apresentar resistência à sua ação. Essa resistência pode ser causada por fatores como menor capacidade de a leptina circulante ter acesso ao fluido intersticial cerebral ou hiperinsulinemia crônica bloqueando o sinal de transdução da leptina. Qualquer falha nesse circuito pode levar a manifestações de resistência à leptina7-8.
É possível identificar muitos neuropeptídeos envolvidos na regulação da ingestão alimentar. Entre eles, o neuropeptídeo Y (NPY) é um dos mais potentes estimuladores da ingestão alimentar dentro do sistema nervoso central9. A secreção do NPY no hipotálamo aumenta em situações de falta de gordura corporal e/ou reduzida sinalização dada pela leptina, enquanto a leptina inibe sua secreção. Além do NPY, outros peptídeos como MCH (hormônio concentrador de melanina), orexinas A e B e AGRP (proteína relacionada ao gene Agouti) também promovem aumento da ingestão alimentar5-6,8.
Por outro lado, existem neuropeptídeos anorexígenos que promovem um balanço energético negativo e são estimulados pelo aumento dos sinais de adiposidade no sistema nervoso central, como o a-MSH (hormônio melanócito-estimulante), CRH (hormônio liberador de corticotrofina) e TRH (hormônio liberador de tireotrofina). As melanocortinas, como o a-MSH, são importantes na homeostase energética e têm um papel fundamental no controle da ingestão alimentar, já que os receptores MC3 e MC4 (melanocortina 3 e 4) são expressos primariamente no cérebro10-11. Agonistas sintéticos desses receptores suprimem a ingestão alimentar, enquanto os antagonistas têm o efeito contrário. Camundongos e seres humanos com mutações no receptor MC4 apresentam hiperfagia e obesidade, o que indica a importância desses receptores na regulação da ingestão alimentar e quantidade de gordura corporal7.
A ingestão de proteínas e gorduras durante a alimentação estimula a liberação da colecistoquinina pelas células da mucosa duodenal. A colecistoquinina, por sua vez, ativa receptores (CCK-A) localizados na região pilórica do estômago, enviando sinais através do nervo vago aferente para o trato solitário, o núcleo paraventricular e a região ventromedial do hipotálamo, o que reduz a ingestão de alimentos. A colecistoquinina está envolvida no efeito de saciedade que leva ao término da refeição5,12.
Por outro lado, a grelina é um peptídeo produzido principalmente no estômago e age na regulação da ingestão alimentar. A concentração plasmática de grelina aumenta gradualmente antes das refeições e diminui imediatamente após. A grelina estimula a expressão do neuropeptídeo Y e da AGRP no hipotálamo, o que aumenta a ingestão alimentar. Na síndrome de Prader-Willi, os níveis de grelina estão elevados, o que pode contribuir para a hiperfagia e obesidade associadas a essa síndrome5,8.
No entanto, além dos fatores genéticos e hormonais presentes no indivíduo, o crescente número de casos de obesidade no mundo indica que o ambiente, o comportamento, status socioeconômico e outros fatores também tem um papel importante no desenvolvimento da doença. Mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares, incluindo o sedentarismo e o consumo de alimentos com alta densidade energética, contribuem para a obesidade13.
A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade como a maior epidemia de saúde pública em todo o mundo, afetando tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, e aumentando o risco de doenças crônicas não transmissíveis em crianças e adolescentes14.
A importância da obesidade está na sua associação a um conjunto de doenças, caracterizadas por hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2, na denominada síndrome metabólica, na qual a resistência insulínica e a hiperinsulinemia explicam a relação entre a obesidade e as demais anormalidades15-16.
Embora a relação entre obesidade e alterações metabólicas esteja bem estabelecida em adultos, ainda não há consenso sobre os critérios diagnósticos e pontos de corte para a síndrome metabólica em pediatria, o que justifica a necessidade de ampliar o conhecimento nessa área15,17.
O Brasil segue a tendência mundial e apresenta uma alta prevalência de excesso de peso, inclusive em sua população jovem, embora haja poucos estudos populacionais disponíveis. As informações mais recentes são limitadas a pequenas comunidades ou estudos isolados realizados em diferentes cidades, com prevalência de excesso de peso variando entre 15,3% e 29,1% em adolescentes, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados15,18-19.
