FACETAS DE PORCELANAS EM DENTES ANTERIORES: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

PORCELAIN FACETS ON ANTERIOR TEETH: an integrative literature review

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7997439


Jefferson Vinicius Torres Nascimento;
Lara Miriam Novais Leitão;
Orientador(a): Prof. Msc. Mariana Souto Figueiredo.


RESUMO

Introdução: Na odontologia, o desenvolvimento de materiais e técnicas abriram um importante viés para a estetização em saúde o que contribuiu para o aumento na demanda por procedimentos que visem melhorias no alinhamento e estética. Objetivo: Desse modo, o presente estudo, pretende, por meio de uma revisão integrativa da literatura, sumarizar estudos relevantes sobre as facetas de porcelana em dentes anteriores. Metodologia: Este é um estudo de revisão integrativa de literatura, que permite obter conclusões gerais para analisar o conhecimento científico sobre o assunto a ser investigado a partir do levantamento bibliográfico nas bases de dados: National Library of Medicine (Medline via PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PUBMED e grey literature. Utilizou-se para pesquisa, os descritores: “Dental venners” and “dental porcelain” seguido pelo operador booleano and. Resultados: Foram encontrados 69 artigos com a temática. Discussão: O desenho preciso da preparação dentária, a escolha do material mais adequado para cada situação clínica, bem como a técnica de confecção e inserção das facetas em porcelana são fundamentais para garantir um resultado satisfatório e duradouro entretanto, devido ao alto custo do material utilizado, grande parte da população não tem acesso a esse tipo de tratamento. Conclusão: A indicação das facetas de porcelana deve ser cuidadosamente avaliada pelo cirurgião-dentista, conclui-se que as facetas de porcelana representam uma alternativa estética e funcional de grande sucesso na restauração de dentes anteriores com deformidades ou imperfeições apesar do seu custo elevado.

Palavras-chave: Dental venners. Dental porcelain. Inlays

ABSTRACT

Introduction: In dentistry, the development of materials and techniques opened an important bias for aesthetics in health, which contributed to the increase in demand for procedures aimed at improving alignment and aesthetics. Objective: Thus, the present study intends, through an integrative literature review, to summarize relevant studies on porcelain veneers in anterior teeth. Methodology: This is an integrative literature review study, which allows obtaining general conclusions to analyze the scientific knowledge on the subject to be investigated from the bibliographic survey in the databases: National Library of Medicine (Medline via PubMed), Latin Literature -American and Caribbean Health Sciences (LILACS), PUBMED and gray literature. The following descriptors were used for research: “Dental venners” and “dental porcelain” followed by the Boolean operator and. Results: 69 articles with the theme were found. Discussion: The precise design of the dental preparation, the choice of the most appropriate material for each clinical situation, as well as the technique for making and inserting porcelain veneers are fundamental to guarantee a satisfactory and lasting result, however, due to the high cost of the material used. , a large part of the population does not have access to this type of treatment. Conclusion: The indication of porcelain veneers must be carefully evaluated by the dental surgeon, it is concluded that porcelain veneers represent an aesthetic and functional alternative of great success in the restoration of anterior teeth with deformities or imperfections despite their high cost.

Keywords: Dental venners. Dental porcelain. inlays.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o convívio social tem sido marcado pela supervalorização da imagem e aparência, o que tem contribuído para uma série de demandas em saúde (FLORIANI, MARCANTE, BRAGGIO, 2014). Na odontologia, o desenvolvimento de materiais e técnicas abriram um importante viés para a estetização em saúde o que contribuiu para o aumento na demanda por procedimentos que visem melhorias no alinhamento e o padrão de beleza dos dentes para o restabelecimento do sorriso mais harmônico (MUNIZ et al., 2022; FERNANDES et al., 2014).

Nesse sentido, as restaurações de porcelana têm ganhado espaço na dentística restauradora, as facetas confeccionadas com esse material recobrem a face vestibular dos elementos dentários, sobretudo de dentes anteriores devolvendo estética (SILVA, 2020; SILVA, 2023; SILVA, SILVEIRA, 2017; MARIN, HONORATO, 2017). Na atualidade, existem diferentes tipos de cerâmicas, a classificação dos grupos cerâmicos se dá por: cerâmicas à base de vidro; cerâmicas à base de alumina; cerâmicas à base de zircônia (SILVA, 2020).

Dentre as características desse material, destacam-se a longevidade, estabilidade de cor e propriedades semelhantes ao esmalte dentário com destaque para: translucidez, espessura, e integridade marginal (SILVA, 2023; SILVA, SILVEIRA, 2017; MARIN; HONORATO, 2017).Quanto às indicações clínicas para a aplicação de laminados, a literatura tem recomendado, que sejam utilizadas porcelanas em casos de alterações cromáticas sejam, de origem extrínseca e intrínseca, com destaque para, amelogênese imperfeita e hipoplasia de esmalte. Além disso, esse procedimento pode ser indicado em casos de alterações de forma como asas microdontias e dentes cônicos. Ademais, casos menos complexos de desalinhamento e posicionamento dos dentes, além de apinhamento e fechamento de diastemas também podem ser tratados com laminados. (PERSCH; SOUZA, 2017; NEVES, MIRANDA, YAMASHITA, 2021; JUNIOR; RITTER, 2021).