Wagner et al (2021), em estudo no Estado de Santa Catarina, objetivando examinar a frequência de aleitamento materno em crianças em idade escolar e suas características, bem como a relação entre a amamentação e sua duração com o risco de sobrepeso/obesidade, concluiu que, para o grupo mais jovem (7 a 10 anos), após ajustar fatores maternos e socioeconômicos, houve uma associação negativa entre a amamentação e o risco de sobrepeso/obesidade em comparação com aqueles que nunca foram amamentados. Amamentação por pelo menos 3 ou 4-6 meses também mostrou uma associação negativa com sobrepeso/obesidade. Não houve associação entre amamentação e sobrepeso/obesidade em crianças de 11 a 14 anos20.
A prevalência de amamentação no Brasil é de cerca de 58,7% em crianças de 9 a 12 meses21-22. Em comparação, um estudo transversal realizado no Canadá encontrou uma prevalência semelhante de 32% em crianças de 10 a 11 anos23. É importante continuar a incentivar a amamentação, já que 6,6% das crianças neste estudo nunca foram amamentadas. É importante que as mães recebam aconselhamento nutricional antes do parto, pois isso pode aumentar a chance de amamentação exclusiva até os seis meses de idade24.
Neste estudo, os níveis de sobrepeso e obesidade encontrados foram semelhantes aos relatados na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008-2009, com uma maior prevalência entre as crianças mais jovens24-25. Outro estudo conduzido na Sicília encontrou uma taxa de obesidade de 14,1% em crianças de 9 a 14 anos. É importante destacar que a obesidade na infância e adolescência é um fator de risco para a obesidade na idade adulta26.
Estudo realizado por Camargo e colaboradores (2019) observou a prevalência de sobrepeso e obesidade de crianças no primeiro ano de vida por meio da análise de dados coletados na Caderneta de Saúde da Criança, em Minas Gerais. Foram identificadas prevalências de 7,2% quando utilizado o índice peso/estatura por idade e de 4,8% quando utilizado o IMC por idade27. É importante apontar que este é o primeiro estudo realizado no Brasil que avaliou a prevalência de sobrepeso e de obesidade infantil nessa faixa etária. O crescimento em estatura é considerado um indicador de adequação da nutrição geral nos primeiros anos de vida15, 27.
Além disso, foi constatado que o nível socioeconômico das famílias pode interferir nos valores do IMC por idade, enquanto a faixa etária pode interferir nos índices peso por idade e estatura por idade. A identificação desses fatores pode ser útil na implementação de políticas públicas, bem como na elaboração de estratégias e ações a fim de prevenir ou minimizar complicações relacionadas à obesidade no futuro27.
Lima et al (2020), concluiu que a introdução precoce de alimentos em infantes pode resultar em maiores níveis de gordura corporal28. A partir do sexto mês de vida, as necessidades nutricionais da criança já não são mais supridas somente com o leite materno, sendo necessária a introdução alimentar, que fornece para a criança energia, proteínas, vitaminas e minerais. A alimentação da criança deve conter grande variedade de legumes e verduras, evitando a oferta de alimentos industrializados (ricos em carboidratos simples, lipídeos e sódio) e acréscimo de açúcares simples nas mamadeiras29. Desse modo, é de suma importância que a alimentação complementar seja adequada nutricionalmente para prevenir tanto a desnutrição quanto o sobrepeso. A correta introdução da alimentação complementar e a sua continuidade refletem o ganho de peso adequado, bem como o controle da obesidade na infância, adolescência e fase adulta28.
O estudo indica que há uma relação positiva entre a introdução precoce de alimentos sólidos, antes dos 3-4 meses de idade, e a prevalência de excesso de peso em crianças entre 3 e 5 anos de idade28. Pesquisas adicionais mostram uma associação ainda mais forte entre a introdução de sólidos antes dos 4 meses em bebês alimentados com fórmula (mas não amamentados) e um aumento significativo na prevalência de obesidade aos três anos28,30.
Além disso, há evidências sugerindo que a introdução precoce de sólidos pode aumentar o risco de obesidade, especialmente em bebês alimentados com fórmula e nascidos de mães com obesidade28. Estudos anteriores compararam a introdução precoce (<3 meses) com a introdução em idades posteriores, excluindo crianças que foram introduzidas aos sólidos mais tarde, e há poucas evidências de um efeito protetor contra os resultados adversos do status de peso associados à introdução de sólidos aos 4-6 meses em vez de aos 6 meses, conforme recomendado pela OMS. Em suma, é importante evitar a introdução precoce de alimentos sólidos e seguir as recomendações da OMS31.
Heslehurst et al (2019) conduziu um estudo, nos Estados Unidos, com objetivo determinar a associação dose-resposta entre o índice de massa corporal (IMC) materno pré-gravidez e a obesidade infantil. A metanálise identificou uma probabilidade significativamente maior de obesidade infantil com o aumento do IMC materno; essa associação foi mais forte com a obesidade materna, que aumentou as chances de obesidade infantil em 264%, seguida pelo sobrepeso materno, que aumentou as chances em 89%. Padrões semelhantes foram observados para as categorias secundárias e resultados contínuos de IMC e escore z da criança32.
A metarregressão encontrou uma associação entre obesidade infantil e aumento da idade da criança, o que pode refletir a combinação de exposições no útero e no curso de vida da criança. O desenvolvimento da obesidade envolve uma interação complexa entre exposições fisiológicas, psicológicas, sociais e comportamentais32-33.
Fatores ambientais também desempenham um papel importante no desenvolvimento dessa condição clínica, com sua influência vindo desde a gestação ao afetar a gestante. Vários poluentes orgânicos persistentes (POPs), incluindo substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) e organoclorados (OCs), são classificados como substâncias químicas disruptoras endócrinas (DEs)34. PFASs e OCs são produtos químicos ubíquos, persistentes e bioacumulativos possíveis de se detectar no soro materno durante toda a gestação e no sangue do cordão umbilical no momento do parto. Embora o uso de alguns POPs seja atualmente proibido ou restrito em muitos países, os efeitos adversos à saúde relacionados aos níveis de exposição passiva a POPs ainda são uma grande preocupação de saúde pública34.
Em comparação com estudos em animais, estudos epidemiológicos prospectivos que investigam a associação entre as concentrações de POPs no soro materno durante a gestação e a obesidade pós-natal do nascido são menos extensos35-36. Para exposições a PFAS, estudos longitudinais relataram tanto associações positivas quanto nenhuma associação37-39. Para OCs, a exposição pré-natal ao diclorodifenildicloroetano (DDD), substância encontrada em inseticidas, foi associada ao aumento do índice de massa corporal (IMC) na infância e na adolescência, mas achados menos consistentes são relatados para associações com bifenilos policlorados pré-natais (PCBs), encontrados em transformadores e capacitores elétricos, e hexaclorobenzeno (HCB), utilizado como fungicida e detectado como subproduto de vários processos industriais35. A maioria dos estudos anteriores utilizou índices antropométricos, como o IMC, como proxies para a composição corporal da prole. No entanto, crianças com a mesma quantidade de gordura corporal podem ter valores de IMC bastante diferentes. Por esse motivo, a espessura da dobra cutânea pode ser uma medida mais informativa da massa de gordura corporal em crianças40.
Em estudo realizado na Noruega e Suécia, objetivando avaliar as associações entre as concentrações de POPs no soro materno no início da gravidez e a antropometria do nascido, incluindo sobrepeso/obesidade infantil após 5 anos de seguimento, foi observado associação positiva entre as concentrações de PFAS no soro materno, IMC da criança e a espessura da dobra cutânea do tríceps, bem como o sobrepeso/obesidade da criança no acompanhamento de 5 anos, especialmente entre mulheres norueguesas1.
Fatores sociais, culturais e financeiros também desempenham papel no desenvolvimento de obesidade na infância. Baixo status socioeconômico da família está associado a uma maior taxa de obesidade infantil. Apesar de recentes melhorias modestas nas taxas de obesidade entre crianças pré-escolares de baixa renda nos Estados Unidos, as taxas de obesidade continuam sendo mais altas entre crianças de baixa renda2. No entanto, essa tendência não é consistente em todas as raças e em todos os níveis socioeconômicos. Alguns atribuem a maior taxa de obesidade em minorias a suas maiores taxas de pobreza. No entanto, estudos mostram que crianças negras de mais alto estrato social não apresentam a tendência de menor prevalência de obesidade, como acontece com crianças brancas com maior nível socioeconômico. Fatores de risco demográficos associados ao aumento do peso infantil, como raça e peso ao nascer, também variam com a classe social2.
Estudo conduzido na Austrália, publicado em 2018, baseado em uma amostra representativa de crianças e adolescentes, mostra que existem comportamentos e práticas dentro do ambiente doméstico que estão fortemente associados com sobrepeso/obesidade e obesidade abdominal em crianças e adolescentes. Identificar esses comportamentos e práticas e entender como eles são influenciados no contexto familiar é essencial para o desenho de intervenções bem-sucedidas41.