Em contrapartida, a literatura tem contraindicado o uso de laminados, em dentes sem a estrutura saudável em esmalte, além de casos de bruxismo ou apertamento dental, classe III de Angle, oclusão topo a topo, pacientes com doença periodontal grave, com hábitos parafuncionais e vestibularização acentuada (PERSCH; SOUZA, 2017; NEVES, MIRANDA, YAMASHITA, 2021; JUNIOR, RITTER, 2021).

Apesar da ampla utilização de facetas de porcelana na clínica odontológica nos últimos anos, ainda existe na literatura uma lacuna acerca da temática, ademais, estudos que versem sobre as indicações clínica, propriedades e limitações do material, são importantes, uma vez que a tomada de decisão baseada em evidências permite melhores desempenhos clínicos e maior longevidade da estrutura dental. Desse modo, o presente estudo, pretende, por meio de uma revisão integrativa da literatura, sumarizar estudos relevantes sobre as facetas de porcelana em dentes anteriores.

MATERIAL E MÉTODOS

Este é um estudo de revisão integrativa de literatura, que permite sumarizar pesquisas anteriores e delas obter conclusões gerais para analisar o conhecimento científico sobre o assunto a ser investigado (SOBRAL, 2012).

Para elaborar a questão norteadora deste estudo, foi utilizada a estratégia PICO, uma vez que ela propicia uma busca acurada das evidências científicas relacionadas ao objeto. PICO é um acrônimo em que a letra P (population) indica a população, a letra I (intervention) está relacionada à intervenção, C (comparison) diz respeito à comparação e a letra O (outcome) se refere aos desfechos esperados.

Nesse sentido, para este estudo o acrônimo determinado foi: P – pacientes odontológicos, I – facetas de porcelana, C – não se aplica, O – verificar as principais indicações clínicas e limitações do uso de facetas de porcelana.

A realização deste estudo foi feita durante o mês de abril de 2023, a partir do levantamento bibliográfico na Biblioteca Virtual em Saúde e nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PUBMED e grey literature Utilizou-se para pesquisa, os descritores: “Dental venners” “dental porcelain” juntamente com o operador booleano and operador booleano and.

Os critérios de inclusão empregados para a seleção dos estudos foram; pesquisas originais e completas publicadas nos últimos dez anos, que abordassem o tema metodologias ativas, considerando todas as áreas de interesse da odontologia e que estivessem textos completos, disponíveis on-line e, com acesso livre nos idiomas inglês, espanhol e português. Foram excluídos estudos fora do recorte temporal estabelecido e que não estivessem disponíveis.

Após a leitura dos títulos, resumos e textos, estudos que estivessem em duplicata, fora do recorte temporal estabelecido e que não contemplassem o objetivo da revisão, foram excluídos.

RESULTADOS

Foram encontrados 69 artigos com a temática conforme a tabela 1. Após a leitura dos títulos e resumos 40 artigos foram considerados elegíveis e foram incluídos.

Tabela 1: Descrição sobre a busca nas bases de dados

Base de DadosEstratégia de Buscan
Biblioteca Virtual em Saúde“dental venners” AND “dental porcelain” AND (year_cluster:[2013 TO 2023])3
PUBMEDdental veneers and “dental porcelain”65
Scielodental veneers and dental porcelain1
Excluídosfora do recorte temporal e que não estivessem disponíveis29

REVISÃO DE LITERATURA

Segundo EL-MOWAFY, EL-AAWAR, EL-MOWAFY, (2018) as facetas de porcelana são uma forma de prótese dentária feita de cerâmica de ligação fina, que é utilizada para restaurar a aparência dos dentes anteriores, especialmente em casos que necessitam de tratamento estético. Essa opção de tratamento tem se tornado cada vez mais popular devido à sua eficácia em melhorar a estética dental (MASSON, ARMAS 2019; GOUVEIA et al., 2018; EL-MOWAFY, EL-AAWAR, EL-MOWAFY, 2018). As facetas de porcelana são capazes de transformar significativamente a aparência do sorriso, o que pode resultar em uma melhora na qualidade de vida e bem-estar emocional dos pacientes insatisfeitos com a aparência de seus dentes (GOUVEIA et al., 2018).

Segundo EL-MOWAFY, EL-AAWAR, EL-MOWAFY, (2018) a aplicação de facetas de porcelana é uma técnica avançada que envolve a utilização de cerâmica de alta qualidade, que possui biocompatibilidade, permitem restaurar superfícies das regiões anteriores, proporcionando resultados naturais e duradouros. Além disso, a utilização de facetas de porcelana é uma opção minimamente invasiva, que preserva a estrutura dentária original, tornando-a uma escolha esteticamente atraente e conservadora (GRESNIGT, et al., 2019; GOUVEIA et al., 2018).

A melhoria da aparência do sorriso por meio da aplicação de facetas de porcelana pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes (GOUVEIA et al., 2018). A restauração estética dos dentes anteriores pode não apenas melhorar a qualidade de vida mas também corrigir imperfeições dentárias, proporcionando assim aos pacientes uma sensação de satisfação e orgulho em seu sorriso (SILVA, SILVEIRA, 2017; MARIN, HONORATO, 2017; MASSON, ARMAS 2019; GOUVEIA et al., 2018).

Nesse sentido, as restaurações de porcelana têm ganhado espaço na dentística restauradora, as facetas confeccionadas com cerâmicas à base de vidro, cerâmicas à base de alumina, cerâmicas à base de zircônia, recobrem a face vestibular dos elementos dentários, sobretudo de dentes anteriores, e se caracterizam pela longevidade e por propriedades semelhantes ao esmalte dentário com destaque para: translucidez, espessura, cor, integridade marginal (SILVA, 2020; SILVA, 2023; SILVA, SILVEIRA, 2017; MARIN, HONORATO, 2017).

Cerâmicas à Base de Vidro

Os sistemas à base de vidro, incluindo vidro amorfo, são compostos principalmente por dióxido de silício e podem conter várias quantidades de alumina, além disso possui propriedades mecânicas baixas, com resistência à flexão (ACEDO, 2019). Esses materiais são, comumente empregados como materiais folheados para subestruturas de metal ou cerâmica sem metal, bem como em facetas, nas quais é utilizada uma técnica de matriz refratária ou folha de platina (ACEDO, 2019). As cerâmicas à base de vidro são divididas em feldspáticas ou cerâmicas vítreas, com diferentes composições e sistemas de confecção (SILVA, 2020; ACEDO, 2019).

A) Feldspáticas

As cerâmicas feldspáticas são constituídas por três principais componentes: quartzo, feldspato e caulim, sendo o dióxido de sílica o componente básico inicial (SILVA, 2020; ACEDO, 2019). O feldspato é convertido em vidro para melhorar as propriedades, como a translucidez, e resulta em um material com baixa resistência e mais friável antes da cimentação, a flexão desses materiais fica entre 60 e 70 Megapascal (MPa), formas sintéticas de vidros de aluminossilicato também são fabricados para utilização em cerâmicas dentárias (ACEDO, 2019).

B) Vítreas

Por outro lado, as cerâmicas vítreas apresentam características superiores às feldspáticas, como resistência mecânica, resistência à fratura e resistência à corrosão (SILVA, 2020; ACEDO, 2019). Essas melhorias nas propriedades mecânicas dependem da interação entre os cristais e a matriz vítrea, bem como do tamanho e quantidade dos cristais, cristais menores geralmente se traduzem em materiais mais fortes entretanto, a cerâmica vítrea pode ser mais opaca ou translúcida, dependendo da composição química e da quantidade de cristais incorporados na matriz (SILVA, 2020; ACEDO, 2019). A resistência da cerâmica vítrea é proveniente da adição de cristais, como leucita e dissilicato de lítio, que se espalham uniformemente em todo o vidro, preenchendo todos os espaços na matriz vítrea, a resistência à flexão varia de 160 a 300 MPa para a cerâmica reforçada com leucita e de 320 a 450 MPa para a cerâmica reforçada com dissilicato de lítio (SILVA, 2020; ACEDO, 2019).

Portanto, os sistemas à base de vidro, incluindo cerâmicas feldspáticas e vítreas, são utilizados em odontologia para produzir materiais de restauração dental com propriedades mecânicas adequadas (SILVA, 2020; ACEDO, 2019). A escolha do tipo de cerâmica à base de vidro depende da necessidade clínica específica e do objetivo estético desejado, bem como da técnica de confecção utilizada (SILVA, 2020; ACEDO, 2019).

Cerâmicas à Base de Alumina

As cerâmicas reforçadas por cristais de alumina foram introduzidas por pesquisadores, o que possibilitou que esses materiais apresentassem o dobro da resistência quando comparadas às cerâmicas feldspáticas convencionais, sendo possível confeccionar coroas livres de metal (SILVEIRA, MENEZES, LIRA, 2015). SegundoSILVA, (2020), “as cerâmicas de alumina caracterizam-se como um sistema policristalino com alto conteúdo de alumina pura (99,9%), que confere uma resistência à flexão de 400-600 MPa.” Considerado um caminho promissor, a incorporação de óxido de alumínio continuou sendo pesquisada, pois ficou evidente que sua adição às cerâmicas melhorava suas propriedades mecânicas (SILVEIRA, MENEZES, LIRA, 2015).

Além disso, os novos copings cerâmicos à base de alumina de alta pureza apresentam alta compressão e possibilitam a confecção de uma estrutura porosa, que convenientemente infiltrada com vidro (SILVEIRA, MENEZES, LIRA, 2015). Podem ser utilizadas em próteses dentárias, coroas anteriores e posteriores, pontes fixas anteriores com até três elementos, inlays, onlays e coroas sobre implantes (SILVEIRA, MENEZES, LIRA, 2015).