Um aspecto inovador do estudo foi incluir a obesidade abdominal como um dos resultados. Em comparação com medidas de IMC de obesidade generalizada, a obesidade abdominal está mais fortemente correlacionada com fatores de risco metabólicos, com evidências mostrando que a obesidade abdominal, indicada por relação cintura-altura ≥ 0,5, é um forte preditor de risco cardiometabólico em crianças42. Embora a prevalência de obesidade abdominal no estudo (13-14%) seja muito menor do que as taxas de prevalência dos EUA (~30-36%)34, há evidências de que a obesidade abdominal aumentou nos últimos 30 anos em crianças e adolescentes australianos e requer vigilância contínua devido aos riscos cardiometabólicos associados. Interessantemente, se descobriu que não tomar café da manhã diariamente e ter uma TV no quarto eram os preditores mais fortes tanto de sobrepeso/obesidade medidos pelo IMC (usando kg/m2) quanto de obesidade abdominal (usando relação cintura-altura ≥0,5) em crianças. Entre adolescentes, não tomar café da manhã diariamente foi o preditor mais forte de sobrepeso/obesidade e obesidade abdominal43.
Esses resultados são semelhantes a outros estudos que mostram a importância do consumo de café da manhã. Dados do Estudo Internacional sobre Obesidade Infantil, Estilo de Vida e Meio Ambiente (ISCOLE) mostraram que o consumo de café da manhã mais frequente foi associado a menores escores z de IMC e porcentagem de gordura corporal em comparação com o consumo ocasional e raro44. O mecanismo proposto para o efeito protetor de comer café da manhã na obesidade e sobrepeso é que ele pode reduzir lanches e consumo de alimentos densos em energia e pobres em nutrientes mais tarde no dia. Pular o café da manhã também pode ter efeitos a longo prazo43.
Além de não comer café da manhã diariamente, ter uma TV no quarto foi um fator importante associado ao sobrepeso e obesidade entre crianças, e para adolescentes, não ter limites definidos para o tempo de tela foi um fator significativo. A razão pode ser dupla; crianças que passam mais tempo na tela fazem menos atividade física, e publicidade de alimentos e bebidas na TV e na internet tem uma influência nas escolhas alimentares de crianças e adolescentes. Muitos estudos mostraram que assistir TV excessivamente pode favorecer o consumo simultâneo de lanches e bebidas densas em energia. Jantares na frente da TV com mais frequência foram associados a um consumo mais frequente de refrigerantes e lanches45. O tempo de tela também foi associado à obesidade em estudos transversais e longitudinais. As práticas parentais podem facilitar ou inibir a alimentação saudável e muitos estudos associaram várias práticas e estilos parentais com obesidade e sobrepeso. Recompensar bom comportamento com doces sugere um estilo de parentalidade permissivo que pode ser um fator de risco para obesidade46.
CONCLUSÃO
A obesidade se apresenta na atualidade como uma problemática de grande significância clínico-epidemiológica, pelas altas taxas de prevalência associadas a diversos fatores socioeconômicos, culturais, comportamentais e genéticos. Observa-se que as crianças estão adotando um comportamento cada vez mais sedentário, caracterizado pela falta de exercício físico, o que somado à má alimentação, favorece no aumento do sobrepeso e obesidade na população infantil.
Considerando a existência de medidas de prevenção à obesidade infantil nas escolas e creches, torna-se importante observar o quão eficaz estão sendo esses programas e o que pode ser feito para minimizar os altos índices de sobrepeso e obesidade infantil no Brasil. Acredita-se que ainda possam ser desenvolvidos novos métodos, visando a prevenção e conscientização sobre a obesidade infantil e hábitos de vida saudáveis, tendo como foco principal o ambiente escolar, as creches e o convívio familiar, onde há maior impacto sobre essa faixa etária, visando então a reversão do quadro atual vivenciado pela população infantil do Brasil.
Ações no âmbito coletivo devem envolver políticas públicas que promovam a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida das populações onde a parceria entre o governo e a sociedade civil seria um caminho bastante promissor na prevenção e tratamento da obesidade, por meio da responsabilização e do autocuidado, permitindo que a comunidade participe do processo de promoção da saúde.
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Autor Correspondente:
¹Graduando em Medicina. Centro Universitário Uninorte Acre
Rayanny de Almeida Santos
Travessa do Marreco, nº65, Baixada da Habitasa, Rio Branco – Acre
+55 68 99205-9435
rayannyalmeida20@gmail.com
Contribuição do Autor:
1Rayanny de Almeida Santos: contribuiu para a concepção e desenho do estudo, análise e interpretação dos dados, redação e revisão do manuscrito e aprovação da versão final a ser publicada.
Conflitos de Interesse: Nada a declarar.