Ademais, os sistemas com alto teor de alumina podem ser conformados por diferentes métodos de processamento, incluindo a técnica da barbotina e o sistema CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing), promovendo, desta forma, uma melhora em suas características mecânicas e estéticas (SILVEIRA, MENEZES, LIRA, 2015). Entretanto, sua translucidez é inferior devido à limitação da transmissão de luz pelos cristais de alumina, apesar disso, é um sistema que apresenta excelentes propriedades mecânicas, apesar das suas limitações no processo de adesão, devido ao baixo teor de vidro presente (SILVA, 2020).

Cerâmicas à Base de Zircônia

Segundo MOSELE, BORBA, (2014) “A cerâmica à base de zircônia tetragonal parcialmente estabilizada com ítria tem alcançado grande popularidade na Odontologia devido a seus altos valores de resistência à fratura (900-1000 MPa) e tenacidade à fratura (5,5-7,4 MPa.m1/2), associados ao mecanismo de tenacificação por transformação de fase.” Além disso, a suas características estéticas, longevidade estimada, biocompatibilidade e radiopacidade, a zircônia tem sido amplamente utilizada como uma alternativa às infraestruturas protéticas metálicas. É indicada para a confecção de próteses fixas, pilares, próteses sobre implantes e infra estruturas de coroas (SILVA, 2020; MOSELE, BORBA, 2014).

No entanto, devido à falta de reações químicas com adesivos ou cimentos resinosos, a zircônia pode ter resultados limitados em próteses ou restaurações com preparos sem princípios retentivos (SILVA, 2020; MOSELE, BORBA, 2014). Para controlar a expansão de volume e estabilizar a zircônia, óxido de ítria é adicionado, o que resulta em um aumento da resistência à flexão e fratura (MOSELE, BORBA, 2014).

Durabilidade

Tendo em vista a durabilidade desse material, um estudo clínico descobriu que o sucesso das facetas laminadas de cerâmica podem chegar a 98,8% após 6 anos (GRESNIGT et al., 2021). Além disso, conforme o autor GRESNIGT, et al., (2019) “as taxas de sobrevivência de facetas laminadas de cerâmica variam entre 82-96% após 10-21 anos. É importante considerar que o resultado do tratamento e a longevidade das facetas podem variar de acordo com a marca utilizada, devido às suas propriedades intrínsecas e às técnicas de confecção empregadas, composições únicas, características ópticas específicas e processo de fabricação distinto (ALOTHMAN, BAMASOUD, 2018).

Propriedades

As cerâmicas dentárias são consideradas estruturas inorgânicas não metálicas, compostas principalmente por óxidos, capazes de reproduzir com precisão as características ópticas dos dentes naturais (CARRERA, 2019). Através de um processo de desgaste mínimo da estrutura dentária, as facetas cerâmicas são capazes de proporcionar um aspecto natural ao sorriso, uma vez que são capazes de reproduzir fielmente a transmissão de luz dos dentes naturais, incluindo características como a opalescência, condutividade térmica, radiopacidade (CARRERA, 2019; SILVA, SILVEIRA, 2017; MARIN, HONORATO, 2017).

Espessura

A espessura é uma das propriedades que afeta diretamente a translucidez dos materiais cerâmicos, uma vez que quanto mais espesso o material, maior a opacidade e menor a translucidez (SILVA, 2020). No contexto das restaurações cerâmicas, a espessura tem como propósito garantir maior resistência às restaurações, sendo um dos aspectos mais desafiadores dos preparos para esse tipo de restauração (SILVA, 2020). É importante obter dimensões precisas durante o desgaste da superfície dentária, uma vez que isso está intimamente relacionado com o volume e o formato das facetas cerâmicas (SILVA, 2020).

Cor

A cor é considerada uma propriedade óptica primária em restaurações estéticas, a percepção dela é afetada por três fatores: fonte de luz, objeto observado e observador (SILVA, 2020). Essa propriedade é geralmente descrita de acordo com o espaço de cores de Munsell, em termos de matiz, valor e croma (SILVA, 2020). O matiz é uma interpretação da soma de comprimentos de onda, o valor, também conhecido como brilho, é a quantidade de luz que um objeto reflete (SILVA, 2020). O croma refere-se ao grau de saturação de um matiz e caracteriza a força, vivacidade e intensidade de uma cor (SILVA, 2020).

A classificação de cores pode ser feita de várias formas, como o Guia Vita Classical, que é uma escala com 16 cores dispostas em ordem alfabética, como A1, A2, A3, A3,5, A4, B1, B2, B3, B4, C1, C2, C3, C4, D2, D3 e D4 (SILVA, 2020). Entretanto, um aumento na espessura final da faceta cerâmica pode afetar a cor final da restauração, alterando a maneira como o material se comporta em relação à luz (SILVA, 2020). Devido a isso, a estabilidade de cor, ou seja, a capacidade de uma restauração de suportar alterações de cor causadas por diversos fatores intrínsecos e extrínsecos, deve ser considerada para alcançar um resultado estético desejado.

Integridade Marginal

Segundo SIROUS, et al., (2022), o desenho da preparação das facetas influencia tanto a adaptação marginal quanto a resistência à fratura. A aplicação de facetas de porcelana requer habilidades técnicas e experiência por parte do dentista, uma vez que o procedimento envolve a remoção de uma fina camada de esmalte dental para permitir a adesão da porcelana (SIROUS et al., 2022). Apesar disso, a taxa de sucesso das facetas de porcelana é elevada, desde que sejam seguidas as melhores práticas clínicas e as orientações do fabricante (BRITO, 2016; GONZALEZ et al., 2012).

Devido a isso, o desenho da preparação das facetas oclusais tem um impacto significativo na adaptação marginal e na resistência à fratura das restaurações. Além da resistência à fratura, a qualidade da adaptação marginal é um fator crucial que afeta a durabilidade a longo prazo da restauração (SIROUS, et al., 2022). A obtenção de uma adaptação marginal adequada durante o processo de preparação das facetas oclusais é essencial para minimizar problemas associados à dissolução do cimento, microinfiltração e complicações subsequentes, garantindo o sucesso a longo prazo da restauração (SIROUS, et al., 2022).

Segundo CASTRO, (2017), é importante lembrar que as facetas de porcelana não são uma solução única para todos os casos de imperfeições dentárias. A escolha do tipo de tratamento a ser realizado deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa da condição dental do paciente, levando em consideração a extensão do problema, a saúde geral do paciente e as expectativas de resultado (CASTRO, 2017).

Indicações

Dentre as indicações para a aplicação de laminados destacam-se: alterações cor, bem como, amelogênese imperfeita e hipoplasia de esmalte; De forma: microdontia, dentes cônicos, alinhamento e posicionamento dos dentes, apinhamento e diastemas. (PERSCH, SOUZA, 2017; NEVES, MIRANDA, YAMASHITA, 2021; JUNIOR, RITTER, 2021).

Alterações cor

Uma alteração indesejável na aparência do sorriso pode ter um impacto negativo na autoestima do paciente, uma queixa comum refere-se à variação cromática dos dentes, que é considerada um dos elementos mais significativos na busca pelo sorriso ideal (DEMIREKIN, TURKASLAN, 2022). Além disso, em grande parte dos casos, é necessário realizar uma modificação na cor dos dentes antes da aplicação de facetas de porcelana, sendo o clareamento dental, realizado por métodos de consultório e/ou caseiros, a abordagem mais comumente empregada (ANNA, CAMILA, 2020).

A) Amelogênese imperfeita

Para o autor AZEVEDO et al., (2013) estabelecer o diagnóstico da amelogênese imperfeita, é necessário realizar exames radiográficos intra e extra-orais, em conjunto com a análise clínica. Além disso, deve-se investigar a presença de casos na família, uma vez que a condição pode ter um componente hereditário.

De acordo com o aspecto clínico, a amelogênese imperfeita pode ser subdividida em várias formas, dependendo do tipo de defeito presente e do estágio de formação do esmalte em que ocorreu a alteração. Portanto, é importante que o profissional dentista esteja atento a esses aspectos para realizar um diagnóstico mais preciso (AZEVEDO et al., 2013).

Graças aos avanços significativos na odontologia é possível restaurar a estética e a função em níveis satisfatórios. A necessidade de preparos coronários totais tem sido reduzida, e as restaurações adesivas em supra-oclusão têm se tornado uma alternativa viável no tratamento de pacientes com amelogênese imperfeita. Esses avanços têm permitido que a opção de restauração de porcelana seja considerada a mais adequada para esses casos (AZEVEDO et al., 2013).

B) Hipoplasia de esmalte

A hipoplasia de esmalte é uma condição em que há uma redução na quantidade de esmalte dentário, podendo ser causada por diferentes fatores, incluindo insultos ambientais. Entre os tipos de hipoplasias, destaca-se a hipoplasia cronológica, que se caracteriza por um padrão cronológico múltiplo, simétrico e linear, em forma de anel, envolvendo todas as superfícies do dente. Essa condição pode causar problemas estéticos, sensibilidade dentária, suscetibilidade à cárie, desgaste oclusal, perda da dimensão vertical e envolvimento pulpar precoce, dependendo da gravidade (JAYAM et al., 2014).

Como as hipoplasias são evidenciadas quando os dentes erupcionam, é comum que os problemas estéticos sejam uma grande preocupação em crianças e adolescentes. Existem diversas opções de tratamento disponíveis, como branqueamento, facetas compostas (parciais/completas), facetas de cerâmica, coroas de facetas totais (metal fundido em cerâmica ou cerâmica total), abrasão a ar ou uma combinação destes. Cada caso deve ser avaliado individualmente, levando em consideração o tipo, gravidade e localização da hipoplasia, bem como as expectativas do paciente em relação ao tratamento. O objetivo é restaurar a estética e função do dente, além de prevenir ou tratar possíveis complicações associadas à hipoplasia, a porcelana entra como padrão ouro (JAYAM et al., 2014).

Forma

A estética dental possui uma relação direta com a estética facial, tendo em vista que um sorriso agradável está diretamente relacionado com a simetria dentária. Nesse sentido, assimetrias na linha média facial podem gerar uma aparência desagradável tanto para os pacientes quanto para os observadores. É importante salientar que discrepâncias no tamanho dentário ou na distribuição inadequada do espaçamento dos dentes anteriores são grandes problemas estéticos enfrentados por muitos pacientes (BERWANGER et al., 2016).

O tratamento de assimetrias dentárias e outras discrepâncias estéticas é uma demanda crescente na odontologia moderna. O objetivo é alcançar um sorriso harmônico e natural, que valorize a aparência do paciente. Nesse contexto, a utilização de técnicas de correção, como a ortodontia, a colocação de próteses dentárias e a aplicação de facetas de porcelana, pode ser uma solução eficaz para melhorar a estética dental e facial. É importante que o profissional esteja atento às necessidades individuais de cada paciente, com o intuito de alcançar resultados satisfatórios e duradouros (BERWANGER et al., 2016).

A) Microdontia

A microdontia é uma anomalia de desenvolvimento dentário caracterizada por dentes permanentes com tamanho significativamente menor do que o esperado para a idade e o gênero do indivíduo (RATHI, Shruti et al., 2022). Essa condição pode causar problemas estéticos e funcionais e existem diversas opções de tratamento disponíveis para corrigir a microdontia, incluindo procedimentos ortodônticos, extração do dente afetado, colocação de coroas ou próteses dentárias, e restaurações diretas ou indiretas com resinas compostas ou laminados cerâmicos (MÜLLER et al., 2018).

Entre as opções de tratamento para a microdontia, os laminados cerâmicos têm ganhado destaque por apresentarem alta resistência à abrasão e estabilidade de cor, além de serem uma alternativa minimamente invasiva para corrigir problemas estéticos (MÜLLER et al., 2018). Devido a isso, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo dentista, levando em consideração as características e necessidades do paciente, para a escolha do tratamento mais adequado (RATHI, Shruti et al., 2022; MÜLLER et al., 2018).

B) Dentes cônicos

A presença de incisivos laterais conóides e diastemas tem se tornado uma condição cada vez mais comum que afeta negativamente a estética do sorriso, conferindo um aspecto infantil que não condiz com os padrões de beleza atuais em adultos. Em alguns casos, um planejamento estético-funcional que integra diversas especialidades odontológicas, como periodontia, ortodontia e dentística, é necessário para se obter um resultado satisfatório (VERONEZI, M. C et al., 2017).

Recentemente, as facetas de cerâmica minimamente invasivas, também conhecidas como “lentes de contato”, têm surgido no mercado odontológico como uma alternativa atraente para resolver o problema estético de dentes conóides. No entanto, devido ao alto custo do material utilizado, grande parte da população não tem acesso a esse tipo de tratamento, principalmente nos dias de hoje (VERONEZI, M. C et al., 2017).

Alinhamento e Posicionamento dos dentes

O aumento na demanda por procedimentos estéticos na Odontologia tem impulsionado a realização de tratamentos com o objetivo de melhorar o alinhamento e o padrão de beleza dos dentes, visando o restabelecimento do sorriso. Entretanto, a variação da morfologia dentária, a dificuldade de visão direta da estrutura anatômica e o controle dos tecidos moles bucais, somados à subjetividade, podem ocasionar variações na posição final dos dentes. Na prática clínica, é comum a queixa de pacientes insatisfeitos com a aparência dos dentes, sendo que as causas podem ser multifatoriais (ALMEIDA et al., 2019).

Com o desenvolvimento da Odontologia adesiva, houve aprimoramento da união biomecânica entre dente e restauração, otimizando os procedimentos restauradores e permitindo uma abordagem mais conservadora e minimamente invasiva. Isso proporcionou uma melhora significativa nos resultados estéticos, além de possibilitar a correção de imperfeições no alinhamento dos dentes. Dessa forma, a Odontologia adesiva tornou-se uma opção viável e segura para tratamentos de restauração e estética dental, contribuindo para a satisfação dos pacientes e para a melhoria da qualidade de vida bucal (ALMEIDA et al., 2019).

A) Apinhamento

O apinhamento dental é um fenômeno amplamente discutido pelos estudiosos da odontologia. Embora sua relação com a redução contínua dos maxilares e dos dentes ao longo da evolução humana seja reconhecida pelos autores, eles defendem que esse fator não deve ser considerado como o principal motivo do aumento percebido na frequência dos casos de apinhamento. De acordo com os estudiosos, o aumento do cruzamento inter-racial é um fator importante que explica parte desse aumento. Portanto, é fundamental que novas pesquisas sejam realizadas nessa área para uma melhor compreensão dos fatores que contribuem para o apinhamento dental (LEAL et al., 2016).

O preparo ideal para uma faceta de porcelana é um tema que gera muita discussão entre os profissionais da odontologia. De acordo com os estudos realizados, é recomendado que a dentina seja envolvida no processo de preparo, sendo que a maior parte desse preparo e seu término marginal devem estar apoiados em esmalte dental. Observou-se que as facetas de porcelana apresentam melhores resultados em relação a outros materias, porém é importante destacar que ainda existem desafios nessa área que precisam ser superados para aprimorar a técnica de preparo das facetas de porcelana e, consequentemente, garantir um melhor resultado clínico para os pacientes (LEAL et al., 2016).

B) Diastemas

Discrepâncias na distribuição do espaçamento dos dentes anteriores e o tamanho dentário inadequado são fatores que podem afetar significativamente a estética facial e o sorriso do paciente. A presença de diastemas na região da linha média facial pode causar insatisfação com a aparência dental, afetando a autoestima do paciente e prejudicando a harmonia dento-facial. Além disso, diastemas na região maxilar podem comprometer a função e a fonação do indivíduo. Dessa forma, o fechamento de diastemas é um procedimento clínico que visa o restabelecimento estético do sorriso, proporcionando um resultado simétrico e harmonioso aos dentes anteriores. As opções de tratamento disponíveis incluem correções ortodônticas, próteses fixas, laminados cerâmicos e restaurações diretas de resina composta (BERWANGER et al., 2016; CARDOSO et al., 2019).

Uma alternativa reabilitadora tecnológica que vem se destacando na odontologia é a utilização de facetas de cerâmica produzidas em fluxo digital. Através do uso da tecnologia CAD/CAM, é realizado o escaneamento da boca do paciente, permitindo o desenho das facetas em um computador. Após a aprovação do cirurgião-dentista e do paciente, é enviado o comando para que a máquina realize a fresagem das facetas, para posterior instalação e cimentação. Esse procedimento é relativamente rápido e proporciona agilidade ao tratamento (CARDOSO et al., 2019).

A técnica apresenta uma elevada taxa de sucesso devido à qualidade, biocompatibilidade, durabilidade, resistência, estética e satisfação dos pacientes com as facetas cerâmicas. Um exemplo de processo para obtenção das facetas de cerâmica é a utilização do software ExoCad (Smart Dent) para planejamento digital e posterior impressão de um modelo 3D pela impressora Cares P Series, Straumann. A partir deste modelo, é confeccionada uma muralha de silicone de condensação pesada e leve para obtenção do mock up em resina acrílica. As facetas então são fresadas em cerâmica de dissilicato de lítio (CARDOSO et al., 2019).

Contraindicações

Em contrapartida, a literatura tem contraindicado o uso de laminados, em dentes sem a estrutura saudável em esmalte, além de casos de bruxismo ou apertamento dental, classe III de Angle, oclusão topo a topo, pacientes com doença periodontal grave, com hábitos parafuncionais e vestibularização acentuada (PERSCH; SOUZA, 2017; NEVES, MIRANDA, YAMASHITA, 2021; JUNIOR, RITTER, 2021).

É fundamental considerar a presença de doença periodontal antes de indicar o uso de facetas de porcelana, além de garantir que pelo menos 50% da superfície dentária a ser coberta seja composta de esmalte. Pacientes com alta atividade de cárie e higiene bucal inadequada devem ser cuidadosamente avaliados antes de optar por esse tipo de tratamento, pois podem não ser candidatos ideais para tal procedimento (LEAL et al., 2016).

A técnica de colocação de facetas dentárias é contraindicada em casos de maus posicionamentos dentários moderados a severos e/ou apinhamentos, bem como em casos de linguoversão. A correção dessas situações requer um preparo dentário extenso, muitas vezes com exposição da dentina, o que dificulta a adesão da faceta. É importante destacar que a adesão à dentina é mais fraca do que a adesão ao esmalte, o que pode comprometer o sucesso do tratamento. Uma exposição superior a 30% da dentina também é contra indicativa para a técnica. Além disso, dentes com grandes restaurações e dentes periodontalmente comprometidos também estão contraindicados para a técnica, uma vez que a extensão subgengival das facetas pode facilitar o acúmulo de placa bacteriana. Pacientes com fraca higiene oral também são considerados contra-indicados para esse tipo de tratamento, uma vez que apresentam um elevado risco de cárie (MANIAR et al., 2020).

É importante ressaltar que a técnica de colocação de facetas dentárias está limitada a certas condições oclusais e em pacientes que apresentem algum hábito parafuncional, como o bruxismo. A técnica pode não ser adequada para corrigir todos os tipos de problemas dentários, sendo necessário avaliar cuidadosamente cada caso antes de indicar o tratamento. É fundamental que o profissional da odontologia esteja atento às contra indicações da técnica de colocação de facetas dentárias e que oriente adequadamente o paciente sobre os riscos e benefícios desse tipo de procedimento. Dessa forma, é possível garantir um tratamento seguro e eficaz, proporcionando ao paciente resultados satisfatórios do ponto de vista estético e funcional (MANIAR et al., 2020).

Segundo DE ARAÚJO et al., (2019) entre as más oclusões, a má oclusão de Classe III mostra-se menos frequente quando comparada a outros tipos de desvios oclusais. É importante ressaltar que a abordagem terapêutica para as más oclusões deve ser individualizada e deve considerar as necessidades específicas de cada paciente. O tratamento das más oclusões pode ser feito por meio de diversas técnicas e procedimentos, desde a utilização de aparelhos ortodônticos fixos ou removíveis até intervenções cirúrgicas mais complexas. O acompanhamento odontológico regular e a prevenção precoce de fatores de risco associados às más oclusões são fundamentais para garantir uma saúde bucal adequada e prevenir o desenvolvimento de problemas mais graves.

Devido a isso, pacientes que possuem hábitos parafuncionais, tais como o bruxismo, oclusão do tipo “topo a topo”, má higiene oral ou esmalte insuficiente para uma adesão dental eficaz, podem apresentar maior propensão a falhas nos laminados cerâmicos. É importante destacar que tais fatores podem comprometer a integridade da restauração, uma vez que podem gerar estresse excessivo na estrutura dental e afetar a sua durabilidade. Portanto, é fundamental que o profissional avalie cuidadosamente essas condições antes de indicar o uso de laminados cerâmicos como uma opção de tratamento estético para o paciente (ANTÔNIO MOURA, 2022).

DISCUSSÃO

Os principais resultados do estudo demonstraram que as facetas de porcelana (FP) apresentam uma série de indicações clínicas com destaque para: alterações cromáticas, fechamentos de diastemas, hipoplasias de esmalte e alterações de forma (EL-MOWAFY; EL-AAWAR; EL-MOWAFY, 2018)

Quanto à sobrevida das FP, um estudo conduzido por Mazzetti, comparou a sobrevivência e o sucesso de facetas ao longo de dez anos e encontrou resultados favoráveis, com taxas de falha de apenas 2,8%. Esse resultado, entra em consonância com outro estudo que relatou taxas de sobrevivência de facetas de porcelana feldspática e cerâmica infiltrada com vidro variando de 96% a 98% após 5 anos de acompanhamento.

O sucesso a longo prazo das facetas de porcelana depende de diversos fatores, com destaque para a a seleção criteriosa do caso, o desenho da preparação dentária, o material utilizado, a habilidade do cirurgião-dentista e do laboratório na confecção das facetas assim como a técnica de inserção empregada

Ademais, estudos destacam a importância de uma seleção cuidadosa do caso e de uma abordagem individualizada para cada paciente. O desenho preciso da preparação dentária, a escolha do material mais adequado para cada situação clínica, bem como a técnica de confecção e inserção das facetas são fundamentais para garantir um resultado satisfatório e duradouro. Nesse sentido, a escolha do profissional capacitado e experiente na realização desse tipo de procedimento também pode ser um fator determinante para o sucesso a longo prazo das facetas de porcelana (EL-MOWAFY, EL-AAWAR, EL-MOWAFY, 2018).

Quanto às principais limitações encontradas nos estudos incluídos, destacam-se o alto custo do material que juntamente com as etapas laboratoriais contribuem para maior investimento financeiro no tratamento o que limita o acesso à população. Além disso, o alto custo biológico, devido aos desgastes excessivos e as dificuldades de reparo do material tem sido uma outra limitação encontrada na literatura.

CONCLUSÃO

Os principais resultados do estudo indicaram que facetas de porcelana representam uma alternativa estética e funcional de grande sucesso na restauração de dentes anteriores com deformidades ou imperfeições. Essa técnica consiste na aplicação de finas lâminas de porcelana, de alta resistência e com características semelhantes às do esmalte, sobre a superfície dos dentes, proporcionando um sorriso harmônico e natural. Além disso, as facetas de porcelana apresentam uma grande variedade de cores, texturas e translucidez, permitindo a obtenção de resultados altamente personalizados e satisfatórios para os pacientes.

Entretanto, é importante ressaltar que a indicação das facetas de porcelana deve ser cuidadosamente avaliada pelo cirurgião-dentista, considerando as condições clínicas do paciente, como a presença de hábitos parafuncionais, má higiene oral, dentes com grandes restaurações e comprometimento periodontal. Além disso, o alto custo do material utilizado para confecção das facetas de porcelana pode ser uma barreira para o acesso ao tratamento por parte da população em geral. Assim, é necessário que os profissionais da área busquem alternativas mais acessíveis e igualmente eficazes para atender às necessidades estéticas e funcionais dos pacientes. Em suma, as facetas de porcelana representam uma excelente opção terapêutica, desde que bem indicadas e executadas, trazendo benefícios estéticos e funcionais para os pacientes, mas é importante considerar as contra indicações e limitações dessa técnica.

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1Graduando(a) em Odontologia, Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, Vitória da Conquista, BA, Brasil.

2Docente do curso Odontologia, Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, Vitória da Conquista, Ba, Brasil.